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domingo, 25 de dezembro de 2016

GRUTA. NÃO PALÁCIO.

ANO LXXIV - Domingo, 25 de dezembro de 2016 - Nº 3713

GRUTA. NÃO PALÁCIO.

Natal chegou mais uma vez. Repetem-se os hinos, os festejos, os presentes, as celebrações religiosas, a efervescência no comércio, a comilança e a gastança. Novamente vamos à leitura dos textos nos evangelhos escritos por Mateus e Lucas em busca de sermões, devocionais, mensagens e estudos. Desejo trazer à memória a figura da gruta, o lugar de nascimento de nosso Senhor e Salvador. Hoje no meio “Gospel” há alguns aspectos que eu destaco, considerando-se a gruta:

a) Humilhante: A figura de nascer em uma gruta (não era estábulo, haras ou celeiro) lugar de abrigo dos animais e em um cocho é figura que evoca humilhação. Indicação de escassez de recursos, sem luxo, sem ostentação. Tal figura foi durante muito tempo vista como humilhante para os cristãos e voltou a ser assim em nosso meio. É mensagem negativa e de miséria.
b) Decepcionante: Tal ideia de humilhação (gerada pela humildade) ocasionou a muitos um sentimento de decepção. Afinal esperava-se um rei (veja os sábios que vão ao palácio) e tem-se tal situação. Esse tipo de situação foge ao imaginário produzido por mim (e pelos outros) em relação ao “Messias”. É expressão de derrota e “baixa estima”.
c) Revoltante: Como resultado final vem a revolta. Não aceito tal fato, isto é absurdo e inadmissível. Este tal não é meu Rei. Nada tenho a ver com Ele. A mensagem desta gruta é de pobreza, escassez, despojamento, carência. Rejeito isto tudo, pois minha Visão é outra, e esta miséria retratada pela gruta me causa revolta.

No entanto, na real dimensão da Fé Evangélica destaco aspectos relevantes sobre a gruta e não o palácio:

a) Deslumbrante: Fico atônito com tal fato. O deslumbramento não é com o luxo e riqueza, mas com a absoluta falta deles. O Rei dos Reis e Senhor da glória nasce em uma gruta obscura. Como pode ser isto? Paulo diz que “Jesus a si mesmo se humilhou” (Fp. 2). Tal ato nos deixa extasiados, perplexos, deslumbrados com Ele. Gruta e não palácio.
b) Desafiante: Este fato é para nós um desafio imenso, pois o desejo de ostentação, glória, riqueza e poder estão arraigados em nossa natureza humana. A mensagem da gruta é oposta à atual mensagem de ufania e triunfalismo capitalista travestida de mensagem evangélica; à proposta de sucesso e vanglória terrenais maquilada de palavra positiva de fé cristã. Simplicidade é o desafio. Gruta e não palácio.
c) Estimulante: Como não ser impactado, desafiado e estimulado por tal exemplo? As pessoas (mundo) não querem tanto ouvir sobre o Natal, querem ver em nós a verdade do Natal com sua mística, piedade, humildade e simplicidade. Gruta e não palácio.

Cada vez se torna mais difícil entendermos que o Natal é muito mais gruta que palácio. Misericórdia Senhor. Feliz Natal.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de dezembro de 2016

O NATAL QUE NÃO CHEGOU

ANO LXXIV - Domingo, 18 de dezembro de 2016 - Nº 3712

O NATAL QUE NÃO CHEGOU

Com o pouco de criança que ainda me resta
Continuo sonhando com um Natal sem festa,
Sem estrela, sem Velhinho, sem presente...
Sonho com um Natal - de -ano - inteiro,
Sem sorriso medido, em palavras vazias,
Sem cartões impressos com frases frias,
Sem data marcada e sem formalidades.
Mas um Natal em que Cristo nasça todo o dia,
Simples, meigo, humilde, sem fantasia...
Mas de amor autêntico - traço de união -
Que se expressa, generoso, ao dividir o pão!

Continua o tempo passando
E um novo Natal vai chegando
Sem muito amor. Pouca paz. Pouca compreensão...
Mas CRISTO NASCEU e, um dia, estou certa,
Sua Mensagem há de brotar completa,
Explodindo em amor, sem formalidade!
Igualando, com justiça, toda a humanidade!
Boas-novas de perdão, ecoando com doçura,
Em clarinada celeste: "GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS,
PAZ NA TERRA - BOA VONTADE" ...
Entre os homens a quem Ele quer bem!

Olga Gomes de Deus

domingo, 11 de dezembro de 2016

ARBITRAGEM OU ARBITRARIEDADE?

ANO LXXIV - Domingo, 11 de dezembro de 2016 - Nº 3711

ARBITRAGEM OU ARBITRARIEDADE?
“Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos” (Jó 9:33).

Árbitro e arbitrário têm a mesma raiz e seu sentido pode ser confundido muitas vezes. O árbitro medeia o conflito visando solucionar as diferenças e trazer a paz, exercitando a arbitragem; enquanto o arbitrário é aquele indivíduo que desconhece diretrizes de respeito aos outros e, de forma truculenta e impositiva, determina sua vontade sem considerar aspectos ligados à justiça e ao direito, exercendo a arbitrariedade. Nossas expectativas se voltam para os árbitros, mas nossa rejeição aos arbitrários é grande e justificada. Qual destes mais encontramos em nossa sociedade?

Deus, muitas vezes, é visto como sendo arbitrário. O que não corresponde à verdade, uma vez que Ele não age desconsiderando a justiça, o direito, a verdade e valores que fazem parte de nossa estrutura de virtudes. Deus, ao contrário de arbitrário, é árbitro justo, imparcial e fidelíssimo, sem cometer injustiça ou violação à integridade das pessoas e é no próprio livro de Jó que encontramos tal afirmativa: “Quanto menos àquele que não faz acepção das pessoas dos príncipes, nem estima ao rico mais que ao pobre” (34:19). Deus mesmo exige e requer dos árbitros: “Não farás injustiça no juízo: nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande: com justiça julgarás o teu próximo” (Lv. 19:15). Ele que exige justiça e não arbitrariedade, não poderia ser, é claro, arbitrário. Lição aos nossos legisladores e julgadores.

Ao analisarmos a declaração de Jó ficamos admirados com sua frustração, não havia árbitro entre ele (Jó) e o Deus soberano Iavé. Seu lamento é profundo e inquietante. Porém, ao conhecermos a graça e o amor profundos de Deus revelados em Cristo, entendemos que possuímos agora este árbitro (mediador) que tem as mãos colocadas nos nossos ombros e nos “ombros” de Deus. Jesus Cristo é o nosso Salvador, sendo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, faz esta ponte ou ligação como mediador entre Deus e nós. Bendito seja o Senhor por tão grande manifestação de graça, misericórdia e justiça. Diferentemente de Jó, que de forma plangente lamentou não haver árbitro, nós alçamos nossas vozes com louvor e adoração proclamando que temos mediador entre Deus e nós, Jesus Cristo, homem. (I Tm. 2:5). Aleluia!

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de dezembro de 2016

MAIS UMA VEZ; VERGONHA.

ANO LXXIV - Domingo, 04 de dezembro de 2016 - Nº 3710

MAIS UMA VEZ; VERGONHA.

Há vários assuntos que, no momento, poderiam ser alvo para meu texto no boletim. A morte do ditador cubano (líder?), o trágico acidente envolvendo profissionais do futebol (jogadores do time de Chapecó, jornalistas, comentaristas e outros), a votação da “PEC dos gastos” e distúrbios de rua em Brasília. Mas, ficarei com a vergonhosa demonstração de legislação em interesse próprio patrocinada, mais uma vez, pelos deputados federais ao lesionar, mutilar, desfigurar, descaracterizar e distorcer uma proposta de lei nascida do anseio popular com mais de 2 milhões de assinaturas e que atingiria, em cheio, esta súcia de indivíduos, que se veem como intocáveis e inimputáveis pelo fato de serem “suas excelências”.

Mais uma vez vergonha para nós, população brasileira que já vai tendo seu nível de tolerância esgotado contra esta classe cada vez mais desqualificada de políticos corruptos e corruptores, que enchem nossas casas legislativas. Se tal fato é vergonha para nós, é falta de vergonha para eles ao fazerem o que fazem e o que fizeram. A capacidade destes indivíduos de produzir artifícios a seu favor é impressionante e imoral a habilidade (desfaçatez, falta de vergonha, descaramento) de reverter uma legislação moralizadora contra a corrupção em elemento de favorecimento a eles próprios, impondo dificuldades, embaraços e punições aos agentes investigadores e judiciários, com previsão de condenação para os mesmos em tentativa clara (lembremo-nos das “mãos limpas” na Itália) de inibir, coibir, barrar e extinguir as investigações em curso na operação chamada “Lava Jato”. Vergonha para nós e absoluta falta de vergonha para “suas excelências”.

Como cidadãos, como cristãos (individualmente) e como Igreja (comunitariamente) não podemos ficar calados, parados e inativos. A observância de Romanos 13 em relação às autoridades implica, também, na observância à Autoridade quando as autoridades não cumprem sua função. O Senhor Jesus chamou Herodes de “raposa” (Lc.13:32) usando um termo nada gentil ou lisonjeiro, mas indicando a natureza daquele governante, sua astúcia e rapina. A resistência pacífica é marca do cristão e devemos, como servos do Senhor, orar e agir para que os valores do Reino de Deus sejam manifestos e vivenciados em nossa terra amada..

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 27 de novembro de 2016

ABUSO DE AUTORIDADE

ANO LXXIV - Domingo, 27 de novembro de 2016 - Nº 3709

ABUSO DE AUTORIDADE

Penso que se houvesse uma pesquisa abrangente e séria sobre o tema “abuso de autoridade”, a resposta da maioria haveria de ser em desfavor de tal prática, ou seja, as pessoas não admitem que haja “abuso”, exagero ou excesso no exercício da autoridade, ultrapassando os limites da lei, do direito e da justiça, subtraindo direitos do cidadão ou desconsiderando sua condição de amparo sob o manto da lei. O abuso de autoridade, em qualquer esfera ou área, deve ser, em princípio, rejeitado ou rechaçado por colocar em risco a estrutura básica do direito do cidadão.

Tramita (em regime de urgência) no Senado Federal projeto sobre abuso de autoridade. Tal projeto foi proposto pelo presidente daquela Casa Legislativa, tendo como foco penalização criminal e pecuniária dos agentes responsáveis por investigação e ou ação criminal (policiais, delegados, promotores e juízes) que agirem em desconformidade com a lei. No entanto, pelo que se vê, não se trata de interesse movido pelo fato de alguns cidadãos comuns estarem sendo atingidos pela suposta exorbitância e truculência das autoridades constituídas, parece ser por medo e temor de serem eles (legisladores) atingidos por investigações que lhes possam comprometer e levar a condenações, como temos visto acontecer com figuras de elevado escalão na esfera política e empresarial do país, coisa que seria inimaginável há algumas décadas atrás. Os resultados das investigações têm sido de grande valia e gerado uma aprovação clara por parte da sociedade, tendo em vista o propósito saneador nas instituições de nosso País. Além do mais, já existe previsão legal para a penalização em caso de “abuso de autoridade” comprovado, bem como a chamada “contaminação das provas”, acarretando risco de nulidade do processo se provas forem coligidas de forma contrária à determinação legal. O responsável pela proposta e sua “urgência” é alvo de sete investigações, podendo ser feito réu em uma ou mais delas. Não significa que seja culpado delas, mas parece ser algo ligado a interesse próprio. Como se diz: “não basta a mulher de César ser honesta, precisa, também, parecer honesta”.

Temos orado para que Deus mude a “face deste país” no sentido da honestidade, integridade e lisura. Estamos chegando a um ponto de saturação em relação a tantos escândalos de corrupção. Não nos omitamos neste processo, clamemos a Deus e, se necessário for, voltemos às ruas para fazer valer a voz da responsabilidade e da justiça.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 20 de novembro de 2016

A VOZ DO POVO E A VOZ DE DEUS

ANO LXXIV - Domingo, 20 de novembro de 2016 - Nº 3708

A voz do povo e a voz de Deus

Nos anos 70, o Brasil possuía 5% da sua população evangélica, em 2000 esse percentual atingiu 15,4%, diante disso, o IBGE estima que até 2030 os evangélicos atingirão a marca de 51% da população sendo, portanto, maioria em nosso país.

Juntamente com esses dados e estimativas, surgem perguntas que são profundamente inquietantes, por exemplo: “E o número de homicídios?”, “E o número de adultérios, divórcios, abortos?”, “E os números da corrupção?” E tantas outras perguntas que revelam mais verdade sobre o nosso país do que a estimativa do IBGE.

Mas qual o link desses dois assuntos? Bom, simplesmente pelo fato de que Jesus nos disse para sermos Sal e Luz do mundo, e que sendo essa a missão de todo discípulo e discípula de Cristo neste mundo, só nos resta a triste realidade de que esses números são uma grande falácia. Por parte de quem? Certamente não do IBGE, ele apenas registra as informações que recebe. Então de quem? Bom, tendo em vista a realidade do contexto evangélico nacional, nota-se um empobrecimento obsceno no ensino das Escrituras, por parte dos líderes das maiores denominações neopentecostais do Brasil. Associado a isso, encontramos também uma ambição por prosperidade tão grande vinda desses membros que os ensinamentos de Jesus, quando não estão de acordo com as vias para a prosperidade, torna-se supérfluo. Para não atirar somente pedra no telhado do vizinho, o nosso também é de vidro, nesta semana prenderam Antony Garotinho, membro da Igreja Presbiteriana Luz do Mundo, Rio de Janeiro, anunciado em todas as mídias, que além de corrupto, era também presbiteriano.

De um lado, líderes gananciosos, de outro membros voltados para seus próprios interesses, de outro lado ainda, um mundo carente de sabor e luz. Um dia seremos maioria, um dia alcançaremos o título de nação evangélica, mas se Jesus não for o Senhor em cada coração, somente o IBGE identificará isso. Termino esse artigo, com uma frase dita por um pensador Cristão, quando meditava sobre esse assunto, “Que Deus nos livre de uma nação evangélica”, acrescento “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”.

Rev. Gustavo Bacha

domingo, 13 de novembro de 2016

COISA BOA

ANO LXXIV - Domingo, 13 de novembro de 2016 - Nº 3707

COISA BOA

... Abias... se achou nele coisa boa para com o Senhor...” ( I Reis 14: 13)

O texto acima faz referência a Abias filho de Jeroboão, rei de Israel. Não deve ser confundido com Abias filho de Roboão- rei de Judá (15: 1). É destaque o que se diz sobre esse filho de Jeroboão ressaltando haver sido achada nele “coisa boa para com o Senhor”. É interessante que se trata de um menino e que adoecera, vindo a morrer de tal enfermidade (14:1), mas, de alguma forma, este menino foi o único da casa de Jeroboão a ser enterrado, pois os demais foram devorados pelos cães ou aves (11). Jeroboão foi um rei idólatra em Israel e conduziu o povo ao pecado, perversão e idolatria. No entanto, surpreendentemente, houve no coração de seu filho Abias “coisa boa para com o Senhor”.

O nome dele (ainda que tal fato não seja determinante de expressão de vida) tem significativa importância, pois o sentido é “Iavé é pai”, isto é, Deus é pai. Claro que não foi apenas algo do nome o elemento a lhe dar este destaque nas Escrituras e se “achar nele coisa boa”, nem tampouco o privilégio de ser honrado com sepultura digna. Seu pai, como disse, era idólatra e sua mãe (egípcia) era, igualmente, pessoa que não tinha vínculo com o Senhor. Como foi então que tal fato se tornou presente na vida de Abias? É um mistério sem indicação clara na Bíblia com relação à sua solução. No entanto, podemos admitir duas possibilidades: a primeira poderia se cogitar que fosse um bebê e, como tal, salvo pela graça de Deus na Pessoa de Cristo, a qual nos livrou de toda condenação gerada pelo pecado de Adão, portanto, a “coisa boa” seria a graça redentora em seu coração; a segunda poderia ser o fato de haver sido instruído sobre a genuína e verdadeira fé em Iavé, levando-o, mesmo sendo menino, a entregar-se a Ele e tê-lo como seu Senhor. Caso a hipótese verdadeira seja a segunda, a pergunta é como isso teria acontecido sendo o pai e a mãe idólatras? A resposta estaria na influência recebida de uma criada ou algum instrutor temente a Deus. Neste caso podemos perceber a importância da influência nossa sobre os meninos e meninas em sua formação. Pais, mães, professores de criança da EBD, plantonistas do berçário, participantes dos “cultos infantis”, empregadas domésticas e ou professores (as) vejam que coisa maravilhosa (mas que responsabilidade) a possibilidade de ser instrumento de salvação de uma criança (menino ou menina), levando-o a conhecer a Deus e fazendo com que possa haver em seu coração “coisa boa para com o Senhor”. Creia, invista, ore e clame por aqueles que você tem podido orientar, educar, criar ou instruir, a fim de que Deus realize a obra de salvação na vida deles.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 6 de novembro de 2016

AS COISAS IAM MAL

ANO LXXIV - Domingo, 06 de novembro de 2016 - Nº 3706

AS COISAS IAM MAL

“[...] lhe chamou Berias, porque as coisas iam mal na sua casa” (I Cr.7:23).

Temos, em nosso texto transcrito acima, um péssimo exemplo em relação à escolha de nomes para os filhos. O nome é derivado da palavra cujo sentido é, de fato, indicativa de que “iam mal”. Temos a informação (versos anteriores) de que circunstâncias muito difíceis haviam atingido a vida daquela família, ou seja, dois filhos haviam sido mortos quando do roubo de gado da família. Sem dúvida que esta tragédia e expressão da cobiça e violência humanas são terríveis e traumatizantes, mas, não se justifica que certo filho tenha, ao longo da vida, de sustentar pecha tão terrível, como um marco de lembrança de desgraça e amargor. Faltou sensatez àquele pai ao dar tal nome a seu filho.

Além deste aspecto ligado à escolha infeliz do nome para o filho, devemos atentar para o aspecto existencial ligado à situação daquela casa. Parece ser algo a refletir a condição de muitos lares, mesmo em nosso contexto e ambiente cristão. As coisas vão mal dentro de casa. Os relacionamentos estão se quebrando ou se tornando sem sentido e com pouca profundidade. A solidariedade e companheirismo vão desaparecendo, as rusgas, desconfianças, infidelidades, maus tratos, entre outras tantas maneiras de agir se tornam mais e mais comuns no seio da família, fazendo-nos exclamar: as coisas vão indo mal dentro de casa.

É preciso e necessário que despertemos para a urgência de ajustarmos as coisas dentro de nossa casa, não só para evitar que venham a “ficar ruins”, mas para poderem ser recuperadas e restauradas caso estejam nesta condição infeliz. A família, o lar, a casa estão sob ataque ferrenho das forças de destruição dos princípios e ensinos bíblicos. Muitos estão sucumbindo por negligência, apatia e falta de vida e firmeza em Cristo. As brechas e oportunidades estão sendo dadas aos inimigos de nossas vidas e de nossas famílias e eles não descansam, nem se acomodam no seu propósito danoso e destrutivo de ver “as coisas irem mal” em nosso lar. Postemo-nos com dependência de Deus, firmeza nos princípios de Sua Palavra e amor por Sua Cruz e colhamos com alegria a bênção de dizer: “as coisas vão bem em minha casa”. Amém.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 30 de outubro de 2016

VENDERAM-SE

ANO LXXIV - Domingo, 30 de outubro de 2016 - Nº 3705

VENDERAM-SE

“[...] e venderam-se para fazer o que era mau perante o Senhor [...]” 2 Reis
17:17

A situação de Judá (Reino do Sul) e de Israel (Reino do Norte) era deplorável e calamitosa, ensejando o registro que temos acima, expondo a condição de apodrecimento e decadência reinante entre aqueles reinos herdeiros de Abraão, Isaque e Jacó. A decomposição de costumes e as práticas religiosas chegaram a tal ponto de se igualarem aos países vizinhos em suas condutas mais vis e baixas com relação à ética social e expressão religiosa (versículos 16 e 17). O conhecimento acerca de Deus e de seus preceitos existia, mas a prática era idólatra, desumana e repulsiva.

O registro deixa claro que muitos dentre o povo (maioria esmagadora) “venderam-se”. Não se trata de haverem sido conquistados ou dominados por outros povos, feitos escravos e, então, vendidos. O texto afirma ter sido uma atitude livre em venderem-se, ou seja, negociaram (por algum preço) o que seria inegociável. Claro fica que ao “venderem-se” havia quem os “comprasse”. Óbvio que sempre haverá aqueles que estão interessados em comprar, pois só pode haver corrompido se houver corruptor. Se eles “se venderam” é porque havia quem os comprasse. A existência destas duas categorias de pessoa demonstra (mesmo entre os que conhecem os preceitos de Deus) que o ser humano pode descer a profundezas abissais na sua expressão de corrupção.

Não é incomum vermos e ou ouvirmos em nossos informativos a prática de compra e venda de muitos artigos, artigos estes não postos nas prateleiras das lojas, mas elementos ligados à moral, à ética, à honradez e à integridade. Homens e mulheres em altas posições e destacados encargos que “se vendem para fazer o que é mau”, não se envergonham de negociarem seu nome e seu caráter, vendendo-se (e à sua alma) para ganhar algum benefício ou projeção. Nosso universo político está eivado e inundado por estes que “compram e vendem a moral da Nação”.

Como cristãos devemos nos posicionar com firmeza e destemor, não “nos vendendo” para usufruirmos de algum prestígio ou projeção entre os chamados “poderosos deste mundo”. O assédio é imenso, a investida é ferrenha e as propostas sedutoras para nos comprarem e ou para que “nos vendamos”. Não cedamos, não arrefeçamos, mas permaneçamos firmados em Cristo Jesus e nos valores do reino de Deus, pois “que vale ganhar o mundo todo e perder a própria alma?” Grande desafio.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de outubro de 2016

CHAGAS DO CORAÇÃO

ANO LXXIV - Domingo, 23 de outubro de 2016 - Nº 3704

CHAGAS DO CORAÇÃO
“[...] conhecendo cada um a chaga do seu coração [...]”

O rei Salomão ao consagrar o templo por ele construído, em sua oração de dedicação, fez a declaração que temos acima. A afirmação está ligada ao exercício da oração que as pessoas fariam ao Senhor na vinculação com aquele lugar de adoração, ou seja, o templo de Jerusalém. As pessoas orariam e suplicariam com mãos voltadas para aquele lugar, tendo ciência das chagas existentes em seus corações.

Chaga nada mais é que uma ferida aberta. Um ferimento costumeiramente profundo e não cicatrizado em processo de sangramento e acompanhado de dor. Não é um quadro muito alentador pensarmos em um coração chagado. Não se trata de ter mal de chagas no coração, mas de seu coração estar tomado por algum (alguns) tipo (s) de ferimento (s) que se mantém aberto, trazendo-lhe profunda dor e aflitivo sofrimento de alma e de corpo. Torna-se, muitas vezes, difícil avaliar quais sejam as chagas piores; as do corpo ou as do coração.

As chagas devem ser tratadas com o propósito de serem curadas, levando ao término do sofrimento, dor e aflição. Não é natural que desejemos ver a permanência das chagas abertas e nunca curadas. O rei Salomão fala de “cada um conhecer” sua chaga, ou seja, admitir a existência dela, não querer ocultar ou esconder, mas com coragem e humildade reconhecê-la, admiti-la e buscar sua cura.

Há muitos medicamentos para tratar as chagas físicas trazendo a cura e cicatrização. Para a chaga do coração o remédio é a graça de Deus. A ferida aí existente seja a perda de alguém, o desemprego, a queda moral ou a mágoa contra alguém (inclusive Deus), só terá a cura quando houver aplicação do remédio divino. Não feche seu coração ferido e machucado (a chaga só irá piorar). Abra-o diante do Senhor, fazendo isso, como disse Salomão, em oração para receber o remédio e a cura da parte de Deus. A doença de Chagas que atinge o coração ainda não tem cura, mas a chaga de seu coração o Senhor Jesus pode curá-la. Louvado seja o Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de outubro de 2016

AMIGO DO REI

ANO LXXIV - Domingo, 16 de outubro de 2016 - Nº 3703

AMIGO DO REI
“[...] Zabude, filho de Natã, era ministro, amigo do rei [...]”. 1 Reis 4:5.

Lendo, mais uma vez, o livro dos Reis de Israel me deparei com esta expressão que tem caracterizado situação de possível favorecimento e apadrinhamento dentro das estruturas de governo. Pensei então comigo: A situação de favorecimento e inserção em cargos de mando nos governos não é coisa de nossos dias e nem apenas do Brasil, é coisa de longo tempo e de outros lugares; é algo enraizado no ser humano. Não é comum que um mandatário (rei, presidente, governador, etc) coloque um adversário ou inimigo para conduzir atividades em seu governo, embora Lincon tenha feito isto com sucesso, e Juscelino aqui no Brasil, ao construir Brasília, também o fez. Mas, o costumeiro é que tenhamos pessoas “amigas” em cargos de governo onde sejamos o mandatário.

A prática de se colocar “o amigo do rei” em cargos públicos não é, necessariamente, um mal, ou algo reprovável. O grande problema é que tal situação, em muitas das vezes, desconsidera o critério da competência e capacidade, alçando alguém a cargos de comando e chefia apenas pelo fato de ser “amigo do rei”. Claro que o resultado é previsível e com prejuízos sérios ao desenvolvimento e progresso, além de riscos sérios e reais quanto ao abuso do poder e dilapidação da coisa pública, incluindo o erário. No contexto da administração pública esta filosofia do “amigo do rei” pode ser uma tragédia.

No entanto, é renovador pensarmos no fato de que nos tornamos “amigos do Rei”, por graça DEle mesmo. É o que Jesus nos fala: “Já não vos chamo servos [...] mas tenho-vos chamado amigos...” (João 15:15), apontando o fato de nos valorizar sobremaneira por seu amor e bondade. Não somos apenas servos, mas, amigos. Que privilégio. Devemos, porém, entender que tal fato não nos pode levar a agirmos pensando estarmos (devido a tal amizade) livres para fazermos o que quisermos, e se houver “problemas” é só dizermos: “sou amigo do Rei”. Jesus nos afirma: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15:14), portanto, fica claro que o sermos “amigo do Rei” está jungido ao fato de fazermos aquilo que Ele nos tem ordenado. Nossa conduta, assim, será eticamente irrepreensível e nosso testemunho digno do Rei de quem temos o privilégio de sermos chamados amigos. Honremos tal amizade com nossa vida e testemunho.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 9 de outubro de 2016

CRIANÇAS E TRAGÉDIAS

ANO LXXIV - Domingo, 09 de outubro de 2016 - Nº 3702

CRIANÇAS E TRAGÉDIAS

Gostaria de fazer referência apenas aos aspectos positivos e bons de países desenvolvidos e com altíssimo grau de cuidado com crianças como a Dinamarca, Noruega, Suíça, Suécia entre outros, onde as crianças têm educação (escola), saúde, alimentação, saneamento básico, ente outros benefícios. Mas, a tragédia é maior que a virtude neste contexto, pois a miséria, pobreza e exploração são mais fortes que os cuidados, como podemos ver em países da África, Ásia, América e alguns na Europa, países nos quais as crianças são relegadas a situação de abandono e miséria quase ou mesmo de miséria absoluta, com as formas mais vis e abjetas de exploração.

Dia das crianças deve ser de reflexão com relação à situação de nossas crianças no Brasil. Claro que as nossas (nosso contexto imediato) são privilegiadas e abençoadas, tendo e desfrutando de uma condição de boa educação, assistência médica, saneamento, alimentação e acompanhamento espiritual. Refiro-me a alguns milhares de milhares (em todas as regiões do Brasil) no campo e na cidade que vão padecendo sem assistência ou cuidado, número avassalador morrendo de desnutrição (fome), por doenças motivadas pela falta de saneamento básico e cuidado mínimo, perdendo a vida e sua dignidade devido à falta de formação e instrução, ou sendo destruídas e levadas à prostituição por fruto de abuso sexual perpetrado por adultos destituídos de decência, escrúpulo e senso de humanidade.

Conformarmo-nos com tal quadro é algo inadmissível e impensável a nós como Igreja de Cristo. Dar apoio a instituições como a APEC na evangelização e salvação das crianças é importante e muito relevante, mas, também, incentivarmos e sermos agentes de cooperação na estruturação de instituições promovedoras do cuidado das crianças; sermos agentes de pressão e cobrança dos poderes estatais na responsabilidade de promoção do bem estar das crianças com investimentos necessários e suficientes na formação delas, para diminuir significativamente gastos com adultos delinquentes, marginais, doentes ou prejudicados permanentemente pela subnutrição. Investirmos mais na educação, para não serem necessárias tantas "bolsas famílias". Enfim, Dia das Crianças; graças a Deus por nossos filhos abençoados e bem cuidados, mas não podemos fechar os olhos e as mãos aos que estão à míngua. Misericórdia de nós Senhor!

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de outubro de 2016

SOCIEDADE CAÓTICA

ANO LXXIV - Domingo, 02 de outubro de 2016 - Nº 3701

Sociedade Caótica

Em muitos aspectos poder-se-ia aplicar o título desta matéria ao contexto de nossa sociedade ocidental "pós-moderna". Se pensarmos no ambiente das manobras políticas, nos aspectos de desenvolvimento sem sustentabilidade e ou controle adequados, no avanço da violência urbana por meio de uso de ações terroristas em grupo ou por agentes solitários, ou aumento da violência por questões sociais e econômicas. Mas, penso que o aspecto mais evidente de tal caos e confusão se instala na esfera da ética ligada à família e ao casamento.

Neste sentido fiquei pasmo com notícia veiculada esta semana de ocorrência no Equador. Um casal de "transgêneros" (não transexuais) que vive junto por mais de um ano, acabou de ter um filho, e isto por via normal, ou seja, sem necessidade de inseminação artificial, "barriga de aluguel" ou algo do gênero. O caso é o seguinte: João (nome fictício) nasceu homem, mas assumiu a condição feminina e se tornou Joana; Maria (nome fictício) nasceu mulher, mas assumiu a condição masculina e se tornou Mário. Puderam casar-se já que são homem e mulher e a lei permite (óbvio) o casamento de pessoas de sexos diferentes. Ocorre que desejaram ter filho e então aconteceu que Mário (nascido Maria) ficou "grávido" de Joana (nascido João). Assim, quem deu à luz foi o "pai", que fora "engravidado" pela sua "esposa".

Conviver com tais situações será, infelizmente, cada vez mais comum em nosso contexto. Como Igreja, Corpo de Cristo, teremos que nos posicionar para responder às questões levantadas neste ambiente e conjuntura. Veja que são homem e mulher e casados. Situações inimagináveis há poucos anos passados, mas que agora se tornam parte de nosso dia-a-dia em nosso meio ocidental e "cristão". Nós (na casa dos 60 ou mais) estamos vendo o início de algo com o qual nossos filhos e netos terão que conviver e suportar. Talvez, para eles, venha a se tornar corriqueiro, normal e comum e não causar qualquer dificuldade e embaraço, o que será muito triste para nós. Já se disse que nos preocupávamos com que planeta deixaríamos a nossos filhos, mas agora preocupamo-nos com que filhos deixaremos para este planeta. "Sal da terra e luz do mundo" o desafio continua cada vez mais intenso e extenso para nós Igreja de Cristo.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 25 de setembro de 2016

MUDANÇAS

ANO LXXIV - Domingo, 25 de setembro de 2016 - Nº 3700

Mudanças
 
"Ele converteu rios em desertos, e mananciais em terra seca [...] Converteu o deserto em lençóis de água, e a terra seca em mananciais" (Salmo 107: 33 e 35).

Os textos acima transcritos, presentes no mesmo salmo, são chocantes para nós e nos trazem uma sensação de insatisfação, pois revelam um aspecto com o qual não gostamos de nos deparar, ou seja, a mudança que implica em desassossego, incômodo, dificuldade e sofrimento. Claro que nos alegramos e nos regozijamos com o fato de Deus transformar nossos desertos em rios e a terra seca e árida em mananciais de águas cristalinas e abundantes - figura linda. Mas, ao nos depararmos com a situação ao inverso torna-se difícil assimilar tal circunstância, ou seja, o rio feito deserto e o manancial tornado terra seca. Há, inclusive, os que firmemente negam o fato de que o Senhor faça isso, insistindo que tal atitude não se conforma com o caráter gracioso de Deus e que mudanças desta ordem não têm nada com o agir do Senhor.

A vida não é só deserto (graças a Deus), nem tampouco apenas manancial. Ambos se mesclam e os temos alternadamente em nosso viver. Louvado seja Deus porque a maioria de nós tem muito mais tempo de manancial que de deserto, mas o problema é que o deserto nos afeta muito mais, posto que
a restrição, a privação e a tribulação nos angustiam, fazendo os desertos se tornarem tempo e espaço quase infinitos, inacabáveis em nosso modo de ver.

A tortura do deserto (mesmo que por tempo menor que o dos mananciais) é sufocante e nos leva a esquecer do privilégio que vivenciamos desfrutando dos rios, nascentes e fontes em nosso viver. Oramos no deserto para Deus convertê-lo em manancial e Ele, por graça e bondade, o faz. Mas, devemos estar atentos para o fato de que Ele poderá, por vontade DEle, mudar nossos suaves e tranquilos regatos em terra seca. Por quê? Pergunta inquietante. Nem sempre haverá resposta em nós e conosco para ela. Precisamos apenas ter consciência de que mudanças, de uma forma ou de outra, estão sob a condução de nosso Senhor. Difícil, mas verdade.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de setembro de 2016

OCIDENTE CRISTÃO?

ANO LXXIV - Domingo, 18 de setembro de 2016 - Nº 3699

OCIDENTE CRISTÃO?

A pergunta acima é inquietante e instigadora. Houve, há e haverá, de fato, um ocidente cristão, ou uma “sociedade ocidental cristã”? Que o ocidente conviveu e convive com a presença e, posteriormente, com a influência da religião cristã desde o final do século I é inegável, mas houve algum tempo que de forma efetiva os valores, princípios e expressão da fé cristã estiveram presentes na civilização ocidental? Esta questão me parece tornar-se mais aguda em nossos dias em vários segmentos e esferas da vida humana em sociedade. O distanciamento de tais valores e propostas cristãs vai se acentuando, ainda que, em aparente contradição, se possa indicar aumento em certo tipo de “espiritualidade”.

Uma das áreas mais afetadas é a esfera da família e do casamento. Já não me refiro às formas ou modos de convivência íntima fora dos padrões bíblicos do matrimônio, assunto “empoeirado” e de agenda ultrapassada e vencida na visão de tantos que, embora sustentem certa espiritualidade até no âmbito das igrejas, não pautam a conduta pela diretriz bíblica. Refiro-me às questões de modelos de família que vão surgindo e se “impondo” a nós como não ultrajantes aos aspectos da mínima dimensão do compromisso e engajamento cristão bíblico. Cito, para exemplificar, a situação em que uma mãe, “ofereceu-se para gestar um filho para seu filho”, sendo que a fecundação fora feita com sêmen do filho e óvulo de outra mulher, pois o filho queira muito ter um filho. A questão seria até mais compreensível, embora muito complexa, caso houvesse algum problema de ordem física ou genética. No entanto, o motivo de tal “barriga de empréstimo” deu-se por ser o filho “casado” com outro indivíduo do sexo masculino e, obviamente, não poderiam gerar filhos pela ordem própria de Deus (ou da natureza se resolvermos excluir Deus da história). A criança é, portanto, filha da avó e neta da mãe; irmã do pai e filha do irmão, sendo criada pelo pai-irmão, tendo dois pais, ou “uma mãe” que é homem também. Alguém diz: Agora é difícil, mas daqui a pouco se torna comum. Aí está o problema. Assim como outras situações contrárias às orientações postas nas Escrituras Sagradas cristãs que “se tornaram comuns” em nossa “sociedade cristã ocidental”, estas envolvendo a família e o lar tendem a tornar-se cada vez mais distantes do cristianismo bíblico, embora se queira continuar afirmando que vivemos em “uma sociedade cristã ocidental”.

O desafio é sempre imenso à Igreja, para que a Igreja seja, de fato e de verdade, Igreja, e não apenas um ajuntamento de pessoas socialmente bem ajustadas aos costumes presentes do momento política e socialmente corretas.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 11 de setembro de 2016

DURA LEX, SED LEX

ANO LXXIV - Domingo, 11 de setembro de 2016 - Nº 3698

“Dura lex, sed lex”

A expressão acima é de origem latina e seu sentido (tradução) é: “a lei é dura, mas é a lei”. Ela remonta aos dias antigos de Roma quando da introdução das leis escritas (codificadas), substituindo a tradição oral, que gerava uma série de mudanças em sua transmissão, colaborando para interesses pessoais ou oligárquicos (de grupo), ora flexibilizando, ora restringindo. Com a escrita a lei se tornou “dura” e a mesma, não importando para quem. Esta era a ideia. A realidade; bem, esta dependeria da interpretação dos juristas. Pobre lei, pobre povo, pobre Roma.

Este é o problema com relação a um determinado texto, inclusive o texto legal: sua interpretação. Sou partidário de que o texto tem apenas um sentido, ou seja, aquele que o autor lhe quis dar. Caso o autor tenha desejado que o texto tivesse duplo sentido, esse é o sentido que lhe quis dar e só este é correto. Vimos, na semana passada, que a lei pode não ser tão dura assim quando se deseja, se quer ou se tem interesse menor não digno de ser apontado, fazendo-se travestir de misericórdia ou compaixão (“é a Constituição, mas não podemos ser mau”) como se expressou o presidente do Senado Federal (deveria escrever com letra minúscula) e contar “argumento” admitido e conduzido pelo presidente da sessão e presidente da Corte Judiciária Maior da República. Não entro no mérito se houve crime, se deveria haver punição e coisas do gênero, mas apenas digo que ao se aplicar a lei, não se pode desconsiderar o que ela diz.

Na esfera espiritual temos a Lei de Deus (não apenas o Decálogo) expressa nas Escrituras Sagradas do Velho e do Novo Testamentos e que está sujeita (nesta dimensão terrena) às interpretações humanas, dando azo ao surgimento de diferentes entendimentos sobre algum texto. Mas, o seu Autor é quem dará a interpretação final da Lei que ELE estabeleceu e, em relação a isso, não haverá interpretação tendenciosa com malabarismos e peripécias hermenêuticas: pecou; está condenado. Simples. Não houve, não há e não haverá quem não peque, daí o veredito, todos estão sob condenação. Não adianta tentar interpretação flexível, extensiva, analógica ou algo do gênero. O único modo de livrar-se da aplicação desta Lei é recebendo a Cristo como seu Salvador e Senhor, confiando apenas NELE para sua redenção. Receba a Cristo pela fé como seu Redentor, se entregue a ELE e tenha certeza do livramento da condenação. Do contrário saiba que com Deus, de fato, “dura lex, sed lex”.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de setembro de 2016

IMORAIS, LOUCOS E BURROS

ANO LXXIV - Domingo, 04 de setembro de 2016 - Nº 3697

IMORAIS, LOUCOS E BURROS

Mais uma vez pudemos assistir as manifestações de nossos nobres legisladores e integrantes de nossas Casas Legislativas mais altas. Claro que tais casas devem refletir, em uma democracia, a própria população, daí vermos alguns (muitos) não terem capacidade mínima de expressão e fala. Cometem erros (mesmo lendo) grosseiros em relação ao vernáculo, assassinando nosso já “surrado português”. O presidente da sessão de julgamento teve o seu nome assinalado em variações múltiplas, pois seria muito exigir de alguns que ali estão, pronunciarem tal nome corretamente. Mas, isso é o reflexo, ali posto, de nossa população.

Problemas bem mais sérios e graves do que o deslize e incompetência em relação à língua materna, são as afirmações dos mesmos legisladores (senadores da República) sobre eles próprios e aquela casa legislativa maior (“câmara alta”).

Certa senadora no afã de defender a ré no processo em tela, afirmou que aquela “casa” não tinha moral para julgar a acusada. Reiterou e insistiu nesta tese de incapacidade moral ao dizer que “ninguém ali tinha moral” para julgar, depois amenizou e falou em “metade” dos que ali estão. Trata-se da autocondenação, ou seja, afirmação que atinge seus pares e a ela mesma. Casa sem moral.

O presidente do Senado, no afã de socorrer o presidente da sessão, diz estar consternado e lamenta que o presidente do STF (ali presidindo a sessão) esteja “a presidir o julgamento em um hospício”. Assim, o presidente do Senado adjetiva-se e aos seus pares de loucos, posto que quem se encontra internado em um hospício (manicômio) é doente mental, insano, demente ou, de fato, louco. O mesmo senador encerra sua fala dizendo que “a burrice (ali) é infinita”. Como não indicou em relação a quem se aplicava, pode-se admitir que a todos. Assim, percebemos que eles acabam por verem-se (afirmaram isso) como imorais (ou amorais), loucos e burros. Triste quadro.

O que resta a nós cidadãos desta República e cristãos? Orar e interceder por nossa Pátria como ensinado nas Escrituras; participar com consciência dos aspectos ligados à vida política de nosso País; votar com zelo (ou não votar) buscando verificar a honradez, integridade e competência do (a) candidato (a); agir de tal modo que por nossa atitude as coisas sejam levadas à mudança em nossa Terra. O Senhor nos abençoe e que “feliz seja esta nação cujo Deus seja o Senhor”.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 28 de agosto de 2016

JULGAMENTO

ANO LXXIV - Domingo, 28 de agosto de 2016 - Nº 3696

JULGAMENTO

Esta semana se torna decisiva na vida política recente de nosso País. Trata-se do julgamento da presidente afastada em relação ao seu “impedimento”, julgamento este desenvolvido no Senado Federal e presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Trata-se de um julgamento de caráter político, implicando aspectos jurídicos, administrativos e constitucionais em seu teor e condução. Os delitos a ela atribuídos poderão ou não gerar sua condenação, de acordo com os votos dos senadores presentes àquela sessão. O direito de defesa foi preservado e exercido sem restrições ou cerceamentos, ensejando a exposição de todos os argumentos a favor da presidente na tentativa de provar sua inocência.

A Bíblia nos fala de muitos julgamentos, inclusive aquele em que foi réu o Senhor Jesus. Mas, entre todos aqueles apontados nas Escrituras nenhum se compara ao chamado “Julgamento Final”. Trata-se do último julgamento do qual teremos notícia, envolvendo não alguns ou muitos, mas todos os seres humanos de todos os tempos. O comparecimento será inevitável, as acusações serão trazidas à luz e serão mais do que suficientes para gerar a sentença condenatória sobre todos os integrantes da raça humana, sem exceção. Haverá oportunidade de defesa. Aqueles que não têm advogado constituído poderão fazer sua defesa e tentarão provar, por suas obras, que não foram tão maus ou que não cometeram delito (pecado) algum. A sentença destes será de condenação, pois “não há nenhum justo, nenhum sequer” (Rm 3:10). Os que têm a Jesus Cristo como seu advogado (o Justo) serão por Ele defendidos não com palavras para indicar que sejam bons ou inocentes, mas para dizer que Ele mesmo (Jesus) pagou a pena, tendo morrido a merecida morte em lugar de seus “representados”. A sentença não será de inocência, mas de justificados, ou seja, embora sejamos pecadores e tenhamos pecado, fomos preservados (salvos) pela imputação da justiça de Cristo a nós, devido à graça do Pai, mas que com justiça puniu em Seu Filho os nossos pecados. Bendito amor, maravilhosa graça.

Neste tempo de julgamento político da presidente da República, devemos pensar sobre o Julgamento Final de todos nós. Como será o seu? Qual a sua sentença? Tenha a Jesus Cristo como Seu Advogado, recebendo-O como seu Salvador e Senhor, para que Ele o livre no dia do Juízo vindouro.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 21 de agosto de 2016

PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA

ANO LXXIV - Domingo, 21 de agosto de 2016 - Nº 3695

PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA.

Conhecemos bem os dizeres acima, integrantes que são do Hino Nacional Brasileiro. Teologia à parte, devido à expressão “idolatrada” (em seu sentido cúltico-religioso) ficamos apreensivos pelos aspectos vários em nosso panorama nacional. Claro que não deixamos de amar nossa pátria, não gostamos que outros falem mal sobre ela (embora possamos criticá-la acerbamente) e nos emocionamos ao ouvirmos o Hino Nacional (pelo menos em certas ocasiões). Parece, no entanto, que “o amor de muitos vai se esfriando”.

Estamos em um momento delicado e decisivo. Parece que a definição do destino da presidente afastada se configura inalterável, ou seja, seu impedimento definitivo. Tal medida poderá desencadear instabilidade, efervescência e ebulição social com protestos e outras manifestações. Outro aspecto é a proximidade das eleições municipais, onde a escolha de nossos legisladores e executivos municipais se fará necessária. Como cristãos somos chamados ao exercício da cidadania plena, mesmo que “não sejamos deste mundo”. Não podemos nos equivocar e nos imaginarmos seres apolíticos; não somos. Então é preciso envolvimento consciente e efetivo na estrutura social como agentes de mudanças para melhor. O voto maduro e com convicção sob séria análise é a melhor postura a se ter em meio a tão desalentadora situação no universo da política partidária, que vemos em nossa “pátria amada”.

A Igreja deve, também, exercer seu papel de “consciência do Estado”, reagindo às posturas de corrupção e que sejam contrárias aos ditames da fé e tradição cristãs. Além disso, é requerida da Igreja a prática da intercessão pelas autoridades constituídas e, por conseguinte, interceder pela Pátria, o que temos feito em nossas reuniões de oração e deveremos continuar fazendo, para a glória de Deus e bem de nosso País.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 14 de agosto de 2016

PATERNIDADE

ANO LXXIV - Domingo, 14 de agosto de 2016 - Nº 3694

PATERNIDADE

Neste domingo é celebrado, no Brasil, o dia dos pais, ensejando, mais uma vez, troca de presentes e expressões de carinho e afeto dos filhos para com seus genitores, mesmo que por direcionamento de caráter comercial. A importância de tal manifestação de carinho dos filhos pelos pais (masculino) é indiscutível e os pais devem encarar como privilégio ser alvo de tais demonstrações.

Na esfera da revelação bíblica é muito forte a expressão divina em termos da paternidade. Esta é uma das mais consagradas formas de revelação de Deus, ou seja, sua figura como pai. Isso aponta para aspectos culturais do Médio Oriente antigo vinculados à proteção, cuidado, provisão, sustento, aconchego, força, direção, entre outros. Esse fato nos coloca (a nós pais) como ligados a dois aspectos: privilégio e responsabilidade.

O aspecto do privilégio ocorre pelo fato de Deus se apresentar como pai, valorizando nossa figura, posição e papel. Sermos pais e termos o ser de Deus referido como figura paterna, nos torna grandemente honrados e dignificados. Mas, ao lado do privilégio caminha a responsabilidade. Assim, se é grande o privilégio de termos Deus apresentado como pai, não é menor nossa responsabilidade, posto que nossos filhos terão a percepção da paternidade divina na dimensão da paternidade humana manifesta por nós.

A pergunta, portanto, se faz imperativa: qual a concepção que seus filhos e filhas têm sobre o ser paternal de Deus, com base no referencial paterno que podem perceber em você? Podem eles e elas chamar a Deus, Pai, sem qualquer problema de associação inadequada e imprópria ligada à violência, descaso, indiferença, desinteresse, fraqueza ou exigência exacerbada e desmedida? Neste dia dos pais, sejamos nós pais que reflitam a "paternidade divina" e não sejamos impedimento a nossos filhos e filhas de terem a adequada percepção de Deus e poder chamá-LO, de fato, PAI.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 7 de agosto de 2016

MISSÕES

ANO LXXIV - Domingo, 07 de agosto de 2016 - Nº 3693

MISSÕES

O mês de agosto é, no seio da Igreja Presbiteriana do Brasil, dedicado de forma especial a missões, ou seja, alguma programação é sempre feita com foco especial nesta área da vida da Igreja. Às vezes se tem conferência missionária, busca-se trazer missionário para falar sobre o assunto, desenvolvem-se projetos de caráter missionário como viagens para campos previamente contatados, ou levantamento de oferta para tal fim. Enfim, o coração é despertado ou direcionado para o aspecto de missões pelo fato de sermos fruto de trabalho missionário.

Em 1859 chegou ao Brasil o missionário americano Ashbel Green Simonton com o propósito de proclamar o Evangelho de Cristo e estabelecer a Igreja Presbiteriana do Brasil. Deixou seu conforto e família para vir até aqui. Faleceu no Brasil poucos anos depois de sua chegada acometido pela febre amarela, já tendo perdido sua esposa por complicações no parto. Sua filha Helen sobreviveu e, mais tarde, é levada para os Estados Unidos onde viveu até seus últimos dias. Simonton deixou o exemplo e a Igreja plantada com presbitério, seminário e jornal, estímulo para todos nós até os dias de hoje como herdeiros e beneficiados por tal zelo e dedicação ao Senhor.

Neste mês teremos programações com ênfase em missões, contando com a visita de missionários, entre eles o Rev. Jânio Ciritelli (missionário na Espanha) e o Rev. Alcedir (missionário no Amazonas entre ribeirinhos e indígenas), compartilhando conosco suas experiências nos campos e desafiando-nos, como Igreja, a estarmos cada vez mais engajados neste ministério de levarmos a todos os povos a Boa Nova de Cristo, o Evangelho da Graça Redentora.

Graças a Deus por ser a IPVM uma Igreja de visão missionária e evangelizadora, plantando várias igrejas no Brasil e auxiliando a estruturação de outras fora de nosso território, fazendo com que o Reino de Deus seja expandido, obedecendo a ordem do Mestre e Senhor: “Ide e pregai”. (Mc. 16:15). Louvado seja o Senhor. Envolva-se, participe, atue. Missões é responsabilidade de cada uma de nós.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 31 de julho de 2016

ATLETA CRISTÃO

ANO LXXIV - Domingo, 31 de julho de 2016 - Nº 3692

ATLETA CRISTÃO
Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível” (I Co 9:25).

Nós, no Brasil, e grande parte do mundo, estamos voltando os olhos para o centro dos jogos olímpicos de 2016, a cidade do Rio de Janeiro. O interesse comercial é imenso, o envolvimento político com seus dividendos é quase imensurável, além da vitrine para promoção da carreira no esporte, algo legítimo e justo. No entanto, não faz tanto tempo (2014), que hospedamos a Copa do Mundo de futebol e a euforia foi grande com as obras realizadas e o desenvolvimento que tudo aquilo traria na esfera da mobilidade urbana, aproveitamento dos espaços, incremento do esporte e tantas outras falas. Porém, qual foi efetivamente o “legado da copa”, além de dívidas e muitos “elefantes brancos”, inclusive na tão decantada “mobilidade urbana”?

O vexame já começou a partir das instalações com deficiências tremendas e baixo nível de acabamento, expondo de forma inequívoca a inépcia dos gestores ligados à execução das obras. As águas poluídas onde serão realizadas provas, cujas promessas de saneamento foram feitas, mas não cumpridas, entre outras coisas. Certamente haveremos de ouvir sobre os valores “propinados”, desviados e embolsados na realização destes tão festejados jogos olímpicos 2016 no Brasil.

O texto de Paulo fala de competição, esporte e desafio, usando como exemplo os atletas que se preparam e se condicionam para a disputa dos jogos. Esforços imensos, privações, longas horas de treinamento e condução do corpo quase ao seu limite por anos, com o propósito, diz Paulo, de alcançar os louros transitórios e corruptíveis de uma coroa terrena. A comparação conosco, na condição de cristãos, é clara e devemos, à exemplo dos atletas, dominarmos impulsos, paixões, com disciplina séria e constante, tendo como estímulo a coroa incorruptível reservada para os que “perseverarem até o fim”. O mesmo apóstolo fala que havia “completado a carreira” e agora restava receber a “coroa da justiça” que o “reto juiz” dará a todos que terminam assim sua carreira (2 Tm 4:7-8). Temos uma carreira proposta a nós, corramo-la com perseverança, tendo nossos olhos sempre fixados em Cristo Jesus, nosso senhor, em quem “somos mais que vencedores” (Rm 8:37).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 24 de julho de 2016

CICATRIZES E ASSINATURAS

ANO LXXIV - Domingo, 24 de julho de 2016 - Nº 3691

Cicatrizes e Assinaturas
Salmo 39.7

Existe uma história na Escritura Sagrada que relata um momento profundamente triste na vida do rei Davi - o dia em que ele perdeu seu filho. Antes de receber a notícia da morte, seus servos viram o impacto que a doença havia causado em sua vida. Davi jejuou, orou e se humilhou constantemente na presença de Deus e não houve o que mudasse a dura realidade da morte. Depois de sete longos dias de angústia e sofrimento, oração e jejum ele recebeu a notícia não esperada. “A criança está morta.” Eu não imagino como é ter que lidar com esse tipo de dor, mas Davi soube lidar com essa dor extrema e pode nos ensinar também a suportar dores de intensidade menor.

A atitude de Davi foi a seguinte: “Então, Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, mudou de vestes, entrou na casa do Senhor e adorou; depois veio para sua casa, pediu pão... e comeu”. Por mais duro, racional, óbvio que seja, a vida continua com ou sem o nosso consentimento, pois ela não nos pertence e o que esta história deixa como auxílio a nós é que temos escolhas que impactam a vida que segue. Davi poderia continuar em seu estado de privação de alimento, de higiene, de pessoas, de louvor, de alegria, mas ele entendeu que daquele momento em diante não havia mais o que fazer, a não ser cuidar de si mesmo e do seu relacionamento com Deus, pois sobre seus ombros pesavam muitas responsabilidades.

A atitude de Davi mostra que diante da dor e da angústia, cabe em nosso relacionamento com Deus súplica, humilhação, clamor para que, segundo a vontade do Pai, Ele nos ouça, mas, diante da resposta negativa de Deus em curar seu filho, diante da contraditória vontade de Davi frente à de Deus coube a aceitação e principalmente o louvor a Deus.

Não consigo crer que passaremos por essa vida sem cicatrizes, não consigo imaginar almas com a perfeição de bonecas de porcelana. Antes, vejo sorriso, júbilo, exultação, palmas, pulos de almas marcadas por situações que foram permitidas ou determinadas pelo próprio Deus e que nos acompanharão, como uma assinatura do Senhor em nossa vida. Assim como a cicatriz só vem com a cura da ferida, assinaturas normalmente vêm no final de documentos, validando tudo aquilo que está anterior a ela, dizendo: “Eu fiz isso, Eu disso isso, Eu concordo com isso, Eu dou permissão a fulano para fazer isso...”. Ao olhar para essas cicatrizes, lembre-se de que Deus esteve aí e por mais doloroso que isso tenha sido, não há mais volta, não há mais como mudar o que passou, mas resta esperança. A esperança de Davi, ao se deparar com a dor da perda de seu filho foi essa: “Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim.”

Eu espero que sua dor não seja a de Davi, mas desejo profundamente que sua esperança seja a mesma dele.

“E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança.”

Pr. Gustavo Bacha

domingo, 17 de julho de 2016

SEMEAR E COLHER

ANO LXXIV - Domingo, 17 de julho de 2016 - Nº 3690

SEMEAR E COLHER
Quem sai chorando enquanto semeia, voltará com alegria com a colheita” (Sl. 126:6)

A experiência do salmista é gratificante, pois após haver semeado com lágrimas e dificuldades, pode retornar com a colheita farta e abundante, expressão da graça de Deus em recompensa ao trabalho árduo e duro realizado. Assim, é com aquele que lida no campo e semeia, mesmo com toda a estrutura de tecnologia aplicada à agricultura e ao campo, ainda se lança a semente com “lágrimas”, mas se espera voltar com os braços cheios e colheita farta com alegria e júbilo.

O mês de julho é mês de semeadura com mão farta e abundante. Claro que com lutas, dificuldades, embates, mas com certeza de que se semeia a Boa Semente da Palavra de Deus, e Ele não permitirá que volte vazia e sem fruto. Os irmãos que participaram da viagem missionária a Ventania (PR) voltaram (depois de semear com certo cansaço) celebrando as vitórias e a colheita permitida pelo Senhor da seara. A temporada está se desenvolvendo em nosso Recanto e serão mais de duas centenas de crianças e adolescentes ouvindo a Palavra da Salvação, tendo tal bendita semente lançada em seus corações. Teremos duas Escolas Bíblicas de Férias ainda no mês de julho, uma aqui na IPVM (21-23) e outra na igreja de Itapeva de Minas da qual somos parceiros (28-30). Certamente a semeadura continuará nestas atividades. Muitos ouvirão a Boa Nova da Salvação em Cristo Jesus, nosso Senhor. Haverá os que atenderão e os que não responderão positivamente; como Jesus preveniu. Mas, a Obra está sendo feita e a evangelização se desenvolve, sabendo que nossa parte é semear esta Bendita Semente, enquanto que o frutificar (brotar) é Obra do Espírito Santo. Ele é fiel e nos dará a alegria de trazermos os feixes, aliada à dedicação do lançarmos a Semente. Graças a Deus pelos que semeiam sempre na dependência do Senhor da Seara.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 10 de julho de 2016

APOIADO NO MALIGNO

ANO LXXIV - Domingo, 10 de julho de 2016 - Nº 3689

APOIADO NO MALIGNO

Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (I Jo. 5:19)

O contraste exposto pelo escritor desta epístola é notório, ou seja, nossa consciência de sermos de Deus e a situação deplorável do mundo, estando este a repousar no Maligno.

Somos levados, tantas e tantas vezes, a procedermos a análises de nosso contexto brasileiro e mundial sob a ótica da sociologia, antropologia, psicologia, etnologia, filosofia, economia, pedagogia e outros ramos da ciência, e isso é válido e não pode ser desprezado. Mas, mesmo nós cristãos protestantes, temos nos esquecidos de analisar a situação na qual nos vemos mergulhados sob a ótica da informação bíblica, ou seja, de que há uma estrutura espiritual maligna, a qual modela e amolda as ações desenvolvidas de violência, corrupção, extremismo religioso, terrorismo, degradação moral, promoção, divulgação e massificação de costumes contrários à Palavra de Deus. O apóstolo Paulo nos fala desta luta que não é contra “carne e sangue, mas, sim, contra os principados e potestades, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestiais” (Ef. 6:12).

Não se trata de transferirmos a responsabilidade do ser humano em seu envolvimento em todos estes processos danosos à pessoa, para o “costado” de seres espirituais. Mas, desconsiderarmos o fato de que tais seres agem e usam pessoas em seu processo nefando de destruição e morte é ser ingênuo. A afirmação de João é clara no sentido de apontar para o fato de que o “mundo” (sistema vigente, estrutura atual) está apoiado no Maligno, ou seja, age em consonância com seus princípios e ditames, além do propósito que lhe é próprio de “roubar, matar e destruir”. Temos que lançar mão de dispositivos e instrumentos “seculares” na luta, mas, acima de tudo, agir com determinação contra tais “dominadores deste mundo tenebroso” (Ef. 6:12) com as armas espirituais do Espírito e repreender tais forças e seres espirituais no poder e no Nome de Jesus. Nossa maior luta não é contra o que vemos, mas contra o que se oculta nas trevas e jaz no Maligno. Combatamos na unção, autoridade e poder do Espírito Santo do Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 3 de julho de 2016

PROVADO

ANO LXXIV - Domingo, 03 de julho de 2016 - Nº 3688

PROVADO

"[...] assim o homem é provado pelos louvores que recebe." (Pv. 27:21)

Faz-se comum ao ser humano pensar que a provação ocorre apenas em situações adversas, contrárias e difíceis. Evidente é o fato de que em tais circunstâncias, realmente somos provados e duramente provados. Mas, esquecemo-nos de que o teste, a provação e a luta ocorrem, também, no momento de vitórias, júbilo e, sobretudo, aplausos. Aliás, o escritor de Provérbios nos indica ser neste momento (de aprovação e elogio) nosso grande e dificultoso campo de batalha.

Não se pode negar a realidade de sermos provados e testados em tempos de aflição, dificuldades e lutas. Nestas ocasiões estamos atentos, buscamos com mais instância a graça e a misericórdia de Deus, achegamo-nos de forma mais intensa ao Senhor e nossa vida de comunhão com Ele se aprofunda e crescemos NEle. Por exemplo, Davi diz: "Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse teus decretos" (Salmo 119:71), realçando o aspecto positivo do momento de sua aflição.

No entanto, enquanto na tribulação nos pomos em vigilância e atenção, na hora do elogio, do aplauso e da ovação, somos, às vezes, sorrateiramente, tomados pela vaidade, pelo orgulho e jactância devido à ideia de nossa alta capacidade e potencialidade. É neste sentido a advertência do proverbialista de Israel, ou seja, o risco de ser dominado pelo orgulho, de ver-se como "superior" e esquecer-se de quem e "do que" realmente é. A pessoa depois atingir sua fama, após receber seus lauréis; em sequência à sua conquista dos aplausos e elogios humanos, tende a ver-se em condições "acima dos demais", a julgar-se superior, e a vaidade, nesse tempo, se apossa de sua alma. Daí esta séria, profunda e significativa advertência quanto aos louvores que recebemos. Eles não são ruins ou maus em si mesmos, sendo até desejáveis. Mas, cuidado, pois os aplausos podem tornar-se armadilhas terríveis a enredar o coração nas teias da sedução, da fama, do orgulho e da arrogância. A Deus todo louvor e elogio que se possa receber; esta é a melhor resposta para resistir à provação dos aplausos.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 26 de junho de 2016

CALAMIDADE PÚBLICA

ANO LXXIV - Domingo, 26 de junho de 2016 - Nº 3687

CALAMIDADE PÚBLICA

O governador em exercício do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, decretou “estado de calamidade pública” naquela unidade da Federação. A medida tem gerado alguma controvérsia no mundo jurídico, mas reflete uma situação de absoluto caos e descontrole nas contas públicas, estando servidores públicos com salários atrasados, verbas para saúde, educação e segurança inexistentes e, portanto, não repassadas, mas com uma previsão de gastos de cerca de trezentos e cinquenta mil reais em lanche para o governador, secretários e assessores. De fato, é uma calamidade pública, não só do Estado do Rio de Janeiro, mas de nosso País em termos de “desgovernança” até aqui.

Penso que se alia à calamidade pública relativa ao aspecto de finanças a situação geral de nossas cidades, ou seja, aspectos ligados à insegurança, falta de saneamento, descuido com a educação, desleixo com a saúde, entre outros setores da vida nacional. Soma-se a isto tudo a calamidade pública da descompostura moral ligada aos padrões bíblicos de sexualidade. De fato, o que se vê chega às raias da “calamidade pública”.

Nos dias do antigo Israel a situação assemelhava-se à nossa. Veja o que diz o profeta Oséias: “O que só existe é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios. Por isso a terra está de luto, e todo que mora nela desfalece [...]” (Os.3:2-3). Parece ser o retrato de nosso momento brasileiro. Assim, é possível perceber que situações de extremo desgaste, beirando a calamidade pública, não são algo apenas de nossos dias e só de nosso país, e tem como origem aquilo que o mesmo profeta aponta: “Porque não há verdade, nem amor e nem conhecimento de Deus” (Os.3:1).

O decreto de “calamidade pública” no Rio de Janeiro expressa uma situação apenas ligada às finanças, mas, é muito mais grave e extenso o problema. A solução é compromisso com a verdade, com o amor e, sobretudo, com o conhecimento de Deus. Somente no exercício destes três compromissos poderemos sair deste deplorável “estado de calamidade pública”. Misericórdia Senhor!

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 19 de junho de 2016

MISANTROPIA

ANO LXXIV - Domingo, 19 de junho de 2016 - Nº 3686

MISANTROPIA

Mais uma notícia de tragédia causada pela intolerância e incapacidade de discordar sem agredir, de divergir sem massacrar, de dissentir sem exterminar. Este morticínio perpetrado por um jovem nos Estados Unidos vem se somar a outros realizados naquele país e a outros efetuados por terroristas em países vários, deixando as autoridades cada vez mais preocupadas com a ocorrência de tais crimes. A explicação é o extremismo, o radicalismo e a misantropia, ou seja, a vontade de atacar ou agredir o ser humano.

Não podemos dizer que isso é coisa só de extremista muçulmano (embora ele fosse muçulmano), mas vimos um jovem (não ligado ao islã) atirar em muitas pessoas dentro de uma igreja metodista. Portanto, não devemos nos apressar em vincular tal fato a uma espécie de “justiça divina contra a manifestação do pecado”. Muitos destes atos foram realizados por pessoas ligadas a manifestação cristã como o IRA (Exército Republicano Irlandês) ou o ETA (Exército de libertação do povo Basco), em que muitos de seus militantes eram, nominais ou não, cristãos. Assim, não devemos justificar tal ato contra as pessoas que estavam naquela “casa noturna”, pois não se pode admitir a violência contra a pessoa humana por causa de suas convicções e opções.

Não foram mortos “gays”, mas pessoas. Não foram torturados cristãos, mas gente. Não foram maltratados negros, mas seres humanos. Não foram violentadas mulheres ou abusadas crianças, mas, sim, cidadãos e cidadãs do mundo, como um de nós, integrantes da mesma raça, a raça humana. A violência contra pessoas de um segmento da sociedade humana é, antes de tudo, violência contra todos nós seres humanos.

Por mais que admitamos que o comportamento homossexual seja condenável à luz da Bíblia, por muito que entendamos ser tal opção de sexualidade afronta aos princípios da fé cristã bíblica, jamais poderemos concordar ou admitir, como cristãos, a violência e a agressão contra tais pessoas. A humanidade parece ficar cada vez menos humana. Deus tenha misericórdia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 12 de junho de 2016

DOMÍNIO E GOVERNO

ANO LXXIV - Domingo, 12 de junho de 2016 - Nº 3685

DOMÍNIO E GOVERNO
“[...] e tiveres conhecido que o céu domina.” (Daniel 4:26 b).

O governo mundial estava sob a voz de Nabucodonosor, o grande dominador babilônico, cujo império e domínio se estendiam por todo o mundo conhecido de então. Não havia povo que não lhe estivesse submetido, não havia lugar onde seu nome não fosse reverenciado e temido. No entanto, o profeta de Deus fala ao todo poderoso rei de Babilônia: “o céu domina”. O rei ficaria enfermo e perderia o juízo (comeria capim como os animais) e só voltaria ao seu juízo por determinação do Deus Supremo Iavé. Assim foi para que o rei soubesse que, de fato, quem reina, domina ou governa “é o céu”.

Isso é muito fácil de falar e até de se entender quando se tem a concepção de fé acerca do Deus Soberano revelado na Bíblia. No entanto, torna-se profundamente difícil e dramático admitir tal verdade quando, mesmo para nós cristãos regenerados, somos atingidos por circunstâncias dramáticas ou traumáticas da doença terminal, da morte que ceifa sem piedade filhos e netos pelo método da violência das armas ou da corrosão da enfermidade. Situações de profundo luto, angústia, aflição, tribulação, provação e privação nos sacodem violentamente. Como “o céu domina?” Não é possível! Vemos tanta destruição, violência, crimes hediondos (há algum que não seja?) e tudo isso nos leva a indagar: será que o céu domina? Ouvimos e vemos (próximos a nós) tanta mazela moral, tanto descaramento, tanta corrupção, tanta lama e sujeira patrocinados por aqueles que “detêm o poder”. Testemunhamos criança de 10 anos atirando em policiais ou estes atirando naquela (se assim foi) sem que houvesse aquela efetuado disparo contra eles. Por isso indagamos: será que o céu domina mesmo?

“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e de seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (AP.11:15). Essa é a certeza que estabiliza nosso coração crente, esta convicção faz firme nossa alma, essa esperança acalenta nosso espírito e nos inspira e estimula a não soçobrarmos, desesperarmo-nos ou tornarmo-nos cínicos. Aleluia por continuarmos crendo que, de fato, “o céu domina”.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 5 de junho de 2016

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

ANO LXXIV - Domingo, 05 de junho de 2016 - Nº 3684

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

As notícias veiculadas em programas de reportagem policial vão se tornando cada vez mais comuns e nos trazem certa aversão e repulsa. Há um sensacionalismo e, parece-me, até certa exploração do infortúnio dos que foram vitimados pelos criminosos. Mas, não podemos deixar de compreender que tais notícias (mesmo com a exploração comercial e emocional) oferecem um vislumbre sombrio do que tem envolvido nossas cidades brasileiras, seja no interior do Piauí ou na capital carioca, nas metrópoles ou pequenas cidades interioranas.

Notícias de crimes contra a mulher. Violência sexual, abuso, estupro, espancamento, assassinato por maridos, companheiros ou “ex-parceiros”. Tudo isto vai atingindo a raia do inimaginável e do imponderável. As medidas existentes em lei devem ser aplicadas com rigor na tentativa de coibir tais situações de abuso e desrespeito. No entanto, ainda há muito preconceito e a ideia preconcebida de que “se houve agressão, foi porque fizeram por merecer”. Isso não pode ser usado como argumento para diminuir a rudeza dos fatos e minorar a responsabilidade dos seus praticantes. Ninguém, neste particular, merece ser violentada ou violentado.

Estamos nós, cristãos evangélicos, fora de tal estatística infeliz e miserável? Não me refiro ao fato de não estarem as mulheres cristãs sujeitas a ataques perpetrados por indivíduos fora de seus contatos e relacionamentos. Refiro-me à incidência de maior índice, ou seja, a violência doméstica. Há muitos casos em nosso meio (“cristão”), mas que não são apresentados por constrangimento ou medo do “escândalo”. Maridos “cristãos” que ofendem verbal, psicológica e fisicamente a esposa, afrontando não só as leis civis de nosso país, mas insurgindo-se contra as diretrizes bíblicas, tornando-se incursos na ação judicatória de Deus em Sua disciplina e justiça. A manifestação de violência doméstica não é questão “entre marido e mulher”, mas de postura cristã quanto à disciplina e repreensão a tais comportamentos, e isso a bem do Nome de Cristo e glória de Deus. O fim da violência em geral, e contra a mulher em particular, começa em casa e cabe a nós darmos o exemplo. Deus nos ajude e guarde.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 29 de maio de 2016

CIRURGIA ESPIRITUAL

ANO LXXIV - Domingo, 29 de maio de 2016 - Nº 3683

CIRURGIA ESPIRITUAL
Tirarei de sua carne o coração de pedra, e lhes darei coração de carne” Ez.11:19

A expressão “cirurgia espiritual” é muito usada no meio espiritista, sobretudo naqueles ligados à tradição Kardecista, sendo entendida como ação de um espírito que atua no corpo do doente, mas não usando necessariamente qualquer instrumento cirúrgico, removendo, supostamente, a enfermidade. Tal atuação não é por nós reconhecida como da parte de Deus e nem como de algum ser espiritual por Ele enviado.

O texto do profeta Ezequiel nos fala de uma “cirurgia espiritual”, mas na dimensão devida e própria e com atuação direta e única do Senhor nosso Deus, resultando em algo maravilhoso, novo e transformador para melhor, ou seja, a mudança do coração, o transplante mais glorioso que se pode ter, fazendo mudar o caráter.

Tal cirurgia não fará algum reparo ou “remendo”, mas trará à luz uma nova vida, um novo coração, uma nova criatura. O apóstolo Paulo enfatiza isso ao dizer que “se alguém está em Cristo é nova criatura as coisas velhas já passaram, e tudo se fez novo” (2 Co. 5:17). Essa é verdadeiramente uma cirurgia espiritual, e é esta que os seres humanos necessitam, porque tal cirurgia faz mudar até mesmo o caráter do indivíduo.

Em todos os momentos e em todas as épocas da história humana tal cirurgia sempre se faz necessária e, com toda certeza, vivemos um período agudíssimo em que os dirigentes de nosso país e os dirigidos desta nação precisam urgente, inexorável e inadiavelmente desta divinal cirurgia, operando mudança de coração, caráter e vida, conduzindo a todos no andar de acordo com os padrões de Deus manifestos em Sua Palavra e que são indicadores da presença de Seu Reino. Novo coração (em Cristo) para uma nova nação. Amém.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 22 de maio de 2016

IPVM FORTE

ANO LXXIII - Domingo, 22 de maio de 2016 - Nº 3682

IPVM FORTE

Mas o seu redentor é forte, o Senhor dos exércitos é o seu nome”. (Jr.50:34)

A IPVM completa 74 anos de organização eclesiástica. É uma das maiores (senão a maior) comunidades da Igreja Presbiteriana do Brasil na cidade de São Paulo, com cerca de 1100 membros comungantes em seu rol. Tem se destacado na vida da IPB e é conhecida em quase todos os lugares, sendo referência em muitos sentidos como a música, atividade social e, sobretudo, pelo envolvimento no contexto de missões, com grande empenho nesta área, estabelecendo várias parcerias de sustento (18), além da evangelização com nove filhas estabelecidas e estáveis e mais uma para ser organizada no final do ano, além de vários templos e casas pastorais edificados no nordeste de nosso país. Graças a Deus por tudo isso e muito mais que a IPVM tem feito na esfera do Reino de Deus.

Mas, a pergunta feita como titulo deste texto - IPVM Forte – é de fato o que pensamos e entendemos ser verdade? Não. A IPVM não é forte, apenas admite e vive na dimensão de ter e saber que o seu Redentor é Forte. Isso tem feito a diferença nestes 74 anos de sua existência como igreja organizada, ou seja, sua confiança, seu empenho, seu entusiasmo, seu zelo com temor e tremor não existem por ser ela forte (seus membros ricos, cultos, valorosos ou algo assim) e robusta, mas por depositar em Seu Forte Redentor toda sua confiança, dependência e trabalho.

Assim, não temos em que nos gloriar, a não ser “na cruz de Cristo”, nosso único, suficiente e todo poderoso Redentor. Com Ele, por Ele, para Ele e, sobretudo, Nele temos, como Igreja, procurado andar e caminhar, realizando a Obra à qual fomos chamados como Igreja e para a qual o Senhor, nosso Forte Redentor, aqui nos plantou. Assim, “não a nós Senhor, não a nós, mas ao Teu Nome dá glória”. Somos fracos e débeis, mas temos o Redentor Forte, Senhor dos Exércitos e Soberano sobre tudo e todos; nosso Senhor Jesus Cristo, de “quem somos e a quem servimos”. Bendito seja sempre o Senhor pela vida da IPVM. Aleluia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 15 de maio de 2016

ESPERANÇA E REDENTOR

ANO LXXIII - Domingo, 15 de abril de 2016 - Nº 3681

ESPERANÇA E REDENTOR

“Ó Esperança de Israel e Redentor seu no tempo da angústia...” Jr. 14:8

A exclamação do profeta Jeremias, o profeta “chorão”, traduz um momento muito difícil e turbulento na vida de Israel como nação. A situação era crítica com a pecaminosidade em alta, a vida religiosa apenas de aparência e os dirigentes corrompidos ao extremo, levando o povo à perspectiva de uma invasão inimiga e sua condução em cativeiro humilhante para outras terras. O profeta elevava a voz para declarar que a esperança de Israel não era o Egito (aliado bélico), não eram os príncipes do povo (comprometidos com a corrupção) e, infelizmente, nem os religiosos entregues à idolatria vil e profanação do Nome de Deus; mas apenas o Senhor como seu redentor na hora angustiante pela qual passavam.

Como povo de Deus hoje, vivemos situação próxima à do antigo Israel e não só no Brasil, mas em outros lugares em que o Evangelho já foi pujante e as pessoas comprometidas com a genuína fé bíblica cristã. A situação vai se mostrando cada vez mais difícil. A explosão de migrantes do Oriente Médio para a Europa, sobretudo, devido a guerras e violência religiosa e étnica, acelerando o processo de “islamização da Europa”; ao mesmo tempo a secularização alcançando a Europa, Estados Unidos e países de tradição protestante e evangélica; a crescente “onda espiritualizante” com influência de envolvimento místico e contemplativo associada à forte ligação com a visão divinizadora da natureza e, em nosso contexto pátrio, a corrupção nas esferas de Poder do Estado, nos fazem suspirar e dizer como disse o profeta, expressando nossa crença e fé bíblicas: Jesus é a nossa Esperança e nosso Redentor nesses tempos de aflição e angústia.

Não é pessimismo, é a confrontação da realidade na qual estamos mergulhados e que nos engolfa e engole a cada dia. Graças ao Senhor nosso Deus, que em Jesus nos “faz caminhar em triunfo”. Ele, Jesus, é, de fato, nossa fonte de esperança, redenção e vitória. Não podemos deixar de clamar e suplicar a Ele sua bênção, pois sem ela fenecemos e, pior que isso, nos brutalizamos e nos insensibilizamos. Glória a Deus por Seu Filho, nossa Esperança e nosso Redentor em tempos de angústia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 8 de maio de 2016

DIA DAS MÃES

ANO LXXIII - Domingo, 08 de maio de 2016 - Nº 3680

DIA DAS MÃES

A IPVM parabeniza a todas as mães pelo seu dia. Rogamos ao Senhor que vocês continuem sendo "mulheres virtuosas" e verdadeiros exemplos do amor, e sabedoria de Deus na difícil tarefa de educar e encaminhar seus filhos no caminho de Senhor. Que Deus as ajudem a serem mães que oram por seus filhos, que sejam sempre presentes participando de suas vidas com palavras de bênção expressando amor e gratidão pela herança do Senhor.
Para nossas queridas mães que já não estão conosco:

À minha mãe; saudade!
Na saudade cruel que me consome
Vou dizer-te palavra de carinho,
Recordando, em amor, teu doce nome
Que cobre de esperança meu caminho.
Ainda era pequeno, e me ensinavas,
Unindo as minhas mãos em oração,
Glórias da fé, em que te gloriavas…
Ternura imensa pro meu coração!
No entardecer, caminho percorrido,
Não sei agradecer-te, ó mãe querida,
O teu desvelo santo, enternecido…
Com Deus, hoje lá no céu, na eternidade,
Longe das lutas todas desta vida,
Recebe, em gratidão, minha saudade!

Rev. Ivan Espínola de Ávila

domingo, 1 de maio de 2016

BELO, INFORMATIVO E DA IGREJA

ANO LXXIII - Domingo, 01 de maio de 2016 - Nº 3679

“Belo, informativo e da igreja”

Olá, eu sou o novo boletim da IPVM, você viu como estou diferente? Sabe por quê eu mudei? Eu estava com a mesma aparência há quase 15 anos, e quando eu fiquei com aquele rosto “novo”, muita gente me achou lindo e outros me acharam feio, provavelmente isso vai acontecer comigo de novo porque afinal de contas, gosto é gosto e ouço dizer que gosto não se discute. Mas não foi isso que aconteceu comigo, algumas pessoas me viram antes de você e eu ouvi cada uma das sugestões, algumas foram implementadas, outras ficaram inviáveis de serem aplicadas, mas no final das contas, todos acharam que eu fiquei muito bonito e funcional. Disseram que eu estou “Clean” (Confesso que não sei se é um elogio, mas eles diziam isso e sorriram, então deve ser bom), outros disseram que fiquei mais organizado, porque agora as notícias estão agrupadas por interesse, como por exemplo: Acontece hoje, onde você saberá tudo que está acontecendo na IPVM neste domingo, por sinal hoje, iniciaremos as comemorações de 74 anos da nossa igreja, olha lá pra você ver quem será o pregador convidado. Outros ainda disseram que estou mais fácil de ser lido, o que acho ótimo, porque eu cumpro meu papel informativo.

Todas as observações acima foram pensadas para que eu ficasse mais interessante, mas sabe de outra coisa, eu fui remodelado juntamente com muitas outras coisas da nossa igreja, como um presente para ela, afinal de contas são 74 anos de organização e essa foi uma forma de presenteá-la. Quer saber o que temos mais de novidade? Quando você sair do templo, olhe a fachada, verá que ela também foi redesenhada. As sinalizações também são novinhas em folha, agora ficará mais fácil para você se localizar em nossa igreja, caso você esteja nos visitando, ou não a conheça muito bem. Ah, e se você é um bom observador, verá que o Logo também mudou mantendo a nossa identidade local e também a característica da construção do templo.

Sabe por quê tudo isso aconteceu? Por que mesmo com 74 anos, a nossa igreja precisa manter-se atualizada, não com as tendências da moda, mas com a forma como comunicamos a nossa identidade com os de fora, tudo isso foi feito para que as pessoas entendam melhor a nossa mensagem e quem nós somos. Parabéns IPVM, que Deus continue sendo gracioso conosco.

domingo, 24 de abril de 2016

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

ANO LXXIII - Domingo, 24 de abril de 2016 - Nº 3678

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

Muitos, entre nós, pararam para assistir a votação relativa ao processo de impedimento da senhora presidente da República. Os pronunciamentos foram do hilário ao ameaçador, do jocoso ao sério, do descontraído ao tenso, do meritório ao “familiar”, do respeitoso ao ofensivo. Claro que nos indignamos com alguns (apologia à tortura) e ofensa covarde e desonrosa (com cusparada no rosto de alguém), mas o sentido predominante foi de estarrecimento e perplexidade. Dezenas e dezenas de “ilustres desconhecidos” que fazem e promulgam nossas leis. No entanto, em uma democracia representativa a “casa legislativa” deve representar ou refletir a própria essência da sociedade. Aí nosso horror se apresenta. Aquilo é nossa sociedade? Está, de fato, mais para retrato ou para caricatura?

Isso nos deve levar a refletir sobre a situação em que nos encontramos como nação política e uma república. Todos os que lá estão foram legitimamente eleitos pelo povo. Não se trata de competência por aprovação em concurso público, não se trata de mérito pessoal e desempenho por causa de “notório saber” capacitante para o exercício do mandato político. Trata-se da escolha do povo devido à simpatia ou identificação com aspectos pessoais ou oligárquicos (de grupos). São “representantes do povo”, mas um povo “setorizado”, sindicalizado, segmentado e com defesa de interesses de tais segmentos ou grupos. Daí vemos a fala “pelos corretores do Brasil”, pelos “aposentados”, pelos “militares”, pela “minha família”, pelos “isto” e pelos “aquilo”. Isto é um “ato falho” que aponta para o fato de não verem além de tal horizonte restrito de seus interesses. É lamentável, mas é o que temos, e o temos porque o escolhemos.

Outras eleições virão. Mudará alguma coisa? Talvez não. Mas, espero que sim. A necessidade de voto criterioso e consciente se faz necessária. Chega de “profissionalismo político”, que não passa de “fisiologismo pessoal”. Tal postura deve começar perto de nós na câmara de vereadores, na prefeitura e ascendendo para as esferas mais altas do poder e da pirâmide política. Precisamos orar com instância por esta Pátria (não apenas pedir misericórdia e viver duvidosamente) e clamar a Deus por mudanças, mas sermos agentes de tais mudanças com “temor e tremor”na dependência da graça de Deus e na escolha sensata e prudente de nossos legisladores e executivos.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 17 de abril de 2016

COMPROMISSO CRISTÃO ACIMA DE TUDO E ANTES DE QUALQUER COISA

ANO LXXIII - Domingo, 17 de abril de 2016 - Nº 3677

COMPROMISSO CRISTÃO ACIMA DE TUDO E ANTES DE QUALQUER COISA

O dia de hoje promete ser tenso e intenso na vida nacional. Temos sido, nestes últimos dias, bombardeados constantemente com notícias envolvendo os aspectos políticos de nosso país. As mídias não param de tratar o assunto (vivem disto) e nos levam a focar permanentemente no tema, como se outras coisas não estivessem acontecendo. A votação na Câmara Federal em relação ao impedimento ou não da presidente acontecerá. Qual o resultado?

Na verdade não importa em termos de nosso compromisso de testemunho cristão. Certamente haverá manifestações públicas, independentemente do resultado, o que é natural, normal e, até mesmo, esperado em uma democracia. Todos têm o direito de se manifestar e expressar sua satisfação ou insatisfação pelo resultado verificado. Não é diferente entre nós cristãos protestantes. No entanto, temos a obrigação do compromisso ético pelo respeito à posição contrária, pelo direito de alguém discordar da posição por mim adotada. A intolerância (de qualquer parte) ligada à violência é inadmissível para aquele(a) que tem sobre si o alto privilégio do nome de cristão. Temos que honrar tal condição e demonstrar o respeito e tolerância com o que pensa e se expressa diferentemente de mim.

A possibilidade de conflitos, embates e choques violentos entre partidários de posições diferentes é muito grande no dia de hoje. Minha palavra é de não sermos insufladores ou provocadores de tais formas de manifestação. Expressemos pacífica e ordeiramente nossos sentimentos e posições, respeitando aqueles(as) que divergem de nós. Calma, serenidade e tolerância é o que se espera de quem conhece a Jesus Cristo e O ama e segue, demonstrando seu compromisso de fé por meio de obras dignas do Nome DEle, pois “a fé se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:17). Como pastor, portanto, peço e oriento aos que resolverem manifestar publicamente sua posição em relação ao resultado da votação, que o façam evitando o antagonismo ofensivo, a truculência, o rancor e, sobretudo, a violência. “Procurai a paz da cidade [...]” (Jeremias 29:7). O Senhor nos abençoe e nos dê a paz.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 10 de abril de 2016

NÓS E ELES

ANO LXXIII - Domingo, 10 de abril de 2016 - Nº 3676

NÓS E ELES

Polarização. Parece-me que esta palavra traduz com adequação a situação para a qual estamos sendo “empurrados”, sobretudo, pelos dirigentes do Poder Executivo de nosso Brasil. O discurso vai se mostrando cada vez mais binário e maniqueísta, com estruturação de tentativa clara de divisionismo no país, buscando impor uma situação de “nós e eles”. É lamentável que a chefe (chefa?) de tal Poder republicano esteja à frente desta situação e em seus discursos acentue tal ponto de interesse, esquecendo-se de não haver (para ela como presidente) “nós e eles”, mas apenas brasileiros, seja lá qual for a posição que tenham, a ideologia que adotem ou preferência que demonstrem.

Esta forma de se expressar parece ser fruto da ação do cidadão Luiz Inácio (ex-presidente da República) que, é claro, com seu inegável carisma e capacidade de mobilização popular e explorando o momento delicado do País, estabeleceu esta “dicotomia sócio-ideológica” para insuflar (incendiar é a expressão dele) os ânimos e acirrar as posturas, alcunhando a muitos de “coxinhas” (seja lá o que isso signifique), motivando a reação com a alcunha dos “mortadelas”. Tal quadro é deplorável, como se vai percebendo dentro do escopo da chamada política institucional do Brasil.

Pergunto eu: faço parte do “nós” ou do “eles”? Vou sendo conduzido (constrangido) a ver sobre mim a imposição de perder a perspectiva de ser, como todos, apenas brasileiro e não um cidadão rotulado. Querem impor e determinar, com utilização indevida de lugares (palácio do governo) e uso funcional do cargo (falar na condição de presidente ou ministro para manifestar aspectos e posições pessoais), a mim e aos brasileiros todos, esta ideia nefasta de divisão e confronto, perdendo a perspectiva do direito (em uma democracia alardeada, mas não vivenciada) com relação ao fato da livre manifestação, expressão e discordância, ou seja, o direito de discordar e expressar tal opinião, sem ser, por isso, hostilizado.

Orar, vigiar é o que precisamos fazer, obedecendo ao preceito bíblico, mas não abrirmos mão de nosso direito de sermos brasileiros com direito a voz e respeito pelo posicionamento que tivermos. Isso é democracia. Deus tenha misericórdia de todos nós brasileiros.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 3 de abril de 2016

CUIDADOS

ANO LXXIII - Domingo, 03 de abril de 2016 - Nº 3675

CUIDADOS

Estamos recebendo um volume imenso de informações por meio das mídias, sobretudo com reportagens televisivas, acerca dos problemas de saúde pública, com casos vários de contaminação e transmissão viral. Há crescimento alarmante de dengue e outras doenças derivadas de transmissão pelo mosquito Aedes, sendo a Zica a mais aguda no momento com risco de hidrocefalia. Agora vemos um surto, já preocupante, de “gripe suína” transmitida pelo H1N1, com um número imenso de infectados e já registro de mortes. Os hospitais vão ficando cada vez mais cheios e os riscos aumentam devido ao contato social com estes infectados.

Alguns cuidados devem ser observados e seguidos seja para evitar, seja para tratar a doença. Com relação às doenças transmitidas pelo mosquito já temos recebido informações e há mobilização. Com relação ao H1N1 é preciso inteirar-se das informações e realizar os cuidados próprios e necessários para minimizar ou afastar os riscos ligados a tal gripe.

Cuidados básicos como lavar bem as mãos com água e sabão, com frequência e não apenas uma vez ou outra. Este cuidado deve ser, sobretudo, quando houver contato com lugares de grande circulação de pessoas (meios de transporte público), supermercados, salas de espetáculo, lugares de reunião de muitas pessoas, após contato com pessoas com sintomas (espirros, tosse). A transmissão é por via aérea, assim ao espirrar ou tossir não usar a mão diretamente, mas um lenço de papel e descartá-lo, ou a parte interna do cotovelo. Evitar permanecer em lugares de risco desnecessariamente, ou seja, sala de espera de hospitais ou consultórios onde haja presença de infectados, pois o contágio é muito fácil. Preventivamente deve-se proteger com a vacina própria, não importando a faixa etária em que se esteja. A gratuidade alcança determinados grupos (pessoal da saúde, idosos, grávidas, etc), mas o fato de se ter que pagar (cerca de R$150.00 a dose) não deve ser impedimento aos que estão fora da linha de gratuidade. A busca por orientação médico-hospitalar deve ser feita com critério, a fim de se afastar a possibilidade de expansão da doença de forma desmedida. No entanto, devemos evitar o sentimento de pânico ou histeria, pois tais manifestações só farão agravar a situação. Caso tenha dúvida consulte seu médico, converse com ele e busque as orientações seguras. Evite as informações “watsápicas”, que muitas vezes são inadequadas e impróprias. A prevenção e os cuidados não são incompatíveis com a fé na graça curadora de Deus, nem a fé no poder de Deus nos deve fazer inconsequentes e tentar a Deus expondo-nos a risco sob a alegação de que “Deus toma conta”.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 27 de março de 2016

NÃO ESTÁ AQUI

ANO LXXIII - Domingo, 27 de março de 2016 - Nº 3674

NÃO ESTÁ AQUI

“Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia.” (Mt. 28:6)

Você já passou por esta experiência desagradável de procurar algo em lugar errado? Aquela sensação de frustração e de constrangimento por haver despendido tempo e energia, buscando alguma coisa sobre a qual você é informado de estar em outro lugar? É, sem dúvida, muito desagradável e traz uma sensação de perda de tempo.

Pois bem, o texto apresentado por Mateus nos leva exatamente a tal situação vivida por algumas mulheres piedosas e seguidoras (discípulas) de Jesus. Desejosas de prestar homenagem ao seu mestre morto, vão ao seu túmulo para prantear e lamentar, mas, também, para envolvê-lo em aromas balsâmicos, “preparando” seu corpo, já que não havia sido possível fazê-lo adequadamente devido ao sábado. Agora seria o momento de fazerem o trabalho e dar-lhe o melhor tratamento possível.

Ocorre, no entanto, uma surpresa muito grande uma vez que o corpo do Mestre não estava lá. Elas foram procurar no lugar certo? De certa forma, sim. Lá era o lugar onde havia sido depositado o corpo. Não havia dúvida com relação a isso. Mas, naquele momento seria o lugar certo a se procurar? Não. Elas buscavam o corpo de Jesus no lugar onde ele já não se encontrava mais. A palavra do anjo foi clara “Ele não está aqui”. Frustrante procurar algo que não está naquele lugar. Jesus havia ressuscitado e já não estava mais no túmulo. Rompera as cadeias da morte, derrotara o mais poderoso dos inimigos da humanidade; a sepultura.

Há muitos que, ainda hoje, a exemplo daquelas mulheres, estão procurando com propósito equivocado e em lugar errado a Pessoa de Jesus, o Cristo. Ele não está na expressão social da religião (seja qual for), não está nas formulações complexas e filosóficas da teologia. Você pode encontrá-LO por meio da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que nos fala e ensina a verdade sobre o Senhor Jesus, afirmando que Ele venceu a morte e ressurgiu para nos dar esta mesma certeza e alegria, a vida eterna com Ele. Conheça a verdade revelada de Deus pelas escrituras sagradas cristãs sobre Jesus, receba-O como seu salvador e redentor único e suficiente, passando a desfrutar da certeza de perdão de seus pecados e paz em seu coração. “Ele (Jesus) não está aqui (no túmulo); ressuscitou”. Aleluia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 20 de março de 2016

ÁGUA DA PRÓPRIA CISTERNA

ANO LXXIII - Domingo, 20 de março de 2016 - Nº 3673

ÁGUA DA PRÓPRIA CISTERNA
“Bebe água da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço” (Pv.5:16)

Ao lermos o texto acima no livro de provérbios, percebemos que seu contexto está ligado à vivência conjugal e a não admissão de qualquer forma de envolvimento com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Fidelidade. Porém, é admissível ter-se em mente a possibilidade da aplicação do princípio ali presente em outros setores da vida e existência relacional.

Vejo que uma das áreas em que tal diretriz é aplicável alcança a esfera da “coisa pública”, sobretudo, o erário. Os valores que foram surrupiados, furtados, afanados e, até mesmo, roubados de empresas públicas; os desvios gigantescos e vultosos operados em relação às sedes dos poderes Legislativo e Executivo em todas as esferas e em grande parte dos municípios, unidades da Federação e na própria União; o saque desmedido e escabroso nas autarquias, nas secretarias das áreas da saúde, educação e saneamento básico (entre outras), tudo isso nos leva a gritar e bradar de indignação contra esses “ratos e ladrões engravatados e parasitas do poder”. A pergunta é: por quê? Ganância, volúpia, ambição, sede de poder, descaramento, falta de vergonha na cara.

É lamentável e revoltante vermos estes “chupins” a sugarem água de fonte alheia, a beber a largos sorvos das correntes de poços que não são deles, e posarem de “boa gente”, a dizer que estão prestando “relevante serviço ao povo”, ou que as coisas não são assim. Mentira. São roubadores da água de cisterna que não lhes pertence. São, quando muito, administradores delas, mas não seus donos. Com desfaçatez buscam abrigar-se atrás de seus cargos e funções, almejando blindar-se e proteger-se em “foro privilegiado”, ou no arranjo para conter ou dificultar as investigações acerca de suas ações lesivas e danosas às “cisternas que não lhes pertencem”, destituindo pessoas, remanejando indivíduos, propondo conchavos e oferecendo ainda mais propinas, mentindo, mentindo e mentindo.

Já não se aguenta mais este estado de coisas e assistir a isso dia após dia em nosso país, ao qual amamos e temos dado nosso suor para vê-lo melhorar e prosperar. Orar a Deus e clamar aos céus por misericórdia, mas igualmente levantar a voz contra esta corja de políticos, agentes públicos e empresários que mancham nossa terra e envergonham o dizer: somos brasileiros!

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

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