PESQUISAR ESTE BLOG

domingo, 10 de dezembro de 2000

A BÍBLIA

ANO LVIII - Domingo, 10 de dezembro de 2000 - No 2876

A BÍBLIA

Segundo Domingo do Advento

Ao ensejo da celebração nacional do
DIA DA BÍBLIA

Eu, a Bíblia, estou em suas mãos. Quero ser uma bênção para você. Então atente para as verdades que lhe digo e para os conselhos que lhe dou ao pórtico de qualquer leitura de minhas páginas:

  1. Sou o Livro dos livros. Nenhuma criação humana ou obra humana se sobrepõe a mim porque sou a Palavra inspirada do Senhor (II Tm 3:16).
  2. Não sou livro de ciências, embora a elas faça algumas referências: sou o livro do coração de Deus para o seu coração carente de alimento espiritual (Sl 42:1,2).
  3. Apresento cenas, painéis, histórias, provérbios, poesias, lutas de reis, fatos sociais vulgares, intrigas palacianas, atitudes nobres, procedimentos vis, fracassos e vitórias de grandes personalidades, santos e ímpios, e faço-o com inteira imparcialidade. Sou a Verdade (Jô 17:17).
  4. Entro em aposentos de reis e príncipes, em casebres paupérrimos, em escritórios de sábios e de inteligências menos aquinhoadas, para lhes anunciar o maior amor, o amor de Deus em Cristo Jesus. Sou o livro mais popular do mundo (Is 11:9).
  5. Vivo na mente e no coração de milhões de criaturas. Se eu desaparecesse da face da terra agora, grande parte do que tenho e sou seria reconstituída por leitores meus e crentes piedosos que não se envergonham de mim (Rm 1:16).
  6. Desejo ser pão para a sua fome da Verdade (Jo 6), água para a sua sede de justiça (At 17:31), bálsamo para as suas angústias e sofrimentos morais (Mt 11:28), bússola para todas as suas peregrinações neste mundo (Sl 119:19).
  7. Por mim aprenderá que há um só Deus, um só Mediador entre o Pai e você (I Tm 2:5), uma porta aberta para o Céu (Jo 10:9), um Deus rico em perdoar (Is 55:7), um Mestre e Senhor (Jo 13:13) - JESUS, Esperança nossa (I Pe 1:3), Amigo sem par (Jo 13:1).
  8. Moisés teve de tiara as sandálias dos pés para pisar terra santa (Êx 3:5). Descalce as sandálias da vaidade humana porque vai meditar na Catedral do Espírito. Em mim fala o Senhor (Is 1:2).
  9. Não me manuseie com altivez acadêmica, mas com humildade, com o santo propósito de ouviar a mensagem de Cristo, a Luz do mundo (Jo 8:12). Diga como o jovem Samuel: "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve" (I Sm 3:9,10).
  10. Com oração e sossego, com amor e fé, com singeleza de coração aproxime-se de mim, e o Deus da verdadeira Paz será com você eternamente (Fp 4:9).

Augusto Gotardelo

domingo, 17 de setembro de 2000

CIDADÃOS DA TERRA E DO CÉU

ANO LVIII - Domingo, 17 de setembro de 2000 - No 2864

CIDADÃOS DA TERRA E DO CÉU

Não raro nos deparamos com um tipo de pregação do evangelho que nos prepara para o futuro, mas pouco diz sobre o nosso presente. Quando cremos na verdade redentora, somos libertos de nossos pecados e recebemos como herança a vida eterna. Nosso passado fica para traz e um futuro glorioso está reservado para nós no céu, ao lado de Jesus e todos os que o amam. Para isso somos instados a proclamar esta mesma verdade a fim de que outros também partilhem desta mesma alegria.

Mas, e quanto ao dia a dia? Não há nenhuma orientação da Bíblia sobre nossa postura diante dos problemas do cotidiano: contas para pagar; educação dos filhos; problemas no emprego; falda de dinheiro; as pressões dos amigos; as ofertas de prazer e alegria no mundo; crianças abandonadas; corrupção da moral nos meios de comunicação; podridão nos poderes instituídos; a atração da fama ainda que por meios ilegítimos. Como fica o cristão no meio de tudo isso?

Embora a Bíblia esteja repleta de instruções para o povo de Deus viver num mundo cheio de problemas, nossa ênfase parece que recai no futuro. Enfrentamos tudo isso sabendo que estamos de passagem. O mundo vai mesmo se corromper e seu final será no fogo do juízo divino. Disso não podemos duvidar mediante a clareza dos ensinos bíblicos. Mas a pergunta continua incomodando: A Bíblia não diz nada sobre o "aqui e agora"?

O evangelho nos torna cidadãos dos céus, mas não tira nossa cidadania na terra. Saber votar é apenas uma pequena parte de nossa responsabilidade temporal. Devemos viver uma vida "mansa e tranqüila" (1 Tm 2:1-3) no que diz respeito ao trato com as autoridades, mas por que não assumir uma postura mais engajada de responsabilidade social?

Somos a luz do mundo e o sal da terra, para fazer diferença onde estamos. E diferença em todos os sentidos.

Rev. Márcio

domingo, 3 de setembro de 2000

A ÉTICA NA POLÍTICA E NA VIDA

ANO LVIII - Domingo, 3 de setembro de 2000 - No 2862

A ÉTICA NA POLÍTICA E NA VIDA

Na última segunda-feira um dos jornais de circulação nacional noticiou que a Presidência da República utiliza três carros blindados emprestados por uma das montadoras de veículos. A repercussão do assunto foi em virtude de que, apenas uma semana antes, o próprio Presidente instituiu um Código de Comportamento da Alta Administração Federal, onde, no artigo 7º proíbe o funcionário público de aceitar empréstimo de veículos, hospedagem ou outras coisas de empresas. O problema é que, uma vez aceito o favor de terceiros, o político fica "devendo favores", o que pode levá-lo a usar o bem público para atender interesses privados.

A Bíblia nos chama de embaixadores do Reino dos Céus. Logo, não labutamos ou defendemos interesses particulares e privados mas caminhamos para a consecução dos objetivos do Reino ao qual pertencemos. Embora esta verdade seja apresentada de forma cristalina nas páginas do Novo Testamento, vemos muitos embaixadores, "emprestando" coisas do mundo.

Infelizmente assistimos hoje a falência da ética cristã: vemos "crentes" sonegando o imposto devido; utilizando-se de estratagemas como a cola na escola para lograr êxito nos estudos; a mentira sendo utilizada para fins "justificadamente positivos"; a falsidade acomete a fraternidade de modo que nossos relacionamentos tornam-se superficiais e descartáveis; a imoralidade segue a filosofia do mundo de que "cada um é dono do seu próprio corpo" e por isso o que faz com ele somente lhe interessa e diz respeito.

Pesa sobre nós as duras palavras de Tiago referindo-se ao modo de vida dos cristãos de sua época: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus." (4:4). Um resgate da ética cristã deve passar pela compreensão que "estamos" no mundo mas não "somos" dele. Isto faz muita diferença, não somente na terminologia, mas na vida prática.

Enquanto a diferença estiver somente na gramática, o mundo continuará a Ter exemplos de crentes que em tudo, ou pelo menos quase tudo, assemelham-se a eles.

Rev. Márcio

domingo, 27 de agosto de 2000

ADORAÇÃO, PRIVILÉGIO SUPREMO

ANO LVIII - Domingo, 27 de agosto de 2000 - No 2861

ADORAÇÃO, PRIVILÉGIO SUPREMO

No livro do Apocalipse é registrado um momento glorioso na vida do apóstolo João e uma ordenança angelical. O momento glorioso: João havia sido contemplado por Deus com a visão de acontecimentos extraordinários reservados para o futuro da humanidade. Um anjo, um mensageiro de Deus, tinha sido o condutor do velho apóstolo nesse passeio escatológico. Ao final das revelações, João - num misto de gratidão e temor - cai aos pés do anjo com o intuito de adorá-lo. Impedindo o apóstolo de um gesto impensado, o anjo o adverte e ordena: ADORA A DEUS!

Creio que nisto todos nós concordamos: somente Deus é digno de adoração. Somente ao Eterno devemos dar culto. Mas quando chegamos na prática da adoração ou na forma de oferecer o nosso culto, surgem opiniões divergentes e argumentos contraditórios.

Em I Coríntios, falando sobre os limites da liberdade cristã, Paulo escreve no cap. 10, v. 31: "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus".

A expressão TUDO é muito abrangente, é genérica. Isto também pode dar margem a especulações. Mas Paulo estabelece parâmetros e dá direção às suas palavras quando diz: "QUER COMAIS, QUER BEBAIS..."

Temos nós consciência de que até mesmo em atitudes tão simples e corriqueiras como comer e beber podemos prestar culto a Deus? A primeira conclusão a que chegamos é que o ato e a forma de adoração vão além do recinto do templo; vão além da ordem litúrgica!

Paulo não estabelece regrinhas, mas princípios. Ele vai mais longe quando diz: "OU FAÇAIS OUTRA COUSA QUALQUER" ! Em outras palavras, a vida do servo de Deus deve ser uma vida de adoração.

Rev. Eudes

domingo, 20 de agosto de 2000

AS MISSÕES E NÓS

ANO LVIII - Domingo, 20 de agosto de 2000 - No 2860

AS MISSÕES E NÓS

Temos a tendência de imaginar que a obra missionária é algo distante de nós. Os missionários são aqueles que vivem tão distante, sempre carentes de nossa ajuda e apoio em algum item necessário à sua sobrevivência.

Ou então nos lembramos de grandes vultos do passado que marcaram a história com sua coragem, ousadia, desprendimento e fé. Singraram os mares e atravessaram os continentes movidos pelo desejo de cumprirem a obra a que foram comissionados: anunciar a boa notícia de salvação em Cristo para todos os pecadores.

Mas, qual a diferença entre eles e nós? Quanto ao passado, se estamos hoje aqui é por que homens deram seus dias, sua vida, bens e talentos à obra missionária. Suas esposas, filhos e descendência perseveraram na fé que foi pregada e muitos outros, filhos espirituais, ousaram repetir seu exemplo de amor.

E, qual a diferença entre eles e nós? Será que não existem pessoas bem próximas a nós, cuja vida longe de Deus no deveria motivar a levá-los aos pés da cruz em suave e sincera contrição? Será que o fato de estarem perdidas nas trevas, sem rumo e sem sentido, não deveria impulsionar-nos a clamar a Deus por livramento e nos colocarmos de prontidão para atender ao primeiro gemido de socorro?

Missões são feitas aqui, lá e acolá. Em todo lugar e em todo tempo. A igreja que não se torna missionária, torna-se um campo missionário. E o mesmo pode ser dito do crente. Deus tenha misericórdia de nós.

Rev. Márcio

domingo, 13 de agosto de 2000

O PODER DA INFLUÊNCIA DE UM PAI

ANO LVIII - Domingo, 13 de agosto de 2000 - No 2859

O PODER DA INFLUÊNCIA DE UM PAI

"Tão somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma,
que te não esqueças daquelas coisas que os olhos têm visto, e
se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida e
os farás saber a teus filhos." Dt 4.9

Alguns anos atrás, cinco rapazes saíram de casa e partiram para outras plagas a fim de começarem vida independente. Lá chegando, descobriram liberdades que nunca tinham conhecido. As tentações eram abundantes de todo lado. Encontraram emprego, ganharam dinheiro e depois de alguns anos voltaram para a casa paterna. Quatro deles, depois dessa experiência, voltaram muito piores espiritualmente. Mas um era diferente. Voltou física, mental e espiritualmente mais forte. Quando lhe perguntaram por que não havia seguido o caminho dos outros, respondeu: "Porque levei uma fotografia comigo".

Você talvez esteja imaginando que foi a foto da noiva que ele deixara para trás quando partiu. Mas não. Contou ele: "Foi a foto de minha última manhã em casa. Estávamos todos sentados ao redor da mesa na hora do café matinal; papai em uma extremidade, mamãe na outra e nós, os filhos, em volta. Não conversamos muito naquela manhã. Todos entendíamos que o círculo familiar estava-se rompendo.

Depois do café, papai tomou a velha Bíblia da família, como era de costume, e começou a ler. Não conseguiu ler muito. Sua voz falhou e ele não pôde continuar. Então nos ajoelhamos para a oração e mais uma vez a voz dele falhou. Foi essa fotografia mental que me impediu de cair nos maus caminhos. Durante o tempo em que estivera fora, não pude suportar o pensamento de partir o coração de meu pai. O lar onde cresci foi um lar feliz. Embora a influência de minha mãe tenha sido profunda, a influência mais poderosa sobre minha vida do de meu pai. Os pais que tomam tempo para ensinar a seus filhos os fatos da vida - antes que eles recolham idéias pervertidas na sarjeta - semeiam coisas boas no solo do coração e dão vantagens aos seus filhos".

Conhecendo os fatos de maneira correta, os jovens assim instruídos terão condições de tomar decisões acertadas, decisões que os colocarão em posição vantajosa nos anos futuros. Se usarem ou não essas instruções da melhor maneira, isso é outra questão. Muito embora essas orientações não possam garantir o sucesso, elas reforçam a possibilidade de que o resultado seja favorável.

(Autor desconhecido. Colaboração de Keyla B. Costa)

domingo, 6 de agosto de 2000

IGREJA, COMUNIDADE DE FÉ

ANO LVIII - Domingo, 6 de agosto de 2000 - No 2858

IGREJA, COMUNIDADE DE FÉ

Marcando o início das comemorações
dos 141 anos de Presbiterianismo no Brasil.

A igreja é, primariamente, uma realidade vertical: relação com Deus. Todo o drama da Redenção já está pressuposto. A questão toda é que ninguém é salvo sozinho. Há uma dimensão comunitária de fé. Quando conhecemos o Evangelho de Cristo e o aceitamos, só pode ser por intermédio dos outros, em comunhão com outros, para transmitir a outros. A própria Escritura foi elaborada pela Igreja, por ela preservada e disseminada. Quem tem a Bíblia está sendo alcançado pela obra da Igreja.

Nem há possibilidade do exercício da fé de modo puramente individual. É certo que o membro da Igreja é individual e importa tenha tido a experiência da conversão. Não há dúvida, Igreja não existe sem pessoas que tenham comunhão com Deus e o cultivo dessa comunhão como os irmãos. Elas nunca estão sós.

Isso, de certo modo, é imposição da própria natureza humana. Desde o início fez Deus o homem para a vida em sociedade. Em Gênesis, cap. 2, quando se fala da criação da mulher, a razão dada por Deus não foi outra: o homem não deve estar só. Isolado, o homem é abstração. Não só pela diferenciação biológica somos nós dependentes uns dos outros. Também do ponto de vista psicológico. Isolamento, quando extremo, provoca loucura. O ser humano, no isolamento, se torna subumano.

Feito para Ter relação com Deus, o ser humano, como sabemos, preferiu voltar-Lhe as costas. Cumprisse seu destino e teria sido feliz, pois que o amor de Deus fundamenta toda sociabilidade legítima, visto que desinteressada. Mas o egoísmo é fatal. O egoísta encontra outros egoístas. Daí as discussões e guerras que mancham toda a História dos homens.

No meio desse cenário instituiu Deus a Igreja, Igreja que é sociabilidade sui-generis: é a "comunidade dos santos". A comunidade, nesse caso, é expressão de sociabilidade cuja razão está em Deus. Não se trata de mera simpatia natural que esteja a unir os membros da Igreja. Não. É pelo que Cristo fez por nós; é pelo que o Espírito Santo faz em nós, que estamos sendo chamados a viver juntos - na comunhão da fé e no propósito de serviço.

A igreja é, pois, neste mundo de paixões e desavenças, o corpo que tem Cristo por cabeça e que visas a plenitude da comunhão e da realização da vontade de Deus.

Rev. Júlio de Andrade Ferreira

domingo, 2 de julho de 2000

RELIGIÃO POR COMPUTADOR

ANO LVIII - Domingo, 02 de julho de 2000 - No 2853

RELIGIÃO POR COMPUTADOR

"Algumas pessoas adotam a "teologia do computador" quando se trata de entender a Deus. Deus é a última palavra em desktop. A Bíblia é o manual de manutenção, o Espírito Santo é o disquete, e Jesus é a linha 0800 de atendimento ao consumidor.

Isso se chama cristianismo computadorizado. Aperte as teclas certas, digito o código certo, insira os dados corretos e... bingo!, imprima sua salvação.

Trata-se de um religião profissional. Você faz a sua parte o computador divino faz a dele. Não há necessidade de oração (afinal, você é quem controla o teclado). Não há necessidade de envolvimento emocional (quem gosta de abraçar circuitos?). E quanto a adoração? Bem, a adoração é um exercício de laboratório - insira os rituais e veja os resultados.

Religião computadorizada. Nada de dobrar os joelhos. Nada de chorar de arrependimento. Nenhum agradecimento. Nenhuma emoção. Isso é ótimo - exceto se você cometer um erro. Exceto se cometer um deslize. Exceto se incluir os dados errados ou se esquecer de salvar o arquivo. Exceto se tocar no lado errado da corrente elétrica. Aí então... azar seu, companheiro, você terá de se virar por conta própria.

Religião por computador. É o que acontece quando...
Você substitui Deus pela máquina;
Você substitui o amor inestimável por dinheiro;
Você substitui o supremo sacrifício de Cristo por conquistas humanas insignificantes;

Quando você enxerga Deus como um computador e o cristão como um triturador de números, manipulador do cursor, e apertador de botões... essa é a religião por computador!

Deus odeia essa religião. Ela oprime seu povo. Contamina seus líderes. Corrompe seus filhos.

Como sei disso? Foi ele quem falou. Jesus condena a religião feita de regras. Com olhos lançando chamas e disparando suas armas, Jesus perfura uma vez atrás da outra o balão de ar quente dos fariseus. Seu sermão na terça-feira é um tiroteio visando um só alvo. O resultado é a proclamação permanente de Deus contra a salvação sistemática."

(Max Lucado em "Quando os anjos silenciam")

domingo, 25 de junho de 2000

OS BENS E O SENTIDO DE POSSE

ANO LVIII - Domingo, 25 de junho de 2000 - No 2852

OS BENS E O SENTIDO DE POSSE

Somos induzidos diariamente pela mídia a ter, conquistar, possuir. Na sociedade sem Deus a pessoa humana é medida pelo que tem, e não pelo que é. Há muita confusão entre ter e ser.

No bojo da mensagem do valor humano pela possessão está a idéia do vale tudo (os fins justificam os meios). E agregado está o conceito de individualidade (é problema meu o que eu faço com o que é meu; ninguém tem nada a ver com o que eu tenho nem como tenho; e por extensão, nem Deus!).

Afinal de contas, de quem é o que possuímos? Ageu 2.8 diz que tudo pertence a Deus. O povo estava desanimado com a aparência do templo, quando foi surpreendido com esta afirmação do Senhor. Mais uma vez, o Senhor está mostrando que é impossível ao homem alcançar o padrão divino sem uma concepção correta de posses. Levíticos 25.23, mostra aqui que Deus é ainda mais enfático quanto à Sua prerrogativa sobre os bens (ou posses). Nada pode ser negociado definitivamente pois o único proprietário, na realidade, é Deus.

Não há nenhum mal em querer alguma cousa útil, nobre ou valiosa. Mas o problema reside na cobiça. A obsessão de ter (possuir) entra em conflito com a Palavra. Ex 20.17, o 10o mandamento, é contra toda e qualquer forma de ambição pelo que não é nosso. Inveja das posses de outrem ou até mesmo o fato de não conseguirmos nos conter dentro de um shopping ou de um supermercado, no desejo de possuir, é cobiça. Tg 4.1-3 mostra que esse problema é tão sério para o ser humano, que o apóstolo associa as guerras, a opressão e o desejo incontrolável de possuir coisas , com o pecado da cobiça.

Colocando-nos em confronto com a verdade, Rm 6.16-18,22 nos posiciona claramente na condição de servos. A questão é, de quem somos servos? Da cobiça, da obsessão incontrolável de possuir? Sim, porque podemos nos tornar servos e não donos daquilo pelo que nos matamos para possuir. Agora, se somos servos do Deus Altíssimo tudo que "temos" é colocado a Seu serviço porque, em verdade, a Ele pertence. E nisto reside a virtude de ter - cuidamos e desfrutamos daquilo que Ele nos permite "possuir".
Praticar a mordomia cristã é privilégio de poucos. Participar destes poucos é nosso privilégio.

Rev. Eudes

domingo, 18 de junho de 2000

SERVO E SENHOR

ANO LVIII - Domingo, 18 de junho de 2000 - No 2851

SERVO E SENHOR

Olhando o aspecto gráfico, a impressão, parece-nos mera coincidência. Uma simples inversão nos números de capítulos e versículos no Evangelho de Mateus nos revela algo poderoso das escrituras.

Vejamos primeiramente Mateus 20:28 - "tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos".

Jesus se apresentou nos evangelhos como o Filho do Homem. Esse nome era compreendido pelos judeus que o esperavam como aquele que viria resgatar a autonomia de Israel e libertar o seu povo do domínio de povos estrangeiros pagãos. O título "Filho do Homem", expressa grandeza, poder, autoridade e dominação. E Jesus está dizendo que o Filho do Homem não se colocaria acima das pessoas como digno de glória e admiração. Pelo contrário, serviria e daria a sua vida em resgate de muitos.

A morte é sinal de derrota para nós, e o era também naquela época. Ser vencido por ela não combinava com a esperança depositada no Filho do Homem. Mas Ele viria para dar a sua vida voluntariamente para resgatar muitas pessoas.

Invertamos a ordem dos números. Passemos agora para Mateus 28:20: "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do séculos".

Essa frase final, o poslúdio do evangelho de Mateus, nos apresenta uma das promessas maio preciosas contidas nos evangelhos. A companhia de Jesus em todo o tempo e em qualquer lugar onde estivermos.

A inversão numérica nos remete para uma relação espiritual: Jesus, o Filho do Homem que se deu, o servo que se humilhou, o varão que se rebaixou, é o mesmo que hoje está, de pé, vivo, conosco, todos os dias. Isso é um atributo divino: estar em todo lugar, todo o tempo, para sempre. Não somente durante os fugidio dias de nossa vida terreal, mas até quando os séculos chegarem ao seu fim e entrarmos na glória por toda a eternidade.

O Filho do Homem, de 20:28 é o Deus homem glorificado de 28:20. A entrega de então foi o caminho para a companhia de agora; a humilhação lá é a certeza do amparo aqui. O serviço cumprido é a razão da glória hoje prestada: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mt. 28:18).

A vida de Cristo é exemplo para nós.
"Mas o que se humilha, será exaltado" (Lucas 18:14)

Rev. Márcio

domingo, 11 de junho de 2000

ATITUDE E COMPROMISSO

ANO LVIII - Domingo, 11 de junho de 2000 - No 2850

ATITUDE E COMPROMISSO

Atitude pode ser entendida como pose, postura, posição, propósito ou procedimento. Uma postura corporal que manifesta um estado emocional; uma disposição de ânimo; um modo de agir, sentir ou pensar que demonstra opinião pessoal. Compromisso significa obrigação, promessa, acordo, pacto, garantia. Em outras palavras, compromisso é abrir mão de interesses estritamente pessoais em favor de um interesse comum; é estabelecer um acordo de mútua participação.

Com estas definições em mente, analisemos de modo sucinto o comportamento de um profeta e do povo em determinado momento histórico de Israel, conforme registrado no capítulo 18 de I Reis. O v. 15 nos revela em Elias um homem de atitude correta e compromisso consciente. O v. 21 na frase "Porém o povo nada lhe respondeu" aponta para uma omissão silenciosa coletiva. No v. 24 há uma concordância passiva na declaração popular - "É boa esta palavra". E no final do evento o povo se manifesta numa emoção exacerbada: "O que vendo todo o povo, caíram de rosto em terra, e disseram: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus! (v. 39).

Por estranho que pareça, os exemplos do passado não são suficientes para corrigir o nosso comportamento no presente. Há muito crente por aí numa sufocante omissão silenciosa; outros, animadinhos, mas em inativa anuência; alguns ainda buscando emoções exacerbadas (necessitam ver sinais e prodígios para crer ou para confirmar sua crença).

Contudo, e louvado seja Deus, outros há que exprimindo em palavras e ação uma atitude coerente entre fé e vida, assumem um compromisso consciente com Cristo e sua Igreja. Exemplo disto temos hoje, entre nós, quando três irmãos se colocam no altar de Deus para ordenação e investidura no ofício diaconal. Agradecendo ao Senhor por essas vidas tão preciosas, rogamos a Ele que os assista na firmeza de suas atitudes e na fidelidade dos seus compromissos.

Rev. Eudes

domingo, 4 de junho de 2000

COMIGO NINGUÉM PODE

ANO LVIII - Domingo, 04 de junho de 2000 - No 2849

COMIGO NINGUÉM PODE

Uma das necessidades humanas comprovadas pela psicologia, é a necessidade de poder. Todos nós precisamos perceber que temos influência sobre alguém ou alguma coisa. Somos capazes de decidir comprar um produto e nos sentimos satisfeitos em poder levá-lo para casa conosco. Autorizamos ou não um filho a sair com os amigos para o cinema, ou ir em uma programação cultural da escola.

Esta necessidade é útil para mover o ser humano em direção a uma atitude ativa e responsável na sociedade.

Porém, o desvirtuamento desta necessidade manifesta-se na sede de poder. Neste sentido a história da humanidade tem registrado o abuso de autoridade dos regimes autocráticos e a conduta exclusivista e manipuladora de homens que defendem a purificação de um raça em detrimento do extermínio de outra.

Mal maior é visto quando esta atitude se manifesta na vida espiritual, em nosso relacionamento com Deus. Aí está o cerne de todo pecado. Foi por querer ser igual a Deus que o anjo de luz foi precipitado do céu para o inferno. O orgulho, em sua forma mais genuína e pura, pode ser definido como o desejo de possuir e manifestar atributos que pertencem somente ao Onipotente. Ele, e somente Ele, é o Todo-Poderoso, e por isso mesmo Lhe pertencem o domínio, o governo, e o poder sobre todas as coisas.

O cristão, ciente destas verdades, não vai eliminar de sua vida a necessidade de exercer poder sobre alguém ou alguma coisa. Contudo, no seu relacionamento com Deus compreenderá o privilégio de trabalhar na Sua obra aqui na terra.

Deu nos fez seu parceiros, quando nos salvou das trevas e nos trouxe para sua Luz maravilhosa. Nesta parceira, recebemos autoridade divina para realizar a Sua vontade, e não a nossa. Somos meramente instrumentos, capacitados por Ele mesmo, para que Sua Glória e Seu poder sejam manifestos neste mundo.

E não existe maior glória para o ser humano que esta. Ser instrumento nas mãos do Deus Eterno.

Rev. Márcio

domingo, 30 de abril de 2000

TRABALHO: HISTÓRIA E PERSPECTIVAS

ANO LVII - Domingo, 30 de abril de 2000 - No 2844

TRABALHO: HISTÓRIA E PERSPECTIVAS

Amanhã comemora-se o Dia do Trabalho. A história registra que, desde o início da humanidade, a atividade produtiva do ser humano teve a finalidade de garantir a sua própria sobrevivência e transformar a natureza numa produção cultural.

Após a Revolução Industrial, processo de mecanização da produção iniciado na Inglaterra no século 17, o trabalho assalariado passou a regular as relações entre trabalhadores e empresários. Estas relações tem alimentado as grandes manifestações em prol do trabalho, justificando a existência um dia no ano para isso.

Foi por causa do trabalho que o homem viu surgirem as grandes cidades em torno das fábricas, as invenções tecnológicas possibilitarem o uso da máquina pra transportar pessoas de um lugar para outro, a energia elétrica possibilitando o trabalho noturno e facilitando as lidas do lar com os "eletrodomésticos".

Segundo especialistas, nos próximos anos "trabalho" e "emprego" não serão mais sinônimos. Afirmam eles que o "fim do emprego" levará as pessoas a terem trabalho sem vínculo com as instituições.

De qualquer forma, o trabalho continua na sociedade atual e sua associação com o ser humano parece cada vez mais forte e endossável.

Para o cristão o trabalho sempre foi um privilégio e uma responsabilidade. Privilégio no sentido de permitir ao homem criar oportunidades de contribuir com a sua geração construindo um mundo melhor e transformando as relações entre as pessoas. A responsabilidade relativa ao trabalho repousa na forma de utilizá-lo como meio de sua exploração a serviço do interesse de instituições.

O evangelho faz as pessoas considerarem sua responsabilidade social com o trabalho, e entenderem que sua vocação e vida profissional é um mandato divino para fazerem deste mundo uma sociedade mais igualitária e mais humana.

Rev. Márcio

domingo, 23 de abril de 2000

PÁSCOA: COELHO OU CORDEIRO?

ANO LVII - Domingo, 23 de abril de 2000 - No 2843

PÁSCOA: COELHO OU CORDEIRO?

A celebração de Páscoa é marcada atualmente por uma forte ênfase comercial. Chocolates fabricados em diversas formas são trocados entre pessoas para alegria da criançada. O coelho é associado como o doador da guloseima esperada nesta época.

Esses e outros costumes culturais, a maioria dos quais importados de outras terras, não seriam nocivos em si mesmos caso seu uso não substituisse o vrdadeiro significado e simbolismo da Páscoa.

Tanto o coelho quanto o chocolate tem sua razão de estarem tão presentes numa celebração da Páscoa. Mas interessa-nos recordar as verdadeiras razões desta festa de cunho religioso.

A Páscoa foi originalmente instituida quando da saída dos hebreus do Egito. Na noite da última praga divina sobre Faraó e seu povo, todos os hebreus deveriam imolar um cordeiro novo, sem defeito nem mácula, esparramar parte do seu sangue sobre os portais de suas casas, assá-lo e comê-lo de pé, acompanhado de ervas amargas. As casas manchadas pelo sangue do puro cordeiro foram poupadas da morte naquela noite, conforme o mandamento divino.

Quando tudo isso aconteceu, a alegria pela preservação da vida foi aumentada pelas riquezas que os hebreus tiraram dos seus vizinhos antes de deixarem a terra. Deus tinha dado vida, alegria e riqueza em um momento de luto, dor e morte.

Séculos depois o significado da Páscoa seria ampliado para todos os povos. O Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo quando morreu na cruz e o seu sangue foi espalhado sobre o madeiro. A morte, pagamento justo e merecido do pecado de todos os homens, é retirada daqueles que participam deste sacrifício pela fé. "O sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo o pecado". Não apenas somos livres da morte como temos acesso à nova vida mediante a ressurreição de Jesus. Recebemos das riquezas eternas, bem como da alegria pela companhia de um redentor vivo e presente em nossas vidas.

A Páscoa verdadeira foi protagonizada por um cordeiro. O cordeiro de Deus, Jesus. Ele é o vencedor do pecado, da morte e do inferno, e oferece esta mesma vitória àqueles que unem-se a ele pela fé.

Esse é o brado dos que experimentaram a verdadeira páscoa: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?"

Rev. Márcio

domingo, 16 de abril de 2000

RAMOS: CELEBRAÇÃO OU EMPOLGAÇÃO?

ANO LVII - Domingo, 16 de abril de 2000 - No 2842

RAMOS: CELEBRAÇÃO OU EMPOLGAÇÃO?

No calendário litúrgico o "Domingo de Ramos" refere-se à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém no primeiro dia daquela que seria sua derradeira semana. Sob vivas de júbilo e perante uma multidão em festa, a população da cidade e os discípulos presenciaram a cena de um homem aclamado e bendito como aquele que viera em nome do Senhor. Uma referência messiânica atribuída àquele nazareno montado em um jumentinho.

Esta mesma multidão gritaria eufórica novamente, apenas seis dias depois, para que Jesus fosse condenado à morte de cruz. O que teria acontecido naquele curto espaço de tempo nos leva a questionar a experiência do domingo fora verdadeira adoração ou pura empolgação.

De qualquer forma, fica evidente a inconstância do ser humano no trato de questões importantes que dizem respeito à sua própria vida.

Será que o mesmo ainda acontece em nossos dias? Poderíamos vislumbrar, ao final do século XX, um cenário onde as pessoas continuam mudando de posição tão rapidamente em relação às coisas espirituais?
Hoje vemos grandes manifestações públicas de alegria onde os cantores, a música, o aparato eletrônico, as "ginásticas aeróbicas", os refletores, o palco e todo o contexto conduzem as pessoas a uma manifestação extasiada de suas emoções. A julgar pelas horas passadas num ambiente assim, diríamos que ali existe real adoração e louvor a Jesus, quase numa reprodução do acontecido naquele domingo de Ramos.

Mas nem é preciso passarem-se os seis dias para que uma triste mudança ocorra. Esta multidão reúne-se novamente para cuspir no rosto de Jesus e desprezá-lo como um criminoso. Fazem isso nas reuniões onde entregam-se às drogas, lícias ou não, às músicas frenéticas, à dança sensual, às luzes multicoloridas que convidam aos prazeres, ao sexo ilícito, às arruaças e à irresponsabilidade.

A adoração verdadeira, que pode existir num momento público e eufórico, se confirma na vida dedicada à devoção, à prática do amor, ao cumprimento de suas responsabilidades civis, ao bom uso de suas emoções, ao cuidado no falar, à alegria comedida, à fidelidade ao Senhor. Estas atitudes não se encontram na empolgação, mas sem elas não existe adoração.

Rev. Márcio

domingo, 19 de março de 2000

DO LAR E DÓLAR

ANO LVII - Domingo, 19 de março de 2000 - Nº 2838

DO LAR E DÓLAR

Dia 8, próximo passado, foi comemorado no mundo civilizado o Dia Internacional da Mulher. Desde que essa comemoração foi instituída, 90 anos atrás, as mulheres enfrentaram corajosamente vitórias e reveses em sua busca de igualdade de direitos e oportunidades. O dia 8 de Março foi escolhido como homenagem especial a mais de 120 mulheres operárias, queimadas no interior de uma fábrica em New York, após um movimento grevista em 1857.

Embora as mulheres tenham alcançado conquistas político-sociais extraordinárias ao longo do século XX, ainda há seqüelas culturais do tempo em que elas eram contidas no interior da casa como objeto de cozinha e procriação de filhos. Uma destas seqüelas é o constrangimento daquelas senhoras que não participando do mercado de trabalho nos escritórios ou nas fábricas, se sentem diminuídas em suas funções caseiras. É comum perceber esse constrangimento quando lhes é indagado: Profissão? E elas respondem, quase com um sentimento de culpa: Do lar! Parece que estão cometendo um crime ou pagando um pecado que não cometeram. Parece que se sentem diminuídas diante daquelas que exercem uma profissão externa.

Gostaria de lembrar que ninguém entra no campo competitivo do mercado de trabalho porque gosta ou por divertimento. Entra, sim, por necessidade, por uma questão de sobrevivência. Ou para sustentar uma família que foi abandonada pelo marido ou para trazer uma renda adicional que complemente o pequeno salário do seu companheiro. Esta é a realidade, o que passa disto é perfume, é fantasia. Submeter-se a desgastantes concursos públicos, a testes e entrevistas; longas horas de espera; salários menores que os dos homens e outras contrariedades não são motivo de prazer apara ninguém. Quando a mulher parte para o campo da luga no mercado de trabalho é por necessidade, e não por vaidade.

DO LAR é mais que uma profissão. DO LAR significa que a mulher é capaz de manter a casa organizada e limpa, cuidar da economia doméstica, acompanhar o crescimento dos filhos com todas as suas implicações de ordem escolar e comportamental; de cuidar do marido e de si mesma. Sabe a hora de dar umas boas palmadas e a hora de se perfumar; a hora de vestir um avental e a hora de vestir um robe mais sexy. DO LAR é ser mãe, companheira, amante e amiga.

DO LAR é tão importante que a diferença entre "DO LAR" e "DÓLAR" é mais uma questão de semântica. A mulher do lar deveria ser recompensada em dólar, e não em míseros reais. Na realidade o trabalho no lar não tem preço, está acima de qualquer salário. Não é atoa que empresárias e artistas famosas estão agora invertendo os valores. Largando tudo para voltar a ser simplesmente mulher e não uma máquina de fazer dinheiro.

À luz da Bíblia - não dos costumes culturais nela registrados - mas à luz do ensino de Deus, homem e mulher são colocados em nível de pleno respeito e igual dignidade. Esta verdade se manifesta de modo bem patente na Criação e no Calvário. "Criou Deus, pois, o homem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou..." Gn 1:27,28. E em Gl 3:26,28 lemos: "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus... dessarte não pode haver judeu nem grego, nem escravo nem liberto, nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus"!

Sinta-se você também minha irmã, dignificada em sua condição de esposa, de mãe, de mestra, de auxiliadora, mas acima de tudo pela condição de ser uma mulher a serviço de Deus.

(Resumo da palestra feita pelo Rev. Eudes à Sociedade Auxiliadora Feminina)

domingo, 23 de janeiro de 2000

VIVER OU MORRER

ANO LVII - Domingo, 23 de janeiro de 2000 - No 2830

VIVER OU MORRER

"Matar ou Morrer" é um clássico do cinema americano, estrelado por Gary Cooper, que arrancou lágrimas e aplausos de uma geração inteira. Matar ou morrer é também uma expressão que marca momentos cruciais da existência humana.

Em sua Carta aos Romanos, Paulo aborda um tema universal, que não arranca lágrimas nem aplausos, mas nos desafia a pensar. Assim ele escreve no capítulo 14 versículo 8: "Porque se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor".

Viver para o Senhor, morrer para o Senhor, ser do Senhor. E aqui o mais importante não é o viver muito ou pouco, não é o morrer bem ou mal. O mais importante – e vital – é ser do Senhor.

Assim se expressa um notável médico e filósofo contemporâneo: "Tenho paixão pela liberdade, mas acho que a grande necessidade da vida humana é a necessidade de render-se a alguma cousa além de si mesmo". Infelizmente, alguns se rendem aos tóxicos, outros ao jogo, outros à depravação sexual; outros se rendem ao partido, à empresa ou ao dinheiro. Por que não se render a Jesus?

O apóstolo Paulo viveu muitos anos para o judaísmo. O seu encontro com Jesus, no caminho de Damasco, modificou completamente os seus valores e propósitos. A partir dali ele viveu e morreu por Cristo e para Cristo. Escrevendo aos crentes de Filipos, Paulo define o conceito cristão de vida e morte, de viver ou morrer: "Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro" !

De quando em quando nos lembramos da dedicação de vidas preciosas pelas quais louvamos a Deus. Gente que viveu e morreu influenciando outros pelo testemunho de sua fé e amor cristão. Gente das quais o mundo não era digno. Um dia o meu distinto leitor, assim como eu, partiremos. Será que as pessoas com as quais convivemos, se sentirão movidas a agradecer a Deus pela nossa passagem em suas vidas?

Por quê ou para quem você está vivendo? Por quê ou para quem você está morrendo? Não devemos evitar estas perguntas. E não podemos fugir das respostas. É necessário encontrar o mais depressa possível o "por quê" e o "para quem" da nossa existência.

Rev. Eudes

domingo, 2 de janeiro de 2000

ANO NOVO, ANO DO SENHOR ?

ANO LVII - Domingo, 02 de janeiro de 2000 - No 2827

ANO NOVO, ANO DO SENHOR ?

As últimas notícias da aldeia global nos assustam com a invasão de Grosni pelas tropas russas, o morticínio entre muçulmanos e cristãos na Indonésia, o recrudescimento da guerra de guerrilha na Colômbia, Angola e Filipinas, a ameaça de uma guerra nuclear entre Índia e Paquistão, o desespero dos excluídos em países do terceiro mundo, a devastação da natureza, a violência humana em suas múltiplas formas. Seria necessária uma mudança de rumo, uma profunda conversão de valores, para interromper o caminho de desespero, de sofrimento e de morte. Pelo que parece o ano 2000 não será um “ano de salvação”.

Todavia, as aparências enganam. O mundo, que parece fugir do controle de Deus, continua sendo o mundo por Ele criado e amado. Certamente Deus não está intervindo com poder e força. Em Sua longanimidade ainda estende a oportunidade para o arrependimento e perdão. Mas Ele permanece sendo o Senhor, perante quem são responsáveis todos, ainda que não o admitam.

Há ainda outro aspecto a ser considerado. Não importa se 2000 é final do Século XX ou início do Século XXI. Não importa se 2000 é final do Segundo Milênio da Era Cristã ou início do Terceiro Milênio. O que deveras importa é que 2000 é Ano do Senhor, como do Senhor é o tempo e a eternidade. Esta certeza nos comunica a paz de espírito que tanto desejamos. Sim, Ele nos sustentará, dando-nos a serenidade de penetrar o futuro falando e agindo em nome de Jesus.
Como diz Paulo em sua I Epístola aos Coríntios: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam” .

Rev. Eudes

TWITTER

ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.