ANO LXXIV - Domingo, 18 de setembro de 2016 - Nº 3699
OCIDENTE CRISTÃO?
OCIDENTE CRISTÃO?
A pergunta acima é inquietante e instigadora. Houve, há e haverá, de fato, um ocidente cristão, ou uma “sociedade ocidental cristã”? Que o ocidente conviveu e convive com a presença e, posteriormente, com a influência da religião cristã desde o final do século I é inegável, mas houve algum tempo que de forma efetiva os valores, princípios e expressão da fé cristã estiveram presentes na civilização ocidental? Esta questão me parece tornar-se mais aguda em nossos dias em vários segmentos e esferas da vida humana em sociedade. O distanciamento de tais valores e propostas cristãs vai se acentuando, ainda que, em aparente contradição, se possa indicar aumento em certo tipo de “espiritualidade”.
Uma das áreas mais afetadas é a esfera da família e do casamento. Já não me refiro às formas ou modos de convivência íntima fora dos padrões bíblicos do matrimônio, assunto “empoeirado” e de agenda ultrapassada e vencida na visão de tantos que, embora sustentem certa espiritualidade até no âmbito das igrejas, não pautam a conduta pela diretriz bíblica. Refiro-me às questões de modelos de família que vão surgindo e se “impondo” a nós como não ultrajantes aos aspectos da mínima dimensão do compromisso e engajamento cristão bíblico. Cito, para exemplificar, a situação em que uma mãe, “ofereceu-se para gestar um filho para seu filho”, sendo que a fecundação fora feita com sêmen do filho e óvulo de outra mulher, pois o filho queira muito ter um filho. A questão seria até mais compreensível, embora muito complexa, caso houvesse algum problema de ordem física ou genética. No entanto, o motivo de tal “barriga de empréstimo” deu-se por ser o filho “casado” com outro indivíduo do sexo masculino e, obviamente, não poderiam gerar filhos pela ordem própria de Deus (ou da natureza se resolvermos excluir Deus da história). A criança é, portanto, filha da avó e neta da mãe; irmã do pai e filha do irmão, sendo criada pelo pai-irmão, tendo dois pais, ou “uma mãe” que é homem também. Alguém diz: Agora é difícil, mas daqui a pouco se torna comum. Aí está o problema. Assim como outras situações contrárias às orientações postas nas Escrituras Sagradas cristãs que “se tornaram comuns” em nossa “sociedade cristã ocidental”, estas envolvendo a família e o lar tendem a tornar-se cada vez mais distantes do cristianismo bíblico, embora se queira continuar afirmando que vivemos em “uma sociedade cristã ocidental”.
O desafio é sempre imenso à Igreja, para que a Igreja seja, de fato e de verdade, Igreja, e não apenas um ajuntamento de pessoas socialmente bem ajustadas aos costumes presentes do momento política e socialmente corretas.
Rev. Paulo Audebert Delage
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