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domingo, 29 de agosto de 2010

AI (38)

ANO LXVIII - Domingo, 29 de agosto de 2010 - Nº 3383

"Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e a fundamenta com iniquidade!" (Habacuque, 2:12)

Mais um "ai" dentre os cinco que temos neste capítulo da profecia de Habacuque, todos dirigidos contra os caldeus (babilônicos), mas que se aplicam a todos nós com caráter de advertência.

O tema envolve, mais uma vez, a cidade e sua edificação ou construção. Em nossos tempos de eleição–política é uma boa hora para olharmos esta questão. Nossas cidades têm sido construídas (edificadas-desenvolvidas) à custa de muito sangue. Sangue de inocentes mortos pela violência urbana, manifestação da natureza corrompida do ser humano; sangue de muitos explorados e mortos na desigualdade imposta por uma "lei de mercado" impiedosa e virulenta, que massacra, escraviza e desumaniza (ao que aplica e ao que é alvo). Pense sobre as cidades ao longo da história e veja como há muito sangue em seus alicerces. Algumas foram subvertidas pelo juízo divino, mas a maioria ainda vem sendo suportada pela longanimidade de Deus.

A pronúncia de juízo de Deus é clara: "ai dos que...". Sua sentença não é sobre a cidade (edificações, construções, etc.), mas sobre as pessoas que edificam-nas desta forma brutal e desumanizadora. Vemos que a questão estrutural-social passa pela via do individual, ou seja, quem a edificada. A solução é a cruz redentora de Cristo, para resolver o problema básico e fundamental do ser humano, o pecado. Sua presença e manifestação é individual, mas sua abrangência e seu reflexo são sociais, institucionais e estruturais. Não se trata de mais religião, ou falta de Deus (visão do senhor Datena); conversa sobre Deus e religião há em abundância. O que precisa é redenção pela cruz de Cristo, regeneração e novo nascimento, sendo, de fato, nova criatura.

Quem tem edificado nossa cidade, estado e nação? A quem vamos entregar este processo? Verifique bem. Seu passado e presente são de projetos de melhoria da condição humana? O que fez e faz? Seu passado aponta para a realização de atividades de morte, roubo, delito, sequestro, etc? Seja de direita , de esquerda ou centro; não importa.

Tenho contribuído para que a cidade seja edificada com sangue? Pense e verifique sobre sua conduta como cristão; pois o Senhor fala ainda hoje e também a nós: "ai daquele..."

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 22 de agosto de 2010

AI (37)

ANO LXVIII - Domingo, 22 de agosto de 2010 - Nº 3382

"Ai do que acumula o que não é seu... Ai do que ajunta em sua casa bens mal adquiridos..." (Habacuque 2:6,9)

No capítulo 2 da profecia de Habacuque encontramos cinco "ais" relativos à situação ligada aos caldeus (instrumentos de Deus para disciplinar e penalizar Israel), na qual o Senhor mostrará que tal povo, mesmo instrumento de Sua soberania, é responsável por seus atos de violência e excesso.

O primeiro "ai" (v. 6) fala sobre a forma injusta de acúmulo do que não é seu, ou seja, fruto de ação dolosa contra o outro, seja por subtração violenta ou não, seja por forma dissimulada de negociação lesiva. Tal modo de crescimento de patrimônio (enriquecimento) é visto como ilícito e ao que assim fazem tornam-se alvo de admoestação da parte de Deus, pois hão de receber o retorno. Isso é o que se vê nos versos seguintes (7-8). A ação e revolta dos que foram vitimados se farão manifestas e as consequências serão trágicas sobre os que os haviam explorado e lesado. Mesmo que os homens não consigam promover essa "lei de retorno", certamente O Senhor não haverá de deixar que tal conduta fique sem a devida retribuição.

O segundo "ai" (v. 9) está escrito de certo modo, ligado ao anterior, visto que estabelece o princípio do aumento de patrimônio por meio não lícito. O julgamento inadequado e a falsa ideia de segurança nutridos por tais pessoas, são postos no chão pelo Senhor, deixando claro que tais bens adquiridos impiamente não poderão fazê-los livres ou imunes à ação das "garras do mal". Essa expressão pode envolver ideias distintas de qual forma de mal seja, mas, independentemente de qual seja a acepção, haverá de permanecer o fato de que a pessoa cuja postura é aqui denunciada, será alcançada e sua cobiça e orgulho sofrerão o devido juízo. Usa-se uma expressão para apontar que, mesmo parecendo impossível, tal juízo haverá de ocorrer e alcançar esses indivíduos, expressão essa conhecida no Novo Testamento e usada (em outro contexto) pelo Senhor Jesus: "a pedra clamará" e o madeiramento haverá de responder com juízo.

Nesse mundo mergulhado na perspectiva do lucro a qualquer custo e da vantagem às custas da lisura e honestidade, esses "ais" continuam vibrando com toda força e intensidade, advertindo a todos nós: cuidado.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 15 de agosto de 2010

AI (36)

ANO LXVIII - Domingo, 15 de agosto de 2010 - Nº 3381

"...Ai de vós também, intérpretes da lei! Por que sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos nem com um dedo os tocais" (Lucas 11:46)

Jesus havia censurado de forma dura os fariseus, devido às suas atitudes inadequadas e impróprias. Uma outra classe de pessoas, também respeitada em Israel - os intérpretes da lei - toma a defesa dos fariseus e alega ser também atingida pelas contundentes palavras do Mestre. Poder-se-ia esperar que o Senhor Jesus se tornasse mais ameno e brando, reconsiderando seu modo de falar. No entanto, com serenidade, mas com virilidade e vigor, ele se dirige diretamente aos seus interpeladores e os atinge com outra censura devido a comportamento recriminável demonstrado por eles.

Os intérpretes da lei tornaram-se especialistas em explicar a Lei do Senhor, dando seu parecer sobre todos os textos da Torah e, do resto, o Velho Testamento. Criavam regulamentações e estabeleciam normas absurdas a serem observadas pelas pessoas, com o intuito de cumprirem todas as demandas da Lei. Essas diretrizes tornavam-se impossíveis de serem observadas, gerando um aflição naqueles que as recebiam como imposição por mando desses "doutores da Lei".

Ocorre que além da imposição de tais normas e diretrizes, tais elementos não se envolviam na busca por oferecer auxílio aos que deveriam observar as prescrições estabelecidas por eles. Os fardos pesadíssimos impostos sobre os ombros das pessoas deveriam ser por elas carregados sozinhos.

Ainda vemos que há muitos que assim agem na esfera da religião, mesmo chamadas cristãs e evangélicas. Oneram, de forma exacerbada, os ouvintes e fiéis, levando-os ao esgotamento e à exaustão. Sobrecarregam-nos com excesso de pedidos de dinheiro (subtraindo-lhes, por vezes, o próprio sustento); afligem-nos com acusação de falta de fé por não haverem sido curados, responsabilizando os enfermos pelo insucesso da cura, sufocam-nos com regras de costumes, entre outras tantas formas modernas de atar fardos pesados sem, no entanto, oferecer um dedo de ajuda para auxiliar a carregá-los.

Sejamos solidários no socorro àqueles que têm fardos pesados a levar. Ofereçamos nossa ajuda e prestemos a eles nosso socorro, aliviando-lhes o fardo, seguindo o exemplo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 8 de agosto de 2010

AS BEM-AVENTURANÇAS PATERNAS

ANO LXVIII - Domingo, 08 de agosto de 2010 - Nº 3380

AS BEM - AVENTURANÇAS PATERNAS

No transcurso do Dia dos Pais, a nossa homenagem.

Bem-aventurados os pais humildes de espírito, porque não provocarão seus filhos à ira. Efésios 6:4

Bem-aventurados os pais que choram (e intercedem) pela salvação de seus filhos, porque serão consolados com a decisão deles. Mateus 18:14

Bem-aventurados os que disciplinam com mansidão, porque herdarão filhos obedientes. Provérbios 13:24

Bem-aventurados os pais misericordiosos, porque compreenderão o fracasso dos filhos e os ajudarão a levantar. Gálatas 6:1-4

Bem-aventurados os limpos de coração porque ensinarão os filhos com o próprio exemplo. Efésios 5:2

Bem-aventurados os pacificadores, porque não terão filhos desunidos como Jacó.

Bem-aventurados sois quando, por causa da justiça, proibirdes os filhos de andarem com más companhias, frequentarem ambientes que estimulam o uso de drogas, fumo, álcool e a permissividade sexual, como fazem os seus amiguinhos. Salmos 1:1

Bem-aventurados sois quando por minha causa e por amor a mim, cuidardes bem da minha herança (Salmos 127:3) - os filhos – pois assim fizeram os pais crentes que viveram antes de vós.

Rev. Antônio Paulo de Oliveira

(Publicado em o Evangelista de Crianças. Ano XXXII, nº 124)

domingo, 1 de agosto de 2010

AI (35)

ANO LXVIII - Domingo, 01 de agosto de 2010 - Nº 3379

"Ai de vós! Que sois como as sepulturas invisíveis, sobre as quais os homens passam sem o saber" ( Lucas 11:44).

Essa palavra de Jesus dirigida aos fariseus soa como contraditória ao que disse em Mateus 23:27, ao referir-se aos fariseus como "sepulcros caiados". Na verdade, não ocorre qualquer contradição. São duas situações distintas e ambas ilustram alguma forma de atitude ou comportamento de muitos fariseus e escribas.

De fato, os sepulcros deveriam ser assinalados ou destacados (pintados, cercados, etc.), a fim de evitar que as pessoas passassem sobre eles ou com eles tivessem contato, ficando cerimonialmente impuras. Na tradição judaica o contato com o morto (ou lugar onde estivesse), fazia com que tal pessoa fosse tida como imunda por determinado período. Havia necessidade de purificações, banhos, afastamento das coisas sagradas, não participação em cerimônias, etc.

Jesus, nesse sentido, traz sobre os fariseus uma palavra de grande reprovação e reprimenda, ao sustentar que a atitude deles fazia com que as pessoas se tornassem contaminadas ou impuras. Os fariseus não conduziam as pessoas à santidade e à comunhão com o Senhor; antes, faziam com que viessem a ter uma vida divorciada da comunhão com o Santo e o Sagrado.

Não se está falando aqui de omissão (escondidos), mas de ação ou comissão. A comparação feita é para indicar que as pessoas são conduzidas à impureza cerimonial e religiosa pela ação dos religiosos. São eles os responsáveis por levar as pessoas ao contágio e infecção, devido a seus ensinos e posturas dissimulados e falseadores da verdade, mas que as pessoas não percebem, não enxergam, como as sepulturas "invisíveis" das quais Jesus fala no texto.

Nem sepulcro caiado (bonito por fora e podridão por dentro), nem sepultura invisível (agente de contaminação), mas referencial de integridade e sinceridade, bem como de direcionamento à verdade e santidade, é o que se requer de nós na condição de cristãos, para não ouvirmos os mesmos "ais" dirigidos aos escribas e fariseus.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.