ANO LXXIV - Domingo, 09 de outubro de 2016 - Nº 3702
CRIANÇAS E TRAGÉDIAS
Gostaria de fazer referência apenas aos aspectos positivos e bons de países desenvolvidos e com altíssimo grau de cuidado com crianças como a Dinamarca, Noruega, Suíça, Suécia entre outros, onde as crianças têm educação (escola), saúde, alimentação, saneamento básico, ente outros benefícios. Mas, a tragédia é maior que a virtude neste contexto, pois a miséria, pobreza e exploração são mais fortes que os cuidados, como podemos ver em países da África, Ásia, América e alguns na Europa, países nos quais as crianças são relegadas a situação de abandono e miséria quase ou mesmo de miséria absoluta, com as formas mais vis e abjetas de exploração.
Dia das crianças deve ser de reflexão com relação à situação de nossas crianças no Brasil. Claro que as nossas (nosso contexto imediato) são privilegiadas e abençoadas, tendo e desfrutando de uma condição de boa educação, assistência médica, saneamento, alimentação e acompanhamento espiritual. Refiro-me a alguns milhares de milhares (em todas as regiões do Brasil) no campo e na cidade que vão padecendo sem assistência ou cuidado, número avassalador morrendo de desnutrição (fome), por doenças motivadas pela falta de saneamento básico e cuidado mínimo, perdendo a vida e sua dignidade devido à falta de formação e instrução, ou sendo destruídas e levadas à prostituição por fruto de abuso sexual perpetrado por adultos destituídos de decência, escrúpulo e senso de humanidade.
Conformarmo-nos com tal quadro é algo inadmissível e impensável a nós como Igreja de Cristo. Dar apoio a instituições como a APEC na evangelização e salvação das crianças é importante e muito relevante, mas, também, incentivarmos e sermos agentes de cooperação na estruturação de instituições promovedoras do cuidado das crianças; sermos agentes de pressão e cobrança dos poderes estatais na responsabilidade de promoção do bem estar das crianças com investimentos necessários e suficientes na formação delas, para diminuir significativamente gastos com adultos delinquentes, marginais, doentes ou prejudicados permanentemente pela subnutrição. Investirmos mais na educação, para não serem necessárias tantas "bolsas famílias". Enfim, Dia das Crianças; graças a Deus por nossos filhos abençoados e bem cuidados, mas não podemos fechar os olhos e as mãos aos que estão à míngua. Misericórdia de nós Senhor!
Rev. Paulo Audebert Delage
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