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domingo, 25 de setembro de 2016

MUDANÇAS

ANO LXXIV - Domingo, 25 de setembro de 2016 - Nº 3700

Mudanças
 
"Ele converteu rios em desertos, e mananciais em terra seca [...] Converteu o deserto em lençóis de água, e a terra seca em mananciais" (Salmo 107: 33 e 35).

Os textos acima transcritos, presentes no mesmo salmo, são chocantes para nós e nos trazem uma sensação de insatisfação, pois revelam um aspecto com o qual não gostamos de nos deparar, ou seja, a mudança que implica em desassossego, incômodo, dificuldade e sofrimento. Claro que nos alegramos e nos regozijamos com o fato de Deus transformar nossos desertos em rios e a terra seca e árida em mananciais de águas cristalinas e abundantes - figura linda. Mas, ao nos depararmos com a situação ao inverso torna-se difícil assimilar tal circunstância, ou seja, o rio feito deserto e o manancial tornado terra seca. Há, inclusive, os que firmemente negam o fato de que o Senhor faça isso, insistindo que tal atitude não se conforma com o caráter gracioso de Deus e que mudanças desta ordem não têm nada com o agir do Senhor.

A vida não é só deserto (graças a Deus), nem tampouco apenas manancial. Ambos se mesclam e os temos alternadamente em nosso viver. Louvado seja Deus porque a maioria de nós tem muito mais tempo de manancial que de deserto, mas o problema é que o deserto nos afeta muito mais, posto que
a restrição, a privação e a tribulação nos angustiam, fazendo os desertos se tornarem tempo e espaço quase infinitos, inacabáveis em nosso modo de ver.

A tortura do deserto (mesmo que por tempo menor que o dos mananciais) é sufocante e nos leva a esquecer do privilégio que vivenciamos desfrutando dos rios, nascentes e fontes em nosso viver. Oramos no deserto para Deus convertê-lo em manancial e Ele, por graça e bondade, o faz. Mas, devemos estar atentos para o fato de que Ele poderá, por vontade DEle, mudar nossos suaves e tranquilos regatos em terra seca. Por quê? Pergunta inquietante. Nem sempre haverá resposta em nós e conosco para ela. Precisamos apenas ter consciência de que mudanças, de uma forma ou de outra, estão sob a condução de nosso Senhor. Difícil, mas verdade.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de setembro de 2016

OCIDENTE CRISTÃO?

ANO LXXIV - Domingo, 18 de setembro de 2016 - Nº 3699

OCIDENTE CRISTÃO?

A pergunta acima é inquietante e instigadora. Houve, há e haverá, de fato, um ocidente cristão, ou uma “sociedade ocidental cristã”? Que o ocidente conviveu e convive com a presença e, posteriormente, com a influência da religião cristã desde o final do século I é inegável, mas houve algum tempo que de forma efetiva os valores, princípios e expressão da fé cristã estiveram presentes na civilização ocidental? Esta questão me parece tornar-se mais aguda em nossos dias em vários segmentos e esferas da vida humana em sociedade. O distanciamento de tais valores e propostas cristãs vai se acentuando, ainda que, em aparente contradição, se possa indicar aumento em certo tipo de “espiritualidade”.

Uma das áreas mais afetadas é a esfera da família e do casamento. Já não me refiro às formas ou modos de convivência íntima fora dos padrões bíblicos do matrimônio, assunto “empoeirado” e de agenda ultrapassada e vencida na visão de tantos que, embora sustentem certa espiritualidade até no âmbito das igrejas, não pautam a conduta pela diretriz bíblica. Refiro-me às questões de modelos de família que vão surgindo e se “impondo” a nós como não ultrajantes aos aspectos da mínima dimensão do compromisso e engajamento cristão bíblico. Cito, para exemplificar, a situação em que uma mãe, “ofereceu-se para gestar um filho para seu filho”, sendo que a fecundação fora feita com sêmen do filho e óvulo de outra mulher, pois o filho queira muito ter um filho. A questão seria até mais compreensível, embora muito complexa, caso houvesse algum problema de ordem física ou genética. No entanto, o motivo de tal “barriga de empréstimo” deu-se por ser o filho “casado” com outro indivíduo do sexo masculino e, obviamente, não poderiam gerar filhos pela ordem própria de Deus (ou da natureza se resolvermos excluir Deus da história). A criança é, portanto, filha da avó e neta da mãe; irmã do pai e filha do irmão, sendo criada pelo pai-irmão, tendo dois pais, ou “uma mãe” que é homem também. Alguém diz: Agora é difícil, mas daqui a pouco se torna comum. Aí está o problema. Assim como outras situações contrárias às orientações postas nas Escrituras Sagradas cristãs que “se tornaram comuns” em nossa “sociedade cristã ocidental”, estas envolvendo a família e o lar tendem a tornar-se cada vez mais distantes do cristianismo bíblico, embora se queira continuar afirmando que vivemos em “uma sociedade cristã ocidental”.

O desafio é sempre imenso à Igreja, para que a Igreja seja, de fato e de verdade, Igreja, e não apenas um ajuntamento de pessoas socialmente bem ajustadas aos costumes presentes do momento política e socialmente corretas.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 11 de setembro de 2016

DURA LEX, SED LEX

ANO LXXIV - Domingo, 11 de setembro de 2016 - Nº 3698

“Dura lex, sed lex”

A expressão acima é de origem latina e seu sentido (tradução) é: “a lei é dura, mas é a lei”. Ela remonta aos dias antigos de Roma quando da introdução das leis escritas (codificadas), substituindo a tradição oral, que gerava uma série de mudanças em sua transmissão, colaborando para interesses pessoais ou oligárquicos (de grupo), ora flexibilizando, ora restringindo. Com a escrita a lei se tornou “dura” e a mesma, não importando para quem. Esta era a ideia. A realidade; bem, esta dependeria da interpretação dos juristas. Pobre lei, pobre povo, pobre Roma.

Este é o problema com relação a um determinado texto, inclusive o texto legal: sua interpretação. Sou partidário de que o texto tem apenas um sentido, ou seja, aquele que o autor lhe quis dar. Caso o autor tenha desejado que o texto tivesse duplo sentido, esse é o sentido que lhe quis dar e só este é correto. Vimos, na semana passada, que a lei pode não ser tão dura assim quando se deseja, se quer ou se tem interesse menor não digno de ser apontado, fazendo-se travestir de misericórdia ou compaixão (“é a Constituição, mas não podemos ser mau”) como se expressou o presidente do Senado Federal (deveria escrever com letra minúscula) e contar “argumento” admitido e conduzido pelo presidente da sessão e presidente da Corte Judiciária Maior da República. Não entro no mérito se houve crime, se deveria haver punição e coisas do gênero, mas apenas digo que ao se aplicar a lei, não se pode desconsiderar o que ela diz.

Na esfera espiritual temos a Lei de Deus (não apenas o Decálogo) expressa nas Escrituras Sagradas do Velho e do Novo Testamentos e que está sujeita (nesta dimensão terrena) às interpretações humanas, dando azo ao surgimento de diferentes entendimentos sobre algum texto. Mas, o seu Autor é quem dará a interpretação final da Lei que ELE estabeleceu e, em relação a isso, não haverá interpretação tendenciosa com malabarismos e peripécias hermenêuticas: pecou; está condenado. Simples. Não houve, não há e não haverá quem não peque, daí o veredito, todos estão sob condenação. Não adianta tentar interpretação flexível, extensiva, analógica ou algo do gênero. O único modo de livrar-se da aplicação desta Lei é recebendo a Cristo como seu Salvador e Senhor, confiando apenas NELE para sua redenção. Receba a Cristo pela fé como seu Redentor, se entregue a ELE e tenha certeza do livramento da condenação. Do contrário saiba que com Deus, de fato, “dura lex, sed lex”.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de setembro de 2016

IMORAIS, LOUCOS E BURROS

ANO LXXIV - Domingo, 04 de setembro de 2016 - Nº 3697

IMORAIS, LOUCOS E BURROS

Mais uma vez pudemos assistir as manifestações de nossos nobres legisladores e integrantes de nossas Casas Legislativas mais altas. Claro que tais casas devem refletir, em uma democracia, a própria população, daí vermos alguns (muitos) não terem capacidade mínima de expressão e fala. Cometem erros (mesmo lendo) grosseiros em relação ao vernáculo, assassinando nosso já “surrado português”. O presidente da sessão de julgamento teve o seu nome assinalado em variações múltiplas, pois seria muito exigir de alguns que ali estão, pronunciarem tal nome corretamente. Mas, isso é o reflexo, ali posto, de nossa população.

Problemas bem mais sérios e graves do que o deslize e incompetência em relação à língua materna, são as afirmações dos mesmos legisladores (senadores da República) sobre eles próprios e aquela casa legislativa maior (“câmara alta”).

Certa senadora no afã de defender a ré no processo em tela, afirmou que aquela “casa” não tinha moral para julgar a acusada. Reiterou e insistiu nesta tese de incapacidade moral ao dizer que “ninguém ali tinha moral” para julgar, depois amenizou e falou em “metade” dos que ali estão. Trata-se da autocondenação, ou seja, afirmação que atinge seus pares e a ela mesma. Casa sem moral.

O presidente do Senado, no afã de socorrer o presidente da sessão, diz estar consternado e lamenta que o presidente do STF (ali presidindo a sessão) esteja “a presidir o julgamento em um hospício”. Assim, o presidente do Senado adjetiva-se e aos seus pares de loucos, posto que quem se encontra internado em um hospício (manicômio) é doente mental, insano, demente ou, de fato, louco. O mesmo senador encerra sua fala dizendo que “a burrice (ali) é infinita”. Como não indicou em relação a quem se aplicava, pode-se admitir que a todos. Assim, percebemos que eles acabam por verem-se (afirmaram isso) como imorais (ou amorais), loucos e burros. Triste quadro.

O que resta a nós cidadãos desta República e cristãos? Orar e interceder por nossa Pátria como ensinado nas Escrituras; participar com consciência dos aspectos ligados à vida política de nosso País; votar com zelo (ou não votar) buscando verificar a honradez, integridade e competência do (a) candidato (a); agir de tal modo que por nossa atitude as coisas sejam levadas à mudança em nossa Terra. O Senhor nos abençoe e que “feliz seja esta nação cujo Deus seja o Senhor”.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.