ANO LXXIV - Domingo, 30 de outubro de 2016 - Nº 3705
VENDERAM-SE
“[...] e venderam-se para fazer o que era mau perante o Senhor [...]” 2 Reis
17:17
VENDERAM-SE
“[...] e venderam-se para fazer o que era mau perante o Senhor [...]” 2 Reis
17:17
A situação de Judá (Reino do Sul) e de Israel (Reino do Norte) era deplorável e calamitosa, ensejando o registro que temos acima, expondo a condição de apodrecimento e decadência reinante entre aqueles reinos herdeiros de Abraão, Isaque e Jacó. A decomposição de costumes e as práticas religiosas chegaram a tal ponto de se igualarem aos países vizinhos em suas condutas mais vis e baixas com relação à ética social e expressão religiosa (versículos 16 e 17). O conhecimento acerca de Deus e de seus preceitos existia, mas a prática era idólatra, desumana e repulsiva.
O registro deixa claro que muitos dentre o povo (maioria esmagadora) “venderam-se”. Não se trata de haverem sido conquistados ou dominados por outros povos, feitos escravos e, então, vendidos. O texto afirma ter sido uma atitude livre em venderem-se, ou seja, negociaram (por algum preço) o que seria inegociável. Claro fica que ao “venderem-se” havia quem os “comprasse”. Óbvio que sempre haverá aqueles que estão interessados em comprar, pois só pode haver corrompido se houver corruptor. Se eles “se venderam” é porque havia quem os comprasse. A existência destas duas categorias de pessoa demonstra (mesmo entre os que conhecem os preceitos de Deus) que o ser humano pode descer a profundezas abissais na sua expressão de corrupção.
Não é incomum vermos e ou ouvirmos em nossos informativos a prática de compra e venda de muitos artigos, artigos estes não postos nas prateleiras das lojas, mas elementos ligados à moral, à ética, à honradez e à integridade. Homens e mulheres em altas posições e destacados encargos que “se vendem para fazer o que é mau”, não se envergonham de negociarem seu nome e seu caráter, vendendo-se (e à sua alma) para ganhar algum benefício ou projeção. Nosso universo político está eivado e inundado por estes que “compram e vendem a moral da Nação”.
Como cristãos devemos nos posicionar com firmeza e destemor, não “nos vendendo” para usufruirmos de algum prestígio ou projeção entre os chamados “poderosos deste mundo”. O assédio é imenso, a investida é ferrenha e as propostas sedutoras para nos comprarem e ou para que “nos vendamos”. Não cedamos, não arrefeçamos, mas permaneçamos firmados em Cristo Jesus e nos valores do reino de Deus, pois “que vale ganhar o mundo todo e perder a própria alma?” Grande desafio.
Rev. Paulo Audebert Delage