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domingo, 30 de dezembro de 2018

REALIZAÇÕES

ANO LXXVI - Domingo, 30 de dezembro de 2018 - Nº 3818

REALIZAÇÕES

"Era Josué, porem, já idoso [...] e disse-Ihe o Senhor: [...] ainda muitíssima terra ficou para se possuir." (Josué 13:1)

Em meu exercício devocional pessoal, ao ler o texto acima transcrito, pus-me a pensar sobre alguns pontos: idade (já velho), comunhão divina (disse-Ihe o Senhor), realizações (muita terra conquistada) e, por fim, muitos projetos não concluídos (muita terra ficou para se possuir).

Aqueles que têm o privilegio de envelhecer e ou chegar a idade madura ou avançada podem compreender muito bem o sentido desse texto, no qual Josué expressa e faz refletir sua experiência. Desse modo vemos que envelhecer é um fato para o qual devemos nos preparar e só não acontecerá se morrermos antes. Normalmente as pessoas preferem envelhecer a morrer. É preciso que os jovens entendam que ficarão idosos, e o que parece distante e longínquo no dia de hoje, chegará a você muitíssimo breve. Outro aspecto para o qual devemos atentar é a manutenção da relação com o Senhor, ou seja, fazermos com que a comunhão com Deus seja permanente e frutífera, ouvindo a "voz" do Senhor, escutando-O por meio de sua Palavra, seja na juventude ou na velhice. Outro elemento em destaque é a percepção do privilégio que tivemos de alcançar muitas metas e colher muitas realizações. "Não fiz quase nada" pode ser a declaração envolta em certa frustração por parte daquele que está idoso. Mas, veja bem, você estruturou muita coisa, alcançou muitos objetivos, produziu muito. Muitas conquistas, "muita terra" foi, de fato, conquistada. Graças a Deus. Por fim, destaco um aspecto que julgo de suma importância: sempre haver muita terra que ficou para ser conquistada. Temos a impressão, ao olharmos certas pessoas, que elas agem, trabalham e vivem como se ao findar a existência terrena terão feito tudo e não haverá mais nada a ser realizado. Ficarão frustradas ao término da vida, pois ao olharem o quanto conquistaram, perceberão que muita terra ficou para se possuir. É impossível a qualquer um de nós conquistarmos tudo. Jesus nos ensina algo nesse sentido ao dizer: "que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?" (Mt.16:26). Mesmo que conseguisse conquistar tudo, teria perdido (deixado de conquistar) algo tão precioso, sua alma.

Você já conquistou muita coisa, ainda conquistará outras. Mantenha sua comunhão firme e íntima com o Senhor e tenha consciência de que, por mais conquistas já obtidas e a serem obtidas, sempre ficará "ainda muitíssima terra para se possuir".

Rv. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de dezembro de 2018

GRATIDÃO

ANO LXXVI - Domingo, 23 de dezembro de 2018 - Nº 3817

GRATIDÃO

Talvez seja esta a minha última mensagem de meditação e pastoral em nosso boletim dominical. Fiquei a pensar em sobre o que dizer e não tive outra direção senão a de expressar minha profunda GRATIDÃO.

Expresso-a a Deus, que me trouxe (eu não vim; fui trazido para a IPVM) para o pastorado desta grande e relevante igreja no contexto da IPB (cobiçada por muitos) e da qual pouco havia ouvido falar, na qual não conhecia ninguém (exceto PB. Hothir e Dr. Paulo Rangel, mas não sabia que eram membros aqui), que atravessava momento de dificuldade e instabilidade, tendo Ele me concedido a graça de pastorado abençoado e restaurador da paz, harmonia e diretriz bíblica e teológica de conformidade com nossos padrões de Fé Cristã e Reformada.

Expresso-a, também, ao conselho (da época e atual, bem como as composições verificadas ao longo do período) pelo apoio e cooperação ao ministério desenvolvido, com suporte e observações relativas a ajustes necessários ao bom andamento de todas as atividades desenvolvidas, bem como de posturas de orientação em relação a posicionamentos e atitudes de minha parte quanto ao modo de falar e portar.

Manifesto-a, ainda, aos meus colegas de ministério como pastores auxiliares (atuais e os que passaram) pelo respeito, acatamento e cooperação no ministério na IPVM sem rusgas ou embates, ciúmes ou detrações, fazendo com que a IPVM visse a boa vivência entre nós, fazendo-a refletir entre os seus membros.

Manifesto-a, ainda, aos funcionários que sempre dedicaram atenção e cuidado para comigo e minha família, atendendo as demandas e solicitações feitas, dispensando-me respeito, que, igualmente, de mim receberam.

Por fim, mas não em menor grau, registro meus agradecimentos aos membros da IPVM aos quais pastoreei, instrui e orientei na Palavra do Senhor e, por graça de Deus, com o meu exemplo os estimulei. A paciência demonstrada comigo e a compreensão em relação ao meu modo de ser. Nunca estive preocupado em ser simpático acima de ser fiel, o que desgostava a alguns (não muitos), mas a estes também agradeço.

Aos meus familiares (Alice e filhos) que me apoiaram nesta jornada, sofreram, por vezes, a ausência e privação de minha companhia, mas sempre me foram solidários e zelosos em seu cuidado para comigo.

Assim registrado, louvo a Deus por ter minha consciência do dever realizado, havendo “cumprido cabalmente o meu ministério” (2 Tm.4:5), não “dando ao adversário ocasião favorável de maledicência” (I Tm. 5:14), “aprovado e não tendo do que me envergonhar, manejando bem a Palavra da Verdade” (2 Tm.2:15). A Ele glória, honra e louvor para todo o sempre.

Rv. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de dezembro de 2018

CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO

ANO LXXVI - Domingo, 16 de dezembro de 2018 - Nº 3816

CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO

Esta semana três manchetes marcaram os noticiários do nosso país. As acusações de 206 mulheres (até agora), de abuso sexual feito por um guru espiritual, o assassinato de cinco pessoas dentro da Catedral Metropolitana de Campinas, ferindo mais quatro pessoas e culminando com o suicídio do atirador e por fim, um acidente que aconteceu em Belo Horizonte, um idoso passou mal dirigindo seu veículo, que capotou, ele ficou preso nas ferragens e foi retirado por moradores de rua, logo após roubaram seu celular.

Esses casos, revelam a natureza humana e a nossa necessidade de um redentor. João, era chamado “de deus”, ajudava pessoas, promovia esperança, prometia cura, mas que deus é esse que ele representa, pois o mesmo João causava dores, destruía a dignidade e feria o corpo e alma dessas mulheres.

Euler, o assassino, trabalhava no Ministério Público, era auxiliar de promotoria. O MP é o órgão do estado que é responsável pelos interesses da sociedade. Quanta discrepância, aquele que estava sob a responsabilidade de defender a sociedade, saca uma de suas armas e finda com a vida de cinco pessoas, que estavam participando de uma celebração cúltica ao Senhor.

Os moradores de rua poderiam ter se tornados conhecidos por salvar a vida de um homem, mas as manchetes que estamparam os jornais não foram por seus atos de bondade, mas marcados pela queda na natureza humana. Após o acidente, roubaram o celular do senhor de 73 anos de idade.

Os seres humanos receberam a imagem e semelhança de Deus em si, essa herança nos foi dada e com a queda recebemos também o espólio do pecado. Nossas ações são mescladas por atos de bondade e vildade, não podemos nos deixar enganar com a esperança de que não precisamos de um redentor. Neste mês celebramos o nascimento daquele que perdoa os pecados e nos purifica de toda iniquidade. Temos um redentor, Jesus Cristo nosso Senhor.

Pr. Gustavo Bacha

domingo, 9 de dezembro de 2018

MISSÃO VIDA

ANO LXXVI - Domingo, 09 de dezembro de 2018 - Nº 3815

MISSÃO VIDA

Receberemos, hoje à noite, o Rv. Wildo dos Anjos presidente da Missão Vida, que atua com recuperação, ‘ressocialização’ e engajamento profissional de ex-moradores de rua e dependentes químicos, com atuação em vários estados do Brasil e sede em Goiânia. A IPVM é uma pequena parceira na cooperação e manutenção desta obra da qual se vê breve relatório abaixo:

Fundada em 1983 a Missão Vida foi o primeiro e atualmente é o maior Centro de Recuperação de homens em situação de rua no Brasil. Assistindo, também, nas áreas da educação, saúde e cidadania, a crianças em situação de vulnerabilidade e risco social.

São 11 (onze) cidades em oito (8) estados nas cinco (5) regiões, contando com 824 leitos em núcleos dedicados à triagem, recuperação e reintegração de homens de rua.

Anápolis / GO - Reintegração: 48
Anápolis / GO - Triagem e recuperação: 40
Brasília / DF: 52
Camaçari / BA: 64
Cocalzinho / GO: 240
Governador Valadares / MG: 64
Grande Manaus / AM: 64
Grande Rio de Janeiro / RJ: 64
Londrina / PR: 40
Princesa Isabel / PB: 64
Rolândia / PR: 42
Uberlândia / MG: 40

Outros ministérios desenvolvidos pela Missão Vida: Sopa, Sabão e Salvação / Centro Educacional Vida (500 crianças) / Centro de Oração / Clínica Vida (Anápolis) / Seminário Vida (Anápolis) / Vila do pastor aposentado (Cocalzinho- GO).

Graças a Deus por tal ministério e que Ele alargue as fronteiras desta obra e que o sustento seja permanente para a glória DEle.

Rv. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de dezembro de 2018

IMPUNIDADE

ANO LXXVI - Domingo, 02 de dezembro de 2018 - Nº 3814

IMPUNIDADE

“Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal” (Eclesiastes 8:11).

Por vezes ouvimos o comentário sobre o fato de haver necessidade de leis mais duras em nosso País no combate ao crime. De fato, há certa leniência em alguns casos e faz-se necessário o agravamento de pena. Mas, parece-me que o grande problema é o da não aplicação da pena como prevista e os chamados benefícios e progressões existentes em nossa legislação.

O escritor bíblico já falava sobre a não aplicação da pena (justiça ou cumprimento da sentença), levando à ideia de impunidade e, portanto, incentivo à transgressão das leis. Logo, não se trata de algo tão novo assim; sendo visto desde aqueles tempos como um mal social bastante grave, colocando em risco a harmonia, a paz e a ordem social.

No Brasil isso é flagrante. No indulto (veja bem) de Natal cerca de vinte condenados na “Lava Jato” poderão ser beneficiados, devido a “bom comportamento”. Outros criminosos (a palavra é esta) também serão postos em liberdade. Devedores de milhões à Previdência (por sonegação) poderão ser “perdoados” ou “liberados de multa e correções” em relação às dívidas. No Rio de Janeiro deputados presos e condenados ainda recebem seus salários, porque a Assembleia Legislativa não julgou o caso deles com relação à perda de mandato. Como não foram reeleitos não sofrerão sanção nesta esfera, mas receberam seus vencimentos sem redução durante todo este período. O mesmo se diga do operador de Sérgio Cabral que, por dois anos, mesmo condenado e preso, continuou recebendo por cargo público, sendo exonerado somente esta semana, tendo recebido quase dois milhões de reais.

Não é muito diferente em Brasília com deputado condenado e preso (embora possa sair de dia para trabalhar na Câmara dos Deputados) e exercendo seu mandato e votando sobre leis a serem aplicadas a todos nós (a ele também?). É tempo de mudar. A palavra do escritor bíblico continua atual e ressoando forte. Vamos dar ouvidos a ele ou deixar como está, pois, afinal, é tempo de Natal, vem o período de recesso, férias e logo depois o carnaval. Viva o Brasil. Misericórdia. Hora de mudar. Chega!!!

Rv. Paulo Audebert Delage

domingo, 25 de novembro de 2018

JUBILAÇÃO E EMERÊNCIA

ANO LXXVI - Domingo, 25 de novembro de 2018 - Nº 3813

JUBILAÇÃO E EMERÊNCIA

Estes dois títulos que podem ser conferidos ao pastor no âmbito da IPB, são previstos na constituição de nossa Igreja nos artigos 49 e seus parágrafos (jubilação) e artigo 44 e seu parágrafo único. Não é incomum que as pessoas (membros, oficiais e até pastores) se envolvam em alguma confusão em relação a estes dois institutos contemplados em nossa Lei Maior interna. Assim, será dado esclarecimento com relação a ambos, para melhor percepção do assunto.

Jubilação: Este título pode ser concedido por idade (70 anos), tempo de ministério (35 anos), enfermidade ou invalidez. Tal título envolve o presbitério onde o ministro está jurisdicionado, cabendo a este concílio propor a jubilação do pastor ao Supremo Concílio da IPB. Este, por sua vez, a efetivará de conformidade com a legislação vigente na Igreja. Portanto, trata-se de assunto entre pastor, presbitério e Supremo Concílio, sem participação da Igreja Local. A jubilação, hoje, não altera a condição do pastor, nem limita sua atividade ministerial. Trata-se de título honorífico.

Emerência: O título de emerência envolve a participação da igreja local que decide, em assembleia extraordinária, sobre a concessão (oferecimento) de tal título. Dois requisitos são postos para a concessão: pastorear por longo tempo àquela igreja (não diz quantos anos) e de modo satisfatório (avaliação do conselho e da igreja em relação ao trabalho do ministro). A emerência pode ser com ou sem remuneração, também por decisão da assembleia. A emerência precisa da aprovação do Presbitério onde o pastor e a Igreja estão jurisdicionados. O pastor emérito não tem parte na administração da Igreja da qual recebeu o título, podendo participar das reuniões do conselho daquela igreja QUANDO convidado (destaque meu). Poderá presidir qualquer conselho de igreja da IPB quando convidado, menos (destaque meu) o da igreja na qual recebeu o título. Poderá ser pastor titular, auxiliar ou evangelista em qualquer igreja local da IPB, menos (destaque meu) naquela da qual é pastor emérito. Poderá pregar sem restrição na igreja em que seja emérito, desde que convidado para tal. Assim, o pastor emérito de determinada igreja não pode ser pastor, de direito, da igreja que assim o homenageou.

O ministro poderá “acumular” os dois títulos sem problema algum ou prejuízo qualquer para o exercício de seu ministério, seja em igrejas locais ou concílios (presbitérios, sínodos e Supremo Concilio) da IPB.

Espero que com tais informações os irmãos e irmãs possam ter condição de melhor participar e votar na assembleia de hoje, que se destina oferecer o título de pastor emérito (sem remuneração) ao Rv. Paulo Audebert Delage após estes 12 anos de ministério na IPVM.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de novembro de 2018

REPÚBLICA E BANDEIRA

ANO LXXVI - Domingo, 18 de novembro de 2018 - Nº 3812

REPÚBLICA E BANDEIRA

Em 15 de novembro de 1889 o Marechal Deodoro da Fonseca proclamava a República, ou seja, dava um golpe de Estado destituindo o Imperador Pedro II e instalando, no Brasil, uma nova forma de governo, a republicana. Sem levar em conta o fato da expulsão da família real em tempo recorde, em uma atitude humilhante, algumas medidas foram tomadas de imediato e que pareciam indicar mudanças radicais e alvissareiras, entre elas a separação entre Igreja (seja qual for) e Estado, o reconhecimento do casamento civil como válido, a extinção da “nobreza” e seus privilégios (embora viesse a criar outra classe com privilégios – a política), a possibilidade de eleições (ainda que com restrições aos que poderiam exercer tal privilégio). Assim, deixava-se de ter um Imperador para se ter um presidente. A “Res Publica” (coisa pública) agora não era mais de uma pessoa, ou de uma classe (nobres), mas do povo (público). Parece que a nova classe (política) entendeu que a “coisa é pública” e, já naqueles dias, começou a embolsar para si, uma vez que é pública e eu represento (“sou”) o povo.

Foi-se a “Velha República”, veio a “Nova”. Passou também esta e veio o “Governo Provisório”, seguido do “Estado Novo”. Após tal período voltamos à República e à democracia (cerca de 10 anos). Seguiu-se a ditadura militar com restrições às liberdades pessoais, mas a República permanecia. Em 1988 o Brasil volta a caminhar em uma democracia republicana, sendo a mesma até os dias atuais. Por todos os períodos apontados tem prevalecido a ideia de “coisa pública” não como “do povo, pelo povo e para o povo”, mas para alguma classe dominante (elite ou não) que, à custa do que “é do povo”, se locupleta, se beneficia e enriquece (independentemente de qual partido esteja no governo), concedendo ao povo algumas benesses pelas quais são aplaudidos, como se tal ato fosse grande benemerência deles para com o povo, e não como sendo o dever e obrigação legítimos de devolver ao povo (em forma de benefícios) o que, de fato, é do povo, ou seja, REPÚBLICA. Torna-se necessário mais que celebrar a proclamação da República, vivenciar o que ela seja, mas isso parece ainda não ter sido alcançado aqui em nossas terras brasileiras até os dias de hoje.

Dia 19 de novembro é o Dia da Bandeira. Mas, temos o que comemorar neste dia considerando o que se tem feito de nossa bandeira brasileira? Porém, não há problema; o importante é ser feriado e prolongado. “Pra frente Brasil”.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 11 de novembro de 2018

CONFIANÇA FRÁGIL

ANO LXXVI - Domingo, 11 de novembro de 2018 - Nº 3811

CONFIANÇA FRÁGIL

O ser humano parece ter uma necessidade de estabelecer algo em que confiar ou se apoiar para realização de suas expectativas e, assim, sentir-se seguro, tranquilo e confortável. Ocorre que nem sempre tais pontos de ancoragem e segurança são adequados ou apropriados, mostrando-se frágeis e vacilantes, gerando danos e males terríveis aos que neles se apoiam. O salmista adverte: “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito e eles voltam ao pó; neste mesmo dia todos os seus desígnios se desfazem” (Salmo 146:3-4).

Escrevo isso pelo fato de me preocupar o que estou começando a ver em relação ao quadro político brasileiro neste período pós-eleitoral com o posicionamento de muitos em relação à figura do presidente eleito. Em um culto, em determinada Igreja Batista, ao entrar no templo algumas pessoas começaram a gritar “mito, mito, mito”. A palavra aqui não tem conotação de mentira, mas de algo fora do natural, excedente à realidade terrena. Isso é muito preocupante visto que a visão mitológica pode gerar a ideia messiânica, e as consequências de messianismos na história da humanidade e do Brasil são graves e profundas.

Colocar as esperanças em uma pessoa (ou sistema) é um equívoco grave e de trágicas consequências como afirmou o salmista no texto citado acima. Eles não são os salvadores e não têm salvação. Devem ser vistos como agentes (ou instrumentos) pelos quais a ação de Deus possa se manifestar trazendo livramento e salvação, mas não eles. Jair Bolsonaro não é “salvador da Pátria” como indivíduo que enfeixa nele toda a solução para as mazelas de nosso País. Ele não tem “varinha de condão”, nem é detentor da “pedra filosofal”, nem, tampouco possui “lâmpada mágica”. Vê-lo assim (mito) é repetir o erro de muitos no passado (distante e recente) de nosso Brasil, seja com Antônio Conselheiro, Getúlio Vargas, Juscelino, Jânio, Lula ou qualquer outro “mito” ou “messias”.

Devemos colocar a pessoa do presidente diante de Deus em oração, bem como dos demais que estão em exercício de autoridade (inclusive a oposição), para que possamos, mercê de Deus, experimentar dias de paz e melhoria na vida de todos nós, com menos corrupção, mais justiça social, educação, segurança e saúde. Sigamos os passos do salmista que nos ensina: “Uns confiam em carros, outros em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos no Nome do Senhor nosso Deus. Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé.” (Salmo 20: 7-8). Aleluia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de novembro de 2018

MÍDIA E TERRORISMO

ANO LXXVI - Domingo, 04 de novembro de 2018 - Nº 3810

MÍDIA E TERRORISMO

Não sou afeito às estruturas novas de mídia, ou seja, não faço parte de nenhum “grupo” no “facebook” ou qualquer outro meio ou canal de informação ou disseminação de notícias. Não digo que isso seja bom, apenas prefiro ter um pouco de isenção, sossego e paz. Mesmo em “whatsapp” ao receber certas “mensagens” de conteúdo não informativo (de fato) peço que parem de me enviar, pois além de “encher” meu aparelho celular de material sem sentido, me obriga a gastar meu tempo verificando se se trata de algo relevante, o que constato não ser.

Quando da eleição do Partido dos Trabalhadores o slogan “a esperança vence o medo” foi muito bem posta pelos que alcançaram a vitória naquele pleito, pois havia um clima (promovido pela direita) de medo e receio por uma onda de saques, invasões, fechamento de templos, etc. No entanto, vemos que vai sendo, agora, patrocinada por militantes deste partido a mesma coisa que combateram no passado, ou seja, a disseminação do temor ou medo com fala de ameaça à democracia, extermínio de minoria, pessoas se matando na rua e atirando umas nas outras, etc.

Nem a direita estava certa anteriormente e nem a esquerda está agora ao fomentar esse tipo de “informação”. O país tem, ainda, ordem e estrutura de governo para conter posturas e atitudes incompatíveis com os dispositivos de nossa Constituição e leis. Mesmo que indivíduos em nossas Cortes Maiores possam ter sua tendência ou inclinação, a instituição é maior que eles, o Congresso não é refém de uma pessoa e manterá sua atenção e vigilância para sustento das liberdades e direitos civis. Não vamos dar caso a “visões e revelações da parte de Deus”, ou de “profetas”, já enxergando “banho ou derramamento de sangue de nossos jovens”. Isso é terrorismo psicológico.

Cabe-nos orar ao Senhor, como determinado nas Escrituras, a favor dos que estão investidos de autoridade (deste ou daquele partido, com esta ou aquela ideologia) para que conduzam sua vida e realizem seu trabalho de modo a promover a verdade, justiça, paz, respeito e harmonia em nosso meio, e sermos, ao mesmo tempo, vigilantes críticos do Estado, para que este cumpra o papel para o qual Deus o estabeleceu. A recomendação bíblica é esta: “Examinai tudo e retende o que é bom”. (I Ts.5:21). Sem terrorismo ideológico de direita ou de esquerda.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 28 de outubro de 2018

POLARIZAÇÃO

ANO LXXVI - Domingo, 28 de outubro de 2018 - Nº 3809

POLARIZAÇÃO

O ambiente da política (para quem viveu e pastoreou no interior de Minas Gerais) sempre traz certo clima de tensão com a polarização de posições, gerando situação de conflitos entre irmãos, os quais assumem suas trincheiras com toda paixão e passam a execrar o “outro lado”, deixando de perceber as falhas (erros) de seu aliado ou partido, e não reconhecendo as virtudes do seu adversário. Muitas vezes ao passar de alguns anos as posições são alteradas e adversários se tornam correligionários unindo-se “contra” um “inimigo comum” e o ciclo se repete.

O momento político no Brasil (na corrida presidencial) tem elevado esse ambiente de polarização a altos riscos. Claro que já vivenciamos isso em outros tempos de nossa política nacional. Mas, a proximidade estabelecida pelas redes sociais e de informação, aumentando exponencialmente sua velocidade em transmitir e receber, faz com que as polaridades se tornem exacerbadas e o derrame de notícias tendenciosas ou não verdadeiras gere um clima de esfacelamento nas relações dentro da família e da Igreja.

Devemos e podemos ter nossas preferências, tendências, opiniões e posições políticas. No entanto, não é possível admitir o juízo discriminatório ou a rotulação indevida sobre aquele que pensa de modo divergente do meu. É preciso entender que a divergência de inclinação política não deve ser fator para determinar a sinceridade da fé cristã de alguém. A polarização fará com que eu sempre diga: “quem apoia “a” não é cristão”, ou “o seguidor do “b” não tem como ser cristão”. Isso se dá pelo fato de esquecermos o ensino de Jesus ao nos dizer: “Com a medida com que medirdes, sereis medidos” (Mateus 7: 2).

Estamos no dia decisivo quanto à escolha do presidente do Brasil. Espero que, independentemente do resultado (seja o que eu desejava ou não), haja respeito em relação ao outro, cujo candidato não tenha alcançado a vitória. Teremos, mesmo que seja difícil a nós, a responsabilidade e o compromisso de orar por aquele que vier a ser o condutor do Executivo em nosso país, bem como pelos demais que estão investidos de autoridade, como nos é determinado nas Escrituras; embora devamos, como Igreja, permanecer com independência, sendo a consciência do Estado e levantando a voz “contra Cesar” sempre que ele desejar assumir o que seja de Deus.

Rev. Paulo Delage

domingo, 21 de outubro de 2018

CRISTÃOS NA INDONÉSIA

ANO LXXVI - Domingo, 21 de outubro de 2018 - Nº 3808

CRISTÃOS NA INDONÉSIA

Aproveitando a presença de nosso missionário que atua na Indonésia, seguem algumas informações básicas sobre aquele país. Temos lá uma Universidade Reformada (com Faculdade de Medicina, Engenharia, Direito, Pedagogia e outras) com 16 mil alunos e com firmeza de linha teológica reformada. O texto a seguir relata alguns aspectos e mostra a presença cristã, o crescimento, mas as dificuldades.

“Com cerca de 240 milhões de habitantes, a Indonésia é dominada pela religião islâmica. É conhecido como o maior país muçulmano do mundo, e não à toa, afinal 86% da população segue a religião islâmica.

Nos anos que seguiram a sua independência, em 1945, a Indonésia se tornou conhecida como um modelo de democracia em um país muçulmano e era frequentemente apontado como um exemplo de tolerância em um país étnica e religiosamente diversificado.

Apenas 10% da população da Indonésia é cristã, de acordo com dados do censo de 2000, mas atualmente o número beira os 20%, sendo que um terço deles são católicos.

Apesar de a Constituição garantir a liberdade religiosa e haver até permissão para construção de igrejas e cursos cristãos no currículo, há um claro favorecimento aos muçulmanos.

Na posição de país com a maior população islâmica do mundo, as autoridades se veem obrigadas a atender aos desejos das entidades e líderes islâmicos. Alguns desses líderes usam de meios legais para oprimir a Igreja. Isso fez com que várias congregações fossem fechadas.

Há sete anos, as autoridades indonésias têm documentado a destruição de 200 igrejas, muitas delas incendiadas por radicais islâmicos. Reconstruir as igrejas também é praticamente impossível, porque os líderes locais impedem esse processo legalmente.

Ore pela Indonésia!”

Extraído do site cristão guiame.com.br

domingo, 14 de outubro de 2018

INVERSÕES

ANO LXXVI - Domingo, 14 de outubro de 2018 - Nº 3807

INVERSÕES

Nossos dias são bastante complicados e vemos uma inquietação em relação aos filhos (pais mais jovens) e quanto aos netos (os avós) com o que se tem visto em nosso meio social, a que tenho chamado de inversões. Nesse sentido recebi de uma de minhas filhas um texto atribuído ao Padre Gabriel Vila Verde, texto que transcreverei a seguir por expressar o sentimento da maioria dos cristãos no Brasil em relação a tais inversões:

“Vivemos numa época onde querem que os padres se casem e que os casados se divorciem. Querem que os héteros tenham relacionamentos líquidos e sem compromisso, mas que os gays se casem na Igreja. Que as mulheres tenham corpos masculinizados e se vistam como homens e assumam papéis masculinos. Querem que os homens se tornem ‘frágeis’ e delicados e com trejeitos, como se fossem mulheres. Uma criança com apenas cinco ou seis de vida já tem o direito de decidir se será homem ou mulher pelo resto da vida, mas um menor de dezoito anos não pode responder pelos seus crimes. Não há vagas para os doentes nos hospitais, mas há o incentivo e o patrocínio do SUS para quem quer fazer mudança de sexo. Há acompanhamento psicológico gratuito para quem deseja deixar a heterossexualidade e viver a homossexualidade, mas não existe nenhum apoio deste mesmo SUS para quem deseja sair da homossexualidade e viver a sua heterossexualidade e se o tentarem fazer, é crime. Ser a favor da família e religião é ditadura, mas urinar em cima dos crucifixos é liberdade de expressão. Isso é doença mental, uma esquizofrenia social, bem pior do que a síndrome que eu passei.”

O texto acima expressa muita verdade e parece bem próximo do que já ouvi outro padre (Fábio de Melo) falar sobre o assunto, no qual aponta as situações de inversões dentro do contexto em que estamos vivendo, onde “o certo é chamado errado, e o errado chamado certo”. Argumenta-se de que “certo e errado” depende apenas de sua posição ou modo de ver. No entanto, na maneira cristã de ver o mundo (cosmovisão), ou seja, na forma de se conceber as realidades circundantes a nós temos o referencial de nossos livros sagrados (Bíblia), pelos quais pautamos nosso viver e nossa conduta. Não podemos impor aos outros que façam o mesmo, mas temos o direito de nos opor aos que, de forma acintosa e desrespeitosa, são partidários da inversão posta em nosso meio, depreciando valores cristãos e tentando criminalizar os que querem propagá-los, mantê-los e vivenciá-los. Sendo o texto escrito ou não pelo Padre Fábio, minha posição, como pastor e cristão, é de concordância com o exposto, e minha postura será de combate a essa enxurrada de inversões que tem inundado nossa sociedade. É tempo de nos levantarmos e dizer: Basta.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 7 de outubro de 2018

DIA DAS CRIANÇAS E SEU PRESENTE

ANO LXXVI - Domingo, 07 de outubro de 2018 - Nº 3806

DIA DAS CRIANÇAS E SEU PRESENTE

Em 1924 o deputado federal Galdino do Vale Filho propôs a ideia da criação do Dia da Criança (já naquela época tínhamos políticos interessados na propositura de projetos de altíssima relevância social e de vital importância à vida da Nação) e o dia 12 de outubro foi oficializado pelo então presidente do Brasil Arthur Bernardes. Em 1940 o ditador presidente Getúlio Vargas mudaria o dia para 25 de março dando ênfase à proteção da maternidade, infância e adolescência. Nem aquela nem esta tiveram expressão. Em 1960 a “Estrela” e a “Johnson & Johnson” uniram-se para celebrar a “Semana do bebê robusto” e escolheram a antiga data de 12 de outubro para tal festividade. O sucesso comercial foi notório e, não muito depois, estabeleceu-se a “semana da criança” para incremento e incentivo de venda de brinquedos. É o que temos até hoje.

É tempo de dar presentes às crianças, movimentar o comércio de brinquedos, abarrotar a “25 de Março” e outros pontos e lojas de comércio popular e, também, as grandes lojas de departamentos e “shopping centers”. Tudo em nome da alegria das crianças.

É tempo de eleições no Brasil e a grande questão é esta: que país desejamos dar de presente às nossas crianças? Pode parecer sem sentido, e o que tem uma coisa com a outra? Mas, essa é a questão no momento. Minha decisão e sua decisão pelo voto determinarão os próximos anos de governo em nosso País. Vamos querer entregar às nossas crianças outra próspera “Venezuela Chavista ou Madurista”? Legaremos a elas a liberdade cubana onde se amordaça, prende e encarcera os que levantam a voz contra o regime “democrático” e livre da Ilha, como alguns enaltecem e elogiam?

Dê presentes aos seus filhinhos e netinhos (cuidado com a ideologia de gênero e não coloque o masculino apenas, pois isso é misoginia), veja a alegria deles em receber tais regalos e mimos, mas não se esqueça de dar-lhes sua presença significativa, seu tempo qualitativo e seu afeto genuíno, insubstituíveis por presentes. Mas, sobretudo, pense muito em que legado deixará às crianças dessa nossa Pátria Amada: “As praças das cidades se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão” (Zacarias 8:5) ou “Com lágrimas se consumiram os meus olhos, turbada está minha alma, o meu coração se derramou de angústia por causa da calamidade da filha do meu povo; pois desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas ruas da cidade.” (Lamentações 2:11). Feliz Dia das Crianças.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 30 de setembro de 2018

COERÊNCIA

ANO LXXVI - Domingo, 30 de setembro de 2018 - Nº 3805

COERÊNCIA

O tema hoje é eleição e política e o abordarei de forma bem direta e simples, sob a ótica de nosso envolvimento na oração e na coerência ao darmos nosso voto.

Você ora para que o Brasil tenha liberdade religiosa e outros países (de regimes comunistas) também a tenham, mas tem a intenção de dar seu voto a partido alinhado com comunismo e candidatos comunistas que restringem tal liberdade?

Você ora pela família a fim de que tenha e mantenha os padrões e moldes da tradição cristã, mas vai votar em partido ou candidato alinhado com a destruição de tais valores e que patrocina a quebra de tais padrões com apoio a entidades destruidoras de tais valores?

Você ora pela vida e o fim da violência, no entanto votará em partido ou candidato que apoia a legalização do aborto em qualquer situação desejada pela paciente?

Você ora pela paz e diminuição da violência, mas dará seu voto a partido ou candidato que privilegia o bandido com leis mais frouxas, benevolentes e lenientes?

Você ora para desenvolver suas possibilidades e habilidades e alcançar melhoria em suas condições de vida, mas dará seu voto a partido ou candidato que propõe invasão de propriedade e desconsidera seu direito à propriedade?

Você ora pelo combate e banimento da corrupção de nosso meio político e social, mas votará em partido e ou candidato envolvido em escândalo financeiro comprovado e que foi processado, condenado e cassado, ou sofreu impedimento?

Você ora para que os valores e padrões cristãos sejam mantidos em nossa sociedade, porém votará em partido ou candidato que preconiza, incentiva ou estabelece a chamada “ideologia de gênero” dando às crianças cartilhas com tal ensino nas escolas públicas; a descriminalização das drogas entre outras propostas?

Você ora com instância por renovação na política, por não tolerar mais esses indivíduos que vivem tais quais parasitas da sociedade no universo político como profissionais e perpetuadores de seus “feudos” por seus descendentes, no entanto, votará nesta “velharia” e velhacaria outra vez, reconduzindo muitos que têm sistematicamente dilapidado a coisa pública e se locupletado com dinheiro de corrupção e abrigam-se no “foro privilegiado”?

Caso seja essa a sua condição ou situação exorto você a que seja coerente, parando de orar desse modo (o que é claro não deve acontecer), OU VOTANDO EM PARTIDO E CANDIDATO QUE SE ALINHE COM O MODO CRISTÃO, BÍBLICO E CORRETO DE ORAR. Seja coerente. Ore certo. Vote certo.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de setembro de 2018

SORTILÉGIOS BRASILEIROS

ANO LXXVI - Domingo, 23 de setembro de 2018 - Nº 3804

SORTILÉGIOS BRASILEIROS

A palavra “sortilégio” tem significado amplo podendo ir desde a magia, feitiçaria, encantamento, até sedução e fascínio, incluindo a ideia de algo que envolve a pessoa de tal modo que se torne “tomada ou possuída” de forma quase (ou mesmo) irresistível. Assim, pode-se referir aos sortilégios da feiticeira tanto no sentido de seus dotes de beleza quanto ao seu envolvimento com a magia.

Tomarei, neste texto, a palavra em seu sentido de sedução, ou capacidade de atrair e levar ao envolvimento sem medir consequências, ou desconhecendo as fronteiras da ética e da moral. No Brasil os sortilégios são muitos, mas o que mais nos tem chamado a atenção é o da corrupção envolvendo dinheiro e poder.

Em reportagem no último domingo sobre benefício do Governo para pessoas pobres, cuja renda familiar não ultrapasse a R$400,00, vimos alguns exemplos do sortilégio do dinheiro na vida de brasileiros. Este benefício concedido pelo Estado tem sido desviado por pessoas inescrupulosas, gerando prejuízo que alcança a casa dos bilhões no último ano. O valor a ser pago é de R$945,00 para uma família, com declaração de pobreza e demonstração da necessidade. No entanto, pessoas com apartamento no Leblon (sócio de shopping), casa em condomínio de luxo no litoral baiano, apartamento em Gramado (comprando outro imóvel por um milhão e meio de reais), moradora de condomínio de classe média em Miami (EUA); pessoas totalmente fora do perfil de direito ao recebimento do benefício, além de despachantes e funcionários do INSS (órgão responsável por tal pagamento), todos envolvidos. Quando entrevistadas nenhuma delas se constrangeu por tal fato, vendo como normal e justo. Recusando-se a sequer cogitar devolver a quantia recebida indevidamente, declarando que não devolve a corruptos (o que eles são?), ou alegando não ter condição econômica para devolver o que receberam. Trata-se do sortilégio do dinheiro, da sedução da riqueza, da avareza que é idolatria.

Oh miséria, oh desgraça, oh desdita. Esse não pode ser o País que queremos para nós, nossos filhos e descendentes. Que vergonha ao ouvir isso de pessoas instruídas (problema não é educação é caráter), pessoas ricas (problema não é pobreza é caráter) e pessoas com alto padrão de vida (problema não é falta de infraestrutura é falta de vergonha na cara). Pense se suas atitudes também não corroboram para a multiplicação da corrupção, falcatrua e canalhice em nosso País.

Que nossa sedução seja pelo Reino de Deus e seus valores, com compromisso de manifestar, a cada dia e em todos os meios e lugares, nosso caráter renascido em Cristo como novas criaturas para o louvor de Sua glória.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de setembro de 2018

SAF IPVM 77 ANOS DE GRATIDÃO

ANO LXXVI - Domingo, 16 de setembro de 2018 - Nº 3803

SAF IPVM 77 ANOS DE GRATIDÃO

Amadas irmãs e irmãos, neste mês a SAF/IPVM está aniversariando e os nossos corações estão gratos ao Senhor. Vamos falar u m pouco sobre GRATIDÃO. A gratidão inicia em nós quando reconhecemos quem Deus é e o que Ele tem feito. Essa emoção sincera não depende da reação de outra pessoa ou da natureza do presente recebido. A ingratidão, por outro lado, tem início com um coração insatisfeito, que rejeita os doadores e, também, o presente (Rm 1.21). A própria vida é u m presente gracioso de Deus. Só existe gratidão baseada nesse fundamento. O Espírito de GRATIDÃO deve ser cultivado e, depois, transmitido aos outros, principalmente aos de sua própria casa, por exemplo. Pode-se conseguir isso de várias maneiras:
  • Lembre-se de que a pessoa agradecida é humilde e tem Deus como o Centro de sua vida, e o coração do ingrato é cheio de orgulho e centralizado em si mesmo. Rute deu um grande exemplo desse Espírito de gratidão e de humildade (Rt. 2.10 ).
  • Não encare como triviais as bênçãos simples e comuns da vida diária (MT 6.11).
  • Reconheça que nem tudo o que deseja pode ser benefício para você. Deus é o sábio doador. Considere os planos e as prioridades Dele em sua vida.
Lembre-se de agradecer a Deus até no meio da adversidade e da provação (Hc 3.17-19).

A gratidão a Deus e aos outros deve ser expressa regular e publicamente (SI 35.18).
  • Anote as bênçãos e mantenha um registro de fidelidade de Deus com você.
  • Complete o círculo de gratidão estendendo a mão para contribuir com o próximo, no Espírito de Cristo (2 Co 9.12).
O Espírito agradecido e o coração grato fazem parte integrante de uma vida Santa. A mulher agradecida e que tem um coração cheio de louvor traz alegria ao Pai e Glória ao nome Dele. Amadas irmãs, uma atitude de gratidão proporcionará ao seu coração bênçãos incontáveis e a transformará num canal de bênçãos para os demais.

No amor de Cristo,

Leci Cardoso (pres. da SAF IPVM)

domingo, 9 de setembro de 2018

DESCASO

ANO LXXVI - Domingo, 09 de setembro de 2018 - Nº 3802

DESCASO

No último domingo vimos, com pesar, o incêndio de enormes proporções consumir grande parte do Museu Nacional no Rio de janeiro com seu acervo histórico, científico, etnográfico e sociológico. Uma perda considerável inestimável e irreparável devido à impossibilidade de se recompor ou reconstituir o que se perdeu em termos de fósseis, documentos, papéis, móveis, fotografias e outros objetos, além da própria estrutura do prédio. Felizmente não houve perda de vidas.

Alguns pontos nos chamam a atenção neste episódio lamentável e triste. Os bombeiros responderam imediatamente ao chamado, mas havia falta de água, gerando um atraso no combate em meia hora, representando uma perda imensa por causa de tal demora. Começava a mazela relativa à situação geradora de tão grandioso e vultoso prejuízo ao País. Não havia sistema adequado para combate a incêndio instalado no prédio. Não havia aspersores instalados que pudessem evitar a propagação do incêndio, repetindo o que vimos no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. As verbas votadas e destinadas à manutenção básica, não foram repassadas. Não seria possível fazê-lo, pois até os salários dos servidores públicos no Rio de Janeiro estavam (e estão atrasados), com famílias inteiras sem receber e vivendo de favores, e isso pelo fato de governantes (Cabral, familiares, asseclas e outros) haverem “quebrado” o Estado do Rio, assaltando vergonhosa e flagrantemente os cofres públicos, embora a ex-primeira dama esteja agora, podendo andar livre pelas ruas da cidade, a qual ela e seu marido ajudaram arruinar com sua volúpia por joias, dinheiro, ostentação e poder.

Esse é o quadro em muitos ambientes de nosso País: descaso. Vejam as estradas em péssimas condições (ou quase nenhuma) de tráfego; obras paradas (ferrovias, pontes, viadutos, edifícios) levando à dilapidação do dinheiro público; hospitais de assistência pública entregues ao abandono; escolas sem estrutura mínima de funcionamento, entre outras tantas mazelas expostas e escancaradas a mostrar a ineficiência e a desídia de políticos e agentes públicos de nosso Brasil. Esse descaso é algo que nos afeta e nos revolta. Nesta semana da Pátria é triste continuarmos a ver tais desgraças que se perpetuam por décadas e décadas em nossa Terra. Até quando?

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de setembro de 2018

PÁTRIA AMADA

ANO LXXVI - Domingo, 02 de setembro de 2018 - Nº 3801

PÁTRIA AMADA

Dia sete de setembro traz a nós a recordação de nossa Independência de Portugal em 1822, tornando o Brasil uma nação livre e independente, constituindo-se em Império com D. Pedro I.

Nosso Hino Nacional usa a expressão “Pátria amada” e, de fato, o é, embora estejamos (muitos de nós) frustrados devido ao que temos visto fazerem com ela. Há quem tenha reserva em cantar o nosso hino ao se dizer “idolatrada”, apontando para o fato de que se trata de atitude imprópria a um cristão que tem a Bíblia como sua única regra de fé e prática. Óbvio tratar-se de “licença poética” e não se deve “adorar” a Pátria como quiseram os nazistas, fazendo com que a Alemanha se tornasse o objeto maior de seu culto.

Deixados de lado tais pontos de discórdia, é tempo de pensarmos sobre nossa relação com esta Pátria na qual nascemos ou adotamos como nossa. Como cristãos que “papel” temos na construção de uma nação melhor, de uma Pátria mais sã e sadia?

As Escrituras cristãs nos orientam, primeiramente, a orar por nossa Pátria e as autoridades constituídas, afim de que “tenhamos vida tranquila e mansa” (I Tm. 2:2). Nossa oração intercessória é para que haja melhor condição de relacionamento social e equidade maior entre as pessoas, evitando a exploração, o crime e a injustiça. Temos, também, pelas Escrituras a responsabilidade de contestarmos (como cristãos e como Igreja) as autoridades caso não cumpram as suas obrigações para as quais foram colocadas nas posições que estão. Trata-se da “desobediência civil”, frente às posturas de descumprimento das obrigações de tais autoridades. É falsa a ideia de passividade por parte dos cristãos e ter sua “preocupação” apenas com o “celeste porvir”. Outra orientação das Escrituras é a de nossa conduta pessoal, ou seja, sermos, de fato, “sal da terra e luz do mundo”. Isso significa que o meu modo de agir determinará (como exemplo) o modelo adequado de relacionamentos e posturas. Trata-se da ética relacional, ou seja, caso as pessoas ajam como eu, quais os efeitos disso? Será que em escala menor não tenho tido a mesma postura que os corruptos que critico? Portanto, orar, criticar o erro e ter conduta ética de boas obras é o melhor modo pelo qual podemos celebrar o sete de setembro, o Dia da Pátria Amada; Brasil.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 26 de agosto de 2018

ANA (5)

ANO LXXVI - Domingo, 26 de agosto de 2018 - Nº 3800

ANA (5)

“Por esse menino orava eu; também o trago como devolvido ao Senhor” (I Sm.1:27-28)

Com estes textos finalizaremos nossas meditações sobre a figura de Ana neste registro do Livro de Samuel, após termos acompanhado seus passos e suas angústias, aflições, humilhações, submissão e busca da presença do Senhor, diante de Quem derramou sua alma sem reservas.

Duas atitudes vêm agora coroar a postura de Ana e reforçar sua figura como exemplo a todos nós.

A primeira é sua afirmativa em relação ao filho quanto a orar por ele. Claro que o contexto nos informa que “orar por ele” significava haver pedido a Deus pelo nascimento de Samuel. Mas, de forma ampla mostra que sua postura era de orar pelo menino. Nós assim devemos fazer com nossos filhos e filhas, ou seja, orar por eles no sentido de concebê-los, bem como orar por eles no aspecto de colocá-los diante do Senhor por meio da súplica e intercessão, a fim de que cresçam para a glória de Deus e na presença do Senhor.

A segunda atitude envolve o aspecto de “devolver” Samuel ao Senhor. Esse havia sido seu voto ao Senhor. Caso ela concebesse, haveria de entregar o filho para o Senhor e Sua Obra. Ela o fez. Envolve zelo no cumprimento do voto (promessa) feito ao Senhor, mesmo que isso lhe fosse dificultoso, pois se separaria de seu filho tão querido e esperado. No entanto, a noção de seu compromisso com o Senhor era maior que seu instinto maternal de amor. Outro aspecto envolvido é o sentido de entrega ao Senhor, sabendo que Ele haverá de cuidar e guardar aquele menino. Criar para o Senhor e entregar a Ele o que você tem como mais precioso bem. Quão difícil. Nós, muitas vezes, achamos lindo e inspirador ver os missionários com seus filhos nos campos em situações de risco. No entanto, dizemos: “não quero isso para meus filhos”; até mesmo: “Deus me livre”.

Ana orou por seu filho e devolveu (entregou) ao Senhor, mesmo que tal atitude lhe custasse certa angústia ou aflição, devido à separação e distanciamento. Grande exemplo para todos nós de fidelidade a Deus em seus compromissos com Ele.

Nem todas as histórias (mesmo na Bíblia) terminam com final tão feliz como esta. Mas, mesmo que houvesse final distinto do que se tem registrado, a postura de Ana é estímulo a todos nós e deve ser seguida, pois “esta é a vontade de Deus para conosco em Cristo Jesus” I Ts.5:18). Assim seja. Amém.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 19 de agosto de 2018

ANA (4)

ANO LXXVI - Domingo, 19 de agosto de 2018 - Nº 3799

ANA (4)

“Eli a teve por embriagada... até quando estarás embriagada?” (I Samuel 1: 13 e 14)

Continuamos tratando da figura de Ana em sua luta e drama pessoal devido à sua esterilidade, e os aspectos que nos podem ajudar no enfrentamento de lutas parecidas com as dela.

Ana estava colocando diante de Deus a sua aflição e derramando seu coração perante o Senhor. Atitude sábia, adequada e correta. No entanto, sua oração era silenciosa e seus lábios se moviam, porém, não emitiam som algum. O sacerdote Eli pensou que ela estava embriagada e, exercendo juízo temerário e indevido em relação a ela, afirmou estar bêbada.

Como se sentir em tal situação? Alvo de preconceito e discriminação por parte do sacerdote, homem que deveria ser instrumento de Deus para abençoar, socorrer, amparar e consolar? A atitude de Eli é totalmente reprovável, leviana e danosa, mas, nos interessa a reação de Ana. Mesmo sendo alvo de tal atitude preconceituosa, ela não demonstra revolta ou rebeldia, nem sentimento de vitimização (tão comum a tanta gente em situação parecida).

Sua resposta é firme, mas branda. Afasta a suspeita indevida e apresenta a realidade: “Não bebi vinho... venho derramando minha alma perante o Senhor.” (15). Tal postura nos deve inspirar a agirmos de igual modo frente a colocações que nos ferem e magoam. Não devemos nos calar frente a afirmações falsas assacadas contra nós, mas responder com brandura, apresentando a realidade e os fatos, agasalhados sob a verdade de nossa relação com Deus e compromisso de nossa fé.

O Senhor nos abençoe e renove para que, mesmo sob injúrias e acusações falsas, possamos responder com amor aos que nos caluniam, honrando assim o Nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que, mesmo injuriado, não amaldiçoou os que assim faziam. Como Paulo nos ensina: “Quando somos injuriados, bendizemos...” (I Co. 4:12) e também Pedro ao dizer: “Não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo...” (I Pe.3:9). Que assim façamos para o louvor da glória do Nome de nosso Deus. Amém.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 12 de agosto de 2018

O QUE UM PAI GOSTARIA DE GANHAR

ANO LXXVI - Domingo, 12 de agosto de 2018 - Nº 3798

O QUE UM PAI GOSTARIA DE GANHAR

Provérbios 4.1-4

O texto acima relata as lembranças do escritor de Provérbios a cerca da convivência com seu pai, no verso 4 ele diz assim: “então, ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos e vive.”

Você ouve ou ouvia os conselhos do seu pai? Eu sei que esta pergunta envolve uma série de possibilidades para encontrarmos a resposta sensata e bíblica. Uma vez que seu pai não seja cristão e possua uma visão do mundo diferente da orientada pela escritura, a resposta mais sensata seja “NÃO”, os conselhos dele a cerca de relacionamento com pessoas, trabalho e Deus não estão alinhados com a sabedoria da Escritura e você faz bem em priorizar os conselhos bíblicos aos conselhos contrários a escritura. Contudo o pressuposto aqui é o de Salomão, que possui um pai temente a Deus. Neste caso o que um pai, que é discípulo de Jesus, gostaria de ganhar?

Ver seus conselhos encontrarem espaço no coração de seus filhos. Isso definitivamente é o melhor presente que você pode dar a ele. De que maneira posso fazer isso?

Primeiro, retenha as palavras no seu coração. O coração é um espaço muito disputado em todas as fases do desenvolvimento humano, na infância por desenhos e presentes, na adolescência por descobertas e prazeres, na fase adulta por aceitação e realização. Ouça com atenção os conselhos dos seus pais, o quanto antes isso acontecer, maior lugar de destaque ele terá em seu coração e na sua vida.

Segundo, guarde os mandamentos. A palavra hebraica usada para guardar é Shamar, ela indica o sentido de proteger, manter vigilância. Ao longo da sua vida, não se esqueça das coisas que você ouviu, daquilo que você reteve. Com o passar do tempo não negocie os valores de Jesus que você foi ensinado. Seja um influenciador real ou digital dos ensinamentos que o transformaram num discípulo ou discípula de Cristo.

Por fim, vivam os conselhos. O que muda a história de pessoas não são informações, são atitudes. Tudo que você ouviu, tudo que você guardou, precisa ser vivenciado. Conhecer e praticar estão relacionados à prudência e sabedoria na Escritura. As palavras de Jesus refletem isso: “Aquele que tem meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama.” Jo 14.21.

Seu papai está vivo? Aproveite para desfrutar da sua presença e conselhos. Seu papai já partiu? Viva e dê aos seus filhos e amigos, o exemplo que você recebeu honrando-o. Isso é um bom presente para dar aos pais.

Rev. Gustavo Bacha

domingo, 5 de agosto de 2018

ANA (3)

ANO LXXVI - Domingo, 05 de agosto de 2018 - Nº 3797

ANA (3)

“Com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente” (I Sm. 1: 10)

No texto apontado podemos encontrar Ana em momento de profunda angústia e aflição interior. Ela já não vinha comendo (v.8), chorava (v.8) e estava depressiva (v.8). Encontrava-se agora no lugar de adoração e sacrifício em Silo (onde se achava a “Arca da Aliança”), com o propósito de cumprir as determinações de Deus.

Podemos vê-la assumindo a postura correta em relação a seu drama pessoal de esterilidade, ou seja, “com amargura de alma, orou ao Senhor”. Ela colocou (lançou) diante do Senhor todo seu problema, toda sua angústia, toda sua aflição. Deve-se notar que “amargura de alma” aqui não se trata de revolta, mas de aflição, angústia e tristeza por sua condição. Não era apenas uma oração “formal”, mas expressão de sua alma aflita. Precisamos aprender a viver tal forma de relação com Deus. Coração “rasgado” diante DEle, sem véu, formalidade ou subterfúgios; apenas derramamento e, sem receio, “choro abundante”.

No verso 12 vemos que “demorando-se ela no orar perante o Senhor”, aponta outro aspecto de tal relação com Deus, ou seja, investimento de tempo diante do Senhor. Não era algo ao estilo “fast food”, mas envolveu empenho de boa parcela de tempo na presença do Senhor. Há necessidade de resgatarmos esse tipo de postura e empregarmos tempo diante de Deus em oração, pelo menos na mesma proporção que gastamos malhando na academia, “passeando no facebook” ou internet, para não falar em outras atividades não essenciais que nos roubam o tempo precioso de nosso dia e noite.

Ana enfrentava determinado problema complexo e sério. Derramou-se em oração perante o Senhor e Nele esperou. Seja tal exemplo, para nós, motivo de ânimo, a fim de procedermos do modo igual, confiando em Jesus e depositando Nele nossa esperança. Sejam sobre nós a graça e a misericórdia do Senhor Jesus.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 29 de julho de 2018

ANA (2)

ANO LXXVI - Domingo, 29 de julho de 2018 - Nº 3796

ANA (2)

“Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás de coração triste?”

O texto transcrito acima se encontra em I Samuel 1: 8 e continua a registrar a situação ligada à vida de Ana (mãe de Samuel) em seu drama pessoal em relação à sua condição de mulher estéril.

Ana desfrutava de certa estrutura de vida estável e tranquila, sendo amada por seu esposo, embora não gerasse filhos. Tudo deveria indicar que ela não poderia se sentir triste ou desafortunada, mas, ao contrário, muito agraciada. No entanto, aspectos emocionais são muito fortes e as pressões nos levam a certo de tipo de postura aparentemente sem sentido ou sem justificativa. Portanto, a tristeza, a frustração e cobrança (por outros e por nós mesmos) nos podem lançar em profundo abismo. Foi o que se deu com Ana. Tristeza, abatimento, depressão. Chorava, não comia e tristeza de coração. Mesmo com a tentativa de seu esposo em ajudá-la, tudo parecia sem sentido.

Muitas vezes sofremos tais períodos em nossa vida. As coisas parecem não dar certo, temos a impressão de que tudo conspira contra nós. As pessoas parecem não entender nosso drama e conflito, nossa angústia e sofrimento, e perguntas como as feitas a Ana soam quais alfinetes em nossa alma, fazendo crescer nosso sentimento de abatimento. Não se tratava de mera “pirraça” de criança por não ter algum objeto fruto de seu desejo mesquinho. Seu drama era real, verdadeiro, profundo.

O texto nos informa que Ana “subia à casa do Senhor” (7) para adoração ao Senhor, mas tal atitude (embora positiva) não era suficiente para resolver sua situação e recompor sua estrutura interior. Por vezes pensamos que tais posturas são suficientes (ir ao templo, participar do culto, etc) para solução de nosso problema, mas não são. Embora sejam boas, positivas e necessárias, precisamos de outro tipo de suporte e apoio, de socorro, ajuda e amparo de caráter ‘profissional’.

Não desista. Deus tem para você a graça da vitória. Busque ajuda, procure socorro e não deixe de olhar para Jesus “autor e consumador de nossa fé” (Hb.12:2), por meio de quem “nós temos a vitória” (I Co.15:57). Bendito seja o Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 22 de julho de 2018

ANA

ANO LXXVI - Domingo, 22 de julho de 2018 - Nº 3795

ANA

“Uma se chamava Ana” (I Samuel 1:2)

Serão apresentados alguns textos de caráter meditativo sobre a pessoa de Ana, mãe do grande sacerdote, profeta e legislador hebreu Samuel. Tais textos não serão de cunho teológico ou doutrinário (embora tais aspectos não sejam desprezados), mas a preponderância é a abordagem de situações relativas à vida de uma pessoa e suas relações consigo, com os outros e com Deus.

Seu nome vem do hebraico e tem significado muito positivo (“Hanna”), ou seja, ‘graça’. Ela era esposa de um homem que a amava profundamente, embora fosse bígamo (possibilidade existente naquele momento e contexto em Israel). Essa posição não a colocava em situação de angústia ou tristeza, pois seu esposo a privilegiava com porções dobradas em relação à outra esposa, e o texto diz o motivo: “porque ele a amava” (1:5). Mas, apesar de amada por seu marido, Ana se via em uma situação de “desana”, ou seja, “desgraça”; não podia gerar filhos, era estéril. Tal fato a angustiava, mesmo quando seu marido lhe afirmava: “Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1:8).

Sofria Ana, por sua condição estéril, a afronta e zombaria da outra esposa, posto que esta se via minorada naquela relação conjugal e o texto registra: “A sua rival a provocava excessivamente para a irritar” (1:6); “a outra a irritava” (1:7).

De fato, sua existência era cercada de contrastes, embora sendo “Graça”, parecia não ter muita “graça”; mesmo que amada, se sentia preterida; ainda que bem tratada e protegida, seu sentimento era de profundo abandono e escassez. Tal estrada a levava ao risco sério e profundo de ansiedade e depressão, pois ela já “chorava e não comia.” (1:7).

Situações ambíguas como estas não são incomuns a muitas pessoas. Conflitos de real profundidade que atingem o ser e a profundeza da alma. Não é fácil o enfrentamento de tal situação. Mas, em lugar de focar e fixar-se naquilo que é negativo, ruim ou mal, procure perceber o bem, o positivo e o bom ao seu redor. Quão grandes são os privilégios e manifestações da graça de Deus à sua volta. Não perca isso de vista. Mesmo que haja nuvens densas, nossos olhos são iluminados constantemente pelo “Sol da Justiça”, Cristo Jesus nosso Senhor, que “sempre nos conduz em triunfo” (2 Co. 2:14). Não é ufania humana; é graça de Deus. Aleluia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 15 de julho de 2018

PAÍS DO FUTEBOL!?

ANO LXXVI - Domingo, 15 de julho de 2018 - Nº 3794

PAÍS DO FUTEBOL!?

O Brasil é conhecido (?) como o país do futebol. De fato, este esporte é uma paixão efervescente em nosso meio. Em quase todo lugar vemos um “campinho”, uma quadra ou um estádio. Bolas de borracha, de meia, de couro de vários tipos. Não há nada de errado com isso. Países como a Holanda, Suécia, Suíça, Alemanha, Dinamarca, Inglaterra, França (entre outros), também possuem uma considerável paixão pelo futebol e o praticam.

Qual a diferença entre eles e nós? Aí está nosso grande problema. Somos, também, o país da violência, do desemprego, do nepotismo, da “desgovernança”, da corrupção, da política sórdida, da injustiça social e jurídica, da falta de infraestrutura, do pouco saneamento básico, da desassistência à saúde pública, da desvalorização da educação com qualidade e da escola-professor, da propina, da sonegação, da impunidade, dos favorecimentos aos meus correligionários à base da improbidade, da cupidez incontrolável dos mandatários e políticos, e de tantas outras mazelas morais das quais estamos empanturrados neste imenso pais do futebol (e pode-se adicionar do carnaval).

Preferiria ser o país da educação, do saneamento básico, do elevado IDH (índice de desenvolvimento humano) e neste campo tão somente empatar (não precisava ganhar) com Islândia, Dinamarca ou Suécia. Gostaria de ser, na verdade, o país da integridade e justiça com punição aos corruptos, empatando com o Japão e Coréia do Sul. Vibraria por ser o país da justiça social, da baixa incidência de violência contra a pessoa e o patrimônio, mais uma vez só empatando com a Suíça, Finlândia, Holanda e Alemanha (para não citar outros).

Mas, parece que iremos continuar sendo, por muitos e muitos anos ainda (e já nem estamos sendo mais tanto assim, é só ver o nível de nosso futebol) o país do futebol, onde o desemprego continua aumentando, a corrupção floresce, a impunidade desafia a moral e o pudor, o desrespeito à pessoa se avoluma, os arranjos à sorrelfa (na calada da noite nos ‘tribunais superiores’) vão sendo processados por políticos de duvidáveis intenções junto a integrantes do judiciário que nunca foram, de fato, provados (aprovados) para ocupação de tal cargo e função. Mas, que importa? Continuamos, afinal de contas, na doce e melíflua ilusão de que somos “o país do futebol”. Ano de eleições gerais. Acordemos. Que Deus tenha de nós misericórdia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 8 de julho de 2018

OUVIR O CONSELHO DE DEUS

ANO LXXVI - Domingo, 08 de julho de 2018 - Nº 3793

OUVIR O CONSELHO DE DEUS

“... e não pediram conselho ao Senhor.” (Josué 9:14)

O povo hebreu havia saído do Egito sob a liderança humana de Moisés. Este morrera às portas da entrada em Canaã e Josué estava, agora, à frente do povo para conduzi-lo na conquista da “Terra prometida”. Não seria fácil, pois muitas batalhas seriam travadas e muita luta se faria necessário. Uma das determinações do Senhor Deus era de não fazerem acordo com os povos ali existentes e, tampouco, se aliassem às cidades que deveriam ser conquistadas. Simples. No entanto, alguns homens da cidade de Gibeom armaram um estratagema e iludiram a liderança dos hebreus, que “não pediu conselho ao Senhor” e com eles fez um acordo de paz e proteção. Quebraram o compromisso de obediência ao Senhor e colheram suas consequências.

Um dos motivos de tal atitude por parte dos hebreus foi a do descuido em relação à vigilância contra os ardis dos adversários e inimigos. Pode-se ver que certa arrogância e prepotência foram tomando conta dos “judeus” e então se descuidaram da vigilância contra as investidas (bélicas ou estratégicas) de seus opositores. Como cristãos não podemos nos descuidar da atenção em relação à sagacidade de nossos adversários, para não sermos vítimas de seus estratagemas e suas ciladas.

Outro fator, e esse mais grave ainda, foi o de não “pedirem conselho ao Senhor”. Novamente a arrogância e a ideia de autossuficiência determinaram a queda em um engodo montado pelo inimigo. Deixar de pedir (buscar) o conselho (orientação) de Deus é trágico e desastroso na vida do cristão, sendo prenúncio de derrocada e queda em sua vida. Nós não temos hoje a mesma dinâmica dos dias de Josué em relação a ouvirmos a Deus. Temos, entretanto, à nossa disposição, a Palavra de Deus, a qual nos foi dada por Ele como direção para nossa vida, sendo “lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos” (Salmo 119: 105) e Jesus disse: “eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos” (Lucas 16: 29). Assim, precisamos buscar o conselho de Deus em Sua Palavra, a fim de conduzirmos nossas decisões conforme Sua vontade, evitando a autodeterminação e cometendo o equívoco de decidirmos sem o conselho do Senhor. Não se deixe levar pela falsa ideia de autossuficiência na gestão de sua vida, busque de Deus e em Deus conselho sábio por meio de Sua Palavra, tomando decisões que honrem a Deus e tragam, a você e aos seus, benefício de efeito eterno.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 1 de julho de 2018

CAMINHO SEM VOLTA

ANO LXXVI - Domingo, 01 de julho de 2018 - Nº 3792

CAMINHO SEM VOLTA

“Nunca mais voltareis por este caminho.” (Deuteronômio 17:16)

O texto transcrito faz parte das diretrizes dadas por Deus, por meio de Moisés, acerca das atitudes, posturas, direitos e deveres dos reis que haveriam de ser estabelecidos em Israel posteriormente àqueles dias. Tratava-se de uma profecia sobre a instituição da monarquia, visto não se ter rei em Israel até a fase posterior aos juízes. O destaque é para o imperativo de jamais fazer o povo voltar à terra do Egito, não retornando a uma situação de escravidão.

Claro que, às vezes, na vida temos que retornar por caminhos pelos quais passamos. Por exemplo; ao retornarmos de uma viagem, é comum fazermos “o mesmo caminho de volta”, já conhecido e, na teoria, mais seguro. Ao perdermos alguma coisa costumamos “fazer o caminho por onde passamos” na esperança de encontrarmos o objeto perdido.

No entanto, em relação à nossa vida com o Senhor e nosso resgate do pecado e condenação, devemos ter o mesmo cuidado e determinação expressos no texto focado acima, ou seja, jamais voltarmos por aquele caminho de onde viemos. Mesmo que nosso coração queira se inclinar a retornar a tal estrada, temos que resistir em Cristo, e permanecer no caminho do Senhor, não permitindo que nossos pés retornem à senda da iniquidade e rejeição ao Senhor. O caminho era de morte e perdição e Deus, em Cristo, nos resgatou de tal caminho para um “novo e vivo caminho” (Hb. 10: 20) a vida com Ele e Nele. Jesus é este Caminho no qual fomos postos pelo próprio Deus para Nele andarmos sem jamais voltar às estradas de morte nas quais andamos outrora. Graças a Deus por que “nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma”. (Hb. 10: 39). Amém.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 24 de junho de 2018

MÃOS À OBRA

ANO LXXVI - Domingo, 24 de junho de 2018 - Nº 3791

MÃOS À OBRA

“Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?” (Tiago 2.14)

Semana passada estava pintando um apartamento junto com minha esposa. Enquanto sujava as mãos com tinta pensava na viagem missionária que eu e alguns irmãos da IPVM faremos daqui a poucos dias para Santa Rita, no Paraguai.

Levar o evangelho de Jesus em forma de palavras e ações é “botar a mão na massa” na missão que Deus nos deu para fazer até que Ele volte. Como no apartamento, a missão nos trará muitos desafios, à primeira vista o campo parecerá muito grande e o serviço demais para nosso grupo. Mas, então, começaremos orando, buscando direção do Grande Mestre dessa obra. Receberemos paz e sabedoria do Santo Espírito e começaremos a trabalhar.

Passaremos a caminhar de porta em porta anunciando o amor perdoador do Salvador. Alguns atenderão, outros não. Ofereceremos serviços médicos gratuitos para toda população, atividades educacionais para os jovens e diversas palestras sobre saúde pública. Teremos culto a Deus todas as noites e devocional todas as manhãs. No meio disso tudo, conheceremos muitas histórias, enxugaremos muitas lágrimas (as nossas inclusive) e veremos o poder de Deus ser derramado sobre aquele lugar. Então, quando menos percebermos, o Senhor Deus haverá feito tudo e nós poderemos louva-Lo pelo enorme privilégio de estarmos com as mãos marcadas pelos dias servindo a Ele e ao povo de Santa Rita.

A viagem missionária que a IPVM realiza todos os anos é de certa forma, uma resposta ao versículo em destaque no início deste texto. A viagem é também uma chance única de se experimentar outro nível de vida cristã, onde é possível desfrutar do fruto da salvação gratuita em Cristo, as obras missionárias.

Não se sente capaz?

Deus não procura por trabalhadores habilidosos. Ele procura por corações dispostos a servi-Lo. Ele procura por aqueles que não se importam em trazer as marcas do serviço nas mãos e, principalmente, na alma.

Servir a Deus... Eis aí o caminho da eterna felicidade e prazer.

Dc. Sem. Arquimedes Marques Oliveira

domingo, 17 de junho de 2018

PAZ, EDIFICAÇÃO, TEMOR, CONFORTO E CRESCIMENTO

ANO LXXVI - Domingo, 17 de junho de 2018 - Nº 3790

PAZ, EDIFICAÇÃO, TEMOR, CONFORTO E CRESCIMENTO

“A Igreja, na verdade, tinha paz por toda Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor e, no conforto do espírito Santo, Crescia em número”. (Atos 9:31)

O texto que temos acima nos apresenta um momento de profundo significado na vida da Igreja Cristã Primitiva. O conjunto de fatos ali apresentado aponta para a saúde da Igreja. O primeiro ponto destacado pelo escritor é o fato de a Igreja desfrutar paz. Que privilégio e bênção quando podemos vivenciar tal situação.

Queridos irmãos e irmãs membros da IPVM expresso minha gratidão a todos vocês pela participação expressiva com presença de 410 votantes em nossa assembleia domingo passado. Clima de ordem, harmonia, respeito e paz. Louvo a Deus por tal momento e agradeço a vocês todos a cooperação. Tenho tido notícias de muitas turbulências, conflitos, brigas internas e outras situações tristes e desagradáveis em muitas de nossas igrejas (grandes, médias e pequenas) em relação à sucessão pastoral. Graças a Deus tivemos um processo sereno, transparente, tranquilo e ordeiro, sob muita oração e com pouca manipulação de caráter político ou de interesses particulares ou de grupos.

A Igreja precisa continuar nesse ambiente de paz, experimentando a edificação pela Palavra, andando debaixo do temor do Senhor, vivenciando o conforto gracioso do Espírito Santo de Deus e, por graça DEle, crescendo em número. O Senhor nos tem abençoado assim, e devemos continuar a buscar Sua Face para permanecermos neste bendito e maravilhoso caminho, honrando Seu Nome e promovendo com dignidade Seu Reino. Que os irmãos e irmãs continuem envolvendo-se com zelo e fidelidade no Trabalho e Obra do Senhor no âmbito da IPVM, apoiando a liderança em seus projetos de difusão do Evangelho e distensão das fronteiras do Reino de Deus.

Registro minha gratidão a todos vocês e oro para que continuem com afinco servindo ao Senhor, para o bem de toda a Igreja e glória ao Nome do Senhor nosso Deus e de Seu Filho Jesus, nosso Salvador e Senhor. Glória e louvor somente a Ele.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 10 de junho de 2018

PROMOVER ELEIÇÕES

ANO LXXVI - Domingo, 10 de junho de 2018 - Nº 3789

PROMOVER ELEIÇÕES

“E, promovendo-lhes em cada igreja a eleição de presbíteros...” (Atos 14:23)

A Igreja Cristã desde os seus primórdios usou o sistema de eleição daqueles que deveriam ser seus dirigentes ou condutores. Vemos tal fato em Atos dos Apóstolos, capítulo seis, quando se registra a eleição de oficiais para o exercício do diaconato e assistência aos membros da igreja e amparo aos necessitados e viúvas. Tal prática é, portanto, usual na vida da Igreja de Cristo. A manifestação da vontade humana pelo voto, crendo que Deus dirigirá o processo segundo Sua Vontade e para o bem da própria Igreja.

Há grupos cristãos que não usam tal forma de diretriz para estabelecimento de seus líderes ou dirigentes, mas preferem a indicação ou designação. Muitos tecem críticas ao sistema de eleição de oficiais na Igreja, dizendo que isso não passa de ação humana e que as coisas devem ser por “indicação divina” ou por “revelação do Espírito”. Ainda que tais possibilidades sejam aparentemente piedosas e espirituais, como se vai garantir que tais indicações são, de fato, divinas ou do Espírito Santo? Quem as julgará ou chancelará? Parece que serão os próprios homens, a menos que tenhamos alguma “voz divinal” a ser ouvida.

É privilégio da Igreja, na dependência de Deus pela oração, escolher (eleger) aqueles que hão de conduzir o Rebanho do Senhor. A arbitrariedade humana ou imposição ditatorial não são compatíveis com os ensinos e prática da Igreja de Cristo em seu início, conforme visto nas páginas do Novo Testamento pelo testemunho dos apóstolos.

Continuemos a desfrutar deste privilégio (de eleger nossos pastores), “redescoberto” e vivenciado pelo movimento da Reforma Religiosa do século XVI, pelo qual a Igreja (como Corpo) estabelece em sua liderança aqueles que ela julga dignos de assim fazer, e dos quais espera e exige fidelidade e zelo no trabalho em que foram investidos. Que votemos e elejamos, mais uma vez, o pastor a ser o condutor do rebanho reunido na Igreja Presbiteriana de Vila Mariana e do qual deverá “dar contas diante de Deus”. Ore. Consulte a Escritura. Vote e não faça, nem permita que se faça qualquer forma de tentativa de indução ou condução de sua manifestação de vontade. Deus nos abençoe na escolha.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 3 de junho de 2018

ELEIÇÃO PASTORAL

ANO LXXVI - Domingo, 03 de junho de 2018 - Nº 3788

ELEIÇÃO PASTORAL

Estamos nos avizinhando de mais uma eleição pastoral na IPVM. Depois de algumas vezes com permanência do pastor titular e a situação de candidato único, temos, agora, a situação de alguns nomes postos para poderem concorrer à titularidade de pastor na IPVM por um período de três anos (2019-2021).

O processo tem sido, até aqui, e graças a Deus, calmo e em paz, com as diretrizes sendo anunciadas à Igreja e cumpridas com critério e cuidado. Nomes foram apresentados e dentro de critérios objetivos, quatro irmãos permaneceram como candidatos. Vieram e pregaram. Foram entrevistados pelo conselho, informações impressas sobre eles e com manifestações deles foram disponibilizadas a todos na IPVM. Assim, o conselho tem procurado agir com a maior serenidade e isenção em relação ao procedimento adotado até aqui.

Pedimos aos irmãos que compareçam no dia 10 (primeira convocação) de junho, às 10:20, para a eleição. Sua participação deve ser com muita oração e dependência de Deus. Não faça “campanha” a favor deste ou daquele e, muito menos, “campanha” contra este ou aquele. Faça sua análise diante de Deus, consulte ao Senhor, examine as informações, avalie o que ouviu dos e sobre os candidatos e então delibere, por meio de seu voto, de conformidade com sua consciência.

Venha participar com espírito contrito e sereno, sem desejo de causar qualquer forma de embate, conflito, discórdia ou tumulto. As normas foram definidas e passadas pelo conselho à IPVM e deverão ser observadas na votação e apuração, buscando evitar qualquer forma de instabilidade ou improvisação.

O conselho conta com a oração da Igreja, com a presença de todos e com a participação consciente e ordeira dos membros da IPVM como tenho visto e vivenciado em nossas assembleias nestes anos em que aqui tenho sido pastor. O Senhor nos abençoe e conduza em decisão e escolha tão importantes na vida de nossa querida IPVM.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 27 de maio de 2018

PARABÉNS IPVM

ANO LXXV - Domingo, 27 de maio de 2018 - Nº 3787

PARABÉNS IPVM

No dia 31 de maio completaremos 76 anos de organização eclesiástica, ou seja, existimos, como igreja constituída, há 76 anos. Graças e glórias a Deus, nosso Senhor.

A IPVM foi congregação da Igreja Presbiteriana Unida e começou de modo modesto e até pequeno em uma antiga carvoaria. Mas, seu crescimento foi sendo constante, permanente, gradativo, firme e equilibrado, chegando a ser o que é hoje; uma igreja forte, viva, pujante que investe firme no trabalho missionário e, consequentemente, na evangelização, levando a Boa Nova de Cristo a muitas vidas e corações.

Os ministérios desenvolvidos na e pela IPVM são muitos e variados indo desde a cessão de espaço à Agência Presbiteriana de Missões Transculturais para ministração de suas aulas e à ADEVEB (Associação de Deficientes Visuais Evangélicos do Brasil) para suas reuniões e aulas de música, até envio de irmãos em viagens missionárias a partes carentes do interior de nosso país e fora dele, auxiliando a manutenção de 21 missionários no Brasil e em outros países.

É nosso aniversário. Crescemos e continuaremos a crescer por graça e misericórdia do Senhor a quem servimos. Em nosso aniversário sempre recebemos algum presente daqueles com os quais nos relacionamos. Essa é uma boa época para que você possa expressar sua gratidão a Deus pela existência da IPVM, dando a ela um “presente de aniversário”. Sim, faça uma oferta de gratidão ao Senhor pela existência da IPVM nestes 76 anos, nos quais tem abençoado vidas de centenas e centenas de pessoas zelosa e fielmente e para que possa continuar assim fazendo. É tempo de celebrar, é tempo de agradecer e é, também, tempo de ofertar. Você tem sido abençoado (a) na e pela IPVM? Então manifeste sua gratidão apresentando sua oferta, expressando seu louvor e glorificação a Deus pela existência de nossa amada IPVM.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 20 de maio de 2018

CASAMENTO, “FACEBOOK” E CONSTRUÇÃO FICCIONAL

ANO LXXV - Domingo, 20 de maio de 2018 - Nº 3786

CASAMENTO, “FACEBOOK” E CONSTRUÇÃO FICCIONAL

O mês de maio é, no Brasil, tido como o mês do lar, incluindo o dia das mães; data que, em termos comerciais, é superada apenas pelo Natal. As noivas buscam casar durante esse mês, fazendo com que as agendas de cartórios, salões de festas e templos religiosos fiquem cheias. Estamos vivenciando todo o “glamour” e pompa do casamento do príncipe inglês, gerando a ideia do “casamento dos sonhos”, embora possa vir a transformar-se em horroroso pesadelo.

Neste tempo de redes sociais, informações “on line”, universo virtual e outros instrumentos de mídia social informatizada, há uma forma rápida e célere de comunicação, agregando-se-lhe a força da imagem, ou seja, não se trata apenas de dizer ou falar, mas de mostrar e apresentar. Entramos, portanto, no universo da aparência ou projeção. Na verdade, não há problema na divulgação de imagens, transmissão de fotos e coisas do gênero. A questão é que vemos uma “construção ficcional” em todo esse processo, ou seja, ninguém tem problemas, conflitos, dificuldades ou dissabores no “facebook”. Todos os casais, lares e famílias são só sorrisos e alegria, gerando uma impressão de ausência total de adversidades, divergências, conflitos e dificuldades. Uma imensa e grandiosa construção ficcional.

Casamento, lar, família e relacionamento não se reduzem a fotos produzidas em momentos de felizes manifestações em meio a jardins, praias e belas paisagens. São, ao contrário, fruto de muita tolerância, paciência, resignação e compreensão, entre outras tantas formas de comportamento. O real da vida familiar não é o que se tem em momentos congelados de fotos e imagens captadas e transmitidas em “facebook”, mas o lavar a roupa, fazer a comida, limpar a casa, escutar e atender ao outro, suportar e superar as diferenças, perdoar, compreender, acolher, socorrer, respeitar, tratar com consideração, sendo expressões de amor e dedicação ao outro.

Felizes os que edificam e constroem seu lar e família em bases não ficcionais ou ilusórias, mas em fundamentos sólidos de compromisso, respeito e consideração mútuos na observância dos princípios da Palavra de Deus, demonstrando, por meio dos atos, o amor genuíno, pelo qual é possível superar as dificuldades inexistentes na ficção dos “facebooks” de nossos dias, mas bem presentes em nosso mundo real.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 13 de maio de 2018

ORAÇÃO PELAS MÃES

ANO LXXV - Domingo, 13 de maio de 2018 - Nº 3785

ORAÇÃO PELAS MÃES

Ó Deus, de quem procedem as dádivas em extremo excelente e os dons perfeitos;

Pai misericordioso, que reclinas a fronte inerme das crianças no colo carinhoso das mães, e que deste o teu filho ao cuidado maternal de Maria.

Agradecemos-te as heroínas por cujas angústias têm recebido a humanidade os varões ilustres, os braços infatigáveis dos trabalhadores, as fulgurações dos espíritos privilegiados e a doçura afetiva de todos os corações filiais.

Damos-te graças pelas mulheres nobres e generosas que têm, por entre lágrimas, vigiado ao pé dos berços de seus filhos, as longas noites de dor e de agonia, pedindo-te a vida dos seus queridos.

Damos-te graças pela sabedoria de que dotaste as diretoras dos lares, onde se têm construído caracteres e têm recebido têmpera as virtudes humanas.

Damos-te graças pela dignidade que a religião de teu Filho conferiu à mulher, coroando com o diadema santo a fronte das mães cristãs.

Imploramos a tua bênção para todas as mulheres que trazem no seio os filhinhos que lhes confiaste.

Fortalece-as para sua grande missão. Perdoa, ó Pai, todos os filhos infelizes que não souberam reconhecer e retribuir os carinhos maternais.

Dá-lhes a piedosa compunção de seu delito. Apieda-te, Senhor, das mães que não têm lar, e apressa o dia quando a santidade do matrimônio, a dignidade cristã do tálamo sem mácula serão igualmente reconhecidas por ambos os sexos.

Perdoa e elimina todos os pecados contra a maternidade, purifica o coração humano e exalta os seus mais santos afetos.

Abençoa as nossas mães torna-lhes grato o amor de seus filhos.

Pelo amor de Cristo, que nos salvou na cruz.

Amém.

domingo, 6 de maio de 2018

AQUI OU LÁ?

ANO LXXV - Domingo, 06 de maio de 2018 - Nº 3784

AQUI OU LÁ?

“Vós sois o sal da terra... vós sois a luz do mundo” (Mateus 5: 13 e 14)

Esta questão tem estado presente na vida dos cristãos desde o início da Igreja, ou seja, a relação com o “presente século” e a vida futura, após minha morte. Tal situação experimentou momentos de extremos, ou seja, em determinado momento a vida deveria se resumir em esperar a “outra vida”, levando ao recolhimento e isolamento em relação a esse “mundo mau e pervertido”. Em outros momentos parece que só importava a percepção dessa vida presente, ou seja, a eternidade não está “na agenda” e, portanto, vivo minha vida de tal maneira a não me importar com “o além”, pois a vida presente é a que importa e não devo me preocupar com “a eternidade”.

Tal situação sempre fez com que a Igreja (em sua “agenda”) estivesse, também, como que cativa de tal postura. Momentos em que a terra é o que importa, e vezes em que só o céu tem relevância. A missão da Igreja é evangelizar (pregar), ou, a missão da Igreja é socorrer os pobres (transformar) em suas necessidades? Essas duas posições, às vezes, entraram em conflito sério e profundo, desembocando em cisões, separações e posturas agressivas entre os integrantes de tais correntes, com acusações de um ou outro não serem, de fato, cristãos e não cumprirem aquilo que Deus espera de seus servos e filhos.

As Escrituras não fazem tal dicotomia (separação), mas anunciam a realidade de ambas as ações, ou seja, aqui e lá. A diretriz de Deus para nós é termos nossa fé firmada e sabermos que nosso destino é a eternidade com Ele, mas que devemos viver por Ele, com Ele e para Ele aqui neste mundo, abençoando as pessoas, manifestando seu “bom perfume”, fazendo com que as pessoas não apenas ouçam o Evangelho, mas o vejam em nossos atos, obras e atitudes. Portanto, somos chamados ao céu, mas a viver na sociedade em que fomos plantados por Deus, promovendo Seu Reino, pregando e anunciando o Evangelho salvador de Cristo e vivendo seus princípios com atuação transformadora da sociedade e socorro aos carentes.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 29 de abril de 2018

MAR DE ANGÚSTIA

ANO LXXV - Domingo, 29 de abril de 2018 - Nº 3783

MAR DE ANGÚSTIA

“Passarão o mar de angústia...” (Zacarias 10: 11)

O profeta Zacarias traz ao povo de Israel uma mensagem bafejada pela esperança em relação à sua restauração, não à glória dos tempos do Rei Davi e Salomão, mas à sua condição de povo com território e de nação com suas fronteiras, embora a soberania ainda permanecesse comprometida devido ao fato da dominação estrangeira que perduraria ainda por séculos com os persas, gregos e romanos.

No entanto, a mensagem traz algum alento com o vislumbre de vitória e superação sobre determinada situação de tragédia e derrocada nacional impostas em anos anteriores pela invasão de seu território, aprisionamento de milhares e condução ao cativeiro em terra estranha. A saudade consumia os corações e almas dos exilados e o cântico lânguido do salmista testifica tal fato: “Às margens dos rios de Babilônia nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião” (salmo 137: 1). Lembrança, saudades, tristeza.

Muitas vezes vemo-nos em situação similar a esta do povo da Antiga Aliança, a sensação de cativeiro, tristeza, abatimento e prostração. É como se houvesse um mar de angústia diante de nós, ou no qual nós estamos mergulhados e imersos. Parece que a solução não existe, já não há alento ou esperança, só esse imenso mar de angústia.

A mensagem do Senhor ainda chega a nós com a mesma força e vigor, fazendo-nos ver e entender que haveremos de “passar o mar de angústia”, ou seja, não é um pequeno riacho, mas um verdadeiro mar, porém, não é infinito e, por graça de Deus, haveremos de passar por ele, atravessá-lo e, por fim, vencê-lo. A última palavra não é desse mar aflitivo, dessas ondas aterrorizantes, mas, é de nosso Deus, Senhor e Soberano, que nos conduz graciosa, bondosa e vitoriosamente. Não desista, não desanime, não se desespere, pois Ele não apenas nos faz passar o mar de angústia, mas passa conosco por ele. Bendito seja o Senhor Jesus.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 22 de abril de 2018

COMO OUVIRÃO?

ANO LXXV - Domingo, 22 de abril de 2018 - Nº 3782

COMO OUVIRÃO?

O apóstolo Paulo estabelece uma sequência de ideias em Rm. 10:13-15, na qual deixa claro que a pessoa que invocar o nome do Senhor será salva, mas argumenta que ela não poderá invocar aquele em quem não creu, não poderá crer naquele de quem não ouviu e não ouvirá se não forem enviados os pregadores.

Neste sentido vê-se, com clareza, que a salvação está ligada a uma cadeia de eventos, que culmina com o envio dos pregadores e o ministério de divulgação pela Igreja de Cristo. A pergunta que se deve fazer, por lógica e consequência, é: como isso pode se dar, ou seja, como os pregadores “podem ser enviados”, ou como a Igreja desenvolve esse ministério?

A resposta à indagação acima pode ser dada envolvendo muitos aspectos, apontando estratégias, indicando ações de campo, estabelecendo ministérios, ampliando leque missionário, plantando igrejas ou comunidades, etc. Todas essas formas de envolvimento na busca de cumprimento ao propósito de “fazer ouvir o evangelho” são válidas, oportunas e, mesmo, necessárias. A pergunta é: com que recursos se fará isso? A resposta é simples: com recursos financeiros (dízimos e ofertas) e recursos humanos (pessoal envolvido).

Graças a Deus temos tido recursos financeiros para realizar tal propósito, necessitamos recursos humanos. A viagem missionária para a cidade de Mara Rosa (GO) será em julho, mas ainda precisamos de pessoal para participar. Temos apenas onze inscritos, mas necessitamos de, pelo menos, trinta adultos. É seu privilégio fazer parte dessa grande Obra. Está com disponibilidade e tem disposição? Procure o pb. Petrilli ou pb. Hothir e envolva-se neste projeto maravilhoso e edificante, levando a Boa Nova, a fim de que outros possam ouvir, crer, invocar e ser salvos. Apresente-se e empregue seus talentos e dons na difusão do Evangelho, socorro aos necessitados e fortalecimento dos irmãos naquele lugar, pois só crerão se houver quem lhes anuncie a Boa Nova de redenção. Viagem missionária: envolva-se, participe, atue.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 15 de abril de 2018

GUERRA SANTA

ANO LXXV - Domingo, 15 de abril de 2018 - Nº 3781

GUERRA SANTA

No universo das religiões a violência ou a guerra são, imediatamente, rejeitadas e tidas como algo condenável e indevido. No entanto, mesmo as chamadas “religiões de paz” como o judaísmo, cristianismo, hinduísmo, budismo e islamismo (entre outras) acabam cedendo à prática ou uso da força e da guerra (defensiva ou ofensiva), em relação a seus propósitos de implantação ou manutenção de seu “domínio” sobre as pessoas, regiões ou países.

Embora o Islã esteja mais em evidência em relação a tal assunto devido à ideia de ‘jihad’, isto é, luta, combate ou guerra, pesando sobre os muçulmanos esta responsabilidade por ações de violência contra a pessoa humana e intransigência com os “não alinhados” à sua expressão de fé, vemos que os hindus tem perseguido cristãos e muçulmanos com violência da Índia, levando este país a estar no 27º lugar em perseguição contra cristãos. Os budistas em Miamar deflagraram pesada perseguição aos muçulmanos, expulsando-os de seu território e levando muitos à morte (também os cristãos são perseguidos). Parece que os cristãos estão fora deste panorama. Lamentavelmente não. Há cristãos que perseguem cristãos (América Latina. México, países da região dos Bálcãs, etc) em nome de sua fé cristã tradicional e sua intolerância os leva a atos de violência e perseguição.

Veja que o profeta Joel fala sobre isso ao registrar: “Proclamai isto entre as nações, apregoai guerra santa...” (3:9). Alega-se tratar de contexto específico e tal texto não se aplica fora do momento em que foi proferido, etc. As justificativas para as ‘jihads’, sejam de qual religião for, existirão sempre e nos levarão a assumir que é legítima a expressão da guerra ou violência em defesa de nossa convicção de fé ou crença e imposição delas.

A noção de “guerra santa” passa ao universo geopolítico como “guerra justa”, sendo esta manifestação aceita (até vista como necessária) em determinadas situações (defesa da soberania territorial ou da determinação nacional), levando nações ao combate entre si ou mesmo internamente, de forma fratricida, na chamada “guerra civil”. Há guerra santa ou justa? Justa e santa na perspectiva de quem? Devemos condenar a “jihad” islâmica, mas será justo (e santo) promover nossa “jihad” para eliminarmos a “jihad” deles? Morrer ou matar pela fé, o que se espera do discípulo de Jesus à base do exemplo de seu Mestre e Senhor?

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 8 de abril de 2018

DECÊNCIA E DECORO

ANO LXXV - Domingo, 08 de abril de 2018 - Nº 3780

DECÊNCIA E DECORO

Os exemplos são, para nós, algo de extrema importância, agindo como balizadores de comportamento ou direcionando modo de ser e viver. Daí a importância das “figuras públicas” saberem como se comportar e, sobretudo, transmitir a forma civilizada de coexistência, evitando apresentar um padrão reprovável, que possa ser entendido como algo permitido, aceito e imitável. Quanto maior a figura em destaque (pais, professores, políticos, magistrados e outros) maior o prejuízo e a lesão que podem ser causados por comportamento indevido e censurável por parte desses tais.

Não posso dizer que a expressão usada por determinado Ministro do Supremo Tribunal Federal em resposta a um repórter, reflita a figura exata do colegiado ao qual integra. Seria injusto para com os demais que ali estão. Contudo, à população parece, de fato, que por meio de tal resposta (baixa, vil, desqualificada, grosseira, chula e, até, obscena), o senhor ministro revelou quem de fato é e como se vê ou se percebe. Mandar que o repórter pegasse a pergunta e enfiasse (não me atrevo a escrever aqui o resto) é algo da mais profunda falta de compostura, decência e decoro, com péssimo exemplo a ser passado ao povo brasileiro. Se um integrante da Suprema Corte de Justiça do Brasil fala desse modo, trata dessa maneira as pessoas, o que se esperar?

Outra colocação, imprópria, da lavra do mesmo Ministro foi a afirmação dizendo não poder o STF viver no “autismo”. Tal colocação se mostra de uma desconsideração profunda para com pais e mães que enfrentam tal situação em relação a seus filhos. Houve como que uma forma de desdém à condição de tais pessoas, além do fato de não se aplicar (“in casu”) tal modo de falar e a comparação despropositada. Não se trata apenas de “politicamente incorreto”.

Assistimos pela televisão uma cena desagradável e decadente na qual dois ministros do Supremo Tribunal Federal se ofendem de forma pública, ostensiva, virulenta e pesadíssima, deixando de lado os aspectos próprios da legitimidade da divergência e discordância de conceitos, para enveredarem pela viela obscura da agressão verbal baixa e desqualificada, manifestando total falta de decoro próprio à liturgia que o cargo lhes impõe.

Pedir, portanto, à sociedade brasileira que aja com decoro e decência à luz de exemplos dados por integrante de nossa Casa Judiciária Suprema, de nossas Casas Legislativas e nossos “Palácios Executivos”, parece ser pedir demais a quem não consegue ver, lamentavelmente, em seus dirigentes e líderes maiores esse mesmo decoro e essa mesma decência. Tenha Deus de nós misericórdia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 1 de abril de 2018

PECADO E MORTE

ANO LXXV - Domingo, 01 de abril de 2018 - Nº 3779

PECADO E MORTE

“[...] a alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18: 4).

Esse assunto “pecado e morte” está presente em quase toda a extensão das Sagradas Escrituras adotadas pelos cristãos. Do Gênesis ao Apocalipse tal relação é estabelecida de modo claro e inquestionável. No livro do profeta Ezequiel (contexto imediato) está sendo apontado o fato da responsabilidade pessoal, ou seja, o pai não será levado à morte por causa do pecado cometido pelo filho, nem este será morto pelo pecado daquele. Não haverá projeção do pecado de um sobre o outro em termos de penalização, nem tampouco ambos serão mortos se apenas um haja cometido o pecado. Neste sentido a “alma que pecar, essa morrerá”, não outra. Alma, neste caso, tem conotação de pessoa, ser humano, indivíduo.

Uma visão primeira poderá levar à ideia de ser a doutrina do “pecado original” e a corrupção humana herdada equivocadas. Mas, de fato, isso não ocorre. Não se trata aqui deste ponto (pecado original), mas do aspecto da ação pessoal em atos realizados pelos quais você (e não seus pais, ou seus filhos) é o responsável, devendo responder por tais atitudes. Os cristãos da Igreja Ortodoxa não reconhecem a doutrina do pecado original e insistem na responsabilidade pessoal. Em certo sentido os muçulmanos fazem o mesmo, e, igualmente, insistem em tal aspecto, levando à conclusão (para os muçulmanos) da impossibilidade da morte vicária (substitutiva) de Jesus pelos pecadores, pois cada um é responsável pelo seu pecado e recebe a punição devida por ele.

Embora o ensino bíblico seja sobre a responsabilidade pessoal do pecado cometido, há, também, ensino sobre o fato de nascermos “em pecado”, ou seja, recebermos como herança essa corrupção a que se dá o nome de pecado original. Não há contradição ou incongruência em tais ensinos. No caso da morte vicária de Jesus nossos pecados tornaram-se DEle (tornou-se maldito de Deus), Ele não morreu em nosso lugar sem merecer, Ele mereceu pelo fato de nossos pecados estarem Nele e passarem a ser DEle. Assim, ao receber todo o castigo (morte) merecido, livrou-nos de sermos castigados, posto que ninguém pode ser condenado (punido) duas vezes pelo mesmo pecado (delito). Jesus morreu não por que cometeu algum pecado, mas porque meu pecado foi “posto Nele e passou a ser DEle”, devendo morrer por isso. Dessa forma aquele que se identifica pela fé com Cristo e Seu sacrifício recebe todos os benefícios, incluindo o perdão e a bênção da ressurreição para a vida eterna, pois assim como morremos figuradamente com Cristo, com Ele ressuscitamos pelo fato de havermos tido nossos pecados devidamente punidos e pagos. Bendito seja o Senhor por tão grande amor e salvação. Louvado seja Deus, pois Jesus ressuscitou.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

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