ANO LV - Domingo, 22 de fevereiro de 1998 - No 2730
CARNAVAL E CONTAMINAÇÃO
A Epístola de Tiago afirma que um dos pontos mais importantes da religião pura e sem mácula diante de Deus, consiste em o crente "guardar-se incontaminado do mundo" (1.27).
O mundo, sociedade organizada e secularizada, em suas idéias, valores, prática e linguagem, está em completa oposição a Deus. Geralmente essa oposição à santidade e autoridade de Deus manifesta-se de modo aberto e debochado. Outras vezes, e aqui está o perigo, de modo dissimulado, maquiado, e até travestido de moral cristã.
"É tudo uma questão de preconceito, de visão curta, de hostilidade cultural, de fanatismo religioso", declaram os que não admitem a pureza como exigência de uma vida cristã autêntica.
"Precisamos nos identificar com o mundo, sem barreiras ou restrições, de modo que possamos implantar aqui o reino de Deus", insinuam aqueles que, a pretexto de uma visão moderna e contextual de liberdade cristã, buscam simplesmente uma autojustificação para formar blocos carnavalescos, cair na farra e aparecer na televisão.
E a confusão se estabelece. Principalmente entre os jovens que, fortemente atraídos pelo brilho das luzes e paetês, pela pouca roupa e muita camisinha, encontram nos gurus da liberação dos costumes o estímulo para o mergulho, às vezes sem volta, no sexo, nas bebidas e nas drogas.
Nestes dias de orgia carnavalesca, é bom pensar até que ponto cada um de nós, que se considera morto para o pecado e vivo para Deus em Cristo Jesus (Rm 6.11-14), está conseguindo "guardar-se incontaminado do mundo" ou está se deixando contaminar pela liberalidade de uns e pela libertinagem de outros.
Rev. Eudes