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domingo, 26 de dezembro de 2010

MAUS CONSELHOS (06)

ANO LXVIII - Domingo, 26 de dezembro de 2010 - Nº 3400

"Os reis da terra se levantam, e os principais conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas". (Salmo 2: 2-3).

A partir do final do século XIX e início do século XX, pudemos ver que aquilo proposto e aconselhado pelos reis e príncipes no salmo 2, foi acatado e vivido por muitos governantes. A tentativa de ruptura total e completa com Deus foi intensa e extensa. Governos se instalavam e declaravam-se ateus, baniam a idéia de Deus no ensino nas escolas, fechavam templos de qualquer culto religioso, prendiam e executavam os que insistiam em manter sua convicção de fé. Havia, em contrapartida, também os que mantinham a fachada de: "Deus salve o Rei" ou "Em Deus nós confiamos", mas suas condutas de política interna e externa eram negação de sua profissão de fé, devido à discriminação racial, exploração e colonialismo econômico e político e outras formas inadequadas de ética para alguém que se diz cristão.

Hoje, quase não temos governos ou Estados que se declarem ateus, embora afirmem ser um "Estado laico", ou seja, sem credo religioso oficial. Outros há que se declaram religiosos e estabelecem um determinado credo como o oficial do país, o islã (República Islâmica do Irã), luterano na Finlândia e outros casos.

Pode-se pensar que o conselho equivocado e mau, dado pelos reis e transcrito no salmo, deixou de encontrar eco em nossos dias. Será? É possível haver uma formalidade de admissão de um credo religioso como oficial, é possível que haja promoção do direito à expressão e liberdade de culto, mas os governantes e principais ainda continuam com esta idéia de sacudir as algemas e romper os laços com o Senhor.

Em nosso país (religioso) em que se fala ser um país cristão, nossos governantes, com sua ética, ou melhor, não ética, fazem cortes no orçamento da saúde, educação, saneamento e infra estrutura, chegando à casa dos bilhões, enquanto oneram o orçamento em bilhões com aumento de 60% para os parlamentares e seus consequentes reflexos em outras esferas de governo; ao mesmo tempo em que têm o desplante de propor o aumento de trinta reais no salário mínimo, alegando que tal aumento(?) não pode ser maior por causa do impacto na Previdência e no universo empregatício, posto que haverá uma oneração difícil de ser suportada pelo Estado e pelo empregador. Claro; veja-se a absurda carga tributária imposta à nação para sustento de regalias e aumentos assintosos de "suas excelências". Veja os desvios na Previdência para suportar falcatruas e o não pagamento devido pelas grandes empresas e o "refinanciamento" assintoso que se faz, premiando os infratores. Como não estão seguindo o conselho lesivo de livrar-se do jugo ético da relação com o Deus Soberano e Senhor?

Que nós mantenhamos, neste novo ano, o jugo do Senhor sobre nós e O sirvamos com fidelidade e alegria. Amém.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 19 de dezembro de 2010

MAUS CONSELHOS (05)

ANO LXVIII - Domingo, 19 de dezembro de 2010 - Nº 3399

"Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis" (Gênesis 3:4)

A passagem acima transcrita é parte da conversa acontecida entre Eva e a serpente, no jardim do Éden. Nela vemos existir a sugestão (conselho) dada por Satanás (na figura de serpente) para que a mulher desconsiderasse a ordem do Senhor quanto a comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Infelizmente Eva resolveu obedecer o conselho dado pela serpente, e desprezar a ordem do Senhor. Foi uma lástima, uma tragédia, uma ruína.

Quando consideramos que o segundo domingo de dezembro é reservado para comemoração do Dia da Bíblia, vemos a necessidade de enfatizarmos a importância de ouvirmos e obedecermos às determinações de Deus direcionadas a nós nas páginas da Escritura. O estabelecimento deste dia (segundo domingo do advento) se deu pelo bispo Crammer (Inglaterra) em 1549, ao inseri-lo no Livro de Orações da Igreja da Inglaterra, mas não como dia da Bíblia, e, sim, como um dia especial de intercessão do povo de Deus em favor da leitura e difusão das Escrituras. No Brasil em 1850 (com os imigrantes) passará a se observar tal data.

O motivo da ruína da humanidade (entrada do pecado no mundo) ocorreu pelo fato de se dar ouvidos aos conselhos contrapostos às diretrizes dadas por Deus em Sua Palavra. Infelizmente, para muitos, a Bíblia se torna uma espécie de amuleto. Para outros, um objeto de enfeite ou adorno da sala. Para tantos outros, um livro que se leva ao templo (quando se leva) para lermos quando o dirigente nos indicar certo texto. É preciso que se resgate o entendimento que a Bíblia deve ser lida diariamente, estudada com zelo, pregada com fidelidade e VIVIDA COM INTEGRIDADE. Não se deve ficar pregando sobre a Bíblia, mas a Igreja deve pregar o conteúdo da Bíblia, ou seja, o propósito eterno de Deus em salvar Sua Igreja por meio da morte e ressurreição de Cristo e os frutos de caráter transformado por esta redenção.

Deixemos de escutar os conselhos que se opõem às Escrituras e vivamos de acordo com o que Deus nos manda e determina em Sua Palavra. Certamente agrada mais a Deus que se viva Sua Palavra todos os dias, do que se ter apenas um dia em sua homenagem.

Leiamos, estudemos, meditemos e, acima de tudo, vivamos os ensinos do Senhor trazidos a nós em Sua Palavra escrita.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 12 de dezembro de 2010

MAUS CONSELHOS (04)

ANO LXVIII - Domingo, 12 de dezembro de 2010 - Nº 3398

"De que nos aproveita matar nosso irmão e esconder-lhe o sangue? Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas; não ponhamos sobre ele a nossa mão...Seus irmãos concordaram" (Gênesis 37: 26-27)

O texto que temos acima exposto é parte da conhecida história de José (chamado do Egito) filho de Jacó, que sofreu muitos revezes em sua vida, mas alcançou a vitória pela graça de Deus.

A inveja e a revolta haviam tomado conta dos irmãos de José, pelo fato de ser preferido de seu pai e dizer ter uns sonhos que o colocavam acima de todos os demais. Tal situação acabou por gerar o clima de rejeição a José, ocasionando a conspiração de sua morte por parte dos próprios irmãos.

Vemos um dos irmãos aconselhar aos demais que evitassem ser eles os autores diretos de um crime. Assim propõe que vendam seu irmão aos mercadores midianitas. Tal conselho é bem vindo e aceito, afinal evitariam matar o irmão, ficariam livre dele e ainda ganhariam algum dinheiro.

Mais uma situação em que vemos um conselho ímpio e iníquo. A inveja e revolta levam à urdidura de uma trama de morte. A orientação oferecida parece minorar a responsabilidade de todos no fim trágico que se colocava sobre José. A providência de Deus interfere e modifica aquele intento de morte em fonte de vida. No entanto, esta ação de Deus não isenta de responsabilidade e culpa aquele que ofereceu o conselho e os que o praticaram.

Não é incomum ouvirmos conselhos deste tipo e que têm semelhança com esta proposta dos irmãos de José. São colocações que sugerem não ser tão mal assim e que a culpa não será nossa : "não ponhamos sobre ele nossa mão". Esta é uma tentativa de burlar a consciência em uma proposta de racionalização. Isto pode funcionar com a consciência, mas não funciona com o Senhor. Ele continuará dizendo e afirmando que tal proposta e sua aceitação são iníquas e contrárias à Sua vontade.

Estejamos atentos a tal forma de proposição e conselho. Saibamos rejeitar toda e qualquer proposta que não seja de conformidade com a vontade do Senhor. Repudiemos todo conselho que vise a destruição e ruína da vida, mesmo que possa haver a idéia de que não "estaremos pondo nossa mão". Sejamos firmes e fiéis ao Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 5 de dezembro de 2010

MAUS CONSELHOS (03)

ANO LXVIII - Domingo, 05 de dezembro de 2010 - Nº 3397

"Porém ele desprezou o conselho que os anciãos lhe tinham dado e tomou conselho com os jovens que haviam crescido com ele e lhe serviam" I Reis 12.8

O contexto da passagem acima transcrita nos apresenta o jovem rei Roboão, que sucedera a seu pai Salomão no trono de Israel. A riqueza e suntuosidade da coorte do rei Salomão custava altíssimo preço ao próprio povo. Com sua morte, o povo pede a seu filho que reavalie tal situação e diminua a ostentação, minorando os impostos e cortando gastos, pois havia opressão do povo para sustentar o luxo salomônico.

Os anciãos aconselham o jovem rei a minimizar o sofrimento do povo, aliviando-lhe a opressão e, dessa forma, lhe ganharia o respeito. No entanto o rei busca conselhos com seus jovens amigos que o orientam a oprimir ainda mais o povo e aumentar sobre eles a carga. Ele resolve atender seus jovens amigos e servos, recepcionando o mau conselho, com resultado de rebelião e divisão do reino.

Neste episódio vemos a ruína se instaurar devido ao fato de se acatar um conselho inadequado e infeliz. Não se trata de dizer que somente os idosos dêem bons conselhos e os jovens apenas maus. Embora, seja fato que a maturidade e a experiência nos ajudam a melhor compreender a vida, capacitando-nos a oferecer orientação mais adequada, não são garantia de inerrância.

A exemplo de Roboão, há muitos que preferem recepcionar em sua vida os conselhos que satisfazem sua vaidade e inflam seu" ego". São conselhos que enfatizam o bem estar pessoal ao custo da miséria e exploração de muitos. Trata-se de proposta de uso das pessoas, além das coisas, para que meus caprichos e vontades sejam satisfeitos.

No mundo hedonista e centrado na busca da satisfação do prazer pessoal, cada vez é menos ouvida e aceita a orientação de favorecer, beneficiar e socorrer o outro, às custas de meu menor luxo. Como cristãos, somos desafiados a ouvir e acatar o conselho do Senhor em Sua Palavra, quando nos ensina: "Mais bem aventurado é dar do que receber" (Atos 20.35)

Que saibamos rejeitar e repudiar qualquer conselho cujo teor seja o de nos trazer satisfação e prazer às custas da exploração de outro ser humano.

Rev. Paulo Audebert Delage

AI (47)

ANO LXVIII - Domingo, 05 de dezembro de 2010 - Nº 3397

"Porém ele desprezou o conselho que os anciãos lhe tinham dado e tomou conselho com os jovens que haviam crescido com ele e lhe serviam" I Reis 12.8

OBS: Este artigo foi reclassificado em outra série e encontra-se publicado como MAUS CONSELHOS (03).

domingo, 28 de novembro de 2010

O TEMPO DE DEUS

ANO LXVIII - Domingo, 28 de novembro de 2010 - Culto Vespertino

"O TEMPO DE DEUS"

Sermão do Rev. Josué Alves Ferreira, gravado no culto vespertino de 28 de novembro de 2010 na Igreja Presbiteriana de Vila Mariana, em São Paulo, voltado especialmente para as crianças e com a participação do Coral IPVM Kids.

Nesta mensagem séria e verdadeira, com um toque lúdico e bem humorado do boneco Barnabé, Rev. Josué abordou como Deus planejou todas as coisas, desde antes da fundação do mundo, sendo o Natal a realização do plano de Deus para a vinda do Messias, prometido no jardim do Éden.

Na sequência a mensagem de Natal cantada pelo Coro IPVM Kids.

Recomendado para crianças de todas as idades.

Textos base: Gênesis 3:15 e Gálatas 4:4

O TEMPO DE DEUS from IPVM on Vimeo.

Cantata pelo Coro IPVM Kids:

Gravação, edição e publicação pelo Departamento de Som e Imagem da Igreja Presbiteriana de Vila Mariana.

Leia o artigo da capa do boletim deste dia:

IGREJA – UM ORGANISMO VIVO

ANO LXVIII - Domingo, 28 de novembro de 2010 - Nº 3396

IGREJA – UM ORGANISMO VIVO (Mat. 16:18)

Todo organismo tem uma organização, mas ele não vive em função da organização e sim a organização em função dele.

A Igreja é algo sobrenatural, o seu funcionamento é sobrenatural, sua vida é sobrenatural, e seus frutos também são sobrenaturais.

Nos últimos anos têm surgido muitos "especialistas" propondo soluções para os males da Igreja, através de seminário, simpósio, congressos, etc. Os pastores, os líderes correm de um lado para outro atrás de fórmulas prontas para aplicar na vida da Igreja. Talvez o mais grave de tudo o que tem aparecido no "mercado religioso" seja o modelo tecnocrático de Igreja , ou seja uma Igreja que funciona como uma empresa ou apenas como uma organização e não como um rebanho, um corpo, uma extensão da vida de Jesus. Nesta Igreja tecnocrática, o pastor ou seus líderes se tornam diretores empresariais que comandam seus líderes voltados para objetivos ou metas e não para pessoas. Uma Igreja assim nunca produzirá rebanho. Glenn Wagner, no seu livro "Igreja S/A", faz um alerta, mostrando que neste modelo de Igreja as pessoas são usadas, manipuladas e não nutridas, alimentadas.

As diferenças de uma Igreja organismo para uma Igreja apenas organização são:


-Uma Igreja organismo é mais voltada para pessoas e uma Igreja organização sua ênfase é programação, atividades sem fim.

-Uma Igreja organismo se volta para relacionamentos e uma Igreja organização se volta para tarefas, regras, normas.

-Uma Igreja organismo se volta para a capacitação de seus membros e uma Igreja organização se preocupa em controlar as pessoas.

-Uma Igreja organismo enfatiza a amizade, convivência, companheirismo, edificação, instrução, encorajamento de seus membros e uma Igreja organização se preocupa mais com sua imagem pública.

-Uma Igreja organismo gera compaixão e uma Igreja organização gera competição, disputa entre seus membros.

No seu livro "Crescimento natural da Igreja", Christian Schwarz afirma que quanto mais a Igreja se orientar pelo modelo tecnocrático, mais se distanciará de sua realidade orgânica que segue as leis dos seres vivos.

Rev. Jurandir Storck

Assista ao sermão pregado na noite deste dia:

domingo, 21 de novembro de 2010

MAUS CONSELHOS (02)

ANO LXVIII - Domingo, 21 de novembro de 2010 - Nº 3395

"Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre" (Jó 2.9)

Este conselho foi dado a Jó por sua mulher. A situação de Jó era aflitíssima, seus bens, filhos e saúde estavam arruinados, mas ele permanecia fiel a Deus e reconhecia que Deus lhe havia dado e agora tirara, e que bendito era o Nome do Senhor ( 1:21). Sua mulher não entendia a fidelidade de seu marido para com Deus e lhe dá este conselho inadequado, que, felizmente, não foi acatado por ele.

Muitas vezes pessoas que nos são próximas e chegadas não entendem nossa postura de fé e compromisso com Deus. Julgam que somos fanáticos, loucos e que nossa fé é um estorvo ou mesmo motivo de infelicidade. Neste sentido trazem a nós orientações ou conselhos que são insanos e inadequados a nós como cristãos. São como a mulher de Jó, que pensava não valer a pena ser fiel a um Deus que permite a incidência de tanta tragédia sobre sua vida.

Nosso contexto social é altamente impregnado de diretrizes ou conselhos desta mesma ordem. Pessoas, até mesmo da família, querem nos levar a entender que a postura contrária à vontade de Deus é a mais adequada e correta. Na esfera dos negócios, a orientação é para sermos como os demais e desconsiderar o que seja honesto e direito, já que o importante "é vencer e lucrar". Na área do compromisso conjugal é comum os conselhos para o caminho "mais fácil" da separação, ou ainda pior o da infidelidade para que o outro possa sentir "o mesmo gosto que eu senti". Amigos e amigas que abertamente indicam o princípio da propina, do suborno, da "maracutaia" sob a alegação de que "todo mundo faz", ou então, de que "se não fizer não se consegue". São como a mulher de Jó.

Rejeitar tal forma de conselho é o que se espera de nós como cristãos. Não é fácil assumir a postura de fidelidade a Deus em contraposição à corrente dominante de comportamento social em nossos dias. Mas, é preciso respondermos como Jó e não pecarmos contra o Senhor nosso Deus (v. 10). Bendito seja o Nome do Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

AI (46)

ANO LXVIII - Domingo, 21 de novembro de 2010 - Nº 3395

"Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre" (Jó 2.9)

OBS: Este artigo foi reclassificado em outra série e encontra-se publicado como MAUS CONSELHOS (02).

domingo, 14 de novembro de 2010

MAUS CONSELHOS (01)

ANO LXVIII - Domingo, 14 de novembro de 2010 - Nº 3394

MAUS CONSELHOS
"...porque sua mãe era quem o aconselhava a proceder iniquamente" (2Cr.22:3)

O texto acima transcrito traz algo que, para nós, parece ser inimaginável ou impensável. Mas, é verdade. A rainha mãe chamada Atalia aconselhava seu filho Acazias a realizar atos iníquos, a cometer injustiças e praticar imoralidades.

Essa referência quebra nosso paradigma materno, posto que apresenta uma mãe capaz de direcionar e conduzir seu próprio filho por caminhos escusos e ímpios. Ficamos abismados com tal atitude.

O pensamento de que tal postura é algo distante de nós, e que não se aplica ainda hoje, infelizmente não é tão verdade. Há muitas mães (e muitos pais) que conduzem suas filhas (e seus filhos) a realizarem atos que não são moralmente aceitáveis e admissíveis aos padrões da fé cristã. A ênfase ao visual e preocupação obsessiva com a estética, a condução à vaidade pelo uso exclusivo de marcas famosas e ostentação supérflua a qualquer custo, mesmo que sob pesado risco de endividamento e inadimplência, a visão estratificadora de castas ou camadas na sociedade levando ao tratamento, muitas vezes, desumano ou humilhante aos que estão postos como servidores, a condução ao envolvimento com o dinheiro e posição social com sacrifício da relação salutar do matrimônio, ou seja, o que importa é a condição social e o status econômico. Esses são alguns aspectos presentes em nossa sociedade e aos quais muitas mães estão conduzindo as filhas.

Isso é chocante. Mas, nossa sociedade ainda permanece com estas formas de conselhos hediondos e repugnantes, passados pelos pais aos filhos, levando-os a reproduzir comportamento segregacionista, anticristão e em desalinho com a vontade expressa do Senhor.

Tenhamos postura cristã para aconselharmos com sabedoria nossos filhos e filhas, com zelo do Senhor e fidelidade a Ele, a fim de não termos sobre nós o mesmo escrito que pesa contra Atalia: "sua mãe o aconselhava a proceder iniquamente".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 7 de novembro de 2010

E AGORA?

ANO LXVIII - Domingo, 07 de novembro de 2010 - Nº 3393

E AGORA? (Rm.13.1-7)

As eleições aconteceram. A Sra. Dilma foi eleita presidenta do Brasil. As especulações, indagações, tentativas de previsões sobre isto, aquilo ou aquilo outro, estão pululando por todo o canto. Não é diferente em nosso ambiente religioso – protestante, com a pergunta que dá título a este escrito: " E agora?"

Esta pergunta é a que me fiz e ainda faço, agora que as urnas confirmaram a vitória da Sra. Dilma. Não era a minha candidata, não lhe teria dado o meu voto, caso não houvesse justificado minha ausência a meu domicílio eleitoral. Como e o que devo fazer na condição de cristão frente a tal resultado? Algumas atitudes devem acompanhar-me e, também, aos demais cristãos.

1ª Consciência de que a autoridade constituída vem do Senhor: Esse conceito pode ser aplicável ao princípio geral (autoridade) como ao aspecto particular-individual (autoridades). Claro que há autoridades, as quais exercem a autoridade fora do padrão de Deus; o Senhor não só permite que lá estejam, mas, por várias vezes, vemos que Ele ali as coloca diretamente. Os exemplos bíblicos são vários e os da história da Igreja também. Assim, necessito entender que, quem está no poder, só está por concessão ou determinação de Deus e realizará Seu propósito eterno.

2ª Consciência da intercessão em favor de tais autoridades: Esse será sempre um grande desafio, sobretudo se as coisas não forem favoráveis, dentro da dimensão que imagino deveriam ser. Se houver situação de ação contrária às liberdades individuais e sociais, torna-se muito complicado orar por tais autoridades. Mas, é mandamento do Senhor (I Tm. 2.1-3). Tal prática não está ligada a favor apenas de quem seja bom e honrado; a intercessão e a oração não são apenas a favor destes, mas, também em prol dos não cordatos (I Pe. 2.18 e 19). Além disso, a orientação (determinação) do Senhor Jesus é a de se orar em favor daqueles que nos insultam e nos perseguem.

3ª Consciência de compromisso com Deus acima das autoridades humanas: A autoridade estabelecida por Deus, por meio da vida das autoridades constituídas, deve estar dentro do limite próprio de alçada de sua esfera e competência. Isso significa que as autoridades humanas também estão sob autoridade (divina), a qual lhes é superior. Desse modo, minha obediência maior é ao Senhor e à Sua Palavra e, caso as autoridades constituídas deixem sua área própria e resolvam extrapolar sua competência, determinando o que seja injusto, iníquo e contrário às Escrituras, estarei pronto à insubmissão e à desobediência civil, posto que a obediência é devida a Deus antes que aos homens. Falarei, agirei e me manifestarei contra tais medidas, inclusive com resistência pacífica, porém ativa e combativa.

"E agora?" Não sei. Deus o sabe. No entanto, seja de um modo ou de outro, importa que sejamos achados fiéis, servindo ao Senhor e sustentando os valores do Reino de Deus.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 31 de outubro de 2010

AI (45)

ANO LXVIII - Domingo, 31 de outubro de 2010 - Nº 3392

"Ai! Ai! Tu, grande cidade...Ai! ai! da grande cidade... Ai! ai! da grande cidade"
( Ap.18: 10, 16, 19).

No mundo antigo também existiam grandes cidades, ou cidades grandes. Tinham população volumosa, contando centenas de milhares de habitantes. Pode não parecer muito hoje, mas se pensarmos em dois, três, quatro mil anos passados, então faz sentido o título de "grande cidade".

João, ao registrar esses "ais", refere-se à cidade de Babilônia. No entanto, não se trata da Babilônia dos caldeus, mas do que ela simbolizava e simboliza. Babilônia, no Apocalipse, é uma figura usada para Roma em seu esplendor, mas, também, em sua luxúria inebriante, corrupção e desprezo por Deus, embora mantivesse sua religiosidade e cultuasse seus muitos deuses.

Por sua vez, Roma é, também, emblemática, ou um paradigma e exemplo de afronta a Deus e Seus mandamentos. Tipifica toda a ação sistematizada e organizada de resistência e rejeição às determinações de Deus, preconizando e desenvolvendo toda forma de distanciamento dos padrões dados por Deus em Sua Palavra. É o "retrato" do próprio mundo, enquanto sistema corrupto e corruptor, contra o qual a Igreja de Cristo se posiciona. Esta Babilônia, ou Roma, nada mais é que a figura da estrutura e sistema que animaliza, desumaniza e bestializa o ser humano. Os textos nos falam de comércio que envolve até as almas, seja tal palavra tomada no sentido de vidas ou espíritos (v.13). É a escravidão do ser em toda sua plenitude.

Em meio a este conceito, vemos que tal "grande cidade", será derrubada de sua arrogância e grandeza. Sua ruína será total. Sua destruição será muito rápida e breve, deixando ver o poder daquEle que é infinitamente maior do que esta grande cidade, ou seja, desse mundo corruptor. Muitos dirão "ai, ai", lamentando que o juízo venha sobre ela. Mas, os santos , ao contrário, exultarão e exclamarão: "Aleleuia! O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e de seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos". (Ap.11:15). A "Grande Cidade" (mundo) passará. A gloriosa cidade virá (Jerusalém celestial). Em qual delas você estará?

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 24 de outubro de 2010

AI (44)

ANO LXVIII - Domingo, 24 de outubro de 2010 - Nº 3391

"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!" (I Coríntios, 6:19)

É razoável que pessoas indaguem sobre o fato de Paulo pregar o evangelho por obrigação (compulsoriamente), pensando que ele não o fazia por boa vontade ou alegria. Trata-se, na verdade, de percepoção de dever-privilégio e não mera tarefa obrigatória. Ao compreender o fato de que sua salvação não poderia ficar retida nele, mas necessitava ser partilhada à medida que via outros tantos sem esperança e sem redenção, dava lugar à compulsão-obrigação de falar-lhes do evangelho de Cristo.

Nesse sentido é que ouvimos Paulo expressar sua íntima aflição: "ai de mim se não pregar o evangelho". Não é "ai de vocês", mas "ai de mim". Essa é também sua experiência? Esse é também seu pensamento? Se você não prega (vive-testemunha) o evangelho há essa sensação de angústia e aflição em seu coração? Não? Que lamentável.

Mas, qual o sentido desse "ai"? Teria Paulo medo de alguma forma de condenação iracunda manifesta pelo Senhor contra ele?

Primeiramente é possível que houvesse, não esse tipo de medo, mas, temor devido por chegar diante de seu Senhor sem o cumprimento de sua tarefa e "obrigação". O constrangimento, o embaraço e a vergonha o levariam a corar de vergonha e, sem dúvida, o sentimento seria de "ai de mim". Ouvir a expressão "servo negligente" é sempre embaraçoso e constrangedor e nos leva à situação de dizermos: "ai de mim, miserável que sou".

Pode-se também entender que Paulo não pense em ações de Deus em cobrá-lo, mas que seja algo ligado ao seu próprio senso de compromisso. Desse modo, trata-se de algo de sua própria consciência e percepção de dever. Não é ação de fora, mas de dentro. Ver-se como alguém negligente e faltoso em realizar o que dele se espera, é motivo para dizer "ai de mim".

Outra possibilidade é a de que Paulo se colocava como alguém que , deixando de pregar, seria "co-responsável" pela não redenção daquele indivíduo, por não lhe haver dado a chance da conversão pela pregação do evangelho. "Ai de mim"; pois se não pregar, pessoas não ouvirão; em não ouvindo, não invocarão; em não invocando, não experimentarão a redenção.

Que a mesma consciência de Paulo esteja manifesta hoje, que seja percebido o privilégio-obrigação de pregar (viver-testemunhar) o evangelho, pois se assim não for, não resta outra coisa a dizer : "Ai de mim POR não pregar o evangelho".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 17 de outubro de 2010

AI (43)

ANO LXVIII - Domingo, 17 de outubro de 2010 - Nº 3390

"Ainda que venham a criar seus filhos, eu os privarei deles, para que não fique nenhum homem. Ai deles! Quando deles me apartar" (Oséias 9.12)

Uma das leis determinantes da natureza é a da semeadura, ou seja, aquilo que se semeia é o que se vai colher, o que se planta é o que se colhe. Ao se fazer a leitura do texto do profeta Oséias, vê-se uma situação aflitiva endereçada aos pais; a privação da presença dos filhos. Mesmo que se conseguisse criar os filhos, estes tais seriam subtraídos a seus pais por causa da ação de exércitos estrangeiros, que matariam ou levariam cativos os filhos que fossem criados. Uma verdadeira tragédia. Ficamos a pensar: que coisa terrível. Mas, este é o resultado. Qual a causa?

O profeta deixa claro que tal fato se daria com Israel no momento em que o Senhor se afastasse, ou voltasse "as costas" ao Seu povo, em uma ação de disciplina. O povo, já de muito, havia se afastado dEle e abandonara Aquele que o havia escolhido e chamado. O Senhor, por sua vez, ainda se mantinha ligado ao povo, devido à Sua paciência e longanimidade. Mas, a advertência estava posta: "ai deles quando deles me apartar".

Não se pode esperar receber outra coisa, a não ser a consequente tragédia pela atitude de abandonar o Senhor, a saber, ser abandonado por Ele. A sociedade moderna (ou pós-moderna) O tem abandonado e negado, assumindo um distanciamento dos valores estabelecidos por Ele mediante os ensinos de seus profetas, apóstolos e, sobretudo, Seu próprio Filho. Deus tem entregue os homens à sua própria decisão, os tem abandonado. Têm eles colhido o fruto desta semeadura de rebeldia e rejeição a Deus e Sua Palavra, e ainda ficam indagando e questionando tantas vezes: por quê, por quê? Isso se dá, inclusive, com algumas "igrejas" chamadas cristãs.

É pesaroso ao coração crente ver a situação daqueles que deixam o Senhor e são, por conseguinte, abandonados por Ele. Mas, Ele mesmo nos adverte por boca do apóstolo: "...de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas,6:7). A Ele nos apeguemos e jamais O deixemos.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 10 de outubro de 2010

AI (42)

ANO LXVIII - Domingo, 10 de outubro de 2010 - Nº 3389

"Ai deles! Porque fugiram de mim; destruição sobre eles, porque se rebelaram contra mim; eu os remiria, mas eles falam mentira contra mim". (Oseias 7:13).

Nem sempre existe uma relação direta de causa e efeito no processo ligado aos males que nos atingem. Porém, deve-se levar em conta o fato de que, por vezes, essa relação existe e é bem evidente.

No texto escrito pelo profeta Oseias tal relação é percebida nitidamente. A exclamação que envolve o "ai" contra os mandatários de Israel, ocorre como consequência de atitudes destes tais para com o Senhor. O profeta afirma que os indivíduos "fugiram" do Senhor, ou seja, afastaram-se dEle, ou posicionaram-se de modo indiferente em relação ao Senhor, vivendo como se Ele não existisse e não fizesse diferença alguma (secularismo).

A situação é agravada e aprofundada quando não apenas fogem , mas passam a se rebelar ou se revoltar contra o Senhor (ateísmo militante), assumindo postura de beligerância, oposição e luta contra o Senhor e qualquer ideia que esteja ligada a Deus. O resultado é também agravado: destruição. Isso foi o que, de fato, aconteceu. Houve destruição perpetrada pelos exércitos inimigos que invadiram os territórios de Israel, semeando e plantando a destruição. O preço pago pelas atitudes contra o Senhor foi altíssimo.

Vê-se, pelo texto, que mesmo com as atitudes assumidas por tais pessoas, o Senhor se mostra longânimo e disposto a remi-los, isto é, livrá-los ou libertá-los das ameaças estrangeiras. Mas, eles insistem em blasfemar contra o Senhor, falando mentiras contra o Santo. Esse é o quadro do coração humano que não se rende aos apelos do Senhor, nem se curva às demandas de Deus. Infelizmente; "ai deles".

Não fuja, não se rebele, não blasfeme contra o Senhor, mas volte-se para Ele, clame por Ele, entregue-se a Ele, a fim de não ouvir : "ai de você".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 3 de outubro de 2010

AI (41)

ANO LXVIII - Domingo, 03 de outubro de 2010 - Nº 3388

"Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que desejais vós o dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz" (Amós, 5:18)

Alguns textos bíblicos geram surpresa quando os lemos. Penso que este seja um deles. Como se pode imaginar ser alvo de lamentação aquele que deseja e anela pelo dia do Senhor? É de se supor que seja algo digno de louvor e elogio o desejar o surgimento de tal dia. Então, por que esse "ai" expresso pelo Senhor em relação a tais pessoas?

Acontece que, em muitos casos, as pessoas pensam que pelo fato de algo estar ligado a Deus aquilo é totalmente benéfico e abençoador a todos. Infeliz engano. No nascimento de Jesus, por exemplo, é dito que ele "está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel" (Lc.2:34), o que faz existir o contrate entre edificação e destruição, salvação e perdição. Assim, vemos que a própria manifestação de Cristo não é manifestação apenas de redenção ou alegria para a humanidade, mas , também, de condenação e tristeza.

É nessa dimensão que devemos ler e entender o texto do profeta Amós e seu "ai" pronunciado. O Dia do Senhor, que podemos tomar, nesse contexto, como o da manifestação do próprio Senhor Jesus em Sua glória, trará consigo não só vivas de aclamação, exultação e júbilo de vitória, mas, também, vozes de angústia, aflição e lamento profundo. Será também tempo de "choro e ranger de dentes".

Claro que o modo pelo qual esse Dia será de alegria ou tristeza; felicidade ou angústia, deve-se à maneira com a qual eu me relaciono com Aquele que será evidenciado e manifestado em tal dia, ou seja, o Senhor. Se meu relacionamento com Ele é de aceitação, fé e submissão à Sua vontade, então haverei de expressar voz de júbilo e alegria, recebendo palavra de bem-aventurança. Se, ao contrário, meu relacionamento com o Senhor é de rebeldia e rejeição, então restará ouvir e experimentar a dor aflitiva desse "AI".

Creia em Jesus Cristo como seu salvador pessoal e deseje, sem medo, a manifestação desse dia esplendoroso; o Dia do Senhor em Sua volta gloriosa.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 26 de setembro de 2010

AI (40)

ANO LXVIII - Domingo, 26 de setembro de 2010 - Nº 3387

"Ai do que diz ao pau: Acorda! e à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas no seu interior não há fôlego algum" (Habacuque, 2:19)

O tema do profeta Habacuque passa do social (6, 9, 12) e relacional(15) para a esfera religiosa ou espiritual, ao tratar agora da questão ligada à manifestação da idolatria, ou do vínculo com ídolos. A linguagem do profeta é sarcástica, irônica e provocante. Em nosso contexto social sua atitude seria recriminável e "não estaria politicamente correta". No entanto, o compromisso com a verdade e o imperativo de alertar contra o risco do erro, são muito maiores que a polidez social e o recato formal.

O arauto do Senhor fala dos ídolos de pau e pedra como absolutamente incapazes de expressar qualquer sentimento. São inertes, imóveis, sem vida. Esperar deles (ou do que fazem representação) alguma forma de ajuda, socorro, amparo ou ensino é, na visão do profeta, totalmente sem sentido. O ídolo (a imagem) não ouvirá, não falará, não andará, não socorrerá e não ensinará.

Alega-se, muitas vezes, que não é a imagem ou o ídolo, mas aquele que por ele é representado, que nos vai ajudar e auxiliar. Há quem assim entenda e assim creia. No entanto, a Escritura diz que nosso socorro e ajuda vem tão somente do Senhor em quem esperamos (Salmo 62: 1 ; Atos 4: 12); nem o ídolo, nem aquilo ou aquele que ele está representando. Nossa relação de dependência de graça, misericórdia e bondade (na esfera da fé) deve ser apenas para com o Senhor. Caso haja interposição de algo ou alguém com representação física (ou mental) a quem nos dirijamos, que não seja o Senhor, essa atitude é manifestação de idolatria, quebrando o segundo mandamento expresso pelo Senhor.

Milhares de milhares estão mergulhados neste erro, envolvidos neste modo impróprio de relacionar-se com o mundo espiritual. Estão, infelizmente, debaixo desta exclamação: "Ai dos que assim fazem". Deus tenha misericórdia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 19 de setembro de 2010

ESCOLA SEM IGUAL

ANO LXVIII - Domingo, 19 de setembro de 2010 - Nº 3386

ESCOLA SEM IGUAL
2º Timóteo 3. 16

Hoje, 3º domingo de setembro, comemora-se na Igreja Presbiteriana do Brasil, o dia da Escola Bíblica Dominical. É uma verdadeira agência de missões, onde ao mesmo tempo se ensina a Palavra e exerce a evangelização. (Ma.t 28.20 e Mc. 16.15). Ela não é um departamento da Igreja, é a essência da Igreja. Ensinando a palavra com uma metodologia especial. A Escola Dominical é uma agência de informação e formação espiritual que alcança crianças, adolescentes, jovens, adultos, família e a comunidade inteira. É lugar para doutos e indoutos, ricos e pobres, onde não há distinção de classe social. Escola Dominical é o povo do Senhor, no Dia do Senhor, estudando a Palavra do Senhor, na Casa do Senhor.

Que presente inigualável, inestimável temos! Há lugar para todos. Deve ser sempre um ambiente alegre, ordeiro, aconchegante, receptivo, contagiante, criativo, vibrante. Pois nela tem a presença de Jesus, o Mestre dos mestres, a palavra de Deus, com seus ensinos simples, profundos e sublimes e homens de Deus, cheios do Espírito Santo, verdadeiros instrumentos de Deus para ensinar o aluno e não apenas transmitir informação, conhecimento. É um lugar onde o ensino é vivo, transmite, transforma e alimenta vida. É um ensino de coração para coração. A Escola Dominical tem como grande objetivo ensinar o cristianismo que consiste primeiramente numa substituição de vida. O Plano de Deus é formar Cristo em cada um de seus filhos, a fim de que a nossa semelhança de Deus seja restaurada. Precisamos crer mais na Escola Dominical, amar mais a sua proposta de vida. Sermos assíduos e participativos.

Registramos nosso reconhecimento e nossa palavra de gratidão pela existência da Escola Dominical. Pelos nossos queridos professores, que têm se esmerado, dado de si para este trabalho construindo, principalmente, para a eternidade. Registramos também nosso apreço aos alunos e visitantes que têm sido fiéis em frequentá-la. E desafiamos àqueles que ainda não fazem parte dela a fazê-lo.

No Amor de Cristo,

Rev. Jurandir Storck

domingo, 12 de setembro de 2010

LUZ NO FIM DO TÚNEL

ANO LXVIII - Domingo, 12 de setembro de 2010 - Nº 3385

LUZ NO FIM DO TÚNEL

No dia 05 de agosto de 2010, a mina São José onde é extraído cobre e ouro na cidade de Copiapó no Chile, registra uma de suas maiores tragédias, uma pedra de 700 toneladas bloqueia o acesso à mina, deixando 33 mineiros presos que trabalhavam no local, a uma profundidade de 688 metros. Depois de 17 dias de silêncio, os supervisores, angustiados sem notícias dos mineiros, receberam a surpreendente mensagem "Estamos todos bem no refúgio. Todos os 33". A notícia se propaga por todo o Chile, América do Sul, alegrando todo o Mundo. Sabendo que o resgate só acontecerá daqui a 3 ou 4 meses, devido a complexidade da escavação, eles esperam "contra a esperança".

Esperar contra a esperança é o confronto da realidade e limitação humana frente à grandeza e o poder do nosso Deus. Essas palavras foram registradas em Romanos 4, verso 18, quando o Apóstolo Paulo lembra a realidade de Abraão que aos 100 anos ainda aguardava a vinda de Isaque e mesmo tendo as possibilidades humanas contra ele, assim mesmo creu e experimentou do milagre através da intervenção de Deus.

Não estamos soterrados em uma mina aguardando o resgate, contudo, muitas vezes por estarmos vivos e sujeitos às dores e sofrimentos, lágrimas e lamentos e com isso as possibilidades humanas vão se esgotando. Não podemos perder de vista a esperança que nos foi dada na cruz. A reconciliação que Deus proveu através de Jesus, alterou a pior notícia que tínhamos, a morte e o sofrimento eterno.

Ao contrário dos mineiros que aguardam o resgate, nós podemos anunciar ao mundo que já fomos resgatados e que Cristo Vive. Que nossa vida está em suas mãos, sendo guiada e conduzida com o propósito de glorificá-lo e adorá-lo. Temos a promessa de que "...todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Rom 8:28. Ainda que essa compreensão seja limitada, creiamos que no tempo oportuno isso cooperará para o nosso bem.

Por isso, não desanimemos, mesmo que as possibilidades humanas sejam limitadas, mesmo que nossa esperança seja contra a esperança, esse é o cenário propício para a ação de Deus.

Há uma luz no fim do túnel.

Rev. Gustavo Bacha

domingo, 5 de setembro de 2010

AI (39)

ANO LXVIII - Domingo, 05 de setembro de 2010 - Nº 3384

"Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro, misturando à bebida seu furor, e que o embebeda para lhe contemplar as vergonhas" ( Habacuque 2: 15)

Como se pode perceber a questão básica envolvida neste "ai" é a bebida alcoólica usada de forma inadequada e indevida. São duas situações apresentadas, mas em ambas a repreensão é contra aquele que oferece e leva o outro a ingerir a bebida. O que bebe, nestes dois casos, é visto como vítima de seu suposto companheiro.

Uma situação é vinculada ao exercício da violência, ou seja, com dolo o indivíduo embriaga o outro para desferir-lhe algum golpe de violência. Aquele tem como propósito ferir e atingir a este e, com sagacidade, diminui a capacidade de oposição e resistência, fazendo-o ingerir alcool para ser facilitado em seu intento danoso.

A outra situação está ligada ao aspecto da "invasão de privacidade" ou da "violação do pudor". Vê-se que a intenção é desnudar o outro, "contemplar suas vergonhas". Claro está que se trata de uma forma eufêmica (branda) de dizer que o intento era alguma forma de exploração sexual. A exposição da nudez para humilhação pública, ou o interesse em aproveitar-se da situação para satisfação de suas vontades. Novamente a bebida servirá para impossibilitar ou diminuir, de forma acentuada, a resistência a tal forma de investida.

Como deixar de entender que estas ainda são formas, ainda hoje, de agir de muitos. Vemos com frequência o uso da bebida associado à violência e brutalidade física. Acompanhamos casos e casos de pessoas que são embriagadas (dopadas) e, a seguir, exploradas sexualmente. A vileza do ser humano continua desconhecendo o passar do tempo. Não há tanta diferença daqueles tempos para estes de hoje. De igual modo, não há diferença da ação de Deus contra tais posturas. O Senhor ainda mantém a mesma repreensão e seu desdobramento condenatório, e continua a dizer: "ai destes que assim procedem".

Não assumamos tal forma de comportamento (uso impróprio de um meio), nem permitamos ser envolvidos por indivíduos mascarados de "companheiros", mas cujo propósito é prejudicar-nos, explorar-nos e ferir-nos. Vigilância e prontidão.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 29 de agosto de 2010

AI (38)

ANO LXVIII - Domingo, 29 de agosto de 2010 - Nº 3383

"Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e a fundamenta com iniquidade!" (Habacuque, 2:12)

Mais um "ai" dentre os cinco que temos neste capítulo da profecia de Habacuque, todos dirigidos contra os caldeus (babilônicos), mas que se aplicam a todos nós com caráter de advertência.

O tema envolve, mais uma vez, a cidade e sua edificação ou construção. Em nossos tempos de eleição–política é uma boa hora para olharmos esta questão. Nossas cidades têm sido construídas (edificadas-desenvolvidas) à custa de muito sangue. Sangue de inocentes mortos pela violência urbana, manifestação da natureza corrompida do ser humano; sangue de muitos explorados e mortos na desigualdade imposta por uma "lei de mercado" impiedosa e virulenta, que massacra, escraviza e desumaniza (ao que aplica e ao que é alvo). Pense sobre as cidades ao longo da história e veja como há muito sangue em seus alicerces. Algumas foram subvertidas pelo juízo divino, mas a maioria ainda vem sendo suportada pela longanimidade de Deus.

A pronúncia de juízo de Deus é clara: "ai dos que...". Sua sentença não é sobre a cidade (edificações, construções, etc.), mas sobre as pessoas que edificam-nas desta forma brutal e desumanizadora. Vemos que a questão estrutural-social passa pela via do individual, ou seja, quem a edificada. A solução é a cruz redentora de Cristo, para resolver o problema básico e fundamental do ser humano, o pecado. Sua presença e manifestação é individual, mas sua abrangência e seu reflexo são sociais, institucionais e estruturais. Não se trata de mais religião, ou falta de Deus (visão do senhor Datena); conversa sobre Deus e religião há em abundância. O que precisa é redenção pela cruz de Cristo, regeneração e novo nascimento, sendo, de fato, nova criatura.

Quem tem edificado nossa cidade, estado e nação? A quem vamos entregar este processo? Verifique bem. Seu passado e presente são de projetos de melhoria da condição humana? O que fez e faz? Seu passado aponta para a realização de atividades de morte, roubo, delito, sequestro, etc? Seja de direita , de esquerda ou centro; não importa.

Tenho contribuído para que a cidade seja edificada com sangue? Pense e verifique sobre sua conduta como cristão; pois o Senhor fala ainda hoje e também a nós: "ai daquele..."

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 22 de agosto de 2010

AI (37)

ANO LXVIII - Domingo, 22 de agosto de 2010 - Nº 3382

"Ai do que acumula o que não é seu... Ai do que ajunta em sua casa bens mal adquiridos..." (Habacuque 2:6,9)

No capítulo 2 da profecia de Habacuque encontramos cinco "ais" relativos à situação ligada aos caldeus (instrumentos de Deus para disciplinar e penalizar Israel), na qual o Senhor mostrará que tal povo, mesmo instrumento de Sua soberania, é responsável por seus atos de violência e excesso.

O primeiro "ai" (v. 6) fala sobre a forma injusta de acúmulo do que não é seu, ou seja, fruto de ação dolosa contra o outro, seja por subtração violenta ou não, seja por forma dissimulada de negociação lesiva. Tal modo de crescimento de patrimônio (enriquecimento) é visto como ilícito e ao que assim fazem tornam-se alvo de admoestação da parte de Deus, pois hão de receber o retorno. Isso é o que se vê nos versos seguintes (7-8). A ação e revolta dos que foram vitimados se farão manifestas e as consequências serão trágicas sobre os que os haviam explorado e lesado. Mesmo que os homens não consigam promover essa "lei de retorno", certamente O Senhor não haverá de deixar que tal conduta fique sem a devida retribuição.

O segundo "ai" (v. 9) está escrito de certo modo, ligado ao anterior, visto que estabelece o princípio do aumento de patrimônio por meio não lícito. O julgamento inadequado e a falsa ideia de segurança nutridos por tais pessoas, são postos no chão pelo Senhor, deixando claro que tais bens adquiridos impiamente não poderão fazê-los livres ou imunes à ação das "garras do mal". Essa expressão pode envolver ideias distintas de qual forma de mal seja, mas, independentemente de qual seja a acepção, haverá de permanecer o fato de que a pessoa cuja postura é aqui denunciada, será alcançada e sua cobiça e orgulho sofrerão o devido juízo. Usa-se uma expressão para apontar que, mesmo parecendo impossível, tal juízo haverá de ocorrer e alcançar esses indivíduos, expressão essa conhecida no Novo Testamento e usada (em outro contexto) pelo Senhor Jesus: "a pedra clamará" e o madeiramento haverá de responder com juízo.

Nesse mundo mergulhado na perspectiva do lucro a qualquer custo e da vantagem às custas da lisura e honestidade, esses "ais" continuam vibrando com toda força e intensidade, advertindo a todos nós: cuidado.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 15 de agosto de 2010

AI (36)

ANO LXVIII - Domingo, 15 de agosto de 2010 - Nº 3381

"...Ai de vós também, intérpretes da lei! Por que sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos nem com um dedo os tocais" (Lucas 11:46)

Jesus havia censurado de forma dura os fariseus, devido às suas atitudes inadequadas e impróprias. Uma outra classe de pessoas, também respeitada em Israel - os intérpretes da lei - toma a defesa dos fariseus e alega ser também atingida pelas contundentes palavras do Mestre. Poder-se-ia esperar que o Senhor Jesus se tornasse mais ameno e brando, reconsiderando seu modo de falar. No entanto, com serenidade, mas com virilidade e vigor, ele se dirige diretamente aos seus interpeladores e os atinge com outra censura devido a comportamento recriminável demonstrado por eles.

Os intérpretes da lei tornaram-se especialistas em explicar a Lei do Senhor, dando seu parecer sobre todos os textos da Torah e, do resto, o Velho Testamento. Criavam regulamentações e estabeleciam normas absurdas a serem observadas pelas pessoas, com o intuito de cumprirem todas as demandas da Lei. Essas diretrizes tornavam-se impossíveis de serem observadas, gerando um aflição naqueles que as recebiam como imposição por mando desses "doutores da Lei".

Ocorre que além da imposição de tais normas e diretrizes, tais elementos não se envolviam na busca por oferecer auxílio aos que deveriam observar as prescrições estabelecidas por eles. Os fardos pesadíssimos impostos sobre os ombros das pessoas deveriam ser por elas carregados sozinhos.

Ainda vemos que há muitos que assim agem na esfera da religião, mesmo chamadas cristãs e evangélicas. Oneram, de forma exacerbada, os ouvintes e fiéis, levando-os ao esgotamento e à exaustão. Sobrecarregam-nos com excesso de pedidos de dinheiro (subtraindo-lhes, por vezes, o próprio sustento); afligem-nos com acusação de falta de fé por não haverem sido curados, responsabilizando os enfermos pelo insucesso da cura, sufocam-nos com regras de costumes, entre outras tantas formas modernas de atar fardos pesados sem, no entanto, oferecer um dedo de ajuda para auxiliar a carregá-los.

Sejamos solidários no socorro àqueles que têm fardos pesados a levar. Ofereçamos nossa ajuda e prestemos a eles nosso socorro, aliviando-lhes o fardo, seguindo o exemplo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 8 de agosto de 2010

AS BEM-AVENTURANÇAS PATERNAS

ANO LXVIII - Domingo, 08 de agosto de 2010 - Nº 3380

AS BEM - AVENTURANÇAS PATERNAS

No transcurso do Dia dos Pais, a nossa homenagem.

Bem-aventurados os pais humildes de espírito, porque não provocarão seus filhos à ira. Efésios 6:4

Bem-aventurados os pais que choram (e intercedem) pela salvação de seus filhos, porque serão consolados com a decisão deles. Mateus 18:14

Bem-aventurados os que disciplinam com mansidão, porque herdarão filhos obedientes. Provérbios 13:24

Bem-aventurados os pais misericordiosos, porque compreenderão o fracasso dos filhos e os ajudarão a levantar. Gálatas 6:1-4

Bem-aventurados os limpos de coração porque ensinarão os filhos com o próprio exemplo. Efésios 5:2

Bem-aventurados os pacificadores, porque não terão filhos desunidos como Jacó.

Bem-aventurados sois quando, por causa da justiça, proibirdes os filhos de andarem com más companhias, frequentarem ambientes que estimulam o uso de drogas, fumo, álcool e a permissividade sexual, como fazem os seus amiguinhos. Salmos 1:1

Bem-aventurados sois quando por minha causa e por amor a mim, cuidardes bem da minha herança (Salmos 127:3) - os filhos – pois assim fizeram os pais crentes que viveram antes de vós.

Rev. Antônio Paulo de Oliveira

(Publicado em o Evangelista de Crianças. Ano XXXII, nº 124)

domingo, 1 de agosto de 2010

AI (35)

ANO LXVIII - Domingo, 01 de agosto de 2010 - Nº 3379

"Ai de vós! Que sois como as sepulturas invisíveis, sobre as quais os homens passam sem o saber" ( Lucas 11:44).

Essa palavra de Jesus dirigida aos fariseus soa como contraditória ao que disse em Mateus 23:27, ao referir-se aos fariseus como "sepulcros caiados". Na verdade, não ocorre qualquer contradição. São duas situações distintas e ambas ilustram alguma forma de atitude ou comportamento de muitos fariseus e escribas.

De fato, os sepulcros deveriam ser assinalados ou destacados (pintados, cercados, etc.), a fim de evitar que as pessoas passassem sobre eles ou com eles tivessem contato, ficando cerimonialmente impuras. Na tradição judaica o contato com o morto (ou lugar onde estivesse), fazia com que tal pessoa fosse tida como imunda por determinado período. Havia necessidade de purificações, banhos, afastamento das coisas sagradas, não participação em cerimônias, etc.

Jesus, nesse sentido, traz sobre os fariseus uma palavra de grande reprovação e reprimenda, ao sustentar que a atitude deles fazia com que as pessoas se tornassem contaminadas ou impuras. Os fariseus não conduziam as pessoas à santidade e à comunhão com o Senhor; antes, faziam com que viessem a ter uma vida divorciada da comunhão com o Santo e o Sagrado.

Não se está falando aqui de omissão (escondidos), mas de ação ou comissão. A comparação feita é para indicar que as pessoas são conduzidas à impureza cerimonial e religiosa pela ação dos religiosos. São eles os responsáveis por levar as pessoas ao contágio e infecção, devido a seus ensinos e posturas dissimulados e falseadores da verdade, mas que as pessoas não percebem, não enxergam, como as sepulturas "invisíveis" das quais Jesus fala no texto.

Nem sepulcro caiado (bonito por fora e podridão por dentro), nem sepultura invisível (agente de contaminação), mas referencial de integridade e sinceridade, bem como de direcionamento à verdade e santidade, é o que se requer de nós na condição de cristãos, para não ouvirmos os mesmos "ais" dirigidos aos escribas e fariseus.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 25 de julho de 2010

AI (34)

ANO LXVIII - Domingo, 25 de julho de 2010 - Nº 3378

"Ai de vós, fariseus! Porque gostais da primeira cadeira nas sinagogas, e das saudações nas praças" ( Lucas,11:43)

Ao se ler tantos "ais" dirigidos contra os fariseus, escribas e intérpretes da lei, pode-se, enganosamente, imaginar que o Senhor Jesus nutrisse, por tais pessoas, alguma forma de repulsa, raiva, ódio e rejeição. Não é verdade. Jesus lidou com eles, aproximou-se deles e com eles conviveu. No entanto, sempre confrontou o comportamento daqueles que precisavam ser confrontados, sem deixar de lhes advertir sobre sua forma imprópria e ímpia de agir.

Ao lermos o nosso texto acima, podemos perguntar: qual o problema de desejar assentar na primeira cadeira (fileira de bancos) ou receber a saudação na praça (saudação pública)? Não é o ato ou fato em si, mas sua intenção. A disputa existente não era para ouvir a mensagem, não era o desejo ardente de escutar o ensino das Escrituras, mas de projetar sua própria imagem de importância. Não era o de ser saudado fraternalmente, mas de ser distinguido entre e acima dos outros.

O foco gerador do "ai" dessa passagem é o orgulho, a vaidade, a soberba. O que se objetiva é a honra dada pelos homens acima da busca pela glória de Deus. O destaque se torna o próprio indivíduo, que é o centro de sua própria atitude. Não se deseja realçar a figura de Deus ou a relevância do aprendizado de Sua Palavra e vontade, mas a pessoa do assistente-ouvinte. Quando isso acontece, não resta outra fala a não ser essa: ai desses.

Sejamos assíduos ao culto, fiéis com nossa presença, atentos com nosso coração. Busquemos estar assentados em condições de ouvir e responder (mesmo nos primeiros bancos), mas sem o desejo de sermos vistos e recebermos qualquer gratificação humana por causa disso.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de julho de 2010

AI (33)

ANO LXVIII - Domingo, 18 de julho de 2010 - Nº 3377

"Ai dos ricos... ai dos que estão fartos... ai dos que agora riem... ai dos que por todos são louvados" (Lucas 6:24-26)

Existem quatro exclamações de "ais" nesses três versículos escritos por Lucas. Trata-se dos contrastes feitos pelo Senhor no Sermão do Monte, constante apenas em Lucas (6:20-23). Os ricos têm sua própria consolação no dinheiro, em contraste com os pobres de espírito, cuja consolação e esperança é o Senhor. Os que agora estão fartos, ou seja, não têm fome e sede de justiça, virão a sofrer escassez diante do Senhor. Os que agora riem e se alegram, regozijando-se com a falsa situação de auto-redenção em Cristo. Aqueles que são louvados por todos, certamente são habilidosos na arte de adaptar-se e agradar a todos, inclusive aqueles que se postam contra o Senhor e Suas leis. Esses tais, felizes agora, virão a ser alvo de aflição e angústia por causa desse seu modo de viver.

Jesus não está recriminando a riqueza, a fartura, o riso e o elogio na vida de uma pessoa. Sua palavra de caráter severo é para nos alertar que não devemos ficar colocando nossa esperança e confiança em estruturas humanas, seja de que ordem for. Nosso compromisso é com nossa fidelidade a Ele e dedicação aos valores por Ele ensinados e vividos, nos torna alvo de todos esses "ais".

Não devemos desejar que os outros falem mal de nós, mas não podemos querer que todos falem bem de nós, à base da negação de nosso compromisso com Ele. O próprio Senhor foi criticado, destratado e se tornou alvo de injúrias e inverdades por parte de seus adversários. Ele jamais quis ser elogiado por todos. Seu desejo, que deve ser também o nosso, era ser elogiado por seu Pai. Assim devemos ser nós também: "Bem está servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei" (Mateus 25:21).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 11 de julho de 2010

AI (32)

ANO LXVIII - Domingo, 11 de julho de 2010 - Nº 3376

"Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias." (Mateus 24:19)

Palmares, Vitória de Santo Antão, Branquinha cidades de Alagoas e Pernambuco, entre outras, as quais foram atingidas de forma violenta pelas enchentes no mês de junho. Foi, para todos ali, tempo de desolação e assolação.

Qual a relação do texto do evangelho escrito por Mateus e os acontecimentos nessas cidades citadas? A angústia daquelas que estão grávidas e ou amamentando, ao verem sua própria condição e a relação com seus filhos por nascer ou recém nascidos, nas circunstâncias em que se encontravam.

O texto de Jesus é mal entendido e pessoas pensam que se trata da volta de Cristo. Seria impróprio pensar assim, pois as grávidas ou mães recentes não terão sofrimento pelo fato de estarem nessas condições quando Jesus voltar. A referência é sobre a destruição de Jerusalém que aconteceria 40 anos mais tarde. Os exércitos romanos invadiram Jerusalém depois de longo tempo de cerco à cidade. Não pouparam nem grávidas , nem recém nascidos. Esse o motivo do "ai"; a angústia dessas mulheres de terem seus ventres abertos pela espada e seus filhos mortos.

Jesus mostra sua compaixão e seu sentimento de tristeza ao antever o sofrimento dessas mulheres que perderiam suas vidas e veriam seus filhos pequeninos morrerem às mãos de soldados romanos. Era um aviso aos viventes de seus dias, era uma advertência quanto ao que estavam fazendo e ao que viriam a fazer, mas não deram ouvidos, não aceitaram suas palavras, não agasalharam seus conselhos. A lei da semeadura e da colheita se fez presente: o que o homem semear, isso também colherá.

O que isso tem a nos dizer ainda hoje? O mesmo que aos daqueles dias. A rebelião contra o Senhor, a rebeldia contra as diretrizes de Deus, a obstinada forma de resistir aos ensinos do Senhor e o apêgo a modo e forma de vida contrários aos ensinos da Palavra de Deus, são determinantes de juízo, que não é prazeroso ao Senhor, mas que não deixará de ser manifesto, pois "de Deus não se zomba, com Deus não se brinca, o que o homem semear, isso também colherá" (Gálatas 6:7).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de julho de 2010

AI (31)

ANO LXVIII - Domingo, 04 de julho de 2010 - Nº 3375

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia" (Mateus, 23:27)

O texto acima transcrito é, em meu modo de pensar, o mais conhecido e difundido entre os "ais" que atingem os fariseus. As pessoas que têm um pouco de contato com o cristianismo conhecem a expressão: sepulcro caiado. Sabem que está relacionada à forma hipócrita, falsa e enganadora de viver e se apresentar. A hipocrisia dos fariseus é apresentada de modo mais característico e vívido nessa expressão.

A figura é direta e simples. A beleza e cuidado com o lado de fora (aparência) são muito acentuados e grandes. Mas, o interior está todo cheio de podridão e de coisas repulsivas e repugnantes. A aparência é enganadora, pois o verdadeiro está no interior, está dentro. Jesus sempre valorizou o interior, pois "de dentro é que procedem as saídas da vida" (Mt.15:19). O exterior, o visível, o aparente tem seu valor e importância. Jesus nos ensinou a cuidar do corpo, a valorizar nossa aparência , inclusive mandou-nos ungir o rosto e ter boa aparência quando jejuamos. Mas, sua ênfase foi à lealdade, verdade, sinceridade e integridade, muito mais que à aparência.

Os religiosos são alvo dessa tentação constante de aparentar algo, sem que haja manifestação de tal verdade no seu interior. Essa foi a acusação de Jesus. Em nossos dias a classe política é, também, a imagem exata da figura usada pelo Senhor Jesus. É chocante vermos como essas figuras públicas da política se tornam como tais "sepulcros caiados", que se apresentam como paladinos da verdade, bastiões da integridade, cavalheiros da justiça. No entanto, às escuras, mostram-se indivíduos envolvidos em favorecimentos ilícitos, conchavos imorais, arranjos e acordos iníquos.

A figura usada por Jesus é impactante e tem aplicação profunda no contexto da sociedade, seja na esfera política ou religiosa. Não sejamos nós atingidos por tal afirmação de Jesus; antes, vivamos de modo tal, que nosso belo exterior seja manifestação coerente e real de nosso interior igualmente limpo e belo.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 27 de junho de 2010

AI (30)

ANO LXVIII - Domingo, 27 de junho de 2010 - Nº 3374

"Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas" (Mateus 23:23)

A abordagem de Jesus, feita nestes dizeres, é sobre um assunto que se tornou delicado falar no ambiente das igrejas, o dízimo. Claro que o interesse de Jesus não é falar sobre o dízimo (preceito bíblico e lei), mas, sim, expor atitude hipócrita de religiosos que valorizam mais esse ato (dar o dízimo), que o praticar os valores mais sublimes e elevados.

É ressaltado o zelo e a fidelidade dos religiosos pelo fato de darem o dízimo, até mesmo, das coisas pequenas e insignificantes, como as hortaliças apontadas no texto. É um exemplo a ser seguido por nós, o cuidado demonstrado para com o mandamento do Senhor. No entanto, é preciso que atentemos para o exercício das virtudes colocadas por Jesus, pois a observância de tais padrões de conduta (justiça, misericórdia e fé) não podem ser substituídos pelo simples cumprimento de mandamento legal (circuncisão, dízimo, etc).

Para aqueles que tentam negar a realidade do exercício do dízimo, dizendo que Jesus nunca ensinou tal prática, o texto transcrito mostra o contrário. O Senhor Jesus não está desconstituindo o dízimo e sua prática, ao contrário, Ele está determinando que seja ele cumprido tanto quanto as virtudes por Ele apontadas. Sua afirmativa é inquestionável: fazer estas (praticar justiça, misericórdia e fé), sem deixar de fazer aquelas (dar o dízimo das coisas rentáveis).

A exploração da boa-fé, o abuso de indivíduos vorazes em sua ânsia de coletar dinheiro e as distorções de ensino quanto à prática da entrega do dízimo, não podem nos impedir de exercer, com fidelidade e zelo, esta prática reafirmada pelo Senhor Jesus, sem nos esquecermos, no entanto, do exercício da justiça, misericórdia e fé, a fim de não sermos assemelhados aos hipócritas e termos sobre nós esse mesmo "ai".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 20 de junho de 2010

AI (29)

ANO LXVIII - Domingo, 20 de junho de 2010 - Nº 3373

"Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou" (Mateus,23:16)

Votos e juramentos; o Senhor Jesus não os está condenando, mas aos guias, a quem chama de cegos, que conduziam o povo ao erro em termos do exercício do juramento.

No texto transcrito, e nos versículos seguintes, encontramos o desvio do sentido, que é o alvo da admoestação de Jesus, a saber, a valorização maior da coisa material em relação à sublimidade do espiritual. Para esses "guias cegos" o ouro do santuário e a oferta sobre o altar são mais valiosos e importantes que o santuário e o altar. Sua atenção está presa e voltada para o valor da coisa em si, mas sem a devida valorização do que lhe dá, de fato, o valor.

Podemos imaginar que haja quem ainda hoje assim faça ou pense? Infelizmente isso ainda é verdade. Para muitos, inclusive guias chamados religiosos, o valor maior está nas coisas (casa, carro, roupa, bens de consumo) e não no compromisso da relação de fé com o Senhor, ainda que tal engajamento não resulte em benefício imediato ou material.

Não se trata de hipocrisia (nesse caso), mas de cegueira. Estavam com sua percepção espiritual obliterada, sendo incapazes de enxergar os aspectos de real valor e importância envolvidos no assunto. Essa atitude de cegueira em um condutor, é extremamente preocupante, posto que põe em risco aqueles que são por eles conduzidos. Isso nos faz lembrar a palavra do Senhor ao dizer: "Deixai-os: são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco" (Mt.15:14). A responsabilidade dos que ensinam da forma como os escribas e fariseus estavam fazendo, não traz apenas sobre eles a punibilidade e juízo, mas, desafortunadamente, faz com que os seus conduzidos sejam também levados ao erro.

Sejamos guias que têm a visão aberta e a percepção acurada dos valores do Reino, conduzindo os que nos acompanham à segurança do ensino correto da Palavra de Deus, levando-os a "buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça" (Mt.6:33).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 13 de junho de 2010

AI (28)

ANO LXVIII - Domingo, 13 de junho de 2010 - Nº 3372

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós" (Mateus 23:15).

O Senhor Jesus continua vociferando contra os escribas e fariseus, e mantém a palavra dura, chamando-os de hipócritas, não se importando com regras de etiqueta e coisas dessa ordem.

Pode-se destacar o zelo dos fariseus e dos escribas em se conseguir prosélitos, ou seja, convertidos e novos adeptos à sua doutrina religiosa. Há um empenho muito grande: "rodeais céu e terra". No entanto, o esforço é visto como um retumbante fracasso, uma vez que tal dedicação fará com que o novo adepto continue perdido e condenado ao inferno (geena).

Jesus afirma que tal pessoa será feita "filho do inferno duas vezes mais que vós". Aqui se vê a colocação de que não basta religião, mesmo a que tenha doutrina certa, como era a dos judeus, pois apenas a religião certa não livra ninguém da condenação eterna. Jesus diz que aqueles fariseus e escribas eram filhos da condenação (do geena), e os que abraçassem a crença, como ensinada por eles, teriam igual destinação.

Há muitas religiões, hoje em dia, que se empenham por fazer prosélitos e, depois de fazê-los, os tornam tão filhos do inferno quanto seus doutrinadores. O sentido do texto, ao falar sobre "duas vezes mais do que vós", se aplica de igual modo, pois o indivíduo estava perdido anteriormente e, agora, continua na mesma situação. Mudou de religião, mas ainda está em condenação, ou seja, na situação anterior e na atual está condenado (duas vezes).

Podemos correr esse tipo de risco? Sim. Se nossa mensagem for apenas religiosa e sem expressão de vida. Se comunicarmos apenas doutrina e preceitos e não a Pessoa de Jesus e Sua Obra redentora, que deve ser aceita e recebida por aquele a quem falamos. Fazê-lo apenas seguidor de nosso Credo é torná-lo condenado duas vezes. É preciso que haja , de fato, salvação em Jesus, entrega de vida a Ele com arrependimento e confissão de pecados, para haver recepção da graça salvadora na Pessoa de Jesus, o Cristo.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 6 de junho de 2010

AI (27)

ANO LXVIII - Domingo, 06 de junho de 2010 - Nº 3371

"Ai de vós que devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso sofrereis juízo mais severo" (Mateus, 23:14).

As imprecações do Senhor Jesus continuam contra os religiosos de seus dias e de sua gente. O texto em Mateus está entre colchetes, mas o paralelo de Marcos 12:40, garante a certeza de ser original este dito de Jesus em desfavor dos escribas e fariseus.

A ideia que está colocada no texto, pode-se perceber pelo uso do termo "devorar", é a de que tais indivíduos davam lugar à sua ganância e, de alguma forma, recebiam (levavam) dinheiro dessas viúvas, fazendo-lhes aumentar a situação de privação, que já era séria. Havia aquelas viúvas ricas, cujas ofertas eram grandes e eles, embora não as deixassem na miséria, sempre conseguiam subtrair-lhes algum valor razoável. A justificativa para tal ato eram os "serviços religiosos".

A interpretação pode ser a de que as orações eram para justificar as ofertas recebidas ("vou orar por você" e recebiam para tal). Seja qual for a interpretação, o fato que gera a revolta e ira no Senhor, é o de se usar a oração nesse contexto e com tal propósito. Corromper o uso e exercício desse que é meio de comunhão com o próprio Deus, era, para o Senhor, algo insuportável.

O juízo do Senhor será pesado e contundente contra os que assim fazem. A sua condição de religiosos não será causa de abrandamento ou diminuição do juízo, ao contrário, tornar-se-á agravante, posto que conhecem bem o que estão fazendo, e sua conduta de perversão da oração é abominação ao Senhor.

Há os que ainda hoje assim fazem. Continuam "devorando" as casas das viúvas com pretexto de oração e coisas do gênero religioso. São gananciosos e vorazes em buscar alcançar alguma forma de benefício pecuniário ou lucro explorando a religião e a religiosidade. Essa categoria de gente ou de pessoas ainda continua existindo e se encontra ativa em nossa sociedade e em nosso meio chamado "gospel-evangélico". Ai dos que assim agem, diz o Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 30 de maio de 2010

AI (26)

ANO LXVIII - Domingo, 30 de maio de 2010 - Nº 3370

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando" (Mateus 23:13)

O evangelista Mateus nos apresenta uma série de "ais" proferidos pelo Senhor Jesus em relação ao grupo de religiosos, incluindo os fariseus, escribas e doutores da lei. As colocações de nosso Senhor são diretas, incisivas, contundentes e, até mesmo, chocantes.

Acostumamo-nos com a figura cândida, plácida, contemplativa, quase apática de Jesus, nosso Senhor, e deixamos de perceber sua figura forte, rija, intransigente e confrontadora, que não poupa palavras duras e diretas, sem preocupar-se com as filigranas da educação e da polidez social. Não é ofensivo, por ser verdade, mas é rude e descortês: hipócritas.

A indignação de Jesus, o Cristo, se mostra pelo fato de que tais indivíduos assumiam certa postura ou comportamento, que não apenas não lhes permitia entrar no Reino, mas que, sobretudo, era empecilho e estorvo a que outros pudessem entrar. Quando alguém não quer entrar no Reino de Deus, isso é uma decisão dela e pode trazer alguma "tristeza ao coração" do Senhor. No entanto, quando você, além de não entrar, impede ou não deixa que outro entre, tal atitude não gera tristeza, mas ira da parte do Senhor.

O Deus que se ira, está fora de moda nesses tempos modernos (ou pós-modernos?). Não há mais lugar para Ele. O Senhor Jesus foi mutilado, cortaram sua faceta sobrenatural, sua identidade divina e sua manifestação humana de ira, indignação e condenação do pecado e do pecador. Deixaram restante um Jesus esquálido, desfigurado, tíbio e fraco, ao estilo "paz e amor".

Ai daquele que rejeita o convite e não entra no Reino de Deus, mas, ai daquele que, além de assim fazer, age impedindo que outros possam entrar nesse Reino. O Senhor não terá por inocentes os que assim fazem; sejam eles religiosos, cientistas, militares ou qualquer outra categoria de pessoa. A palavra de condenação que sobre eles já soa no presente: "ai de vós", soará ainda mais terrível no futuro, "lançai-os fora, nas trevas" (Mateus 22:13), porque "o nosso Deus é fogo consumidor" (Hebreus 12:29).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de maio de 2010

AI (25)

ANO LXVII - Domingo, 23 de maio de 2010 - Nº 3369

"Ai do mundo, por causa dos escândalos ... ai do homem pelo qual vem o escândalo" (Mateus, 18:7)

Há duas vezes a ocorrência de "ai" nesse texto, o que é digno de observação. No verso anterior Jesus adverte sobre "fazer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim", mas no verso que temos em foco, não se trata dos que crêem, mas do próprio mundo.

Qual o motivo do Senhor Jesus expressar esse lamento com relação ao mundo , em termos de ser atingido por algum escândalo? A possibilidade é de referir-se ao fato de que devido aos escândalos haja distanciamento da fonte de redenção; pelo comportamento escandaloso dos que deveriam ser paradigmas e exemplos, as pessoas desacreditam do próprio Evangelho e, por isso, não alcançam a graça da redenção em Cristo, decepcionam-se e viram as costas à fé em Cristo. Por isso: ai do mundo por causa dos escândalos.

Jesus nos adverte que não é possível permanecer isento ou livre da manifestação de tais fenômenos ou ocorrências. O comportamento gerador de vergonha não tem como não existir. Então é algo normal ou natural e não há nenhum problema? Ao contrário, o Senhor nos aponta o segundo ai, e agora o faz com relação ao que desencadeia o escândalo. A responsabilidade de quem assim se comporta e deflagra tal modo de postar-se, fica estampada pelo Senhor, dizendo ser melhor que tal pessoa se lançasse ao fundo do mar com uma grande pedra amarrada ao pescoço.

O escândalo não é coisa pequena, ao contrário, é séria. Verifique o que você faz ou tem feito e a repercussão de tal ato entre as pessoas, sobretudo "aos pequeninos que crêem" no Senhor. Seus feitos, realizações, posturas, comportamento, hábitos de lazer e sociabilidade produzem louvor e honra ao Senhor, ou geram confusão, instabilidade e desordem devido ao seu caráter escandaloso? Aproximam as pessoas de Cristo, ou servem como afastamento de um compromisso com Ele?

Não podemos, infelizmente, evitar que os escândalos existam, mas devemos viver de tal modo que tais escândalos não existam tendo a nós como seus protagonistas ou realizadores. Cuidado, ouça a advertência do Senhor: "ai daquele pelo qual vem o escândalo". Você vai querer ser essa via pela qual o escândalo se manifeste?

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de maio de 2010

AI (24)

ANO LXVII - Domingo, 16 de maio de 2010 - Nº 3368

"Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida! Porque se em Tiro e Sidon se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza" ( Mateus 11:21).

Chegamos ao Novo Testamento e as manifestações de "ais" existentes em seus livros. O texto de Mateus é o primeiro dentre vários, os quais serão tratados seguidamente.

As cidades de Corazim e Betsaida localizavam-se a noroeste do mar da Galiléia, enquanto Tiro e Sidom eram cidades da região sírio-fenícia (e Líbano), portanto, gentias e não judias.

Em um primeiro momento pode-se perguntar: Se essas cidades se arrependeriam, por que não se foi pregar para elas ou nelas, a fim de se converterem? A resposta é simples: para não se converterem. Se fosse esse o plano de Deus elas iriam ouvir, se arrepender e se converter. Não era.

Em lugar de pensarmos naqueles que não ouviram e o que vai se dar com eles, como o caso das cidades de Tiro e Sidom, devemos ter nossa atenção voltada para a situação dos outros que ouviram e viram os milagres, mas não se arrependeram e nem se entregaram ao Senhor. Esse sim é o grande problema.

Do mesmo modo que tais cidades foram impenitentes, ainda que vendo os milagres do Senhor Jesus, temos em nossos dias (e em nosso meio) muitos que, embora ouçam a mensagem do Evangelho, vejam a manifestação da graça salvando vidas e participem dos serviços sagrados (cultos), assumem comportamento de descompromisso com a fé cristã evangélica, envolvendo-se em modismos e "baratos da hora", em uma tentativa de satisfazer algum "vazio" existencial que sabem só poder ser preenchido por Jesus, o Cristo.

As pessoas que assumem tal forma de comportamento, sustentando padrões de mundaneidade e valores não do Reino de Deus, mas das diretrizes do "presente século", são comparadas a essas cidades de Corazim e Betsaida. Nesse sentido são alvos da mesma expressão usada pelo Senhor Jesus, endereçada a tais cidades: "ai de ti". Sim, ai de ti.

Precisamos decidir, nós que nos chamados cristãos evangélicos, se mudamos de atitude ou mudamos de nome. Pois se mantivermos atitudes que escandalizam o Evangelho e o Nome do Senhor, devemos mudar de nome e deixar de nos chamar cristãos. Mas, espero que se conserve o nome e seja mudada a atitude, a fim de que não se ouça : "ai de ti..."

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 9 de maio de 2010

O AMOR MATERNAL DE DEUS

ANO LXVII - Domingo, 09 de maio de 2010 - Nº 3367

O amor maternal de Deus

O profeta Isaías nos traz uma palavra muitíssimo bela sobre o ser de Deus, comparando-O com uma mãe ao dizer : "Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados" ( Isaías 66:13). Claro que esta não é uma forma costumeira de percebermos o Ser de Deus, ou seja, Sua manifestação materna, ou de caráter materno. A grande ênfase é sobre a paternidade de Deus e assim Ele é visto e enfatizado, sobretudo, pela Pessoa de Cristo que, sendo Filho, a Ele (Deus) se dirigia como Pai.

Vemos, também , que o próprio Senhor Jesus ao avistar Jerusalém , chorando disse: " Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!" (Mateus 23:37). Jesus se mostra Deus, pois diz que ele quis várias vezes reunir. Como? Ao longo da história na condição de Deus. Nesse propósito (reunir) usa a figura (aplica-a a si mesmo) de uma galinha que zelosamente cuida de seus pintinhos. Não se compara a um arrogante e exuberante galo, mas a uma cuidadosa e zelosa galinha – mãe.

Deus é espírito, nesse sentido é incorpóreo, imaterial, sem forma. O espírito não tem gênero (masculino ou feminino), logo Deus não é masculino ou feminino e, por isso, pode ter Suas manifestações ligadas ao caráter materno-feminino, ou ao paterno-masculino.

Nesse domingo fica bom relembrarmos o que foi chamado de "rosto materno de Deus". Claro que Ele é pai no sentido de provisão, guarda, proteção, socorro e outras manifestações (e não de gênero). Mas, é, igualmente, mãe no sentido de consolo, desvelo, carinho, amparo, suporte, aconchego e outras manifestações (e não de gênero).

Muitas pessoas têm dificuldade em perceber Deus como pai, devido à figura paterna despótica, abusadora e violenta em sua vida familiar, mas sentem-se muito à vontade em poder vê-LO como mãe, por contemplar todo esforço, empenho e cuidado de sua mãe em cuidar, proteger e amar de modo prático e efetivo.

Nesse domingo de maio relembro a todos (e todas) esse fato lindo e maravilhoso da "face materna de Deus". O Senhor abençoe as mães, e que sejam reflexo, em nossas vidas, do amor do próprio Deus. Pois Deus não é só pai, é também mãe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de maio de 2010

AI (23)

ANO LXVII - Domingo, 02 de maio de 2010 - Nº 3366

"Ai daqueles que nos seus leitos imaginam a iniquidade e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque o poder está em suas mãos" (Miquéias 2:1)

A atualidade da Bíblia é marcante. Isso não se dá apenas por ser ela o que é, mas também por ser a humanidade o que sempre foi e é. A corrupção está presente na vida do ser humano em qualquer época da história.

O versículo bíblico transcrito aponta para essa realidade e poderia ser aplicado ao quadro brasileiro atual, ou a outros países, pois o que se vê aqui é a manifestação da ganância do indivíduo, do exercício da tirania e do abuso do poder.

Na sequência pode-se ver (v.2) que o foco dessa passagem (a maquinação do mal à noite) é sobre a exploração financeira e econômica do outro. Como detêm o poder (capacidade de determinar e fazer) querem usá-lo em seu próprio favor e benefício pessoal, mesmo que isso custe o prejuízo ou ruína do outro. Pode-se encarar tal resultado como um "efeito colateral" do direito do uso do poder. Ah, planalto central brasileiro!

O comentário encontrado na Bíblia Vida Nova é sugestivo e, por isso, o transcrevo: "O contexto sugere que o mal que está sendo cogitado é um modo legalmente viável de extorquir os bens do pobre, evitar os deveres cívicos e as exigências da consciência, de fazer grandes negociatas com lucros injustos, e burlar a lei."

A maquinação do mal, seja pública ou privada, ou a combinação de ambas é algo que nos causa repulsa. A geração que vai sendo formada, precisa ter uma visão e postura diferentes daquelas que nos antecederam no universo da política em seu aspecto sórdido e leviano. Não apenas um planeta melhor para a geração futura, mas, também, uma geração futura melhor para o planeta. Qual ética temos ensinado e demonstrado a nossos filhos e aos que se relacionam conosco? Falar da corrupção (maquinação do mal) no Poder Público, mas viver burlando a lei, lesando o próximo e buscando "levar vantagem em tudo" nos coloca sob juízo da sociedade e do próprio Deus (v.3), pois nos faz perfilar com esses que em "seu leito maquinam o mal e a iniquidade". Ai desses.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 25 de abril de 2010

AI (22)

ANO LXVII - Domingo, 25 de abril de 2010 - Nº 3365

"Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos..." (Ezequiel 24:2); "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! diz o Senhor" (Jeremias 23:1)

Temos diante de nós dois textos contundentes da parte do Senhor, com relação aos que têm a responsabilidade de conduzir o rebanho do Senhor, na condição de pastores dessa grei. A palavra de Deus é dura e pesada e soa como séria advertência.

Quando ouvimos essa passagem somos confrontados com a situação dos líderes religiosos em nosso país e vemos sua atualidade, propriedade, precisão e necessidade. Guias cujas atitudes são de mercenários ou, até mesmo, lobos.

Os escândalos que têm alcançado a Igreja Católica Romana, trazendo à luz o que de há muito tempo ocorre, abalando a confiabilidade do clero Romano em sua conduta moral quanto à sexualidade, bem como os escândalos nos meios "evangélicos" , com seus pastores em sua volúpia por dinheiro e poder, em uma forma de imoralidade de conduta quanto aos bens materiais, locupletando- se às custas das ovelhas e fiéis, ou mesmo a "poligamia sucessiva" em que casam e descasam, para casar-se novamente, sem que estejam presentes os motivos bíblicos admitidos para o divórcio, abalam a credibilidade da própria instituição Igreja.

Esses pastores (líderes) são responsabilisados pelo Senhor quanto ao dano causado ao rebanho que está sob seu cuidado e pastoreio. A destruição e dispersão das ovelhas, bem como o apascentamento para seu próprio ventre (a si mesmos) estão em contradição com sua tarefa primeira e maior, ou seja, de conduzir com e em segurança aqueles e aquelas que estejam sob sua orientação. O descrédito a que esses indivíduos estão lançando o ofício pastoral é trágico.

Vidas estão sendo marcadas de modo desastroso e nefasto por atitudes contrárias aos princípios bíblicos e cristãos. O abuso de crianças, a manifestação da homossexualidade, a incontinência conjugal, a ganância pelo dinheiro e poder, são posturas inadmissíveis àqueles que dizem conhecer ao Senhor e, sobretudo, àqueles que devem conduzir as ovelhas do rebanho do Senhor. Jesus nos advertiu: "É inevitável que venham os escândalos, mas ai daquele por quem vierem os escândalos" (Mt.18:7) e "Qualquer um que fizer tropeçar a um desses pequeninos que crêem em mim...melhor que fosse afogado no mar" (Mt.18:6).

Esses tipos de escândalos não são coisa nova, mas as proporções estão aterradoras. O risco do Nome do Senhor ser blasfemado no meio dos não cristãos está se concretizando (Rm.2:24), e isso por causa da conduta de "pastores", os quais são verdadeiros lobos travestidos de pele de cordeiro ou de roupagem de pastores (Mt.7:15). Deus tenha misericórdia de nós.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de abril de 2010

AI (21)

ANO LXVII - Domingo, 18 de abril de 2010 - Nº 3364

"Ai da cidade que derrama sangue no meio de si... ai de ti cidade sanguinária" (Ez. 22:3 ; 24:6,9).

A urbanização tem sua história ligada aos tempos em que o ser humano abandona seu nomadismo e passa a estabelecer- se e fixar-se, desenvolvendo o cultivo e plantações, passando a formar núcleos ou aglomerados com ajuntamento de pessoas e incremento de escambo (troca e comércio). A Bíblia nos fala de formação de cidades e as mazelas nelas existentes, sejam elas (cidades) pequenas ou grandes.

No texto do profeta Ezequiel a palavra é dirigida contra Jerusalém (cidade da paz) pelo fato de sua situação de violência, injustiça e criminalidade (pecaminosidade) . O adjetivo que lhe é dado soa triste e sombrio: sanguinária.

Se houver o exame (sugiro que façam) dos textos completos nos capítulos apontados acima, pode-se perceber que as abominações cometidas são também vistas nas cidades ao redor do mundo e nos dias atuais, sendo, igualmente, sanguinárias.

Nossas cidades não estão fora do contorno dado à cidade de Jerusalém nos dias de Ezequiel. É de deixar pasmo ao perceber que essas condições estavam presente na "cidade santa". A violência, iniquidade e corrupção estavam manifestas e pululavam em suas ruas. Nossas São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e mesmo as pequenas e do interior, estão em condições semelhantes. As injustiças e maldades fazem o sangue ser derramado e escorrer nas ruas e avenidas dessas nossas cidades.

Há solução? Que fazer? Urbanistas, engenheiros, arquitetos, cientistas sociais, cientistas políticos e tantos outros buscam soluções, mas há um certo desalento e desesperança.

Não podemos, como cristãos, ficar indiferentes. Nossa postura deve ser de mudança de atitude, para que, a partir de nós, mudança ambiental e comportamental seja verificada, embora saibamos que o ideal de cidade projetada pelo Senhor para nós, só será manifesto e efetivado quando vier "a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus..."(Ap. 21:2). Até que esse momento de regeneração da "urbe" venha e se instale a "nova ordem", a postura cristã não é de apenas ficar "enxugando" o sangue das ruas, mas agir de forma positiva para que seja estancada ou, pelo menos, minimizada essa violenta sangria nas vielas escuras ou avenidas iluminadas dessas cidades sanguinárias. O Senhor nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.