ANO LXXIV - Domingo, 03 de julho de 2016 - Nº 3688
PROVADO
"[...] assim o homem é provado pelos louvores que recebe." (Pv. 27:21)
PROVADO
"[...] assim o homem é provado pelos louvores que recebe." (Pv. 27:21)
Faz-se comum ao ser humano pensar que a provação ocorre apenas em situações adversas, contrárias e difíceis. Evidente é o fato de que em tais circunstâncias, realmente somos provados e duramente provados. Mas, esquecemo-nos de que o teste, a provação e a luta ocorrem, também, no momento de vitórias, júbilo e, sobretudo, aplausos. Aliás, o escritor de Provérbios nos indica ser neste momento (de aprovação e elogio) nosso grande e dificultoso campo de batalha.
Não se pode negar a realidade de sermos provados e testados em tempos de aflição, dificuldades e lutas. Nestas ocasiões estamos atentos, buscamos com mais instância a graça e a misericórdia de Deus, achegamo-nos de forma mais intensa ao Senhor e nossa vida de comunhão com Ele se aprofunda e crescemos NEle. Por exemplo, Davi diz: "Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse teus decretos" (Salmo 119:71), realçando o aspecto positivo do momento de sua aflição.
No entanto, enquanto na tribulação nos pomos em vigilância e atenção, na hora do elogio, do aplauso e da ovação, somos, às vezes, sorrateiramente, tomados pela vaidade, pelo orgulho e jactância devido à ideia de nossa alta capacidade e potencialidade. É neste sentido a advertência do proverbialista de Israel, ou seja, o risco de ser dominado pelo orgulho, de ver-se como "superior" e esquecer-se de quem e "do que" realmente é. A pessoa depois atingir sua fama, após receber seus lauréis; em sequência à sua conquista dos aplausos e elogios humanos, tende a ver-se em condições "acima dos demais", a julgar-se superior, e a vaidade, nesse tempo, se apossa de sua alma. Daí esta séria, profunda e significativa advertência quanto aos louvores que recebemos. Eles não são ruins ou maus em si mesmos, sendo até desejáveis. Mas, cuidado, pois os aplausos podem tornar-se armadilhas terríveis a enredar o coração nas teias da sedução, da fama, do orgulho e da arrogância. A Deus todo louvor e elogio que se possa receber; esta é a melhor resposta para resistir à provação dos aplausos.
Rev. Paulo Audebert Delage
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