ANO LXXIV - Domingo, 16 de outubro de 2016 - Nº 3703
AMIGO DO REI
“[...] Zabude, filho de Natã, era ministro, amigo do rei [...]”. 1 Reis 4:5.
AMIGO DO REI
“[...] Zabude, filho de Natã, era ministro, amigo do rei [...]”. 1 Reis 4:5.
Lendo, mais uma vez, o livro dos Reis de Israel me deparei com esta expressão que tem caracterizado situação de possível favorecimento e apadrinhamento dentro das estruturas de governo. Pensei então comigo: A situação de favorecimento e inserção em cargos de mando nos governos não é coisa de nossos dias e nem apenas do Brasil, é coisa de longo tempo e de outros lugares; é algo enraizado no ser humano. Não é comum que um mandatário (rei, presidente, governador, etc) coloque um adversário ou inimigo para conduzir atividades em seu governo, embora Lincon tenha feito isto com sucesso, e Juscelino aqui no Brasil, ao construir Brasília, também o fez. Mas, o costumeiro é que tenhamos pessoas “amigas” em cargos de governo onde sejamos o mandatário.
A prática de se colocar “o amigo do rei” em cargos públicos não é, necessariamente, um mal, ou algo reprovável. O grande problema é que tal situação, em muitas das vezes, desconsidera o critério da competência e capacidade, alçando alguém a cargos de comando e chefia apenas pelo fato de ser “amigo do rei”. Claro que o resultado é previsível e com prejuízos sérios ao desenvolvimento e progresso, além de riscos sérios e reais quanto ao abuso do poder e dilapidação da coisa pública, incluindo o erário. No contexto da administração pública esta filosofia do “amigo do rei” pode ser uma tragédia.
No entanto, é renovador pensarmos no fato de que nos tornamos “amigos do Rei”, por graça DEle mesmo. É o que Jesus nos fala: “Já não vos chamo servos [...] mas tenho-vos chamado amigos...” (João 15:15), apontando o fato de nos valorizar sobremaneira por seu amor e bondade. Não somos apenas servos, mas, amigos. Que privilégio. Devemos, porém, entender que tal fato não nos pode levar a agirmos pensando estarmos (devido a tal amizade) livres para fazermos o que quisermos, e se houver “problemas” é só dizermos: “sou amigo do Rei”. Jesus nos afirma: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15:14), portanto, fica claro que o sermos “amigo do Rei” está jungido ao fato de fazermos aquilo que Ele nos tem ordenado. Nossa conduta, assim, será eticamente irrepreensível e nosso testemunho digno do Rei de quem temos o privilégio de sermos chamados amigos. Honremos tal amizade com nossa vida e testemunho.
Rev. Paulo Audebert Delage
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