ANO XLVIII - Domingo, 29 de julho de 1990 - No 2335
DEUS! Ó DEUS! ONDE ESTÁS...?
É a forma como Castro Alves inicia um de seus mais brilhantes poemas épicos, interpretando os infortúnios dos negros africanos que impetram a misericórdia divina.
É a idéia errônea de Deus distante dos homens, alheio às suas mazelas: "Em que mundo, em que estrela tu te escondes embuçado nos céus?"
Era a orma como criam os magos, encantadores e feiticeiros chamados à presença do rei Nabucodonosor para interpretar o seu sonho. Eles responderam: "A coisa que o rei exige, é difícil, e ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os deuses, e esses não moram com os homens" Dn 2:11. É o sentimento negativo, de abandono e solidão, que alimenta o desepero de muitas almas que não conhecem a Cristo. Não sabem que o nosso Deus a quem amamos é um Deus presente; um Deus que palmilha lado-a-lado os caminhos dos fracos e abatidos que nele põem a sua confiança; um Deus que "faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor"; um Deus que fortalece os passos trôpegos para que não tropecem e caiam.
No dia em que Jacó, despedido de sua casa, a caminho de Harã, sentiu-se só e desamparado, o Senhor lhe deu um sonho; e neste sonho mostrou-lhe a proximidade do céu e a terra, ligados simbolicamente por uma escada em que os anjos de Deus subiam e desciam. Despertado, sua primeiras palavras foram de grande admiração: "...Na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não sabia... é a casa de Deus, a porta dos céus" Gn 28:16,17.
É a verdade que nutriu de paz e de temor o coração de Davi: "Senhor, tu me sondas e me conheces... tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a tua mão... para onde fugirei da tua face?" Sl 139:1,5,7.
Seja este o alimento diário dos nossos corações: a certeza de que temos um Deus que está ao nosso lado; que nunca nos abandona; um Deus de quem jamais necessitaremos dizer: "Deus! Ó Deus! Onde estás...?"
Rev. Hildo