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domingo, 29 de outubro de 2017

REFORMA

ANO LXXV - Domingo, 29 de outubro de 2017 - Nº 3757

REFORMA

O protestantismo tradicional celebra os 500 anos da reforma Protestante do século XVI, iniciada em 31 de outubro de 1517 com o monge católico romano Martinho Lutero. Angustiado em sua vida espiritual com a decadência da Igreja, lê em Romanos 1: 17 o texto que afirma: ‘”O justo viverá pela fé”, com referência ao profeta Habacuque 2: 4. Começa sua jornada com relação a indagações profundas quanto à estrutura da igreja em seus dias, levando-o a afixar 95 proposições para discussão pública, nas quais objetava a venda de indulgências e apontava a dependência do perdão dos pecados por meio da fé e não ação humana.

Este momento foi antecedido por vários outros em que se buscou a reforma da Igreja em sua estrutura doutrinária e eclesiológica, desejando-se restaurar as posturas e ensinos do Novo Testamento. Nomes como Jonh Huss, J. Wicliffe, Pedro Valdo, Savanarola, entre outros, podem ser elencados como predecessores do movimento reformista com suas propostas de restauração da vida eclesiástica em moldes apostólicos. Ação de retorno aos clássicos pelo movimento renascentista será, também, usada por Deus para auxiliar na deflagração e consolidação do movimento religioso reformista.

A Reforma não é um movimento puramente religioso. Sua influência de caráter político, econômico e social não pode ser desconsiderada ou negada. O espírito nacionalista alemão estava em alta e veio a ser usado para afirmação da postura contrária a Roma e à Itália em sua pretensão papal de domínio e sobre- posição aos povos. Não foi pacífico e nem livre de exageros no uso da violência para estabelecer ideias novas ou manter as antigas. As mãos de militantes de ambos os lados ficaram manchadas com muito sangue. Lamentavelmente.

A ufania exacerbada pode levar a exaltar o ideal de absoluta santidade e ética na ação dos protestantes, o que não é verdade. O tempo estava a determinar posturas de resistência, violência, intolerância e morte de ambas as partes. O massacre dos camponeses (apoiado por Lutero) com suas implicações de caráter sócio-político-econômico, a ação de perseguição, tortura e morte aos anabatistas por católicos e protestantes é uma página triste da Reforma, nem sempre lembrada por nós. A postura discriminatória e opressiva em relação aos judeus também não é comentada (nem lembrada), sendo considerados como ‘porcos’. Isto é confirmado em quadro presente na Igreja de Santa Maria onde Lutero pregava e fez sua base.

Graças a Deus pela Reforma apesar dos homens e de suas mazelas. Graças a Deus pela Igreja apesar de nós que a compomos com nossas diatribes, virulências e incongruências. Graças a Deus pela vida dos reformadores que, apesar de seus erros, vaidades e pecados, recuperaram a grande mensagem das Escrituras: a salvação é somente por meio da fé em Cristo Jesus, que nos conduz às boas obras para o louvor e gloria DELE. Amém.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 22 de outubro de 2017

OH TEMPO; OH MORAL.

ANO LXXV Domingo, 22 de outubro de 2017 Nº 3756

OH TEMPO; OH MORAL.

A expressão acima é tradução do latim e expressa a triste verdade que muitas vezes reflete o fato de a moral estar condicionada ao tempo, ou que este estabeleça e determine aquela. Dependendo das circunstâncias (tempo) algo abjeto e vil pode se tornar aceitável e admitido como certo e legal.

Já não bastavam as questões ligadas às muitas situações envolvendo questão de gênero, religião doutrinária em escola pública, ‘performances artísticas’ em detrimento à legislação de proteção à criança e ao adolescente, vemos agora ser aprovada (pelo presidente da República Michel Temer) medida que coloca em risco a situação de milhares de brasileiros na área rural (também urbana) com relação à possibilidade de trabalho escravo ou análogo a isso.

A medida já, em si mesma, é digna de ser rechaçada como abjeta e acintosa à vida e dignidade humanas, mas é agravada pela declaração do ministro da agricultura (Maggi) na qual afirma “ser o momento político outro e confuso, fazendo com que seja aprovada, diferentemente de vezes anteriores”. O ‘momento’ a que se refere é a situação periclitante do senhor presidente e as acusações que pesam contra ele. Para alcançar o apoio da ‘bancada ruralista’ cedeu, de forma vergonhosa à pressão, e aprovou a medida relativa à questão de fiscalização por parte dos órgãos competentes em relação aos abusos cometidos contra o trabalhador rural, sobretudo. Lamentável e triste mais este episódio. Oh Tempo; Oh Moral.

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal [...]” (Isaías 5:20). Isso é o que se tem visto e, mais uma vez se confirma no Brasil. A iniquidade, o interesse pessoal e menor, a vaidade e outras mazelas do coração humano pecaminoso tomam conta das decisões que atingem a tantas pessoas. Vozes vão se levantando contra tal situação e nós (Igreja) não podemos deixar de engrossar tais fileiras, como ‘boca de Deus’ e ‘profeta do Senhor’, clamando de Deus misericórdia, e bradando contra tais leis absurdas e degradantes.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 15 de outubro de 2017

ORAR PELO MENINO

ANO LXXV - Domingo, 15 de outubro de 2017 - Nº 3755

ORAR PELO MENINO

Por este menino orava eu [...]” ( I Samuel 1 :27).

O texto transcrito acima veio dos lábios de Ana, mãe de Samuel, sendo ele o menino de quem se falava. A expressão é significativa pelo fato de ela haver orado suplicando a Deus que lhe desse um filho, visto ser estéril. A situação era muito incômoda, uma vez que a não possibilidade de gerar filhos era vista (indevidamente) como uma forma de maldição da parte de Deus sobre a mulher. A humilhação era muito grande.

O Senhor ouviu a súplica de Ana e ela concebeu, dando à luz Samuel, que veio a ser um dos maiores juízes e profeta da história de Israel. Samuel significa “Seu nome é Deus”, apontando para o fato de que ele (Samuel) tinha sobre si o Nome de Deus, como sendo propriedade DEle, ou seja, pertencia a Deus. Sua mãe o havia pedido a deus e a Ele o havia entregado.

Dia 12 de outubro comemorou-se o Dia das Crianças no Brasil. Data que nos leva a comprar presentes para os filhos pequenos, netos e outras crianças da família ou fora dela. A oração de Ana é significativa no que diz respeito ao compromisso de oração com os filhos (as crianças). Mesmo que no caso de Ana o contexto indique sua oração no sentido de que desejava engravidar e por isso havia orado, certamente a nos este princípio vai muito além, ou seja, a permanência com relação à intercessão e suplica por nossos filhos pequenos e ou grandes.

Caso possa, presenteie seus filhos, mas ore por eles intensamente, ore com eles diariamente, seja canal da graça de Deus sobre a vida de seus filhos (pequenos ou grandes), deixando a eles claro o fato de interceder e suplicar por a favor deles junto a Deus. E possível que outras pessoas orem por seus filhos (pastores, professoras, parentes), mas você é aquele (a) que mais tem este privilégio e responsabilidade. Não se descuide dele, não se afaste dele, não se desanime em relação a isso. Mude o tempo do verbo da frase de Ana e diga sempre: “Por este menino (a) oro eu”.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 8 de outubro de 2017

“EM NOME...”

ANO LXXV - Domingo, 08 de outubro de 2017 - Nº 3754

“EM NOME...”

A expressão que se pode ler acima tem se prestado a uma série de situações e circunstâncias as mais variadas e absurdas. Por exemplo: Em nome de Deus se tem cometido atrocidades horríveis como decapitações, massacres, assassinatos; em nome da paz se tem promovido guerras, guerrilhas, atentados; em nome da liberdade se tem cerceado, limitado, restringido e aprisionado; em nome do amor se tem matado, violentado, estuprado. De fato, quando alguém se enrola com esta bandeira do “em nome de” parece que seus limites são retirados, suas fronteiras desaparecem e os contornos se vão, ou seja, “tudo é permitido”.

Parece vermos uma onda forte (um vagalhão) a nos atingir nestes tempos sob a bandeira “em nome da arte”. Certas exposições apresentadas no Brasil começam a se postar de forma a atingir valores e solapar conceitos de moral, lei e respeito. Alegações de ‘liberdade’, ‘direito’, ‘arte’ se tornam mercadoria fácil na argumentação de muitas pessoas para justificar as afrontas que temos visto. Não se trata de aversão à arte, nem tampouco o desconhecimento da existência do chamado ‘nu artístico’ e seu lugar na arte plástica. No entanto, outra coisa é o uso de tais expressões para denegrir a fé de milhares de pessoas, para agredir propositadamente valores sustentados por uma sociedade (adoecida) de tradição religiosa cristã. Em nome da arte teremos que admitir que filmes de pornografia pesada são normais e expressam a beleza e a amplidão do sexo, o mesmo se pode dizer da zoofilia e outras “expressões artísticas”. A exposição do corpo nu de um homem e crianças ao seu lado, podendo tocá-lo, deixa de ser considerado ‘ato atentatório ao pudor’ em nome da arte. Sendo ‘em nome de’ parece valer tudo.

Não se trata de ser contrário às manifestações artísticas. Sei que a arte é vanguardista, contestadora e instigadora, sendo alvo de repressão por parte das ditaduras e reconheço seu valor e importância. Mas, sei, também, que ela pode servir a interesses destas mesmas ditaduras (inclusive da corrupção e dilapidação das estruturas sociais) para promoção de seus programas de propaganda ideológica. A massificação da proposta da sexualidade “sem fronteira”, ou implantação da visão “naturalista” (conformidade com a natureza) está se enrolando e se ocultando sob esta bandeira: “em nome da arte”. Estejamos atentos e expressemos nossa posição de rejeição a tais “formas de arte”, em nome de nossas crianças, filhos e netos.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 1 de outubro de 2017

“CURA GAY”

ANO LXXV - Domingo, 01 de outubro de 2017 - Nº 3753

“CURA GAY”

Este assunto voltou a fazer parte da pauta jornalística da mídia brasileira em geral, com matéria altamente tendenciosa no “Fantástico” exibida pela Rede Globo de Televisão em domingo recente. Mais uma vez as distorções do conteúdo e as entrevistas direcionadas fazem pensar que se trata de algo absurdo por parte dos profissionais que lidam com as questões emocionais e comportamentais. A decisão liminar de um juiz federal de Brasília (me parece bem fundamentada) não trata de ‘cura gay’, expressão pejorativa utilizada pelos militantes da causa GLBTS. Apenas dá ao cidadão o direito de buscar reorientação sexual caso assim o deseje. Os psicólogos não o curarão de qualquer doença, mas auxiliarão a lidar com seus dramas, traumas e conflitos e, caso seja o desejo dele (paciente), em rever sua inclinação ou vivência homoafetiva.

O que se quer garantir é o direito de alguém não permanecer em sua inclinação homossexual ou aprender a conviver com ela sem lhe dar efetiva manifestação, caso assim o deseje; bem como ao profissional que for procurado por tal pessoa de cuidar e orientar o paciente neste seu desejo ou intento. Insisto que não se fala em “cura” ou “doença” em momento algum na decisão, de caráter liminar (imediato e provisório), proferida pelo magistrado. Assim, o alarde feito é infundado e acaba por gerar animosidade entre cidadãos que têm o direito de pensar e expressar seu pensamento de modo discordante ou divergente.

Este assunto está cada vez mais acentuado em nosso cotidiano e iremos lidar com ele necessariamente de forma mais extensa e intensa. Está presente nas escolas (públicas e particulares), igrejas, organizações sociais diversas e não podemos nos esquivar ou pretender que não exista ao nosso redor e em nosso meio. As convicções que temos sobre o assunto são firmadas na Bíblia e devemos sustentá-las, porém o trato com as pessoas que apresentam tal tendência e ou comportamento deverá ser sempre com consideração, atenção e respeito, sem escárnio, deboche, zombaria ou repulsa. A não anuência e não concordância com esta expressão da sexualidade, não nos pode levar a tratamento ofensivo e agressivo para com os que assim vivem. Se tivermos sido desprezados, agredidos, ofendidos e destratados, devemos responder conforme a orientação de Cristo: “amar aos que nos perseguem e ofendem”. Seja a questão da homossexualidade, corrupção, mentira ou violência, a designação bíblica para tais comportamentos é: pecado. A solução para todos é uma só: “O sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado”. Louvado seja o Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.