ANO LXVII - Domingo, 29 de novembro de 2009 - Nº 3344
"Ai do perverso! Mal lhe irá; a sua paga será o que as suas próprias mãos fizeram" (Isaías 3:11)
Lei do Carma. Proposta hindu e kardecista para justificar a situação de maldade e sofrimento no mundo. Você fez ontem (vida anterior), está pagando hoje. Você faz hoje, pagará amanhã (reencarnado).
Isaías não está falando deste tipo ou modo de "paga" a ser imposta sobre o perverso ou ímpio. Seu ensino diz respeito ao juízo de Deus, à justiça do Senhor. O princípio é claro: condenação pelas obras feitas, juízo sobre os atos perversos realizados. O julgamento acontecerá conforme as obras. Por isso: ai do perverso.
Ao olharmos a sociedade ao nosso redor e percebermos a multiplicação da iniquidade, da violência, da insegurança, da sexualidade desparametrizada, do assinte em se pagar R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais em uma bolsa) em meio a tanta carência, miséria, fome e necessidade; ao olharmos os grandes conglomerados com seus interesses comerciais (laboratórios farmacêuticos e outros), onde as questões ligadas à preservação e à vida são minimizadas e desprezadas, como não dizer: ai do perverso?
No entanto, o que nos gera certa indignação é o fato de retardamento ou adiamento desta "paga", ou acerto. Na expressão do salmista "os nossos pés quase vacilam" ao vermos esta iniquidades sem punição já e imediatamente. Essa transferência para o depois, para o além, para a eternidade, nos deixa, por vezes, frustrados. Digo isso com base em minha visão e depois de ouvir tantos e tantos com esta mesma impressão. Queremos ver este pagamento ou "paga" aqui e agora. Mas, isso ocorrerá no tempo devido e próprio, tempo do Senhor que, em Sua longanimidade vai suportando essas perversões e "deixando" que as pessoas continuem em seu caminho, cujo final será de sofrimento e dor.
Assim tenhamos uma atitude que não faça crescer as injustiças e iniquidades e, ao mesmo tempo, busquemos, por vias próprias, penalizar e punir os que agem perversamente, mas descansando na certeza de que, caso aqui não recebam a paga, hão de recebê-la no dia do juízo de Deus.
Rev. Paulo Audebert Delage