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domingo, 28 de dezembro de 2008

BEM-AVENTURADO (16)

ANO LXVI - Domingo, 28 de dezembro de 2008 - Nº 3296

BEM-AVENTURADO ( 16 )
"Bem-aventurado o que tem Deus por auxílio...cuja esperança está em Deus" ( Salmo 146:5 )

Esta é a última expressão de bem-aventurança no livro dos salmos. O final não poderia ser mais estimulante e sugestivo a nós ainda hoje. Dois aspectos de grande importância à vida humana são destacados neste texto: o auxílio e a esperança.

No primeiro vê-se o aspecto do sentimento de proteção, amparo e socorro, que vem satisfazer uma das necessidades básicas do ser humano, a saber: segurança. Nestes tempos trevosos de inseguranças de toda ordem e em todas as esferas, sobretudo no universo físico, seja pela ameaça individual da violência urbana (assaltos, roubos, assassinatos, etc), pela ameaça ambiental com risco de aquecimento global e consequências catastróficas para a humanidade, pela ameaça econômica com risco de um colapso mundial quanto ao desemprego; é privilegiado aquele e aquela que podem desfrutar desta convicção e segurança de ter tal auxílio em Deus. Não se fala em isenção de, mas auxílio em, ou seja, estamos sujeitos a estas formas de agressão, mas neste ambiente estamos debaixo do auxílio e cuidado do Senhor.

Tem-se, no segundo, o sentimento de esperança. Esta (esperança) tem suas raízes fincadas na alma humana. Este sentimento é tão forte que deu motivo a conhecido dito popular: a esperança é a última que morre. De fato, se não se tem esperança, significa ter morrido. Somos movidos a esperança, mais do que sonhos, até porque estes são apenas esperanças que ansiamos sejam concretizadas. Os pais esperam o nascimento dos filhos, esperam seu crescimento, sua formação, sua formatura, seu trabalho, seu sucesso, sua família, seus filhos. Você e eu esperamos crescer, estudar, formar, constituir família, aposentar, ver e "paparicar" netos, e temos a esperança de morrermos em serena e ditosa velhice. Até no morrer, temos forma de esperança. Feliz e bem-aventurado aquele ou aquela cuja esperança está em Deus. Todas as esperanças se baseiam e se firmam na esperança maior que está no Senhor. Se esta manifestação de esperança não existe e "se nossa esperança ...se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os seres humanos" (I Co.,15:19).

Louvado seja Deus porque O temos por nosso auxílio e nEle está nossa esperança, fazendo-nos, por isso, bem-aventurados.

O Senhor mantenha sobre nós Sua bênção.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 21 de dezembro de 2008

BEM-AVENTURADO (15)

ANO LXVI - Domingo, 21 de dezembro de 2008 - Nº 3295

BEM-AVENTURADO ( 15 )
"Bem-aventurada a que creu... desde agora todas as gerações me considerarão bem-aventurada." (Lc 1:45 (a) e 48 (b) )
Neste tempo de celebração natalina permito-me dar este salto nos escritos sobre bem-aventuranças, deixando o livro de Salmos para o Evangelho escrito por Lucas. Embora seja muito grande, tal salto é justificável.

Pode-se observar que a forma masculina usada nas 14 meditações anteriores é substituída pela feminina. Não mais bem-aventurado, mas bem-aventurada. A referência elogiosa é feita a Maria, por sua prima Isabel, e pela própria Maria em relação a si mesma. De fato, o alvo das duas passagens referentes a estas bem-aventuranças é Maria, mãe de nosso Salvador.

A palavra grega usada nos textos apontados é a mesma encontrada em Mateus capítulo 5, onde são apresentadas as bem-aventuranças. Claro está que a diferença se faz no fato de que no texto de Lucas é singular feminino. Neste sentido encontra-se também em Lucas (11:27) outra vez referência a Maria como bem-aventurada. Neste contexto Jesus afirma, em resposta, que bem-aventurado aquele que ouve e guarda a Palavra de Deus. Maria está inserida neste aspecto, uma vez que ouviu e guardou (obedeceu) a Palavra do Senhor, sendo, portanto, bem-aventuda mais uma vez.

Qual ou quais as razões destas afirmações? Algumas serão ressaltadas a seguir:

1ª) Uma entre milhares: Havia centenas e milhares de outras virgens em Israel em iguais condições às de Maria. No entanto, foi ela a escolhida. Isto é distinção inigualável e não pode jamais ser minimizada ou desprezada por quem quer que seja.

2ª) Suas atitudes: Dentre estas destacam-se:

A) Fé: Ela creu na palavra do anjo; na ação de Deus; no cumprimento das promessas; foi vida de fé.

B) Submissão: Aceitou a manifestação da vontade de Deus e sujeitou-se a Seu propósito, mesmo sob risco de sua integridade moral e física.

C) Simplicidade: Ao falar de humildade não se refere ao contraste do orgulho, mas de sua condição ante a face do Senhor e sua condição de vida.

D) Dependência: "Meu Salvador" é expressão significativa e indica sua dependência de Deus quanto à sua redenção, salvação e resgate de sua condição de pecadora como todos os demais seres humanos. Outras posturas e atitudes poderiam ser apresentadas nesta meditação, com o fito de justificar e fundamentar a merecida, devida e justa designação de Maria como bem-aventurada. Façamos nós protestantes, ainda hoje, coro com todas as gerações passadas e vindouras, neste tempo de Natal e em todos os outros, reconhecendo e honrando a mãe de nosso Salvador, chamando-a: Maria; bem-aventurada.

Deus nos abençoe e ajude.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 14 de dezembro de 2008

BEM-AVENTURADO (14)

ANO LXVI - Domingo, 14 de dezembro de 2008 - Nº 3294

BEM-AVENTURADO ( 14 )
"Bem-aventurado o povo a quem assim sucede!" Sl 144:15

Pode-se perceber, facilmente, que esta bem-aventurança não se liga a uma pessoa, mas ao conjunto social por elas formado, a saber um povo ou nação.

Claro que nossa perspectiva protestante é, essencialmente, individualizante e individualizada. Nossa percepção de social, coletividade ou comunidade é pequena. A relação com Deus (salvação, esperança, fé, etc), está sempre focada no individual. O comunitário, quando ocorre, é apenas o somatório dos individuais.

O salmista apresenta uma figura em que a ênfase da bem-aventurança não é o indivíduo, mas o povo, fugindo à percepção do estreitamento personalístico da beatitude. Nós–povo, não apenas eu–indivíduo. De que fala o escritor? A que se refere? Qual o conteúdo da beatitude? Se lermos apenas o verso 15 (a), não entenderemos. É preciso, portanto, ler os versos anteriores, onde são apresentadas manisfestações de vitória, triunfo e sucesso. A vida familiar, agrícola-pastoril, comercial e sócio-política são enfatizadas nessas linhas do salmo, como fruto da ação graciosa e misericordiosa do Senhor. De fato, não há como negar que ao povo a que tais circunstâncias sucedem, a graça comum de Deus se manifesta e tal povo pode ser visto como abençoado. Não se trata aqui de pensar que toda esta gente (nação) seja salva. A ênfase é no aspecto sócio-político-econômico, visto aqui como elemento indicativo da ação benfazeja de Deus.

Nós, como igreja, somos alvo dessa bênção, mas desejamos e oramos para que isto se estenda sobre nós brasileiros, na condição de povo.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 7 de dezembro de 2008

BEM-AVENTURADO (13)

ANO LXVI - Domingo, 07 de dezembro de 2008 - Nº 3293

Bem-aventurado ( 13 )
"Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho..." (Salmo 119:1)

Diante de nós encontra-se mais uma promessa e ao mesmo tempo um repto ou desafio: a bem-aventurança ligada ao exercício de uma tarefa muito difícil.

O assunto desta beatitude é ser irrepreensível, o que gera em todos nós uma postura de reserva ou retraimento. É comum ouvirmos de nós mesmos que somos repreensíveis ou, de outro modo, que não somos irrepreensíveis. Mas, é interessante como nos tomamos de brio quando outra pessoa diz isto de nós e a nós. Nós somos repreensíveis, mas não gostamos de ouvir isto de forma pessoal e direta.

O salmista deixa claro que é bem-aventurado aquele que é irrepreensível em seu caminho, ou seja, em seu viver. A pergunta é esta: quem será alvo desta glória? Não parece uma pergunta de resposta fácil, dada a condição pecaminosa e corrupta da raça humana. Neste sentido absoluto, ninguém pode ser bem-aventurado, já que todos somos pecadores e pecamos.

O que nos resta então? Claro está que a resposta é dada na seqüência do texto: "... que andam na lei do Senhor". Portanto, trata-se de andar em conformidade com a diretriz de Deus, dentro da condição humana da qual participamos na contingência em que nos vemos inseridos. Diante do Senhor sempre seremos repreensíveis, mas ante os homens devemos ser irrepreensíveis por andarmos (vivermos) de conformidade com os ditames da Lei do Senhor.

É grande este desafio de andarmos irrepreensivelmente, mas podemos fazê-lo, pela graça de Deus, diante dos olhos humanos, com um padrão de comportamento e com ética governados pela Palavra de Deus, a Lei do Senhor.

Que não tenhamos do que nos envergonhar diante dos homens quanto ao nosso viver, sendo coroados por Deus com esta bendita declaração: bem-aventurados sois.

Deus assim nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 30 de novembro de 2008

BEM-AVENTURADO (12)

ANO LXVI - Domingo, 30 de novembro de 2008 - Nº 3292

BEM-AVENTURADO ( 12 )
" Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor e se compraz nos seus mandamentos" (Sl.112:1).

As palavras podem ter mais de um sentido em seu uso e nos trazer alguma dificuldade quanto ao seu entendimento. Uma delas é o verbo temer e seus derivados. Ao se falar em temer ou temor, nos vem a idéia de medo e pavor. É claro que tais idéias estão ligadas ao temor, mas em nosso texto não se trata deste medo, mas, sim, de respeito e acatamento com reverência.

A beatitude aqui está ligada ao respeito e à reverência para com o Senhor, em obedecê-lo e viver Seus preceitos e mandamentos. O final do verso é claro neste sentido ao dizer: "se compraz em seus mandamentos". O temor ao Senhor está , pois, ligado ao prazer em obedecer Sua vontade e cumprir Seus mandamentos.

Vê-se, mais uma vez, que a questão não é de falar : "Ah eu sou temente a Deus" e não cumprir a vontade dEle, mas de viver e praticar Seus ensinos e ordenações, porque o Evangelho não é palavrório , mas realização; não é intenção, mas atitude correta.

Pode-se notar que a partir do verso 5 o salmista alinha uma série de ações que evidenciam a bem-aventurança de temer ao Senhor. A relação é clara: se você teme ao Senhor, então é bem-aventurado e isto porque assume as atitudes apontadas no texto integral deste salmo 112. Consito os irmãos a lerem todo o salmo para descobrirem que o temor a Deus não é sentimento , mas prática, ação.

É preciso destacar, no entanto, que a bem-aventurança diante do Senhor, pode custar caro na relação com a estrutura que se opõe ao próprio Deus. A reação do perverso, ou seja, do que não teme a Deus será de revolta e indignação , não se conformando com este modo de ser do piedoso temente a Deus. Não se deixe abater com esta reação. Continue firme, pois a sua justiça haverá de permanecer para sempre, enquanto o desejo do perverso perecerá. De fato, bem-aventurado aquele(a) que teme ao Senhor. Aleluia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de novembro de 2008

BEM-AVENTURADO (11)

ANO LXVI - Domingo, 23 de novembro de 2008 - Nº 3291

Bem-Aventurado ( 11 )
"Bem-aventurados os que guardam a retidão..." (Salmo 106:3)

A expressão de beatitude está no plural, indicando que todos os que assim procedem, estão debaixo de seu alcance. Tal bem-aventurança se vincula ao exercício da retidão ou integridade. É mister notar que a sequência do verso nos leva a perceber que a retidão não se encontra "solta" ou desvinculada de balizamento, antes sua ligação se faz com o conceito de prática da justiça.

Neste sentido a retidão existe como expressão do exercício da justiça, ou seja, não estar em falta quanto a coisa alguma. A idéia de justiça (sobretudo no Novo Testamento) se liga a uma palavra cujo sentido é de não "haver vazio ou lacuna". Pode-se ter como exemplo uma parede onde os tijolos são sobrepostos e ligados por argamassa, não ficando nenhum vazio entre eles. Isto é justiça; não ficar faltando nada. Isto é retidão; não ficar desvio nenhum.

Uma das figuras usadas na Bíblia, pelos profetas, era o prumo. Este instrumento serve, até hoje, nas construções para verificar a retidão das paredes, se estão ou não inclinadas ou com desvios. Esta figura se aplica à vida cristã e aponta o fato de que nosso viver não pode ter desvios ou tortuosidades.

Nestes dias de tanta injustiça e falta de retidão, inclusive dos que devem ser exemplos de tais posturas, faz-se imperativo que os cristãos evidenciem a retidão, mais do que falar sobre ela. Não se trata apenas da esfera política, onde ficamos, às vezes, enojados e revoltados com a injustiça e falta de retidão, mas os arraiais religiosos vão se tornando palco de tal forma de comportamento, mesmo no ambiente evangélico-protestante. As vidas duplas com fachada de aparência e ostentação no ambiente da comunidade cristã, no entanto, com desvios e tortuosidades a fazer corar de vergonha a Igreja de Cristo e manchar o Nome do Senhor. Já nos falava o apóstolo Paulo: "o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa" (Rm.2:24), citando o profeta Isaías em seu livro de profecias (Is.,52:5).

Sejamos bem-aventurados andando em retidão e justiça, honrando o nome de cristão, ou então, por questão de justiça, deixe de chamar-se cristão.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de novembro de 2008

BEM-AVENTURADO (10)

ANO LXVI - Domingo, 16 de novembro de 2008 - Nº 3290

Bem-aventurado ( 10 )
"Bem-aventurado o homem, Senhor, a quem repreendes" (Sl.94:12)

Pode-se dizer, diante deste texto, que há bem-aventuranças das quais não queremos participar e que não desejamos ter sobre nossa vida. Esta é uma delas. Pensar em bênção associada à repreensão não é comum, principalmente nestes dias de ufania e triunfalismo barato no meio evangélico, onde as dificuldades, lutas, provações e tribulações são vistas como manifestações de falta de fé.

O salmista tem uma visão confrontante com a que se propala hoje em muitos setores religiosos. É preciso coragem para dizer que repreensão é bem-aventurança. É estar na "contra-mão" da moda religiosa, já que esta ensina que é tudo serenidade, alegria, tranquilidade e descanso. Ser repreendido significa ser admoestado pelo fato de estar fora da direção adequada dada pelo Senhor. O salmista liga a bem-aventurança da repreensão ao ensino da lei (Palavra de Deus) à pessoa. A repreensão faz com que a lei seja aplicada e a correção se verifique. Quem está sem correção (repreensão) encontra-se em uma situação de risco, no mínimo.

O escritor da Carta aos Hebreus faz coro com o salmista e afirma: "que filho há que o pai não corrige?" (Hb.127). Ele entende o privilégio da disciplina ou repreensão para crescimento e amadurecimento em relação ao conhecimento da vontade de Deus. Estar sem repreensão ou sem disciplia signifca estar fora da manifestaçõa graciosa do Senhor: "Se estais sem disciplina ...não sois filhos"(Hb.12:8).

Estes textos bíblicos soam deslocados e desconectados da realidade que nos cerca neste universo religioso do "cor de rosa" e "azul anil". Não se pode falar em disciplina, repreensão, correção, admoestação pois afasta as pessoas, espanta os "clientes", já que a ênfase é "vender o produto mais agradável" e de modo atrativo, com palavras doces, pois a vida já é por demais dura.

Ser repreendido pelo Senhor é também expressão de bem-aventurança, pois ficam claros Seu amor e interesse para conosco , a fim de nos levar a conhecer Sua Lei e Vontade, que são sempre o melhor para nós (Rm.12:2). Regozijemo-nos nesta bem-aventurança, mesmo que possa ser duro de suportá-la, pois certamente ela se manifesta para a glória de Deus e nosso maior bem.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 9 de novembro de 2008

BEM-AVENTURADO (9)

ANO LXVI - Domingo, 09 de novembro de 2008 - Nº 3289

Bem-aventurado (9)
"Bem-aventurado, Senhor, os que habitam em tua casa" (Salmo 84:4)

No boletim anterior foi lembrada a bem-aventurança daquele a quem o Senhor escolhe. Agora vemos que aquele a quem Deus escolhe tem o privilégio de habitar na "casa do Senhor".

O salmista usa algumas palavras para expressar o sentido de local de habitação, todas ligadas à idéia de presença do Senhor: tabernáculos, átrios, altares, casa. São palavras distintas que traduzem uma única idéia, ou seja, a de presença do Senhor, lugar onde se pode ter comunhão com o Senhor, por ser lugar onde "Ele habita".

Claro que após o advento de Cristo e Seus ensinos a noção de lugar de habitação de Deus sofre modificação, e já não se tem mais esta projeção de geografia limitada do sagrado e da presença de Deus. Todos os lugares são sacralizados e se tornam "locus" (local) de adoração e comunhão com Deus.

Ainda que se tenha esta idéia posta no Novo Testamento, deve-se entender que no salmo mencionado, não se pode pensar apenas em lugar físico ou geográfico(templo, Jerusalém, etc), mas em algo mais amplo, abrangente e transcendente. Fala-se de lugar "onde fazer o ninho", habitar e louvar "perpetuamente", com forte indicação de permanência e perenidade. Esta idéia não se liga apenas ao tabernáculo (móvel) e ao templo(fixo), mas a algo superior e mais sublime: a habitação de Deus. De fato bem-aventurados os que habitam em "Tua casa", pois não se trata do templo, já que ninguém ali habitava, mas apenas entravam e saíam. Trata-se da habitação eterna, na linguagem poética, muito bem posta no salmo 23: "habitarei na casa do Senhor para todo o sempre". É sobre isto que o salmista fala: céu.

A beatitude ou bem-aventurança se dá pelo fato de podermos ter certeza de que "habitaremos" para sempre na "casa do Senhor". Por isso não há lugar mais seguro, mais indicado, mais feliz, mais ditoso, mais precioso e melhor para "fazer seu ninho" ou colocar sua vida, que o "lugar de habitação de Deus". Isto é possível somente se você receber a Cristo Jesus em Sua vida como seu salvador e senhor, aceitando-O pela fé e o sacrifício que Ele fez na cruz em seu lugar e a seu favor. Que você seja também um bem-aventurado por viver na "casa de Deus".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de novembro de 2008

BEM-AVENTURADO (8)

ANO LXVI - Domingo, 02 de novembro de 2008 - Nº 3288

BEM-AVENTURADO ( 8 )
"Bem-aventurado aquele a quem escolhes" ( Salmo 65:4)

Nos limites das regras de interpretação bíblica (hermenêutica), tem-se assentado que os livros poéticos não são adequados para formular e estruturar doutrinas, nem que seja apropriado firmar doutrina em um versículo bíblico isolado do todo. Assim, não se poderia, nem se deveria utilizar este texto para sustentar a doutrina da eleição. Evidentemente que o texto aqui apontado faz referência ao fato de haver uma bem-aventurança grandiosa em relação àquele que é escolhido pelo Senhor.

A Escritura Sagrada fala, em vários e muitos lugares, sobre este aspecto da ação de Deus em escolher, eleger e predestinar, sendo impossível fugir ao fato desta afirmação clara na Bíblia. As interpretações sobre o entendimento do que seja tal escolha ou eleição, podem variar e variam.

Em nosso texto o salmista afirma que é bem-aventurado aquele a quem Deus escolhe. Pode-se ver que é uma ação de Deus a de escolher. É moção de Deus e não fruto do agir do que é abençoado. Não é por ser bem-aventurado que é escolhido, mas torna-se bem-aventurado pelo fato de ser escolhido. É manifestação livre da graciosa vontade do Deus soberano fazer com que seja experimentada por tal pessoa, Sua salvação e a comunhão com Ele.

O texto, na sua sequência, aponta o fato de que tal pessoa foi escolhida e assim aproximada do Senhor, levada à comunhão com Ele, à vivência com o Senhor que a escolheu. A comunhão com Deus, fruto da escolha de Deus, se manifesta no âmbito da habitação de Deus que, no Antigo Testamento, se vinculava mais fortemente ao templo. A bem-aventurança ocorre, então, pelo fato de ser a pessoa escolhida, aproximada dAquele que a escolheu e levada a assistir (participar) nos átrios (lugar do templo) da habitação de Deus. Escolhido(a) para a salvação, para a comunhão e para o serviço.

Alegremo-nos por este privilégio de sermos bem-aventurados, escolhidos por Ele para esta santa comunhão.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 26 de outubro de 2008

BEM-AVENTURADO (7)

ANO LXVI - Domingo, 26 de outubro de 2008 - Nº 3287

BEM-AVENTURADO ( 7 )
" Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o Senhor o livra no dia do mal"

É estimulante olhar o que o salmista fala na sequência deste versículo inicial do salmo. Há um número expressivo de promessas e de manifestações amoráveis do Senhor para com o que assim procede.

É claro que não se deve buscar esta bem-aventurança pelos efeitos dela decorrente, ou pelos resultados apontados pelo salmista nos versos 2 e 3. No entanto, o Senhor Se envolve com promessas para com aquele que assim se comporta, não pelos resultados , mas pelo fato em si e que é demonstração do caráter cristão regenerado.

O fato principal realçado pelo salmista é a relação que se estabelece com o necessitado. Esta figura sempre existirá ao nosso redor. Não há como não existir necessitado. Talvez não necessite provisão material imediata, ou sustento físico de alimento. Entretanto, certamente haverá alguma forma de necessidade. É possível que seja necessidade afetiva, carência emocional ou de companhia devido à solidão existencial na qual está mergulhada tal pessoa. Nossas carências-necessidades são muitas e variadas. O próprio salmista diz : "eu sou pobre e necessitado..."( Sl.40.17). Ora quem fala é o rei Davi, homem poderoso, rico, saudável, famoso, mas, também, necessitado. Bem-aventurado aquele que acode ao que tem alguma necessidade. Acudir nem sempre é fácil ou tranquilo. Envolve muito mais do que dar algo e ver-se livre do que é carente. Aliás há quem imagina que isto seja socorrer. Isto é, na verdade, "só correr", ou seja, você dá algo para ver-se livre do outro o quanto antes. Socorrer implica a idéia de envolver-se, solidarizar-se, compadecer-se. Dar o prato de comida, algum dinheiro para alimento ou remédio é um modo de socorro, mas a bem-aventurança envolve a solidariedade para com o que tem a necessidade, além do mero ato de lhe dar alguma coisa material. Em Cristo vemos o que seja socorrer e, por conseguinte, o que é ser bem-aventurado. Que sigamos o exemplo de nosso Senhor e sejamos igualmente bem-aventurados por acudirmos ao necessitado.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 19 de outubro de 2008

BEM-AVENTURADO (6)

ANO LXVI - Domingo, 19 de outubro de 2008 - Nº 3286

Bem-aventurado (6)
"Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança" (Sl.40:4)

O contexto imediatamente anterior ao verso 4, nos fala da situação vivida pelo salmista. Sua experiência fôra extraordinária em termos da manifestação portentosa de Deus em resgatá-lo. Sua condição era de alguém chafurdado, atolado na lama e no lodo. Mas, a mão poderosa do Senhor o alcançou e o resgatou, tirando-o do meio movediço onde estava, dando-lhe a firmeza sobre a rocha.

Esta realidade de resgate e transformação operada pelo Senhor, levou o cantor sacro a louvar a Deus e reconhecer Seu poder, glória e misericórdia. Ele entendeu que toda a ação libertadora e restauradora repousava tão somente na vontade e poder de Deus. A impossibilidade de resgatar-se ficara clara para ele e, portanto, sua declaração é objetiva e precisa: "Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança".

Esta expressão nos remete ao profeta Jeremias que , em certo modo, reflete a mesma postura do salmista quando afirma: "Bendito o homem que confia no Senhor" (Jr.17:7). Assim como o salmista entendera que não poderia confiar em si mesmo para seu resgate, de igual modo o profeta enfatiza: "maldito o homem que confia no homem"(Jr.,17:5). Nesta afirmação de Jeremias temos a tendência de pensar no outro homem (ser humano). Isto é verdade. Mas, a extensão deste ensino não está direcionada apenas ao outro, mas também a mim. Assim, maldito aquele que confia em sua própria força humana, em sua capacidade, bondade e virtude. Maldito é aquele que confia em si mesmo, em contraste com aquele que deposita no Senhor sua confiança.

A arrogância humana faz com que busquemos em nós o socorro e depositemos nossas esperanças em nossos restritos recursos. Daí o salmista (como Jeremias) dizer que a bem-aventurada confiança no Senhor é contrastada com a desdita ou infelicidade de pender ou inclinar-se para os arrogantes.

Deixemos de lado a prepotência e sobranceria humanas e confiemos com humildade no Senhor e na manifestação de Sua bondade, poder e graça, sendo assim chamados, mais uma vez, bem-aventurados.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 12 de outubro de 2008

BEM-AVENTURADO (5)

ANO LXVI - Domingo, 12 de outubro de 2008 - Nº 3285

Bem-aventurado ( 5 )
"Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada e cujo pecado é coberto" (Salmo 32:1).

Que consolação, que segurança, que certeza, que bênção! O salmista faz esta afirmação que nos leva a descansar e transbordar de alegria o nosso interior. De fato, poder desfrutar esta certeza é algo sublime e maravilhoso.

Há aspectos vários na recepção desta palavra de bem- aventurança. A pessoa que desfruta desta convicção tem a possibilidade de ver resolvidos seus dramas e conflitos interiores gerados pela percepção da culpa. Ao ouvir esta palavra e dela se apropriar, tem seu espírito aliviado de sua dor aflitiva, pois sabe que já não lhe pode pesar mais nenhuma cobrança visto que sua iniqüidade já foi perdoada. Neste sentido a esfera emocional é alcançada por esta bênção e experimenta o descanso.

Quando pensamos que o rei Davi foi quem escreveu este texto, lembramo-nos que também o aspecto social é alcançado por esta bem- aventurança. Seu pecado foi coberto. Percebamos que não está mais encoberto. O pecado foi assumido como tal, confessado e tratado com arrependimento. O que era encoberto e gerava angústia e fazia adoecer, foi descoberto, ou seja, confessado, vindo a ser coberto, isto é, estar sob a ação perdoadora de Deus, mediante o sangue derramado para a remissão da iniqüidade e restauração do penitente. A restauração social é um efeito do perdão do pecado.

Além do mundo emocional e social, vemos que esta palavra do salmista traz-nos uma consolação sem comparações, já que nos garante a felicidade por termos nossas iniqüidades perdoadas. O sentido desta afirmação extravasa os limites do emocional e do social, alcançando as raias do espiritual e do eterno. Não há mais sobre mim a pena de condenação eterna, não mais pesa sobre mim o fardo da aflição perpétua longe da graça e da consolação do Senhor. O apóstolo Paulo afirma, juntando-se ao salmista: "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8:1). A consciência de que a iniqüidade foi perdoada é geradora de paz eterna. Louvado seja o Senhor.

Nosso pecado confessado e abandonado, do qual nos arrependemos, está coberto pelo sangue de Jesus "que nos purifica" (I João 1:7). Por isso, bem-aventurado o que assim crê e que disto se apropria.

Deus seja louvado.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 5 de outubro de 2008

BEM-AVENTURADO (4)

ANO LXVI - Domingo, 05 de outubro de 2008 - Nº 3284

Bem-aventurado ( 4 )
"Bem-aventurados todos os que nEle se refugiam" (Salmo 2:12)

Refúgio, abrigo, guarida, amparo, proteção. Todas estas palavras estão ligadas a uma das mais profundas necessidades vivenciadas pelo ser humano; a segurança.

Aqueles que vivenciaram a experiência aflitiva da incerteza e da instabilidade, sentindo-se sem o conforto do amparo e vieram a alcançar lugar de estabilidade e segurança, entendem a profundidade e o sentido desta bem-aventurança.

A bênção se manifesta não só pelo fato de nEle termos abrigo e ser Ele o nosso Refúgio (Salmo 46), mas, também, de ser este um lugar onde verdadeiramente encontramos consolo e regozijo. É preciso que se tenha esta percepção, posto haver quem encontre lugar de refúgio, mas tal local não é de bem-aventurança, é, ao contrário, gerador de maior ruína na vida daquele(a) que ali se "esconde" ou se abriga.

Analisem e vejam quantos se "refugiam" no álcool com o intuito de "afogar" suas mágoas e decepções. Quantos há que buscam refugiar-se na medicação que nada mais é (neste caso) que um "ponto de parada" de sua fuga frenética e doentia? Pensem nos que se afundam nos vícios por vislumbrarem nas drogas um refúgio e lugar seguro contra suas angústias. Sim, há coberturas que não cobrem, há abrigos que não abrigam, há proteções que não protegem, há agasalhos que não agasalham, e tantos são os que desditosamente estão se ligando a estes ineficazes refúgios, tornando-se cada vez mais escravizados à infelicidade. Tenha deles misericórdia o Senhor nosso Deus!

Bem-aventurados somos nós e todos quantos conhecem e se refugiam no Senhor Jesus, Aquele que é "socorro bem presente nas horas das tribulações" (Salmo 46:1).

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 28 de setembro de 2008

BEM-AVENTURADO (3)

ANO LXVI - Domingo, 28 de setembro de 2008 - Nº 3283

Bem-aventurado ( 3 ) – Salmo 1: 2

Falamos sobre aquele que é bem-aventurado nos moldes do verso 1 deste salmo, sob um enfoque do deixar de fazer. Agora a bem-aventurança se reveste do aspecto do fazer.

A manifestação de beatitude ocorre pelo fato de meditar na Palavra do Senhor (Sua Lei) de dia e de noite. Tal figura não pode nos conduzir ao erro de pensar que tal pessoa se põe a ler a Bíblia o tempo todo em todos os seus dias. A idéia de constância ou permanência na vinculação à Lei do Senhor, ocorre no meditar.

Em contraste com a situação expressa no verso 1, a direção da vida deste piedoso se dá pela observância dos princípios na Lei do Senhor. Meditar tem o sentido de refletir, pensar, analisar com profundidade e vagar. É um processo que deve estar presente em nosso viver permanentemente. A influência da Palavra deve permear toda a estrutura de minha vida.

O exercício do constante meditar não se torna entediante ou fastidioso ao que assim se porta, antes é motivo de prazer e satisfação. Há, em seu coração, manifestação de regozijo e nisto, de fato, se alegra. Seu caminhar não é dirigido pelo mero instinto, muito menos pelas diretrizes oferecidas pelos ímpios, mas transborda de felicidade por saber que está caminhando em consonância com as determinações do Senhor.

Pode-se perceber que ocorre uma constante interação, pois tem prazer e medita e meditar trará prazer, que levará ao desejo de meditar. Neste processo cíclico o piedoso será sempre considerado bem-aventurado.

Sejamos bem-aventurados por meditarmos dia e noite na Palavra do Senhor.

Que Ele nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 21 de setembro de 2008

UM TESOURO INESTIMÁVEL

ANO LXVI - Domingo, 21 de setembro de 2008 - Nº 3282

UM TESOURO INESTIMÁVEL – A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Buscar um tesouro é sempre o desafio que vemos nas inúmeras estórias ou nos filmes de aventura. O tesouro é o prêmio conquistado por aqueles que mais se esforçaram, se dedicaram e o alcançaram. Porém, hoje, queremos ressaltar um tesouro valiosíssimo e que, ao mesmo tempo, exige que cuidemos bem dele: A Escola Biblica Dominical. Este tesouro foi-nos deixado por aqueles que amam a Palavra de Deus e desejam que ela seja a luz para o caminho de tantas pessoas, que ainda estão caminhando nas trevas.

No entanto, a maioria dos cristãos, hoje, não tem zelado, nem dado a devida importância à Escola Dominical, desprezando assim uma das ferramentas poderosas que a Igreja tem para o crescimento no conhecimento da Palavra de Deus.

1. A Escola Bíblica Dominical é um grande e inestimável tesouro, pois seus ensinamentos alcançam todas as idades.

Desde a mais tenra criança ao mais idoso entre os irmãos, a Escola Biblica Dominical tem um ensinamento capaz de ajudar ao crente a ser mais fiel, mais comprometido e desenvolver sua fé. Todos têm a oportunidade de conhecer mais ao Senhor e de se aprofundar na riqueza da Sua Palavra.

2. A Escola Biblica Dominical é um grande e inestimável tesouro, pois prepara o crente para o tempo presente.

Em dias tão conturbados como os dias atuais, onde o "errado" é avaliado pela maioria como "certo", onde a justiça é torcida favorecendo a proliferação do mal, onde o pecado não é tomado, necessariamente, como infração contra Deus, é pertinente que aprendamos o que a Palavra de Deus nos ensina. A Escola Dominical é o espaço onde podemos debater sobre todos estes assuntos à luz das escrituras e assim, aprender e colocar em prática uma forma ética e coerente de vida. Ela prepara o crente para enfrentar, com fé, as lutas presentes e a ser uma referência em seu viver diário.

3. A Escola Biblica Dominical é um grande e inestimável tesouro, pois também prepara o crente para a vida eterna.

Em nossos dias proliferam os espaços onde algum tipo de ensinamento é dado. Mas, a Escola Dominical prepara o crente para além da morte. Isto mesmo! Nenhuma escola se preocupa em ensinar sobre a vida eterna, sobre a doutrina das últimas coisas, ressurreição dos mortos julgamento final etc. A Escola Dominical em suas classes, enfatiza todas as verdades bíblicas, e é este o fator que faz diferença no preparo para a vida eterna. O crente se alimenta dominicalmente destas verdades e aprofunda as raízes de sua fé.

A Igreja Presbiteriana de Vila Mariana, desde as suas origens deu lugar de honra à Escola Biblica Dominical por crer que ela é um canal que traz crescimento espiritual e comunhão. Não deixemos de participar destes agradáveis momentos! Devemos mostrar aos nossos filhos que ela é um tesouro de grande valor e também podemos divulgar quão importantes são seus ensinamentos para a nossa vida espiritual.

Rev. Cornélio Caldeira Castro

domingo, 14 de setembro de 2008

BEM-AVENTURADO (2)

ANO LXVI - Domingo, 14 de setembro de 2008 - Nº 3281

Bem-aventurado (2) – Salmo 1:1

O mais devocional de todos os livros da Bíblia começa com esta expressão de bem-aventurança, enchendo de alegria os ouvidos e o espírito dos que lêem. É uma palavra de bálsamo, alento e conforto. Em que consiste esta bem-aventurança com a qual é aberto este livro bíblico? Alguns elementos integram a globalidade desta bênção ou graça. Vejamos:

1) Não andar conforme o ensino dos ímpios. Desde o início dos tempos há sempre aqueles que querem nos "dar conselhos". É claro que muitos são úteis, bons e aceitáveis. No entanto, nem toda orientação ou conselho é adequado. Os que não se coadunam ou se firmam na palavra do Senhor, devem ser rejeitados, pois são ímpios, ou seja, não pios ou não piedosos. Não são o reflexo do querer de Deus.

2) Não se deter no caminho dos pecadores. É claro que o salmista não nos fala de andar por uma estrada ou caminho literais. O ímpio anda por determinado caminho, ou seja, o ímpio manifesta um padrão de comportamento constituído de certas manifestações de caráter e postura não éticos. Este é o sentido de não se deter neste caminho. Não partilhar dele, não comungar com ele, não imitá-lo, não reproduzi-lo, não vivenciá-lo. A bem-aventurança está em sair e se afastar deste caminho.

3) Não se assentar na roda dos escarnecedores. Interessante que ainda hoje usamos a expressão "rodinha". Claro que nem sempre é em sentido nocivo, e significa, comumente, um ajuntamento com propósito de conversar. Não é repressão ao riso, gargalhada ou manifestação de hilaridade. Aqui se trata de manifestação de escárnio, zombaria e motejo em relação ao que seja puro, lícito, nobre, decente, tornando-se inadequado ao que conhece e ama ao Senhor.

Embora a formulação esteja em forma negativa (não), a essência é positiva em sua manifestação, já que tais atitudes de abstinência nos fazem obedecer a diretriz e vontade de Deus quanto à nossa santificação, que consiste primeiro em deixar o erro e depois fazer o certo, deixar o pecado e praticar a virtude. Deixemos de ouvir o ímpio, saiamos de seu caminho e afastemo-nos de suas "rodas", a fim de sermos chamados de bem-aventurados.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 7 de setembro de 2008

BEM-AVENTURADO (1)

ANO LXVI - Domingo, 07 de setembro de 2008 - Nº 3280

Bem-aventurado ( 1 )

Daremos início, com esta mensagem, a uma série de pastorais cujo tema é a expressão que encima esta página. Serão feitas abordagens de várias passagens em que tais palavras aparecem, desenvolvendo as idéias ligadas ao conceito da felicidade ou bem-aventurança para aqueles que estão integrados ao Reino de Deus.

Assenta-se, desde já, que nem todas as passagens em que tal expressão consta serão tratadas, mesmo porquê, às vezes, as traduções poderão não coincidir e nossa versão em português não aprentar "bem-aventurado". A substituição por "bendito" fará com que determinado texto não seja alvo de nossa abordagem ou meditação. É natural imaginarmos que apenas as bem-aventuranças constantes dos evangelhos serão aquelas a serem tratadas nesta série. De fato o serão. Mas, há muitas outras ocorrências de tais palavras nas

Escrituras e muitas delas no Velho Testamento. Isto é digno de nota por se pensar que o Livro da felicidade é o Novo Testamento e que o Antigo é apenas um amontoado de manifestações de ira, declarações de juízo, proclamação de castigos e maldições. Esta idéia falsa deve ser rejeitada, pois, como será visto, o Velho Testamento é, também, lugar da manifestação de bênçãos preciosas e de declaração de muitas bem-aventuranças.

O sentido destes termos é o de bendito, abençoado, feliz, ditoso, faustoso, venturoso e outros. É comum no inglês a tradução ser: "abençoado". Penso ser este o melhor sentido e é com o qual estas mensagens serão vinvuladas. Não será usado "feliz", pelo fato de que felicidade é um "estado de espírito", e muitos entendem que possa ser gerado pelo indivíduo, ou seja, ele é responsável por sua geração. Isto é, ele é competente por se fazer ser feliz.

O conceito de bem-aventurado (ligado a ventura) está vinculado à ação de outro que propicia tal situação, ou seja, a bem-aventurança é manifesta na vida do indivíduo por ação de outro e não dele próprio. Sua participação em sujeitar-se a certas determinações e assumir certos padrões não fazem "brotar" a bem-aventurança, mas são fatores pelos quais poderá haver a "outorga" ou dádiva da bem-aventurança. Assim, esta não é obra de esforço humano, mas fruto da ação dadivosa de Deus.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 31 de agosto de 2008

AS OLIMPÍADAS E AS MISSÕES

ANO LXVI - Domingo, 31 de agosto de 2008 - Nº 3279

AS OLIMPÍADAS E AS MISSÕES

"...Correi de tal maneira que o alcanceis". – I Coríntios 9:24b

O mês de agosto de 2008 foi marcado pelas Olimpíadas de Pequim. Também, este é o mês em que nós, Presbiterianos, celebramos o mês das missões. As Olimpíadas nos deram um espetáculo fantástico de luzes e cores em sua abertura e uma mostra do esforço e preparação dos atletas quebrando os recordes mundiais. As Missões exigem de nós, Igreja de Cristo, muita preparação e esforço para que haja um espetáculo de Luz e cor na vida daqueles que ainda não estão correndo a Carreira Cristã. Quando o apóstolo Paulo fez este paralelísmo entre a carreira cristã e um atleta persuadindo-nos a "correr de tal maneira" para alcançar o prêmio, ele coloca numa "olimpíada espiritual" a todos os crentes no Senhor Jesus. Por isto, faremos um paralelo entre as Olimpíadas e as Missões tendo em mente duas lições práticas para nossa vida cristã.

1. O atleta se esforça e dá o máximo de si. Assim como o atleta se esforça para conquistar o primeiro lugar naquela modalidade esportiva, nossa vida cristã tem que ser marcada pelo esforço e abnegação, constante, na carreira cristã. Igualmente a um atleta vitorioso, nós só alcançaremos a vitória se dedicarmos tempo no exercício da fé cristã. Em Hebreus, capítulo onze vemos muitos exemplos de irmãos nossos que, no passado, se esforçaram e mostraram a glória de Deus nas mais diferentes situações e até em meio a terríveis atrocidades. Em contrapartida, muitos crentes são vencidos pela debilidade, pelo desânimo, pelas pressões externas, pois não se esforçam no exercício diário da Palavra de Deus e da oração e como conseqüência, não podem fazer diferença nem mostrar a glória de Deus hoje.

2. O atleta não vencerá se estiver sozinho. Às vezes, nossos olhos se enchem de lágrimas, ao ver um atleta alcançando a vitória e mostrando a medalha ao final de sua luta. Porém, para que ele chegasse ao ponto mais alto do pódio, foi necessário um árduo trabalho em equipe; muitos estiveram respaldando-o no patrocínio, como técnicos, auxiliares etc. Da mesma forma, na corrida "missionária" nós temos que respaldar aqueles que estão dispostos a dar o máximo de si para que nações ainda não alcançadas pelo evangelho possam conhecer a Jesus nosso Senhor e salvador. A vitória não será somente daquele que foi enviado, mas de todos. A Igreja se envolveu e esteve intercedendo e contribuindo para que a glória de Deus fosse refletida naquele lugar.

Irmãos, "...Corramos com perseverança a carreira que nos está proposta"! Isto é, devemos nos esforçar ao máximo para estar preparados e firmes, ao mesmo tempo, levando aos outros a mensagem de salvação.

Que Deus nos ajude a compreender isto.

Rev. Cornélio Caldeira Castro

domingo, 24 de agosto de 2008

TEMER AO SENHOR (21)

ANO LXVI - Domingo, 24 de agosto de 2008 - Nº 3278

Temer ao Senhor XXI - Levítico 19: 33-34

O assunto ligado a este versículo é o da chamada xenofobia. Trata-se de uma palavra composta e de origem grega, cujo sentido é: aversão pelo estrangeiro. Este era um problema sério naqueles dias do mundo antigo. Um estrangeiro poderia significar uma ameaça à cidade e ao país, pois era comum a presença de espiões com o propósito de descobrirem as debilidades da defesa da cidade, os lugares mais vulneráveis e coisas deste tipo.

As leis internacionais e as leis de soberania nacional evoluiram e têm tratado da questão da presença do estrangeiro, seja como turista (visitante), como trabalhador imigrante, estudante e outros. Percebe-se, cada vez mais, que a legislação restringe a presença dos estrangeiros e dificulta a entrada deles no país. Vimos que o Reino Unido propôs o absurdo de ter agentes em nosso território para "filtrar" os que para lá desejam viajar. A xenofobia está se tornando cada vez mais forte e a intolerância (veja a França ) com estrangeiros é crescente.

Neste ambiente de "globalização" falar em barreira geográfica, étnica, linguística ou cultural, parece sem sentido. No entanto, embora cada vez mais próximos nesta "aldeia global", estamos mais aferrados ao nosso espaço vital e lugar de sobrevivência, vendo com desconfiança os estrangeiros e, como se costumava dizer, forasteiros. Poder-se-ia dizer que no Brasil isto é diferente. Claro que somos uma nação miscigenada, mas esta visão romântica de "mistura" vai perdendo seu verniz e a realidade vai se impondo. O desafio é grande para nós cristãos; receber o estrangeiro e tratá-lo com amor como a nós mesmos. Nossa tendência é o oposto e a exortação é para que seja evitada a opressão ou exploração . A sinalização é para que nos vejamos na dimensão também de estrangeiros. A Israel caberia lembrar-se de seu tempo de estrangeirice (e escravidão) no Egito; a nós cristãos, hoje, nos resta lembrarmos que também somos "peregrinos e estrangeiros" nesta terra (seja em qual solo for). Assim como desejamos ser tratados gentilmente nesta condição de estrangeiros, devemos nós, por temer ao senhor, tratar com gentileza aos que entre nós são vistos como estrangeiros e peregrinos.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de maio de 2008

TEMER AO SENHOR (14)

ANO LXV - Domingo, 04 de Maio de 2008 - Nº 3262

TEMER AO SENHOR XIV ( Levítico, 19: 16 )

Ao ler o texto apontado acima, não pude deixar de recordar meus tempos infantis, quando apanhava mexericas na árvore para saboreá-las. Havia um problema , o sumo que delas saía era de um cheiro fortíssimo e peculiar (até bom) e você não podia "esconder" que havia chupado a fruta. Às vezes, "pegávamos" a fruta no quintal do vizinho, e não dava para esconder quando chegava em casa. Então recebíamos um bom corretivo, normalmente da mãe. Não era apenas mexerica , era mexeriqueira.

O texto original usa uma palavra que pode ser traduzida por "camelô", ou seja, mercador que leva bugigangas (coisas de pouco valor) pelas ruas, no intuito de passá-las a outros. A qualidade é duvidosa, a origem não muito recomendável e não há responsabilidade oficial (sem impostos) ou formalidade.

A palavra é bem incisiva ao nos determinar não andarmos "entre o povo" como estes tais. Vejam que o "mexerico" tem relação muito próxima com a figura do "camelô". A qualidade da "informação" veiculada é duvidosa, já que não vem sustentada em fatos (na maioria das vezes), mas apenas naquele famoso: "você ouviu? Ihhhh!". A origem não se apresenta como recomendável, até por não se saber ao certo onde foi que começou tal mexerico e qual sua fonte de referência. Por fim, vemos que inexiste a responsabilidade, ou seja, ninguém escreve e assina mexerico. Aliás, quando se pede para que assine (e assuma) aquilo que se disse, a resposta é evasiva , alegando-se que isto lhe seria prejudicial e estragaria sua amizade com fulano e beltrano, além do que ficaria mal para sua "imagem" entre os irmãos. A informalidade é, aqui, sinônimo de irresponsabilidade.

Este tipo de conduta é extremamente lesivo à vida dos que se tornam alvo do mexerico. Talvez alguém pergunte sobre o caso de ser verdade o que se diz no "comentário" feito. Não importa, o mal é claro. Você precisa ir à pessoa e indagar, questionar e confrontar (se preciso). Não fale da pessoa ou sobre a pessoa, fale com a pessoa.

Termino esta pastoral citando o livro de Provérbios em sua significativa diretriz de ética para a vida de todos nós: "Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo mexeriqueiro, cessa a contenda" (Pv. 26:20). Andemos com integridade também no falar, devido ao fato de se temer ao Senhor.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 27 de abril de 2008

TEMER AO SENHOR (13)

ANO LXV - Domingo, 27 de abril de 2008 - Nº 3261

TEMER AO SENHOR XIII ( Levítico 19:15 )

O foco de nosso texto de hoje é a justiça-injustiça. A formulação segue a estrutura do negativo: "Não farás injustiça..." Nada impede que façamos a formulação de modo positivo: Farás justiça. Este clamor e desejo profundos por justiça não são apenas manifestações de nosso tempo, mergulhado em um caudal de injustiças em suas multiformes manifestações. O texto nos fala sobre igualdade, ou melhor, equanimidade, alertando para que não haja benefício a favor de alguém e, consequentemente, lesão ou prejuízo a outro. Percebamos que não se fala apenas em comprazer ao grande, mas, também, em favorecer o pobre. Este é um conceito interessante, pois normalmente nós julgamos que devemos privilegiar ou favorecer o menos abastado ou mais pobre, ou ao mais poderoso. Ambos (grande ou pequeno) devem ser tratados em iguais condições e com a mesma distinção.

A hipossuficiência (qualidade de alguém que está em situação inferiorizada em relação a outrem) é vista, em nosso direito, como elemento determinativo de certo privilégio ou de maior amparo pelo Estado-Juiz ao que dela é "portador". É claro que isto se faz necessário devido ao descumprimento do preceito contido neste versículo: não comprazer ao grande. Porque a tendência é privilegiar o grande, o pequeno deve ter este amparo do Estado.

Importante se faz notar que, embora o texto nos fale sobre juízo, a possibilidade de se cometer injustiça não se vincula apenas à esfera jurídico-legal. Nossa manifestação de juízo é constante e permanente no ambiente de nossas relações sociais e, frequentemente, nos vemos sob o imperativo de exercitarmos nossos julgamentos. A absoluta objetividade e imparcialidade são ideais e seu alcance plenamente não é possível. No entanto, devemos (e podemos) nos empenhar para que sejamos o mais imparcial possível em nossas manifestações de juízo. Procure ouvir com cuidado e atenção ambos os lados, analise todas as informações disponíveis, busque escutar pessoas que tenham conhecimento do fato e que evitam emitir juízo de valor sobre o mesmo, não se deixe "contaminar" pela avalanche de informação massificante. Estas, entre outras, são algumas medidas que nos ajudam a não fazermos injustiça e agirmos corretamente sem favorecer o pobre, ou comprazer ao rico, devido ao fato de se temer ao Senhor.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de março de 2008

TEMER AO SENHOR (8)

ANO LXV - Domingo, 23 de março de 2008 - Nº 3256

TEMER AO SENHOR VIII ( Levítico 19: 11)

Nosso texto para análise continua a estabelecer os princípios de vida fiel ao Senhor, na esfera de nossas relações com o outro. O tema agora é a mentira. A questão é posta de forma negativa: não mentirás; não usarás de falsidade. Está claro que se trata do exercício da fala, mas também de propositura de ardis, ciladas, armadilhas. O que está em destaque é a necessidade da honestidade e sinceridade.

A manifestação da mentira pode ter, e tem, muitos matizes ou variações, sendo algumas sutis às quais não damos muita importância. Verdade é um dos atributos que se encontra no caráter de Deus e que nós , como seres criados à Sua imagem e semelhança, devemos também refletir e manifestar.

A ênfase dada nas Escrituras Sagradas sobre este ponto é muito grande, levando o próprio Deus fazer registrar que " ficarão de fora os mentirosos",ao referir-se a Seu Reino ( Ap.21:8). Trata-se de pecado grave, mas que é tolerado e, às vezes, justificado em nosso meio. Categorizamos a mentira para dizermos que esta é admissível e aquela nem tanto. É critério meramente humano com base nos reflexos sociais da mentira em si. Mas, devemos ver que esta distinção não é admitida pelo Senhor. A honestidade, integridade e verdade são elementos manifestos em nossa vida como fruto de temer ao Senhor. É claro também que não podemos confundir sinceridade, verdade e honestidade com rudeza, falta de educação ou desamor. Paulo nos alerta e determina : "seguindo a verdade em amor" (Ef.4:15). Desta maneira podemos dosar adequadamente a rejeição à mentira e a recepção da misericórdia. Perfilemo-nos com a verdade e a sustentemos com amor, como resultado de nosso coração fiel que "teme ao Senhor".

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de março de 2008

TEMER AO SENHOR (7)

ANO LXV - Domingo, 16 de março de 2008 - Nº 3255

TEMER AO SENHOR VII ( Levítico 19: 11)

Este é assunto presente na tábua segunda dos Dez Mandamentos , onde lemos : " Não furtarás "(Êxodo 20:15 ). Existe uma distinção técnica entre roubo e furto. Naquele deve existir alguma forma de violência ( física ou psicológica) ou mesmo ameaça à integridade física. Neste não se encontra a figura da violência. O furto é , supostamente, mais brando que o roubo, pois não há risco à integridade física de alguém e recebe menor penalização. Para nós , aqui em especial, isto não faz muita diferença. Desde aqueles tempos, tão distantes de nós, a ordem existe, pois a possibilidade e tendência ao furto estão presentes no coração humano.

Pensamos, de imediato, quando se fala em furtar, naquele indivíduo que subtrai para si um objeto ( carteira, bolsa, pasta, etc ) de terceiro. De fato, isto é verdade e está contemplado aqui. Mas, esta não é a única maneira de "furtar". Um dos cuidados que vemos na ética do Velho Testamento ( reafirmada no Novo ) é que não haja medidas ou pesos falseados, isto é , as medidas deveriam estar corretas em seu padrão. O comerciante que tivesse medidas adulteradas estava furtando. O coletor que exigia além do devido estava furtando (defraudando). O usurário que impusesse juros abusivos sobre o outro, estaria , de certa forma, furtando. Aqueles que se valem de suas posições para enriquecerem-se às custas do erário ( verba, dinheiro ) público estão furtando. A transformação de vida que nos leva a uma postura de retidão e honestidade é fruto de nosso compromisso com o Senhor , é decorrência de "Temer ao Senhor", como nos exorta o apóstolo Paulo: "O que furtava , não furte mais, antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos" ( Efésios,4:28).

Há muitos modos justificados e aceitos de se furtar hoje em dia e que são agasalhados sob a proteção do "todo mundo faz". É a corrupção generalizada ( até dentro dos templos religiosos) , onde o mote principal é "levar vantagem de qualquer jeito". Ouçamos a voz do Senhor, temamo-LO e obedeçamos Seu mandamento , honrando-O com nossa integridade , acatando sua vontade : " Não furtareis".

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 9 de março de 2008

TEMER AO SENHOR (6)

ANO LXV - Domingo, 09 de março de 2008 - Nº 3254

Temer ao Senhor VI ( Levítico 19: 9-10 )

Encontramos no Velho Testamento muitas instituições e costumes extremamente interessnates e positivos quanto à sua manifestação e alcance sociais. É claro que muitos destes se nos apresentam de modo um tanto estranho e outros de difícil aplicação e, de certa forma, nunca aplicados , mesmo pelo povo judeu no VT. Aqui temos um destes preciosos costumes , ao qual se dá o nome de REBUSCA.

Tal prática era observada nas terras de Israel e histórias são formadas na esteira deste procedimento como foi o caso de Rute e Boaz. Era simples , em certo sentido, pois o dono do campo não deveria rebuscar , ou seja, repassar em vistoria de colheita as áreas ou locais em que já se havia feito a colheita. Isto se dava com o milho, azeitonas, uvas e outros produtos. O que ficava nos galhos ou caia na terra, deveria ser deixado para que o pobre , necessitado ou carente pudesse provisionar-se. O princípio é muito importante, pois se vislumbra o cuidado para com o carente, embora este devesse realizar , também , algum trabalho para alcançar seu sustento.

Vemos que temer ao Senhor nos leva a buscar socorrer e auxiliar aqueles que estão próximos de nós e carecem de nossa misericórdia. Não se contesta o direito à propriedade, à produção privada. Mas, por outro lado, enfatiza-se o fato de que outras pessoas menos favorecidas precisam e devem ser alvo de nosso cuidado e ajuda. A ganância, a avareza, a sovinagem e manifestações deste mesmo teor são aqui impedidas de serem desenvolvidas, evitando que os senhores de terra ou proprietàrios se tornassem indivíduos apegados até ao grão que caia quando da ceifa.

Temer ao Senhor é o fator determinante do estabelecimento de tal lei. Temer ao Senhor é o fator determinante do cumprimento de tal lei. Temer ao Senhor deve ser o fator determinante para que eu, ainda hoje, seja tomado da mesma determinação e postura, lembrando-me daqueles que são carentes e necessitados, abençoando-os, pelo menos, com os "rabiscos de nossa seara".

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de março de 2008

TEMER AO SENHOR (5)

ANO LXV - Domingo, 02 de março de 2008 - Nº 3253

Temer ao Senhor V (Levítico19:5-8)

Na seqüência de abordagem deste capítulo encontramos a temática do sacrifício. Aqui ocorre a qualificação distintiva, sendo o sacrifício de caráter pacífico. Não há espaço suficiente para tratarmos de toda a estrutura sacrificial no Israel Patriarcal e posterior. Neste caso trata-se de um sacrifício em que se celebra a paz com Deus pela expiação feita quanto ao pecado.

Podemos nos ver situados histórica e culturalmente bem distantes do Israel dos tempos em que tal texto foi produzido. Porém, deve-se notar que nós também somos desafiados a oferecer sacrifício ao Senhor ainda hoje. Torna-se evidente que não falo de sacrifícios como os preconizados em certos segmentos chamados evangélicos e muito menos daqueles que compõem o acervo do catolicismo romano popular ou não. Não falo de flagelos físicos, restrições ascéticas, reclusão monástica e outras desta ordem. Refiro-me aos sacvifícios apresentados nas Escrituras e que devem ser por nós apresentados a Deus. Vejamos alguns destes:

1) O salmista nos fala que os sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado e coração contrito( salmo 51 ) , aos quais Deus não desprezará, fazendo apontar para a intimidade e interioridade em contraste com a formalidade e exterioridade.

2) 2)O apóstolo Paulo nos ensina, ao escrever aos Romanos, sobre oferecer nosso corpo como "sacrifício vivo , santo e agradável a Deus " que é nosso culto racional(Rm.12).

3) O escritor da carta aos Hebreus nos exorta a que apresentemos "sacrifícios de louvor, fruto de lábios que professam o Seu Nome" (Hb.13:15).É referência ao testemunho cristão de sustentação de nosso compromisso com o Senhor e a proclamação de nossa fé.

É fato que podemos entender que deva haver nosso sacrifício quando nos privamos de algo com o propósito de nos envolvermos de forma mais intensa com o Senhor e Sua Obra. Deve estar claro que tal situação jamais será de caráter meritório, ou seja, isto não nos tornará mais dignos de ingresso no Reino Celestial. A consciência de uma tão grande salvação a nós concedida graciosamente por e em Cristo Jesus, nos leva à dedicação e, às vezes, envolve a restrição de certas comodidades em nossa vida e ou à dádiva de nós mesmos em um esforço maior de servir ao Senhor. Note-se ( verso 8 ) que algo tão sublime manifesto no sacrifício e louvor, pode tornar-se elemento de afronta ao Senhor.

Temamos ao Senhor e ofereçamos-Lhe sempre sacrifícios de gratidão e adoração como instrumentos de manifestação de Sua glória.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 17 de fevereiro de 2008

EU VOS FAREI PESCADORES DE HOMENS

ANO LXV - Domingo, 17 de Fevereiro de 2008 - Nº 3251

"...eu vos farei pescadores de homens." (Mt. 4:19)

Ao iniciar publicamente seu ministério, uma das primeiras iniciativas de Jesus foi a de começar a constituir seu grupo de discípulos. Jesus encontra-se na Galiléia, mais precisamente em Cafarnaum, "caminhando junto ao mar" (Mt 4:18), longe de Jerusalém e das instituições religiosas e sociais. Nesse contexto, ele se dirige a pescadores em plena atividade. Mateus mostra como se dá o chamado de Jesus a esses homens por meio de uma seqüência de verbos: Jesus caminha, vê, chama, e é seguido.

Uma primeira lição que aprendemos nesse episódio é que o nosso chamado, assim como o dos primeiros discípulos, não depende de nós, de nossa busca, de nossa procura, de nossa inteligência, de nossos méritos, de nossas capacidades ou mesmo de nossa piedade. Depende, antes de tudo, de Jesus, da sua iniciativa. Depende Daquele que nos têm visto antes mesmo que pensemos Nele. Daquele que faz ecoar o seu chamado em meio ao nosso cotidiano.

Mas esse chamado tem um propósito: Fazer-nos pescadores de homens! A imagem da pesca, de peixes tirados da água, remete-nos ao coração da missão de Jesus: tirar os homens da morte para a vida. Porém, alguém poderá argumentar: Não sucede exatamente o contrário, ou seja, se tirarmos os peixes da água não estaremos condenando-os à morte? Lembremo-nos, entretanto que, para a cultura daquela época, o mar estava associado ao caos e à morte. Daí o chamado para sermos pescadores de homens.

Ao lermos o texto de Mateus, ficamos admirados pela brevidade da cena. Um simples chamado de Jesus é suficiente para que Pedro, André, Tiago e João deixem suas redes, seus barcos, seus pais e sigam o Mestre. Eles não questionam, nem se preocupam quanto ao futuro. Apenas O seguem. Isso nos ensina acerca da radicalidade do nosso chamado. Não se trata de abandonar mulher e filhos e se retirar do mundo, mas de responder imediatamente a esse apelo, sem questionar, sem olhar para trás, sem temer o futuro e sem nos interrogar sobre nossas capacidades. Significa dizer simplesmente "Sim": "Sim" para que Jesus transforme nossas vidas; "Sim" para que Jesus nos conduza em direção aos outros; "Sim" para que, depois de termos sido "pescados", tornemo-nos pescadores de homens.

Enfim, convém lembrar que nós não estamos sozinhos nessa tarefa de "pescar homens". Jesus chama seus discípulos de dois em dois. Para cumprir essa missão, Deus usa os talentos de todos, por mais modestos que sejam. Nós não podemos nada sozinhos, porém, cada um de nós pode acolher com confiança esse chamado e caminhar ao lado de outros no seguimento de Jesus. Então, deixemos nossas redes e partamos para a pesca com Jesus!

Deus nos abençoe.

Rev. José Roberto Silveira

domingo, 27 de janeiro de 2008

TEMER AO SENHOR (2)

ANO LXV - Domingo, 27 de Janeiro de 2008 - Nº 3248

Temer ao Senhor (II) (Levítico 19:3)

Conforme registramos no boletim anterior, apresentaremos alguns artigos baseados neste capítulo do (pouco lido) livro de Levítico, com sua riqueza extensa e profunda.

Moisés repassa ao povo as diretrizes do Senhor, cujo propósito é a manifestação de Sua Santidade no processo de santificação de Sua gente (v.2). Fica claro que o Senhor deseja que sejamos santos, porque Ele o é. Percebam que isto é reafirmado pelo apóstolo Pedro (I Pedro 1:15-16) como ênfase no fato de ser este o anelo de Deus. O Senhor Jesus coloca esta mesma verdade de modo um pouco diferente ao afirmar: "Sede vós perfeitos, como perfeito é vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5:48). Assim, está a desafiarnos à santidade e perfeição em nossa vida e conduta.

Deste modo vemos que o Senhor estabelece mais um princípio quanto à nossa santificação (como reflexo da santidade de Deus) vinculando-a agora ao respeito ao pai e à mãe. Quando lemos esta exortação do Senhor, segue-se a ela a expressão - "Eu sou o Senhor", que nos faz ver que nossa postura de obediência a nossos pais deve-se ao fato de temermos ao Senhor. É a Pessoa dEle que está em destaque, antes que a de nossos pais. É a Ele que atingimos ou honramos quando o fazemos a nossos pais. Há também a responsabilidade dos pais em refletir a Pessoa do Senhor. A mutualidade e reciprocidade estão latentes, mas presentes, neste texto. O apóstolo Paulo insistirá nisto ao fazer esta afirmação: "filhos, obedecei a vossos pais no Senhor" (Efésios 6:1). Os pais são postos como autoridade sobre nós e devem ser honrados (obedecidos) como expressão de nosso temor ao Senhor. É claro que nossa obediência a eles se estabelece até ao limite de sua autoridade delegada, isto é, caso eles se coloquem, ou queiram colocar-se, acima do Senhor, nossa obediência será devida ao Senhor antes que aos nossos pais.

O respeito, a obediência, o carinho, o amparo, o zelo, o amor e outras manifestações com relação aos nossos pais devem ser a tônica na vida do cristão, fazendo refletir nosso compromisso com o Senhor Deus de Quem somos, a Quem servimos e tememos.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 20 de janeiro de 2008

TEMER AO SENHOR (1)

ANO LXV - Domingo, 20 de Janeiro de 2008 - Nº 3247

Temer ao Senhor (Levítico 19:14)

A leitura Bíblica seletiva ou não sistemática, deixando de cobrir toda a extensão do texto bíblico, traz consigo o risco de nos fazer ligados apenas a alguma parte e acarretar a perda da visão de todo. É comum pessoas lerem apenas o Novo Testamento, ou Salmos, ou Profetas, mas quando lemos a Bíblia em sua extensão total (Gênesis- Apocalipse) somos levados a encontrar (descobrir) elementos belíssimos para nossa vida de compromisso com o Senhor e Seu Reino. O capítulo 19 do livro de Levíticos talvez faça parte desta faixa que recebe pouca (ou nenhuma) atenção ou visitação dos leitores "seletivistas". Mas, vemos aqui expressões riquíssimas quanto às diretrizes de Deus para nosso viver. Em alguns boletins trabalharemos conceitos presentes neste capítulo, a começar por esta linda e séria admoestação do Senhor.

O Senhor (por meio de Moisés) notabiliza ou destaca duas situações de deficiências físicas bem graves, levando-nos a ver nossa responsabilidade, como filhos e servos dEle, no trato com nosso semelhante. Ele fala sobre o surdo e o cego. O objetivo é preservá- los, guardando-lhes a dignidade. Vejam que a ordem é para não amaldiçoar o surdo e não fazer tropeçar o cego. Ora, a maldição dirigida contra o surdo não pode ser por ele recebida (ouvida) não lhe dando oportunidade de defender-se ou manifestar-se. Igualmente ocorre quando se faz maldosamente tropeçar o cego. Não saberia este a quem se dirigir para expressar sua indignação. Em ambos os casos as "vítimas" da ofensa e do abuso não teriam ciência de sua origem. Temos então a expressão: " mas temerás o teu Deus..." Eis o motivo pelo qual não podemos nos comportar levianamente com tais pessoas; devido a temermos a Deus; por causa do temor do Senhor. Nosso vínculo é com o Senhor, nossa consciência a Ele está ligada, nossa conduta é por Ele direcionada, nossa ética é por Ele determinada. Não faço estas coisas, ou faço estas coisas, por causa do temor do Senhor. O surdo não poderia ouvir o impropério, o cego não poderia ver a armadilha, mas o Senhor ouve e vê, e por temor a Deus não pratico atos indignos e vis. Deus nos abençoe para que nos conduzamos todos os dias movidos pelo temor do Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 13 de janeiro de 2008

POR QUE IR À IGREJA?

ANO LXV - Domingo, 13 de Janeiro de 2008 - Nº 3246

Por que ir à Igreja? ("Voice of the pew 1/9/2006) – A voz do banco

Pr. Bill Fawcet
Trad. Oswaldo Profeta

Certo freqüentador de igreja escreveu uma carta a um jornal, dizendo não fazer sentido ir à igreja todos os domingos. "Durante trinta anos, diz, tenho ido à igreja. Já ouvi cerca de três mil sermões e não me lembro de nenhum deles. Assim, creio que ando perdendo meu tempo, e o pastor (sermonista) o dele. Ouço sermões que não levam a nada..."

A carta provocou grande celeuma na coluna Cartas ao Editor. Para deleite do Editor, as missivas chegavam aos montes, e isto era bom para o jornal. Até que um dia alguém escreveu com o seguinte argumento, "... Estou casado há trinta anos. Minha esposa já preparou 32.000 refeições para mim. Não me lembro sequer de um único tipo de cardápio que ela tenha preparado com tanta dedicação. Todavia, de uma coisa me lembro: a sua comida me tem fortalecido, me dá a energia necessária para continuar trabalhando, na luta pela existência. Sem o alimento da minha querida esposa, eu já teria ido para o cemitério... Em contrapartida, se eu não tivesse, ido a igreja todo esse tempo, não teria recebido um alimento nutritivo para a vida e, sem dúvida, hoje estaria morto espiritualmente... além de fisicamente desnutrido." Quando você está caindo para o nada... Deus está subindo para um tudo. Olhe para cima e veja, antes que seja tarde.

A fé enxerga o invisível; acredita no inacreditável; recebe o impossível... Graças te damos, Senhor, porque nos dás o alimento nutritivo para as nossas almas.

Encaminhado pelo irmão Oswaldo Profeta (extraído de um jornal local americano)

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 6 de janeiro de 2008

OLHANDO FIRMEMENTE

ANO LXV - Domingo, 06 de Janeiro de 2008 - Nº 3245

Olhando Firmemente ( Hebreus,12:2 )

Em nosso culto de vigília do dia 31 , usei este texto e este tema para o sermão naquela noite. Resolvi aproveitá-los para este primeiro boletim de 2008, tendo em vista sua pertinência.

O autor desta carta insta conosco para que tenhamos nossos olhos postos fixamente em Jesus, que é o autor e consumador de nossa fé, isto é, aquele em quem ela se origina e aquele em quem ela alcança seu propósito. Devemos manter nEle o foco permanente de nossa atenção e visão. Devemos fazer isto volvendo os olhos ao passado com gratidão, contemplando as muitas manifestações graciosas da bondade e misericórdia do Senhor em nos preservar e suster. São inúmeros os motivos de agradecimento ao Senhor por Seu zelo e cuidado para conosco e os de nossa casa. Embora presentes as lutas, inumeráveis foram as vitórias. Devemos manter os olhos fixos em Jesus lançando-os para o futuro com esperança. Há necessidade de mantermos as esperanças apesar desta maré de corrupção, leviandade, violência, etc. Temos que manter vivos nossos sonhos e ideais, não desistindo deles mesmo com as posturas indignas e impróprias de mandatários e governantes. Viver, agir, trabalhar de tal modo a construirmos um mundo melhor no dia de amanhã. Temos que olhar fixamente para Jesus dirigindo nossos olhos para o alto com dependência dEle. Não somos auto-suficientes ou todo-poderosos. Ao contrário, dependemos da ação providente do Senhor. Se Ele não edificar, em vão trabalham os que edificam; se ele não guardar, em vão vigia a sentinela. Nosso ser e agir têm que estar ligados e vinculados à ação do alto. Nossa dependência dEle deve ser permanente, a fim de fazermos manifesta Sua vontade aqui na terra como é feita no céu. Por fim , mas não menos importante, precisamos manter fixos nossos olhos em Jesus, dirigido- os para os lados com solidariedade. Amados , são muitos os que , ao nossos redor, estão morrendo sem uma palavra ou gesto de solidariedade. Pessoas que esperam alguém com quem possam falar, alguém que lhes possa manifestar um mínimo de misericórdia e bondade. Há milhares e milhares de carentes materiais, emocionais e espirituais ao nosso lado; gente de toda classe e condição. Olhemos com fixidez para Jesus, fazendo com que nossos olhos enxerguem estes carentes ao nosso redor , para estendermos a eles o verdadeiro sentido da vida: o amor do Senhor manifesto em nosso amor por eles, em um gesto de solidariedade, respeito e amparo.

Neste novo ano , olhemos firmemente para Jesus, não afastemos dEle nossos olhos, levando-os a olhar para trás, para frente, para cima e para os lados, manifestando assim o "bom perfume de Cristo". Feliz 2008, compromissados com o Senhor Jesus e Seu Evangelho.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.