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domingo, 24 de julho de 2016

CICATRIZES E ASSINATURAS

ANO LXXIV - Domingo, 24 de julho de 2016 - Nº 3691

Cicatrizes e Assinaturas
Salmo 39.7

Existe uma história na Escritura Sagrada que relata um momento profundamente triste na vida do rei Davi - o dia em que ele perdeu seu filho. Antes de receber a notícia da morte, seus servos viram o impacto que a doença havia causado em sua vida. Davi jejuou, orou e se humilhou constantemente na presença de Deus e não houve o que mudasse a dura realidade da morte. Depois de sete longos dias de angústia e sofrimento, oração e jejum ele recebeu a notícia não esperada. “A criança está morta.” Eu não imagino como é ter que lidar com esse tipo de dor, mas Davi soube lidar com essa dor extrema e pode nos ensinar também a suportar dores de intensidade menor.

A atitude de Davi foi a seguinte: “Então, Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, mudou de vestes, entrou na casa do Senhor e adorou; depois veio para sua casa, pediu pão... e comeu”. Por mais duro, racional, óbvio que seja, a vida continua com ou sem o nosso consentimento, pois ela não nos pertence e o que esta história deixa como auxílio a nós é que temos escolhas que impactam a vida que segue. Davi poderia continuar em seu estado de privação de alimento, de higiene, de pessoas, de louvor, de alegria, mas ele entendeu que daquele momento em diante não havia mais o que fazer, a não ser cuidar de si mesmo e do seu relacionamento com Deus, pois sobre seus ombros pesavam muitas responsabilidades.

A atitude de Davi mostra que diante da dor e da angústia, cabe em nosso relacionamento com Deus súplica, humilhação, clamor para que, segundo a vontade do Pai, Ele nos ouça, mas, diante da resposta negativa de Deus em curar seu filho, diante da contraditória vontade de Davi frente à de Deus coube a aceitação e principalmente o louvor a Deus.

Não consigo crer que passaremos por essa vida sem cicatrizes, não consigo imaginar almas com a perfeição de bonecas de porcelana. Antes, vejo sorriso, júbilo, exultação, palmas, pulos de almas marcadas por situações que foram permitidas ou determinadas pelo próprio Deus e que nos acompanharão, como uma assinatura do Senhor em nossa vida. Assim como a cicatriz só vem com a cura da ferida, assinaturas normalmente vêm no final de documentos, validando tudo aquilo que está anterior a ela, dizendo: “Eu fiz isso, Eu disso isso, Eu concordo com isso, Eu dou permissão a fulano para fazer isso...”. Ao olhar para essas cicatrizes, lembre-se de que Deus esteve aí e por mais doloroso que isso tenha sido, não há mais volta, não há mais como mudar o que passou, mas resta esperança. A esperança de Davi, ao se deparar com a dor da perda de seu filho foi essa: “Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim.”

Eu espero que sua dor não seja a de Davi, mas desejo profundamente que sua esperança seja a mesma dele.

“E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança.”

Pr. Gustavo Bacha

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Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

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