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domingo, 25 de junho de 2017

ESTÁ LÁ

ANO LXXV - Domingo, 25 de junho de 2017 - Nº 3739

ESTÁ LÁ

“Moisés, porem, se chegou à nuvem escura, onde Deus estava” (Êxodo 20:21)

Este texto está vinculado ao início da caminhada de Israel após a saída do Egito, sob a liderança humana de Moisés. Os Dez Mandamentos haviam sido passados por Deus ao grande líder hebreu e o Senhor lhe falava de forma extraordinária e maravilhosa na montanha. O povo estava terrificado e Moisés lhes servia de intercessor, fazendo com que a vontade do Senhor fosse passada aos hebreus. Eles mesmos pediram para que Moisés intermediasse a situação entre o Senhor e eles, não lhes falando diretamente, tamanho seu terror. 

Em meio a tal situação encontramos uma imagem que se nos afigura aparentemente distorcida, por afirmar que Deus estava em uma nuvem escura. Em nossa mente (e por informação das Escrituras) habituamo-nos a associar a presença de Deus a nuvens claras, brancas e reluzentes. No entanto, a colocação no texto nos faz direcionar nossa mente ao fato de que Deus pode, também, estar em uma nuvem escura. Claro que este é um momento muito complexo e difícil de perceber a presença e manifestação do Senhor. É, para nós, quase impossível entender que Ele possa resolver colocar-se em relação conosco em uma nuvem de caráter escuro. Mas, Deus está lá e fala conosco de forma intensa, embora diferente daquela na qual nos deleitemos mais, ou seja, no esplendor da luz e claridade. 

Esta é uma situação na qual se pode entender sob a perspectiva pessoal (individual) ou coletiva (social). Em sua experiência particular de angústia, aflição e dor, ou em expressão de tragédia coletiva como em Portugal no incêndio ali visto, ou na Boate Kiss, ou no Edifício Joelma (os que se lembram). É quase impossível admitir e aceitar que Ele esteja “na nuvem escura”, mas Ele também está lá. Como disse Jó: “Bendito seja o Nome do Senhor”. 

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de junho de 2017

CONHECER, CONFIAR E ENTENDER

ANO LXXV - Domingo, 18 de junho de 2017 - Nº 3738

CONHECER, CONFIAR E ENTENDER

Os três verbos que intitulam esse artigo podem ter estreita relação com preceitos teológicos independentes, contudo menor relação, se pensarmos em conjunto teológico. Tentarei exemplificar o que estou dizendo. Você pode conhecer a Deus, mas ao mesmo tempo não confiar e não entender, você também pode conhecer e confiar, mas não necessariamente entender o que ele está fazendo. Essas conexões estão presentes em diversos momentos da Escritura, principalmente na relação: Conhecimento, Confiança e não entendimento. O teólogo Christopher Wright disse que “conhecer e confiar (em Deus) não tem necessariamente a ver com entende-lo.”

Abraão não entendeu a necessidade da destruição das cidades de Sodoma e de Gomorra: “Não agirá com justiça o Juiz de toda a terra? ” (Gn 18.25)

Moisés não entendeu a decisão de Deus em negar-lhe a entrada na terra prometida: “Deixa-me atravessar, eu te suplico, e ver a boa terra...” (Dt 3.25)

Noemi não entendeu porque Deus permitiu a morte de seu marido e de dois filhos: “O Senhor colocou-se contra mim. O Todo poderoso me trouxe desgraça”. (Rt 1.21)

Davi não entendeu a insistência de Deus em abençoa-lo: “Quem sou eu, ó soberano, Senhor, e o que é a minha família, para que me trouxesses a esse ponto? (2Sm 7.18)

Homens e mulheres que viveram com conhecimento, confiança, mas sem muito entendimento dos movimentos e ações de Deus em sua vida. O que isso nos ensina? 

Se eu conheço a Deus e confio no Senhor, eu sei que os caminhos que ele tem conduzido minha vida são fiáveis, mesmo que eu não entenda. Eu sei que ele traça o melhor pra minha vida, mesmo que eu não entenda. Eu sei que tudo coopera para o meu bem, mesmo que eu não entenda. Eu sei que pelo caráter do Senhor, os caminhos levarão a bom termo, mesmo que eu não entenda. 

Lembre-se do Salmo 73 e de como os pés do salmista quase vacilaram, mas no verso 23 ele recobre sua consciência de que Deus o sustenta, no verso 24, que Deus o conduz e o recompensará, no verso 26, que quando ele fraquejar, Deus é fiel. 

Caso não esteja entendendo os planos de Deus para determinadas áreas de sua vida, lembre-se de que por isso já passaram muitas outras pessoas na história. Em meio a sua incompreensão tome os devidos cuidados para não sufocar a fé de gente mais imatura que você e trate suas dores aos pés da Cruz e suas dúvidas à luz da Palavra. 

Rev. Gustavo Bacha

domingo, 11 de junho de 2017

A DIFERENÇA ENTRE CLIENTES E DISCÍPULOS

ANO LXXV - Domingo, 11 de junho de 2017 - Nº 3737

A DIFERENÇA ENTRE CLIENTES E DISCÍPULOS

Durante o ministério público de Jesus ele atraiu muitos seguidores, pessoas de perto e de longe. Uns observavam quem ele era e outros o que ele tinha a oferecer. Essa mentalidade ainda está presente, talvez, mais viva do que antes. Esse tipo de interesse por Jesus define claramente, se somos clientes ou discípulos de Cristo.

Clientes se ofendem quando são confrontados pelas palavras duras de Cristo, porque não receberam o que queriam, porque não entenderam o sentido e a dureza das palavras, interpretando como algo desnecessário à sua vida, aplicável a outros, não a eles. Se ofende porque neste cenário, o cliente sempre deve ter razão e jamais entenderá que neste caso, não ter razão é predicativo de um coração humilde de discípulo.

Clientes abandonam, porque seu relacionamento é com o produto, no caso a bênção, ou com a circunstância e no momento em que esse produto não atende mais, deixam a igreja, liderança, ministérios ou qualquer outra coisa, em busca de algo melhor pra eles. Buscando insaciavelmente produtos ou circunstâncias mais atrativas, de preferência que não exijam contrapartida e que estejam de acordo com o gosto próprio deles. Discípulos estão ligados ao mestre, em toda e qualquer situação.

Clientes buscam exclusivamente a satisfação. Neste caso os interesses estão primeiro lugar, se fartam das bênçãos e de “barriga cheia” vão embora, fazendo das igrejas, mercados em que entram e saem sem qualquer pudor de fidelidade e laço. O compromisso é algo distante e a fidelidade é exclusivamente para si e seus desejos. Discípulos buscam sempre os interesses do mestre; agradá-lo e satisfazê-lo é um compromisso que nem sempre é um prazer, pois servi-lo, é mais importante do que se alegrar.

Em tempos de crescimento numérico expressivo no meio evangélico, é sempre razoável refletir sobre que tipo de cristão somos, ou estamos nos tornando.

A diferença entre cliente e discípulo afetará todas as outras áreas da nossa vida, tornando nosso testemunho uma bênção ou um desastre.

Rev. Gustavo Bacha

domingo, 4 de junho de 2017

CULTURA DA MERITOCRACIA X EVANGELHO

ANO LXXV - Domingo, 04 de junho de 2017 - Nº 3736

CULTURA DA MERITOCRACIA X EVANGELHO

A ideia de que o fim é mais importante que o começo é uma afronta a nossa cultura meritocrática. Afinal de contas, fazer por merecer é a lei da justiça e nada é mais justo que receber o devido pagamento pelo seu trabalho ou ação. Por isso que notícias como a morte de alguns assassinos, estupradores, pedófilos e porque não dizer a prisão de corruptos, como deputados, senadores, presidentes, empresários ou “ex” qualquer um deles, provoca um sentimento de justiça.

Mas o que dizer de pessoas que se livram no fim da vida, depois de terem cometido as atitudes vergonhosas, terem vivido libertinamente e se veem livres do peso de suas atitudes. Eu sei que você deve estar pensando que isso é uma tremenda injustiça e que se dependesse de você isso jamais aconteceria, pois a bíblia cita o código de Hamurabi que diz “olho por olho, dente por dente”.

Esta semana foi noticiada a prisão e internação de Andreas Richthofen, irmão mais novo de Suzana Richthofen. Ele usuário de entorpecentes, formado em farmácia, doutor em química orgânica, ambos pela USP, e agora internado depois de um surto. Ela, assassina confessa dos pais, presa desde 2002, desfruta constantemente de indultos, inclusive no dia das mães, como ato de clemência do poder público e que dentro de alguns anos desfrutará da liberdade.

Não sabemos o fim da história desses dois, pois até agora tudo que conhecemos está revelado e estes são os fatos. Imagine agora, se de forma sincera, essa menina se torna alvo do evangelho, e o Espírito Santo do Senhor a alcança, trazendo arrependimento e abandono abandono dos pecados e da mesma forma a seu irmão, promovendo ali a restauração desses relacionamentos e vidas. Certamente alguns achariam isso um absurdo e uma tremenda injustiça. Mas isso é o que o Evangelho faz, ele busca os perdidos, os piores para mostrar ao mundo o poder que Ele possui.

Termino esse artigo, lembrando dos ladrões que foram crucificados com Jesus, dois desgraçados, condenados e sem esperança, até encontrarem o Evangelho e com sinceridade, arrependimento e salvação; um deles recebe as palavras de vida por parte de Jesus: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Isso não é uma carta branca para viver libertinamente e depois se arrepender, isso é um alerta à nossa cultura meritocrática, dizendo–nos que a obra redentora de Jesus, pode salvar até o mais terrível pecador.

Rev. Gustavo Bacha

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.