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domingo, 25 de dezembro de 2016

GRUTA. NÃO PALÁCIO.

ANO LXXIV - Domingo, 25 de dezembro de 2016 - Nº 3713

GRUTA. NÃO PALÁCIO.

Natal chegou mais uma vez. Repetem-se os hinos, os festejos, os presentes, as celebrações religiosas, a efervescência no comércio, a comilança e a gastança. Novamente vamos à leitura dos textos nos evangelhos escritos por Mateus e Lucas em busca de sermões, devocionais, mensagens e estudos. Desejo trazer à memória a figura da gruta, o lugar de nascimento de nosso Senhor e Salvador. Hoje no meio “Gospel” há alguns aspectos que eu destaco, considerando-se a gruta:

a) Humilhante: A figura de nascer em uma gruta (não era estábulo, haras ou celeiro) lugar de abrigo dos animais e em um cocho é figura que evoca humilhação. Indicação de escassez de recursos, sem luxo, sem ostentação. Tal figura foi durante muito tempo vista como humilhante para os cristãos e voltou a ser assim em nosso meio. É mensagem negativa e de miséria.
b) Decepcionante: Tal ideia de humilhação (gerada pela humildade) ocasionou a muitos um sentimento de decepção. Afinal esperava-se um rei (veja os sábios que vão ao palácio) e tem-se tal situação. Esse tipo de situação foge ao imaginário produzido por mim (e pelos outros) em relação ao “Messias”. É expressão de derrota e “baixa estima”.
c) Revoltante: Como resultado final vem a revolta. Não aceito tal fato, isto é absurdo e inadmissível. Este tal não é meu Rei. Nada tenho a ver com Ele. A mensagem desta gruta é de pobreza, escassez, despojamento, carência. Rejeito isto tudo, pois minha Visão é outra, e esta miséria retratada pela gruta me causa revolta.

No entanto, na real dimensão da Fé Evangélica destaco aspectos relevantes sobre a gruta e não o palácio:

a) Deslumbrante: Fico atônito com tal fato. O deslumbramento não é com o luxo e riqueza, mas com a absoluta falta deles. O Rei dos Reis e Senhor da glória nasce em uma gruta obscura. Como pode ser isto? Paulo diz que “Jesus a si mesmo se humilhou” (Fp. 2). Tal ato nos deixa extasiados, perplexos, deslumbrados com Ele. Gruta e não palácio.
b) Desafiante: Este fato é para nós um desafio imenso, pois o desejo de ostentação, glória, riqueza e poder estão arraigados em nossa natureza humana. A mensagem da gruta é oposta à atual mensagem de ufania e triunfalismo capitalista travestida de mensagem evangélica; à proposta de sucesso e vanglória terrenais maquilada de palavra positiva de fé cristã. Simplicidade é o desafio. Gruta e não palácio.
c) Estimulante: Como não ser impactado, desafiado e estimulado por tal exemplo? As pessoas (mundo) não querem tanto ouvir sobre o Natal, querem ver em nós a verdade do Natal com sua mística, piedade, humildade e simplicidade. Gruta e não palácio.

Cada vez se torna mais difícil entendermos que o Natal é muito mais gruta que palácio. Misericórdia Senhor. Feliz Natal.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de dezembro de 2016

O NATAL QUE NÃO CHEGOU

ANO LXXIV - Domingo, 18 de dezembro de 2016 - Nº 3712

O NATAL QUE NÃO CHEGOU

Com o pouco de criança que ainda me resta
Continuo sonhando com um Natal sem festa,
Sem estrela, sem Velhinho, sem presente...
Sonho com um Natal - de -ano - inteiro,
Sem sorriso medido, em palavras vazias,
Sem cartões impressos com frases frias,
Sem data marcada e sem formalidades.
Mas um Natal em que Cristo nasça todo o dia,
Simples, meigo, humilde, sem fantasia...
Mas de amor autêntico - traço de união -
Que se expressa, generoso, ao dividir o pão!

Continua o tempo passando
E um novo Natal vai chegando
Sem muito amor. Pouca paz. Pouca compreensão...
Mas CRISTO NASCEU e, um dia, estou certa,
Sua Mensagem há de brotar completa,
Explodindo em amor, sem formalidade!
Igualando, com justiça, toda a humanidade!
Boas-novas de perdão, ecoando com doçura,
Em clarinada celeste: "GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS,
PAZ NA TERRA - BOA VONTADE" ...
Entre os homens a quem Ele quer bem!

Olga Gomes de Deus

domingo, 11 de dezembro de 2016

ARBITRAGEM OU ARBITRARIEDADE?

ANO LXXIV - Domingo, 11 de dezembro de 2016 - Nº 3711

ARBITRAGEM OU ARBITRARIEDADE?
“Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos” (Jó 9:33).

Árbitro e arbitrário têm a mesma raiz e seu sentido pode ser confundido muitas vezes. O árbitro medeia o conflito visando solucionar as diferenças e trazer a paz, exercitando a arbitragem; enquanto o arbitrário é aquele indivíduo que desconhece diretrizes de respeito aos outros e, de forma truculenta e impositiva, determina sua vontade sem considerar aspectos ligados à justiça e ao direito, exercendo a arbitrariedade. Nossas expectativas se voltam para os árbitros, mas nossa rejeição aos arbitrários é grande e justificada. Qual destes mais encontramos em nossa sociedade?

Deus, muitas vezes, é visto como sendo arbitrário. O que não corresponde à verdade, uma vez que Ele não age desconsiderando a justiça, o direito, a verdade e valores que fazem parte de nossa estrutura de virtudes. Deus, ao contrário de arbitrário, é árbitro justo, imparcial e fidelíssimo, sem cometer injustiça ou violação à integridade das pessoas e é no próprio livro de Jó que encontramos tal afirmativa: “Quanto menos àquele que não faz acepção das pessoas dos príncipes, nem estima ao rico mais que ao pobre” (34:19). Deus mesmo exige e requer dos árbitros: “Não farás injustiça no juízo: nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande: com justiça julgarás o teu próximo” (Lv. 19:15). Ele que exige justiça e não arbitrariedade, não poderia ser, é claro, arbitrário. Lição aos nossos legisladores e julgadores.

Ao analisarmos a declaração de Jó ficamos admirados com sua frustração, não havia árbitro entre ele (Jó) e o Deus soberano Iavé. Seu lamento é profundo e inquietante. Porém, ao conhecermos a graça e o amor profundos de Deus revelados em Cristo, entendemos que possuímos agora este árbitro (mediador) que tem as mãos colocadas nos nossos ombros e nos “ombros” de Deus. Jesus Cristo é o nosso Salvador, sendo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, faz esta ponte ou ligação como mediador entre Deus e nós. Bendito seja o Senhor por tão grande manifestação de graça, misericórdia e justiça. Diferentemente de Jó, que de forma plangente lamentou não haver árbitro, nós alçamos nossas vozes com louvor e adoração proclamando que temos mediador entre Deus e nós, Jesus Cristo, homem. (I Tm. 2:5). Aleluia!

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de dezembro de 2016

MAIS UMA VEZ; VERGONHA.

ANO LXXIV - Domingo, 04 de dezembro de 2016 - Nº 3710

MAIS UMA VEZ; VERGONHA.

Há vários assuntos que, no momento, poderiam ser alvo para meu texto no boletim. A morte do ditador cubano (líder?), o trágico acidente envolvendo profissionais do futebol (jogadores do time de Chapecó, jornalistas, comentaristas e outros), a votação da “PEC dos gastos” e distúrbios de rua em Brasília. Mas, ficarei com a vergonhosa demonstração de legislação em interesse próprio patrocinada, mais uma vez, pelos deputados federais ao lesionar, mutilar, desfigurar, descaracterizar e distorcer uma proposta de lei nascida do anseio popular com mais de 2 milhões de assinaturas e que atingiria, em cheio, esta súcia de indivíduos, que se veem como intocáveis e inimputáveis pelo fato de serem “suas excelências”.

Mais uma vez vergonha para nós, população brasileira que já vai tendo seu nível de tolerância esgotado contra esta classe cada vez mais desqualificada de políticos corruptos e corruptores, que enchem nossas casas legislativas. Se tal fato é vergonha para nós, é falta de vergonha para eles ao fazerem o que fazem e o que fizeram. A capacidade destes indivíduos de produzir artifícios a seu favor é impressionante e imoral a habilidade (desfaçatez, falta de vergonha, descaramento) de reverter uma legislação moralizadora contra a corrupção em elemento de favorecimento a eles próprios, impondo dificuldades, embaraços e punições aos agentes investigadores e judiciários, com previsão de condenação para os mesmos em tentativa clara (lembremo-nos das “mãos limpas” na Itália) de inibir, coibir, barrar e extinguir as investigações em curso na operação chamada “Lava Jato”. Vergonha para nós e absoluta falta de vergonha para “suas excelências”.

Como cidadãos, como cristãos (individualmente) e como Igreja (comunitariamente) não podemos ficar calados, parados e inativos. A observância de Romanos 13 em relação às autoridades implica, também, na observância à Autoridade quando as autoridades não cumprem sua função. O Senhor Jesus chamou Herodes de “raposa” (Lc.13:32) usando um termo nada gentil ou lisonjeiro, mas indicando a natureza daquele governante, sua astúcia e rapina. A resistência pacífica é marca do cristão e devemos, como servos do Senhor, orar e agir para que os valores do Reino de Deus sejam manifestos e vivenciados em nossa terra amada..

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.