ANO LXX - Domingo 27 de janeiro de 2013 - Nº 3509
ÁGUAS NO ERMO (SERTÃO)
“... pois águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo”. (Is. 35:6)
Temos acompanhado reportagens sobre a situação da “transposição das águas do Rio São Francisco” com as denúncias ligadas à obra. O TCU (Tribunal de Contas da União) fala em centenas de milhões de reais de sobrepreço, atraso de mais de três anos, estruturas comprometidas por material inferior, túneis desabados por falta de projeto adequado, partes terminadas, mas desconectadas, etc. É o retrato de um governo de desgoverno. Mas, parece que está tudo bem, e continuam sem ver nada, sem saber de nada, e sem ouvir nada. Enquanto isso, vemos a situação de seca terrível que se abate sobre aquela população do sertão nordestino carente, para a qual não se busca dar condições de trabalho na terra, mas apenas a manutenção, por medidas populistas e demagógicas, de status de dependência eleitoreira assistencialista.
O profeta Isaías fala de esperança, usando uma figura belíssima envolvendo águas e ribeiros que transbordam no deserto. Claro que tal situação faz com que o deserto deixe de existir, faz com que ele possa ser transformado e gerar produção, desenvolvimento e fartura. Essa figura se aplica à nossa existência também. Somos agraciados por Deus, pois conhecemos a “Fonte de águas vivas”, que é o Senhor Jesus, que faz com que desertos sejam transformados em mananciais de águas. Ainda que o profeta fale de uma situação futura e de uma nova ordem a ser estabelecida e implantada por Deus, podemos antecipar a sua essência experimentando, em nossa vida particular, este fluir constante da “Água da Vida”, da qual nos fala Jesus (João 4), desta fonte a “jorrar para a vida eterna” (João 4:14).
A transposição deste “Rio de águas vivas” já foi feita pelo Senhor. Tais águas estão ao seu alcance, para gerar fruto de salvação em sua vida. Portanto, “quem tem sede, venha a Mim e beba” (João 7:37). Não desperdice esta provisão de Deus para sua vida.
Rev. Paulo Audebert Delage