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domingo, 24 de fevereiro de 2019

SEJA FEITA A SUA VONTADE

ANO LXXVI - Domingo, 24 de fevereiro de 2019 - Nº 3826

Seja feita a sua vontade

Ninguém, absolutamente ninguém, gosta de ser contrariado. Isso é um princípio universal. Ter nossas vontades realizadas produz um sentimento de bem estar que pode ter várias fontes. Esse sentimento pode vir do poder de convencimento, da autoridade, da manipulação, do poder aquisitivo, das influências boas e más, enfim, as matrizes são muitas. O que não gostamos é da contrariedade.

Esses embates surgem em todas as idades da vida. Quando crianças aprendemos que muitas vezes podemos usar o choro, nem sempre acompanhado de lágrimas, para conseguir o que queremos. Quando adolescentes, usamos birra. Quando jovens, a arma da vez é a chantagem. Já adultos, usamos a manipulação ou a maledicência. E quando idosos, a paciência. Tudo isso para que seja feita a minha vontade.

Jesus, quando nos fala sobre a oração, nos ensina que devemos dizer “Faça-se a Tua vontade” (Mt 6.10). Essa expressão é altamente subversiva, pois ela nos coloca numa posição de submissão, diante de Deus. A única forma de encontrarmos contentamento nessa posição é exercendo confiança. Nossa afeição não é à submissão, mas à nossa vontade. Por isso, a oração de Jesus ao Pai, que submete nossa vontade à dEle, pode ser tão perturbadora e desconfortante. Afinal, como confiar se eu não sei o que vai acontecer? Como confiar sem que eu tenha “provas” de que o melhor vai acontecer? Como confiar sem que a insegurança, ansiedade, desconfiança e a incerteza assumam o controle dos meus sentimentos?

Para nos ajudar com estas questões precisamos ler o restante do verso que diz “assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Essa afirmação de Jesus revela que Deus deseja fazer na terra, o que ele tem feito no céu. O céu é o modelo do Reino que deve ser estabelecido na terra e em nós. Na terra, somente Jesus obedeceu a Deus com plenitude. No céu, os anjos, em santidade, são o modelo que Deus deseja para a obediência dos homens.

O modelo está no céu, nosso alvo é o céu. Não é de se admirar que Jesus Cristo tenha incluído nessa oração a submissão, a obediência e o contentamento com a vontade de Deus para as nossas vidas, pois submeter a Ele é entregar o controle que nunca deveria ter sido nosso ao Criador. Afinal, Ele sabe o que é bom para todos nós.

Pr. Gustavo Bacha

domingo, 17 de fevereiro de 2019

QUAL É O NOSSO NEGÓCIO? (II)

ANO LXXVI - Domingo, 17 de fevereiro de 2019 - Nº 3825

Qual é o nosso negócio? (II)

No último artigo publicado semana passada (10/02/2019), eu comentei sobre qual seria o “nosso negócio”, me referindo a nossa missão. O que como discípulos e discípulas de Jesus, nós temos que fazer para sermos igreja em missão? E com base no texto de Mateus 28, vimos que o nosso negócio, a nossa missão, tem a ver com gente.

Hoje, continuamos o verso 19 “Fazei discípulos de todas as nações.” Esse mandamento, que possui uma construção verbal (fazei), que em nossa língua não permite uma tradução mais adequada, é o aoristo. Esse verbo não está condicionado a um tempo específico, passado, presente ou futuro, ele tem uma ação puntiforme, que poderia ser traduzido como “indo” uma ação contínua, ontem, hoje e amanhã. Ou seja, o processo de fazer discípulos não tem fim.

Por isso, a segunda característica do “nosso negócio”, é promover fidelidade a Jesus e não a nós. Fazer discípulos de todas as nações, não quer dizer que eles se submeterão a nós ou ao nosso sistema religiosos, mas a Jesus Cristo. É inaceitável lideranças cristãs, que subjugam seus liderados, ofuscando o mandamento e os aprisionando em um sistema de crenças que gira em torno de suas vontades.

A terceira característica do “nosso negócio” é a comunicação da Palavra de Deus: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (v.20). Ensinar a guardar as coisas que Jesus tem ordenado, isso é comunicação, que exige inteligibilidade, que é um dos princípios elementares do processo de comunicar. O outro precisa entender aquilo que está sendo comunicado. Em um mundo tão conectado e integrado, onde o alcance das nossas ações on-line possui dimensões intercontinentais, fazer discípulos de todas as nações e ensiná-los a guardar os ensinos de Deus, está mais acessível do que nunca.

Hoje, nós transmitimos o culto on-line, alcançamos pessoas de todo o mundo, temos dominicalmente, mais de 30 pessoas assistindo os cultos ao vivo e centenas de pessoas participando do culto durante a semana. Olhar para esse tipo de ação é entender que isso tem a ver com o nosso negócio, com a nossa missão, com o mandamento de Jesus. Com isso desejamos que essas pessoas aprendam de Cristo e sejam discípulos(as) dele e não de nós ou do nosso sistema religioso e aprendam as palavras de Jesus.

Faça discípulos, presencialmente ou virtualmente. Não se limite aos seus vizinhos, influencie pessoas com os ensinamentos de Jesus. Use sua vida para cumprir a missão que o Senhor nos deu, fazendo isso nós estamos cumprindo o nosso “negócio”.

Pr. Gustavo Bacha

domingo, 10 de fevereiro de 2019

QUAL É O NOSSO NEGÓCIO? (I)

ANO LXXVI - Domingo, 10 de fevereiro de 2019 - Nº 3824

Qual é o nosso negócio? (I)

Saber o seu negócio, te ajuda a planejar, executar e desenvolver aquilo que você entendeu ser o mais importante e essencial para o cumprimento dessa missão. Isso pode ser aplicado em várias áreas da vida, como profissional, familiar, social, entre outras. Tudo vai depender de qual é o seu negócio. Como cristãos, nós temos um “negócio”? Bom, se pensar que esta palavra está sendo usada para definir aquilo que é a nossa missão, sim, nós temos um “negócio”, somos herdeiros de um projeto que passou por Deus antes de vir até nós, ou seja, o Pai olhou para aquilo e disse: É isso que eu quero que eles façam.

Como igreja, recebemos o legado de Jesus a cerca do nosso “negócio”, que foi registrado por Mateus no capítulo 28, versos 18-20, desse texto extraímos alguns aspectos daquilo que Jesus nos mandou fazer através de palavras e ações.

O primeiro mandamento de Jesus a cerca do nosso “negócio” nesse texto é o seguinte: “Fazei discípulos” v.19. Discípulos não nascem prontos, nem são formados de um dia para outro, não podem ser feitos a partir da impessoalidade ou descaso. O tempo de Jesus com os seus foi de 3 anos consecutivos, intensos e em período integral de dedicação para formá-los ao engajamento na missão. Lidar com gente é desafiador, envolve decepção, traição, conflitos, mas, como pastor eu posso dizer isso, poucas coisas são tão gratificantes, quando você consegue ver, a formação do caráter de Jesus nas pessoas, mudando sua forma de pensar e olhar o mundo, e também de se relacionar com ele.

Nada disso pode ser feito sem amor. Algumas pessoas dizem assim: “Pastor, eu amo os africanos, eu amo os chineses, eu amo os indianos”, mas mora em São Paulo, não os conhece, não sente o cheiro das ruas, das casas, não sofreu a discriminação do olhar, não é chamado(a) pejorativamente de Kolomba (palavra africana que significa “Branco” se referindo a cor da pela no sentido pejorativo). Nada disso faz discípulos, o amor é fundamental, mas sem envolvimento físico ou virtual, ele se torna um adereço da fé, sem aplicação do cumprimento da missão.

Como igreja essa é a primeira característica do nosso negócio, fazer discípulos. Hoje temos tantos recursos a nossa disposição, que o discipulado pode acontecer fisicamente ou virtualmente, por isso, usar as tecnologias a nosso favor é entender as mudanças que acontecem no mundo e como Deus tem planos pra isso. Existem pessoas que são contra esse tipo de ação tecnológica, mas se esquecem que o maior discipulador do novo testamento, usou a tecnologia mais avançada do seu tempo para fazer discípulos. Sabe quem foi? O apóstolo Paulo, através de suas cartas.

Faça discípulos, presencialmente ou virtualmente, use sua vida para cumprir a missão que Jesus nos deu, fazendo isso nós estamos fazendo o nosso “negócio”.

Pr. Gustavo Bacha

domingo, 3 de fevereiro de 2019

MARIANA, BRUMADINHO E GEENA

ANO LXXVI - Domingo, 03 de fevereiro de 2019 - Nº 3823

MARIANA, BRUMADINHO E GEENA

Há pouco mais de 3 anos, o rompimento da barragem de Mariana (MG) causou a maior catástrofe ambiental do país, matando 19 pessoas, destruindo rios, florestas, matas ciliares, fauna e flora afetadas. O distrito de Gesteira, em Minas Gerais, foi completamente destruído, sumindo literalmente do mapa. O volume de rejeito de minério foi tanto, que tomou conta do Rio Doce, chegando até o litoral capixaba, que está a mais de 600Km de Mariana. Até hoje, o rio sofre com as consequências desse crime ambiental.

Na semana passada, rompeu a barragem em Brumadinho (MG), até hoje (30/01) somam 84 corpos localizados e 276 pessoas ainda permanecem desaparecidas. Os números de vítimas são impressionantes. Somando-se a eles, ainda há os desabrigados que provisoriamente perderam suas residências. Os impactos ambientais ainda são incalculáveis, pois a lama corre em direção aos rios de maior afluência, podendo atingir o São Francisco.

Essas duas catástrofes possuem um paralelo com a vida espiritual muito próximo. A Bíblia diz que o pecado afetou toda a criação (Rm 8.22) causando uma contaminação no propósito original de Deus para ela e também uma ruptura no relacionamento com Ele. O pecado causou destruição natural e morte. O rompimento das barragens de rejeito também, encheram belas paisagens, rios e matas, com rejeito de minério, uma lama, densa e espessa que contaminou a natureza e matou diversas pessoas.

O Salmista Davi, quando relembra o seu passado, diz as seguintes palavras “Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama”, sua referência com essas palavras está em seus pecados. A situação de uma vida que nasce nesse mundo contaminado pelo pecado é essa, nasce na lama, cresce na lama e muitas vezes morre na lama. Essa sujeira não pode ser removida com um banho em água quente, ela só pode ser lavada pelo sangue de Jesus (1Jo 1.7).

Nós moradores de São Paulo, não seremos atingidos pela lama das barragens das cidades de Mariana e Brumadinho, “estamos em segurança” aqui. Contudo, a lama do pecado já nos atingiu e ela não se limitou as barreiras geográficas. Estamos soterrados até o pescoço, a única maneira de nos livrarmos é fazer como o Salmista:

"Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos." (Salmo 40.1,2). Jesus possui o sangue que pode nos purificar do pecado e Ele é a Rocha que nos dá segurança e vida eterna. Ah, o Geena. Ele é o lugar de todos que morrem soterrados na lama do pecado e que não foram lavados em Cristo, o Senhor.

Pr. Gustavo Bacha

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.