ANO LXXVI - Domingo, 22 de julho de 2018 - Nº 3795
ANA
“Uma se chamava Ana” (I Samuel 1:2)
ANA
“Uma se chamava Ana” (I Samuel 1:2)
Serão apresentados alguns textos de caráter meditativo sobre a pessoa de Ana, mãe do grande sacerdote, profeta e legislador hebreu Samuel. Tais textos não serão de cunho teológico ou doutrinário (embora tais aspectos não sejam desprezados), mas a preponderância é a abordagem de situações relativas à vida de uma pessoa e suas relações consigo, com os outros e com Deus.
Seu nome vem do hebraico e tem significado muito positivo (“Hanna”), ou seja, ‘graça’. Ela era esposa de um homem que a amava profundamente, embora fosse bígamo (possibilidade existente naquele momento e contexto em Israel). Essa posição não a colocava em situação de angústia ou tristeza, pois seu esposo a privilegiava com porções dobradas em relação à outra esposa, e o texto diz o motivo: “porque ele a amava” (1:5). Mas, apesar de amada por seu marido, Ana se via em uma situação de “desana”, ou seja, “desgraça”; não podia gerar filhos, era estéril. Tal fato a angustiava, mesmo quando seu marido lhe afirmava: “Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1:8).
Sofria Ana, por sua condição estéril, a afronta e zombaria da outra esposa, posto que esta se via minorada naquela relação conjugal e o texto registra: “A sua rival a provocava excessivamente para a irritar” (1:6); “a outra a irritava” (1:7).
De fato, sua existência era cercada de contrastes, embora sendo “Graça”, parecia não ter muita “graça”; mesmo que amada, se sentia preterida; ainda que bem tratada e protegida, seu sentimento era de profundo abandono e escassez. Tal estrada a levava ao risco sério e profundo de ansiedade e depressão, pois ela já “chorava e não comia.” (1:7).
Situações ambíguas como estas não são incomuns a muitas pessoas. Conflitos de real profundidade que atingem o ser e a profundeza da alma. Não é fácil o enfrentamento de tal situação. Mas, em lugar de focar e fixar-se naquilo que é negativo, ruim ou mal, procure perceber o bem, o positivo e o bom ao seu redor. Quão grandes são os privilégios e manifestações da graça de Deus à sua volta. Não perca isso de vista. Mesmo que haja nuvens densas, nossos olhos são iluminados constantemente pelo “Sol da Justiça”, Cristo Jesus nosso Senhor, que “sempre nos conduz em triunfo” (2 Co. 2:14). Não é ufania humana; é graça de Deus. Aleluia.
Rev. Paulo Audebert Delage
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