ANO LXXVI - Domingo, 15 de julho de 2018 - Nº 3794
PAÍS DO FUTEBOL!?
PAÍS DO FUTEBOL!?
O Brasil é conhecido (?) como o país do futebol. De fato, este esporte é uma paixão efervescente em nosso meio. Em quase todo lugar vemos um “campinho”, uma quadra ou um estádio. Bolas de borracha, de meia, de couro de vários tipos. Não há nada de errado com isso. Países como a Holanda, Suécia, Suíça, Alemanha, Dinamarca, Inglaterra, França (entre outros), também possuem uma considerável paixão pelo futebol e o praticam.
Qual a diferença entre eles e nós? Aí está nosso grande problema. Somos, também, o país da violência, do desemprego, do nepotismo, da “desgovernança”, da corrupção, da política sórdida, da injustiça social e jurídica, da falta de infraestrutura, do pouco saneamento básico, da desassistência à saúde pública, da desvalorização da educação com qualidade e da escola-professor, da propina, da sonegação, da impunidade, dos favorecimentos aos meus correligionários à base da improbidade, da cupidez incontrolável dos mandatários e políticos, e de tantas outras mazelas morais das quais estamos empanturrados neste imenso pais do futebol (e pode-se adicionar do carnaval).
Preferiria ser o país da educação, do saneamento básico, do elevado IDH (índice de desenvolvimento humano) e neste campo tão somente empatar (não precisava ganhar) com Islândia, Dinamarca ou Suécia. Gostaria de ser, na verdade, o país da integridade e justiça com punição aos corruptos, empatando com o Japão e Coréia do Sul. Vibraria por ser o país da justiça social, da baixa incidência de violência contra a pessoa e o patrimônio, mais uma vez só empatando com a Suíça, Finlândia, Holanda e Alemanha (para não citar outros).
Mas, parece que iremos continuar sendo, por muitos e muitos anos ainda (e já nem estamos sendo mais tanto assim, é só ver o nível de nosso futebol) o país do futebol, onde o desemprego continua aumentando, a corrupção floresce, a impunidade desafia a moral e o pudor, o desrespeito à pessoa se avoluma, os arranjos à sorrelfa (na calada da noite nos ‘tribunais superiores’) vão sendo processados por políticos de duvidáveis intenções junto a integrantes do judiciário que nunca foram, de fato, provados (aprovados) para ocupação de tal cargo e função. Mas, que importa? Continuamos, afinal de contas, na doce e melíflua ilusão de que somos “o país do futebol”. Ano de eleições gerais. Acordemos. Que Deus tenha de nós misericórdia.
Rev. Paulo Audebert Delage
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