ANO LXVII - Domingo, 18 de abril de 2010 - Nº 3364
"Ai da cidade que derrama sangue no meio de si... ai de ti cidade sanguinária" (Ez. 22:3 ; 24:6,9).
A urbanização tem sua história ligada aos tempos em que o ser humano abandona seu nomadismo e passa a estabelecer- se e fixar-se, desenvolvendo o cultivo e plantações, passando a formar núcleos ou aglomerados com ajuntamento de pessoas e incremento de escambo (troca e comércio). A Bíblia nos fala de formação de cidades e as mazelas nelas existentes, sejam elas (cidades) pequenas ou grandes.
No texto do profeta Ezequiel a palavra é dirigida contra Jerusalém (cidade da paz) pelo fato de sua situação de violência, injustiça e criminalidade (pecaminosidade) . O adjetivo que lhe é dado soa triste e sombrio: sanguinária.
Se houver o exame (sugiro que façam) dos textos completos nos capítulos apontados acima, pode-se perceber que as abominações cometidas são também vistas nas cidades ao redor do mundo e nos dias atuais, sendo, igualmente, sanguinárias.
Nossas cidades não estão fora do contorno dado à cidade de Jerusalém nos dias de Ezequiel. É de deixar pasmo ao perceber que essas condições estavam presente na "cidade santa". A violência, iniquidade e corrupção estavam manifestas e pululavam em suas ruas. Nossas São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e mesmo as pequenas e do interior, estão em condições semelhantes. As injustiças e maldades fazem o sangue ser derramado e escorrer nas ruas e avenidas dessas nossas cidades.
Há solução? Que fazer? Urbanistas, engenheiros, arquitetos, cientistas sociais, cientistas políticos e tantos outros buscam soluções, mas há um certo desalento e desesperança.
Não podemos, como cristãos, ficar indiferentes. Nossa postura deve ser de mudança de atitude, para que, a partir de nós, mudança ambiental e comportamental seja verificada, embora saibamos que o ideal de cidade projetada pelo Senhor para nós, só será manifesto e efetivado quando vier "a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus..."(Ap. 21:2). Até que esse momento de regeneração da "urbe" venha e se instale a "nova ordem", a postura cristã não é de apenas ficar "enxugando" o sangue das ruas, mas agir de forma positiva para que seja estancada ou, pelo menos, minimizada essa violenta sangria nas vielas escuras ou avenidas iluminadas dessas cidades sanguinárias. O Senhor nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
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