ANO LXVI - Domingo, 14 de dezembro de 2008 - Nº 3294
BEM-AVENTURADO ( 14 )
"Bem-aventurado o povo a quem assim sucede!" Sl 144:15
Pode-se perceber, facilmente, que esta bem-aventurança não se liga a uma pessoa, mas ao conjunto social por elas formado, a saber um povo ou nação.
Claro que nossa perspectiva protestante é, essencialmente, individualizante e individualizada. Nossa percepção de social, coletividade ou comunidade é pequena. A relação com Deus (salvação, esperança, fé, etc), está sempre focada no individual. O comunitário, quando ocorre, é apenas o somatório dos individuais.
O salmista apresenta uma figura em que a ênfase da bem-aventurança não é o indivíduo, mas o povo, fugindo à percepção do estreitamento personalístico da beatitude. Nós–povo, não apenas eu–indivíduo. De que fala o escritor? A que se refere? Qual o conteúdo da beatitude? Se lermos apenas o verso 15 (a), não entenderemos. É preciso, portanto, ler os versos anteriores, onde são apresentadas manisfestações de vitória, triunfo e sucesso. A vida familiar, agrícola-pastoril, comercial e sócio-política são enfatizadas nessas linhas do salmo, como fruto da ação graciosa e misericordiosa do Senhor. De fato, não há como negar que ao povo a que tais circunstâncias sucedem, a graça comum de Deus se manifesta e tal povo pode ser visto como abençoado. Não se trata aqui de pensar que toda esta gente (nação) seja salva. A ênfase é no aspecto sócio-político-econômico, visto aqui como elemento indicativo da ação benfazeja de Deus.
Nós, como igreja, somos alvo dessa bênção, mas desejamos e oramos para que isto se estenda sobre nós brasileiros, na condição de povo.
Deus nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
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