ANO LXV - Domingo, 02 de março de 2008 - Nº 3253
Temer ao Senhor V (Levítico19:5-8)
Na seqüência de abordagem deste capítulo encontramos a temática do sacrifício. Aqui ocorre a qualificação distintiva, sendo o sacrifício de caráter pacífico. Não há espaço suficiente para tratarmos de toda a estrutura sacrificial no Israel Patriarcal e posterior. Neste caso trata-se de um sacrifício em que se celebra a paz com Deus pela expiação feita quanto ao pecado.
Podemos nos ver situados histórica e culturalmente bem distantes do Israel dos tempos em que tal texto foi produzido. Porém, deve-se notar que nós também somos desafiados a oferecer sacrifício ao Senhor ainda hoje. Torna-se evidente que não falo de sacrifícios como os preconizados em certos segmentos chamados evangélicos e muito menos daqueles que compõem o acervo do catolicismo romano popular ou não. Não falo de flagelos físicos, restrições ascéticas, reclusão monástica e outras desta ordem. Refiro-me aos sacvifícios apresentados nas Escrituras e que devem ser por nós apresentados a Deus. Vejamos alguns destes:
1) O salmista nos fala que os sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado e coração contrito( salmo 51 ) , aos quais Deus não desprezará, fazendo apontar para a intimidade e interioridade em contraste com a formalidade e exterioridade.
2) 2)O apóstolo Paulo nos ensina, ao escrever aos Romanos, sobre oferecer nosso corpo como "sacrifício vivo , santo e agradável a Deus " que é nosso culto racional(Rm.12).
3) O escritor da carta aos Hebreus nos exorta a que apresentemos "sacrifícios de louvor, fruto de lábios que professam o Seu Nome" (Hb.13:15).É referência ao testemunho cristão de sustentação de nosso compromisso com o Senhor e a proclamação de nossa fé.
É fato que podemos entender que deva haver nosso sacrifício quando nos privamos de algo com o propósito de nos envolvermos de forma mais intensa com o Senhor e Sua Obra. Deve estar claro que tal situação jamais será de caráter meritório, ou seja, isto não nos tornará mais dignos de ingresso no Reino Celestial. A consciência de uma tão grande salvação a nós concedida graciosamente por e em Cristo Jesus, nos leva à dedicação e, às vezes, envolve a restrição de certas comodidades em nossa vida e ou à dádiva de nós mesmos em um esforço maior de servir ao Senhor. Note-se ( verso 8 ) que algo tão sublime manifesto no sacrifício e louvor, pode tornar-se elemento de afronta ao Senhor.
Temamos ao Senhor e ofereçamos-Lhe sempre sacrifícios de gratidão e adoração como instrumentos de manifestação de Sua glória.
Deus nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
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