ANO LXXIII - Domingo, 22 de novembro de 2015 - Nº 3656
HORRORES
HORRORES
Duas ocorrências nos atingiram estes últimos 15 dias, sendo uma delas aqui no Brasil (rompimento de barragem de mineradora) e outra em Paris (ataque terrorista), as quais nos deixaram abalados e profundamente impactados. Muitos se apressam a perguntar: Onde estava Deus nessa hora? Se existe; por que permite esse tipo de coisa? Se é bom; por que deixa que tais coisas ocorram? Na verdade se equivocam, pois o direcionamento da pergunta não deve ser para o alto, mas, sim, para o lado. Não se trata de algo “do céu”, mas da terra, do ser humano.
O atentado em Paris é fruto da hediondez humana, perpetrado por alguém que se move em nome de Deus e de uma fé absurda. Não é zelo; é loucura religiosa, é insanidade afogada em mistificação; é animalidade travestida de religiosidade. Deus não tem parte nisso. Indague do homem, ao homem, pois o que se fez é fruto exclusivo do coração e mente doentios de seres humanos (se podemos assim classificá-los). Não é Deus quem deve responder as perguntas, antes aos insanos cabe essa incumbência. Eles, e não Deus, têm nas mãos o sangue de dezenas de seres humanos bárbara e estupidamente assassinados em nome de zelo doentio e louco, a que chamam fé.
O desastre ocorrido em Mariana (MG) com danos incalculáveis na esfera do meio ambiente e, muito pior, em termos de vidas humanas também não deve ser imputado ou creditado a Deus. Mais uma vez está a mão nefasta do ser humano. O que se viu ali é o fruto da ganância plantada no coração humano. O lucro cada vez maior a custo cada vez menor, porém, com custos (não pecuniários) inimagináveis em suas consequências deletérias e criminosas. Foi o ser humano, e não Deus, o responsável por tal ocorrência. Deus tem “costas largas” (longânimo), mas não se deve lançar sobre Ele o que a Ele não é devido. A mineradora (com suas cabeças que não aparecem) é a responsável e não Deus.
Se tais ocorrências se verificaram não é por ação de Deus ou determinação DEle, apenas permite que o homem se expresse em sua liberdade e exerça (sem a restrição DEle por sua graça comum) sua autodeterminação, manifestando o pecado (maldade) presente nas entranhas de nosso ser. Horrores não de Deus e nem por Deus, mas de homens e por homens contra seus iguais. Misericórdia!
Rev. Paulo Audebert Delage
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