ANO LXXII - Domingo 08 de junho de 2014 - Nº 3580
FÁBULAS E CRENDICES
“Mas não tenha nada a ver com as lendas pagãs e tolas” (I Tm 4:7 NTLH).
O texto acima foi escrito por Paulo há quase dois mil anos e tem força impactante ainda hoje. Já naqueles dias e contexto o apóstolo advertia com relação a costumes, crenças e práticas envoltas em aspectos de lendas e superstições grosseiras, rudimentares e pagãs. A palavra empregada para lendas (fábulas - na versão atualizada) é “mitos”, ou seja, algo destituído de caráter verdadeiro demonstrável ou comprovável e fruto da mera crença do vulgo na tentativa de explicar algum fenômeno.
Pois bem, somos um país onde grassam as superstições e manifestações de palavras ou atitudes “mágicas” em relação ao mundo não visível ou espiritual. Fomos contemplados, na semana passada com demonstrações (por mais de uma vez) grosseiras de superstição e crendices pagãs, ao vermos a Chefe (chefa?) do Executivo de nosso país “bater na madeira” algumas vezes. Tal costume é oriundo de superstição ligada aos celtas e “exportado” para outros povos que viam nas árvores (madeira) o “lugar de morada dos deuses ou espíritos”. Assim, quando entravam em alguma floresta batiam na madeira para despertar os deuses a seu favor e ou afugentar os maus espíritos.
O exemplo dado no mais alto escalão de nosso governo é triste, lamentável, vergonhoso e vexatório. Estamos à mercê de crendices, fábulas e superstições, como se palavras ou certos gestos pudessem resolver os problemas por “manipular” a sorte ou a “inclinação dos deuses”. É a ideia de que se pode manipular tudo, arranjar tudo, até mesmo com os deuses, desde que seja feito de maneira certa ou adequada, tornando a divindade cativa ao meu comando. O que se faz no universo da política sendo aplicado ao do espírito.
Sinto-me como se estivesse em um país conduzido pela crença do vodu, ou do animismo mais rudimentar de tribos primitivas. Como alguém que se diz instruída e que, com certeza, tem a formação universitária (mestrado - verdade?) e professante de uma fé de tradição cristã (católica romana) se presta a uma atitude como tal? Tal conduta de “bater na madeira” é como admitir “fábulas de velhas caducas”, superstições e crendices pagãs. Cada pessoa tem o direito de crer como quiser, mas deve ser coerente, sem manter um verniz de cristianismo com o cerne repleto de paganismo. Oremos para que o Senhor livre de tais práticas e crendices o nosso País.
Rev. Paulo Audebert Delage
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