ANO LXVIII - Domingo, 13 de fevereiro de 2011 - Nº 3407
“...O rei estabeleça um decreto... que todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões” (Daniel, 6:7).
A sutileza da maldade humana é impressionante. A capacidade do ser humano perverter e corromper é muito grande. No texto do livro de Daniel vemos os conselheiros do rei Dario dar-lhe uma orientação altamente estimulante à sua vaidade. Seria ele considerado o único a quem se deveria pedir algo. Estaria em lugar de todos os deuses, sendo o maior dentre todos eles. Certamente deixou-se levar por tal conselho, posto que este lhe inflava o “EU”.
Mas, o que estava por trás desta forma de conselho-bajulação? Não era o interesse em promover a honra do rei, mas em destruir a vida de um homem justo, Daniel. A vaidade do rei seria o instrumento pelo qual se daria a morte daquele homem fiel e íntegro, servidor dedicado e prestimoso do próprio rei.
Deus interferirá, de modo sobrenatural, no processo urdido pelos governadores, preservando a vida de Daniel, impedindo que venha a ser devorado pelos leões, aos quais seria atirado. É preciso estarmos atentos a certos conselhos que vêm entremeados de elogios, e parecem nos colocar em uma condição ou situação de superioridade, envolvendo nosso “ego” e elevando-o em vaidade. Muitas vezes o propósito é lesivo e destrutivo. Tal forma de sedução e engodo visa o prejuízo nosso ou de terceiro, fazendo-nos meros instrumentos de manipulação para consecução de objetivos escusos e baixos. Pensamos que estamos sendo prestigiados, mas, na verdade, trata-se de exploração de nossa vaidade.
Não só os jovens e adolescentes estão sujeitos a tal forma de exploração quando lhes é dito: “Você é forte, corajoso, não tem medo de nada, então dê um ‘tapa’ neste ‘baseado’, ou ‘ganhe’ aquela ‘tiazinha’”; mas nós adultos, profissionais liberais, homens de negócios, donas de casa, etc, somos alvos constantes desta forma de orientações, sugestões e conselhos. Aprendamos a perceber o que se encontra por detrás de tais propostas e conselhos, rejeitando-os, mesmo que possa parecer desconsideração à nossa sempre carente auto-estima. Deus assim nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
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