ANO LXVI - Domingo, 19 de abril de 2009 - Nº 3312
"Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus" (Mt.5:9)
Esta belíssima coleção de bem-aventuranças apresentada por Jesus neste seu sermão, nos apresenta esta preciosidade sobre o grande anseio de nós, seres humanos, a paz.
Deve-se observar que o Senhor usou uma palavra bastante expressiva e com significado bastante específico, ou seja, pacificador. No grego aparece um tipo de composição nesta palavra com a ideia de "fazer", "praticar". Assim, temos, como no português, a ideia não de pacifista , como aquele que não briga, não luta, não batalha; cujo sentido está ligado mais à passividade; mas, de pacificador, isto é, aquele que é gerador da paz, fazedor da paz.
Somos levados a pensar que se formos pacifistas, já é grande mérito ou virtude. Isto é, de fato, verdade. Mas, o desafio colocado por Jesus é muito mais profundo ao nos conduzir à ingente tarefa de pacificar.
Este conceito é amplo e envolve toda sorte de conflitos e litígios. Claro está que devemos ser, sobretudo, promovedores da paz dos seres humanos com Deus. Isto se dá mediante o Evangelho de Cristo com o ministério da reconciliação (II Co. 5: 18-20). Devemos ser promovedores da paz com o nosso próximo visto que "a paz de Cristo" deve ser o "árbitro" em nossos corações (Cl.3:15). O conflito estabelece muros, barreiras, valas. Devemos promover a ponte da reconciliação e fazer a paz.
O resultado deste exercício de "praticar" a paz, nos leva a sermos chamados "filhos de Deus". Que privilégio. Esta é uma colocação que nos faz semelhantes a Cristo (Filho de Deus) por ser Ele o promovedor da paz. É de Sua natureza criar a paz , eliminando as rusgas e conflitos. Ser considerado filho de Deus, é posição gloriosa .
Termino com uma questão inquietante a todos nós: Posso ser chamado filho de Deus por ser fazedor da paz?
Seja o Senhor misericordioso para conosco e nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
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