ANO LXV - Domingo, 09 de setembro de 2007 - Nº 3228
"Por causa do temor de Deus" (Neemias 5:15)
Sete de setembro de mil oitocentos e vinte e dois. Ah, como suspira nossa alma por vermos nossa Pátria, de fato, livre! Ao lermos integralmente o texto acima referido situamo-nos em Israel nos dias da restauração dos muros, do templo e da cidade de Jerusalém. Tudo fora destruído e queimado como manifestação da ira de Deus por causa da transgressão e pecado de Israel. Agora era o tempo de restauração, momento de reconstrução, instante de reedificação.
Neemias era o grande restaurador vocacionado pelo próprio Deus para esta grande e desafiadora tarefa. Empenha-se, esforça-se, dedica-se. O resultado foi a reedificação do muro da cidade em 52 dias. Que vitória, que realização, que conquista. Tornara-se um homem de referência em seu tempo entre o seu povo. Seus aliados o admiravam, seus adversários tiveram que reconhecer seu valor e tributar-lhe respeito. Sua postura de integridade, honestidade e fidelidade a Deus e Sua Palavra era determinada por um fator imprescindível ainda hoje na vida de um líder e, sobretudo, de um político: o temor de Deus.
O comportamento de Neemias era distinto dos políticos (governadores) que o antecederam no governo exatamente pelo senso de temor de Deus que havia em seu coração. A descrição da conduta dos governadores era triste: opressão do povo, usurpação, enriquecimento ilícito, abuso de poder, entre outros. Com tristeza vemos que tal conduta assemelha-se à dos mandatários de nosso país. Tem-se a impressão que esta forma de conduta corrupta e antiética está ligada à classe dos gestores públicos e administradores do bem comum desde tempos antiqüíssimos. Independência. Data bela e jubilosa. Mas, com a falta de temor a Deus (e vergonha na cara) o que vemos é uma situação de tendência degenerativa da vida pública em nosso contexto político e público-administrativo. Há falta de Neemias neste nosso país; há escassez de Neemias neste universo político brasileiro.
Nestes tempos de comemoração de nossa independência, oremos e clamemos a Deus para vermos dependência do temor do Senhor, para que atitudes sejam mudadas dentro do universo corrompido do poder político e econômico de nosso Brasil. Dependência ou morte. Ou dependemos de Deus e caminhamos em Seu temor ou haveremos de ver a morte de nossas instituições públicas.
Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
Nenhum comentário:
Postar um comentário