ANO LX - Domingo, 07 de julho de 2002 - No 2958
E POR FALAR EM SELEÇÃO...
O Brasil inteiro vibrou com a vitória da nossa seleção. Somos os maiores, os melhores, os pentacampeões. "Com o brasileiro, não há quem possa..." É tempo de euforia. Nunca vi tanta gente cantando o Hino Nacional, até em ritmo de forró. Nunca vi tanto verde e amarelo cobrindo edifícios, carros e rostos. Nunca se vendeu tanta bandeira e também nunca se usou de maneira indevida o pavilhão nacional. Mas tudo é festa. É uma catarse coletiva. Por falta de outros e mais relevantes motivos, o futebol tem sido a alegria, a glória, a paixão de um povo.
De fato, para uma seleção que saiu daqui desacreditada a vitória teve sabor de vingança. Foi o troco às más línguas, aos profetas do desânimo e da derrota. Essa vitória tem a cara de um homem - Luiz Felipe Scolari. Vaiado, xingado, moralmente agredido, reagiu com a fibra típica de um bom gaúcho. Quando todo mundo dizia que Ronaldinho (o Nazário) estava com a perna "bichada" e que seria um estorvo na seleção, Felipão acreditou na sua recuperação e lhe deu um tremendo crédito de confiança. Contrariando os milhões de técnicos de plantão, convocou os "estrangeiros" e deu titularidade a jogadores de menor expressão. Acima de tudo, resistiu bravamente e não aceitou a imposição de nomes famosos. Um deles até com o aval do Presidente da República! A "família Scolari", como ficou conhecida a nossa seleção, deve ao Felipão a conquista do Penta.
Agora tudo é samba, é pagode, é desfile, é festa, é delírio. Mas como a alegria deste mundo é fugaz, logo, logo, ninguém se lembrará de toda essa curtição. Os campeonatos locais e nacionais acontecerão, derrotas e vitórias se sucederão. Somente daqui a quatro anos voltaremos a falar de seleção. Como sempre, na base do improviso e do sufoco. Quem nos levará ao Hexa?
Ao contrário da alegria passageira de uma consagração no futebol mundial, temos da parte de Deus o convite para uma alegria que tem começo e não tem fim. A alegria de ser convocado, todos nós, homem, mulher, jovem, idoso, pobre, rico, habilidoso ou desajeitado, para fazer parte da seleção cuja alegria não passa. A seleção dos pecadores perdoados e redimidos por Cristo Jesus. "A quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas" (I Pe 1.8,9).
Venha, você também, fazer parte da "família de Cristo".
Rev. Eudes
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