ANO LIX - Domingo, 11 de novembro de 2001 - No 2924
A Minha Terceira Perna
A Minha Terceira Perna
"E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno." (Mateus 5:30)
Clarice Lispector, em seu livro, "A paixão segundo G. H." descreve o sentimento de uma pessoa que havia perdido um ponto de referência na sua vida, perdendo alguma coisa que lhe fora essencial em determinada época, mas que agora não lhe era mais. Era como se houvesse perdido uma terceira perna que lhe impossibilitava de andar, mas que, por outro lado, lhe fazia um tripé estável.
De certa forma, temos nossas "terceiras pernas" que nos dão a agradável sensação de estabilidade. Nos apoiamos nelas e nos acostumamos tanto com esta situação que passam a ser muito naturais para nós. Cremos que sempre estiveram ali a ponto de acharmos estranhos aqueles que não as tem. Sem percebemos, essas "seguranças" criadas por nós mesmos, homens, nos imobilizam e impedem-nos de experimentar a inquietante, porém rica experiência de ver a vida por novos ângulos.
Estabilidade versus agilidade.
Parece que este mesmo antagonismo foi tratado por Jesus. Do ponto de vista divino, nem sempre o que nos dá estabilidade e conforto é de fato essencial e útil. Nossa "terceira perna" pode ser uma causa de tropeço e não de estabilidade. Por outro lado, o que nos causa insegurança e apreensão pode ser, no propósito do Criador de todas as coisas, o que nos fará seguir em direção ao novo.
Você já observou como facilmente nos sentimos perdidos e desorganizados quando perdemos o que não precisávamos e nos vemos caminhando em direção ao desconhecido e àquilo que não conhecemos? A incerteza instalada facilmente nos convence de que a crise pela qual passamos poderia ter sido evitada se não tivéssemos perdido nossa terceira perna. Para amenizar este conflito chegamos ao ponto de elaborarmos a "teologia da terceira perna", crivo pelo qual todos os nossos julgamentos vão passar. Os que conseguiram se livrar dela, não podem ser "dos nossos". E quem não é "dos nossos", é "contra nós".
Estaremos mais tranqüilos agora?
Acredito que não.
"Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: "Me deixe tirar esse cisco do seu olho", quando você está com uma trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão." (Mateus 7:3-5 - BLH)
Clarice Lispector, em seu livro, "A paixão segundo G. H." descreve o sentimento de uma pessoa que havia perdido um ponto de referência na sua vida, perdendo alguma coisa que lhe fora essencial em determinada época, mas que agora não lhe era mais. Era como se houvesse perdido uma terceira perna que lhe impossibilitava de andar, mas que, por outro lado, lhe fazia um tripé estável.
De certa forma, temos nossas "terceiras pernas" que nos dão a agradável sensação de estabilidade. Nos apoiamos nelas e nos acostumamos tanto com esta situação que passam a ser muito naturais para nós. Cremos que sempre estiveram ali a ponto de acharmos estranhos aqueles que não as tem. Sem percebemos, essas "seguranças" criadas por nós mesmos, homens, nos imobilizam e impedem-nos de experimentar a inquietante, porém rica experiência de ver a vida por novos ângulos.
Estabilidade versus agilidade.
Parece que este mesmo antagonismo foi tratado por Jesus. Do ponto de vista divino, nem sempre o que nos dá estabilidade e conforto é de fato essencial e útil. Nossa "terceira perna" pode ser uma causa de tropeço e não de estabilidade. Por outro lado, o que nos causa insegurança e apreensão pode ser, no propósito do Criador de todas as coisas, o que nos fará seguir em direção ao novo.
Você já observou como facilmente nos sentimos perdidos e desorganizados quando perdemos o que não precisávamos e nos vemos caminhando em direção ao desconhecido e àquilo que não conhecemos? A incerteza instalada facilmente nos convence de que a crise pela qual passamos poderia ter sido evitada se não tivéssemos perdido nossa terceira perna. Para amenizar este conflito chegamos ao ponto de elaborarmos a "teologia da terceira perna", crivo pelo qual todos os nossos julgamentos vão passar. Os que conseguiram se livrar dela, não podem ser "dos nossos". E quem não é "dos nossos", é "contra nós".
Estaremos mais tranqüilos agora?
Acredito que não.
"Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: "Me deixe tirar esse cisco do seu olho", quando você está com uma trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão." (Mateus 7:3-5 - BLH)
Rev. Márcio
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