ANO LXXV - Domingo, 19 de novembro de 2017 - Nº 3760
REPÚBLICA E IGUALDADES
“Muito menos àquele que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima ao rico mais do que ao pobre” (Jó 34:19)
REPÚBLICA E IGUALDADES
“Muito menos àquele que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima ao rico mais do que ao pobre” (Jó 34:19)
Dia 15 de novembro comemoramos o dia da proclamação da República. O Brasil deixava de ser uma monarquia e passava a ser uma “república democrática”. Primeiro devemos lembrar que foi um golpe militar “comandado” pelo marechal Deodoro da Fonseca, que não muito depois renuncia e assume o marechal Floriano Peixoto. Após sua saída os presidentes foram civis até Getúlio Vargas em 1930, com outra “república”. Segundo devemos compreender que cerca de oitenta por cento da população (estimativa otimista) não sabia o que era república e ou democracia (muito menos os dois juntos), sendo que muitos lugares levaram meses para saber que “o Brasil era agora uma república” e muito tempo depois para começar a entender o que era isso. Terceiro a população não teve envolvimento neste processo, sendo o mesmo conduzido por alguns poucos intelectuais e militares positivistas, que desejavam manter o povo fora do “movimento”, já que a maioria era favorável ao imperador.
A proposta da república era acabar com as desigualdades (quem aboliu a escravidão foi o Império) e privilégios de uma corte engalanada, extinguindo estas castas nobiliárquicas e seus títulos distintivos. Pois bem, houve apenas uma mudança de nomenclatura, mas a estratificação ainda continuou (continua?) forte. Os políticos ocuparam o espaço na nobreza juntamente com os militares e os grandes “donos do capital” (à época os senhores donos de fazendas e “barões” do café). E o povo? Bem, este continuava onde estava. Assim, as diferenças perduravam, a população continuava alienada e permanecia manipulada pelos interesses dos poderosos como massa de interesse dos ‘coronéis’ da ‘Guarda Nacional’.
Claro que o tempo passou, movimentos vieram e foram e tivemos um pouco de melhoria e desenvolvimento. Mas, muito do que se via àquela época ainda perdura. Como Igreja de Cristo devemos nos postar de tal maneira que ideais (não humanos e partidários) expressos nas Escrituras do Novo Testamento, sejam encarnados e vivenciados por nossa Nação Brasileira. É função nossa, é papel nosso como Igreja promovermos tais ideais, princípios e diretrizes para a vida de nosso País. Consciência, vida e ética cristãs acima de qualquer ideologia.
Rev. Paulo Audebert Delage
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