ANO LXXV - Domingo, 24 de setembro de 2017 - Nº 3752
“NÓS NÃO VAI PRESO”
“NÓS NÃO VAI PRESO”
A frase transcrita acima foi ouvida por nós exaustivamente nestes últimos dias e é do acusado Joesley Batista ao falar com seu comparsa sobre a situação relativa à sua “colaboração premiada” ou “delação premiada” ao Ministério Público Federal no caso de propinas oferecidas e pagas a políticos e autoridades do país, em uma expressão debochada envolvendo não só integrantes do MPF (inclusive o Procurador Geral da República à época), bem como ministros do Supremo Tribunal Federal.
Sem se levar em conta o problema da destruição da língua portuguesa, demonstrando sua falta de formação e incapacidade de expressar-se adequadamente em nossa (e dele também) língua materna, nos faz pensar como alguém com este nível de formação pode construir um império empresarial como o dele, sendo a maior indústria de proteína animal do mundo. Claro que contou com suborno, propina, falcatrua, sonegação, entre outras mazelas, mas ainda assim é de admirar tal façanha.
Porém, o que mais desperta a atenção é a ideia clara da impunidade ou de ser ‘inalcançável pelo braço da justiça’ em nosso país. O tom de deboche e escárnio às autoridades e instituições, retratando a velha concepção brasileira de que podemos estar acima e fora do alcance da lei devido ao nosso dinheiro e contatos. A certeza da impunidade levava este (e outros) indivíduo a fazer o que fazia e mesmo em situação de haver sido pego, entender que se veria livre, saindo ileso de qualquer punição ou condenação, sequer visitando alguma instituição prisional. “Nós não vai ser preso” insistiu em afirmar algumas vezes. Ledo engano. Foi e está preso. A população brasileira, formada de cidadãos honestos, espera que permaneça assim por muito tempo, pagando por seus delitos, além de fazer voltar aos cofres públicos e, de algum modo, à população brasileira todo este dinheiro indevidamente apropriado por ele, seus companheiros e familiares. “Nós foi preso”; “Nós tá preso”; espero que seja esta a frase a ser dita por ele (s).
Continuemos orando por este País e sua recuperação em termos de ética e moralidade como se requer de nós cristãos de tradição protestante evangélica. Em tempos de celebração da Reforma, clamemos pela reforma de nossa Nação. Amém.
Rev. Paulo Audebert Delage .
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