ANO LXXII - Domingo, 24 de agosto de 2014 - Nº 3591
QUANTA TRISTEZA
Ao lermos as notícias, ouvi-las ou vê-las, ficamos estupefatos e profundamente angustiados com tanta dor, aflição, flagelo, choro e desespero em várias partes do mundo.
Refiro-me, entre outras, a três situações profundamente perturbadoras e que trazem a nós profunda tristeza e motivam as lágrimas: as mortes em Gaza e Israel, as perseguições religiosas no Iraque e região e a epidemia de ebola em países africanos.
Não entro no mérito da situação em Israel. É uma questão política que remonta aos anos de 1948. Não se trata de religião (muçulmanos e judeus), pois há cristãos nos dois lados. Trata-se de conflito político territorial. As mortes de crianças, idosos e civis de idades distintas fazem com que nos sintamos constrangidos e nos perguntemos o motivo de tanta morte e violência. As pessoas (não importa de que lado) têm o direito de ter sua vida em condições de paz e estabilidade para conduzir o seu viver, sem estar em sobressalto constante e ver seus familiares morrerem de forma violenta e estúpida.
Outra situação é de caráter sanitário. Causas que podem ser chamadas de naturais. Mas, que não são tão naturais assim, pois é uma questão ligada à estrutura de saneamento básico e condições mínimas de higiene. O que vemos nos países atingidos pelo ebola é uma falta quase que total de condições mínimas razoáveis de saúde da população. Centenas e já chegando a milhares morrendo e trazendo o risco de uma disseminação pelo mundo. Vidas ceifadas, famílias destruídas. Muita tristeza e choro. Causa “natural”? Falta é a aplicação de recursos para a estruturação mínima de saneamento, o que não ocorre pela ganância de muitos que abocanham recursos e pela corrupção enchem seus bolsos à custa de encherem as sepulturas com os corpos de tantos seres humanos.
Por último vemos a barbárie levada a efeito por questões ligadas à religião. Perseguição religiosa movida por extremistas islâmicos que obrigam os cristãos no Iraque, Síria e Líbia a se converter, pagar uma taxa altíssima ou morrer. Vemos crianças, mulheres, idosos e toda sorte de pessoas sendo atingidas e massacradas pela intransigência, estupidez e brutalidade em nome de uma fé e de deus (com minúscula). A tristeza gerada por tal fato de uma perseguição insana é muito grande, pois não admite que alguém pense de modo diferente de você e assim se expresse. Isso coloca em descrédito a fé, a religião e até mesmo a ideia sobre Deus. Pessoas sendo mortas por degola, fuzilamento, enforcamento e outras formas de destruição, além de serem vendidas como escravas sexuais e crianças arrancadas de suas famílias e mortas, é algo que nos entristece profundamente e, de certa forma, nos rouba a esperança em relação às pessoas.
Profunda tristeza. Dias maus. Tem misericórdia. Vem Senhor Jesus.
Rev. Paulo Audebert Delage
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