ANO LXXI - Domingo 21 de julho de 2013 - Nº 3534
JMJ e a conta?
O mês de julho será marcado pela Jornada Mundial da Juventude. Um movimento de grande magnitude e de caráter mundial, promovido pela Igreja Católica Romana. Um movimento digno de admiração por sua extensão e organização. Estará presente nestas comemorações o Papa Francisco I, vindo ao Brasil na condição de Chefe da referida comunidade religiosa que, no Brasil, congrega dezenas de milhões de fiéis, sendo o maior grupo religioso em nossa pátria.
A questão se complica quando ocorre a mescla da figura do chefe religioso com o chefe de Estado do Vaticano. Todo o movimento existente em relação à Jornada é de iniciativa religiosa e o estado laico (não religioso) não pode patrocinar a realização ou investir verba em tal evento. Caso a visita do Papa fosse oficial, ou seja, como chefe de Estado, toda a responsabilidade seria do Governo Brasileiro com custeio de viagem, hospedagem, e outros gastos que ocorrem nestes casos. Mas, a visita é como religioso e não como “político”. Se houve ação de censura em relação ao uso por políticos de aeronaves da FAB, cabe a mesma indagação quanto aos aviões da FAB irem buscar os “papa móveis” na Itália. O custo de tal operação não pode ser lançado aos cofres públicos, mas deve ser suportado pela Igreja Católica Romana, a promotora do evento.
Não se trata de “resmungo de protestante”, mas de princípio legal. Imaginemos se o aiatolá do Irã resolve vir ao Brasil para participar do Encontro da Juventude Islâmica, deveria o Poder Público arcar com gastos de transporte ou algo assim? Se os budistas resolvessem fazer algo parecido, quem deveria arcar com o custo? O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com ação para impedir que os gastos com assistência médica durante o evento sejam suportados pelo erário. A discussão está posta. Não se diga que isso é coisa pouca. Se “nossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus” estamos em situação triste. Se nós cristãos (católicos romanos, ortodoxos, protestantes) e os religiosos não dermos o exemplo aos políticos com relação à ética e cumprimento da lei, será difícil exigir que eles observem essas coisas. Não quero pagar a conta dos políticos em suas ações ilegais e imorais, mas, também, não quero pagar a conta da JMJ, pois se trata de movimento religioso ao qual o Estado não deve dar nenhum amparo monetário. Questão de justiça.
A questão se complica quando ocorre a mescla da figura do chefe religioso com o chefe de Estado do Vaticano. Todo o movimento existente em relação à Jornada é de iniciativa religiosa e o estado laico (não religioso) não pode patrocinar a realização ou investir verba em tal evento. Caso a visita do Papa fosse oficial, ou seja, como chefe de Estado, toda a responsabilidade seria do Governo Brasileiro com custeio de viagem, hospedagem, e outros gastos que ocorrem nestes casos. Mas, a visita é como religioso e não como “político”. Se houve ação de censura em relação ao uso por políticos de aeronaves da FAB, cabe a mesma indagação quanto aos aviões da FAB irem buscar os “papa móveis” na Itália. O custo de tal operação não pode ser lançado aos cofres públicos, mas deve ser suportado pela Igreja Católica Romana, a promotora do evento.
Não se trata de “resmungo de protestante”, mas de princípio legal. Imaginemos se o aiatolá do Irã resolve vir ao Brasil para participar do Encontro da Juventude Islâmica, deveria o Poder Público arcar com gastos de transporte ou algo assim? Se os budistas resolvessem fazer algo parecido, quem deveria arcar com o custo? O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com ação para impedir que os gastos com assistência médica durante o evento sejam suportados pelo erário. A discussão está posta. Não se diga que isso é coisa pouca. Se “nossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus” estamos em situação triste. Se nós cristãos (católicos romanos, ortodoxos, protestantes) e os religiosos não dermos o exemplo aos políticos com relação à ética e cumprimento da lei, será difícil exigir que eles observem essas coisas. Não quero pagar a conta dos políticos em suas ações ilegais e imorais, mas, também, não quero pagar a conta da JMJ, pois se trata de movimento religioso ao qual o Estado não deve dar nenhum amparo monetário. Questão de justiça.
Rev. Paulo Audebert Delage
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