ANO LXX - Domingo, 03 de junho de 2012 - Nº 3475
TREMEDAL DE LAMA
A expressão que dá título a esta pastoral se encontra no Salmo 40, verso 2. O salmista dá graças a Deus por havê-lo tirado de um “tremedal de lama”.
A história do Brasil parece estar bem ligada ao aspecto desta mistura de terra e água, ou seja, a lama. Isso diz respeito à história da colonização, do império e da república. O presidente Getúlio Vargas falava de “mar de lama”, ao referir-se à situação política de nosso país em seus dias.
Parece que não tem havido muita mudança e, vemos no momento atual uma “cachoeira” (ou serão cachoeiras) de lama. Ficamos estarrecidos com o que ouvimos e vemos, além do fato da desfaçatez dos que estão envolvidos ao ficarem silentes ou tentarem justificar-se com andrajos e panos rotos.
Ministros da Corte Suprema do país vindo à luz para relatar tentativa de pressão para adiamento de investigação de corrupção, procedimento patrocinado por um ex-presidente que tem receios do que se possa levantar no processo.
Como nós (cristãos renascidos pela graça) ficamos em meio a toda essa situação de aviltamento da integridade, honestidade e honradez? A indignação, a revolta e a ira são, muitas vezes, reprimidas por nós. Deixamos de expressar nosso repúdio a tais ocorrências e situações. Muitas vezes preferimos assumir a idéia da Alice, ou seja, de que estamos no País das Maravilhas.
Sermos livres desse “tremedal” de lama, não significa apenas não sermos contaminados, mas significa agirmos e vivermos de tal modo que este ambiente seja banido e desapareça. Como? Por nossa postura pessoal e por nosso instrumento de protesto e mudança, ou seja, o voto consciente.
Cremos que Deus haverá de estabelecer uma Nova Ordem, Novo Céu e Nova Terra, onde não haverá mais corrupção e vileza como vemos. No entanto, enquanto isso não ocorre, cumpre-nos agir para que o Reino de Deus seja manifesto por meio de nós, fazendo desaparecer, ou, pelo menos, minimizando ao máximo esse “tremedal de lama”.
Rev. Paulo Audebert Delage
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