ANO LXX - Domingo, 10 de junho de 2012 - Nº 3476
O CACHOEIRA, O SALMISTA E O SANTUÁRIO
Cachoeira, essa tem sido uma palavra muito ouvida nos últimos dias. O que sempre trouxe uma imagem de beleza natural, agora, é associada a mais um escândalo de corrupção do nosso país. Um bicheiro, que desejou ir além das apostas, negociando com o governo e se enriquecendo de maneira ilícita, através de obras superfaturadas, informações privilegiadas, entre outras ilegalidades. Como tantos outros que conhecemos.
Talvez, a sua indignação seja a mesma do salmista, no salmo 73, ao observar a prosperidade dos corruptos ele diz assim: “Pretensiosos e arrogantes, vestem-se com os insultos da última moda. Mimados e fartos, enfeitam-se com as tiaras da tolice. Eles zombam, usando palavras que ferem, utilizando-as também para intimidar... Os ímpios estão com tudo: alcançam sucesso e ajuntam riquezas.” (v. 6-12*)
Enquanto isso, nós trabalhadores, acordamos cedo, lutamos 8, 10, 12 horas por dia, pagamos nossos impostos e quando percebemos um mísero sinal justiça (CPI), frente a essa corrupção, ainda somos obrigados a presenciar uma sessão de silêncio sem nenhuma satisfação para a população. Novamente, o salmista abre seu coração e fala sobre essa impunidade: “Invejei os ímpios que tinham sucesso, que não tem com o que se preocupar e nenhum problema para resolver”. (v. 4,5)
Esse é o sentimento, se pensarmos que tudo se resume a esta vida, se pensarmos que Deus não se envolve com questões políticas, públicas e que espiritualidade tem a ver somente com os domingos e com a igreja. O salmista revela o sentimento de inveja, diante da prosperidade dessas pessoas que são intocáveis pela justiça dos homens, por isso seus pés quase vacilaram.
Enfim, Asafe percebe que tudo isso que aflige o seu coração, encontra paz quando ele entra no santuário de Deus. Quando ele entra em contato com o Senhor e percebe que Deus não deixará isso impune. E que o destino deles é “A estrada escorregadia em que os puseste, que termina com a colisão contra o muro das desilusões. Num piscar de olhos o desastre! Uma curva cega na escuridão, e será o pesadelo! Acordamos, esfregamos os olhos, e... nada. Não há nada para eles. Nunca houve.” (v. 17-20*)
Diante disso, termino com as palavras do salmista, “Mas para mim, estar na presença de Deus é inigualável” (v.28*).
Rev. Gustavo Bacha
*Versão da bíblia - A Mensagem
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