ANO LXVIII - Domingo, 09 de janeiro de 2011 - Nº 3402
"Disse-lhe Jonadabe: Deita-te na tua cama, e finge-te doente; quando teu pai vier visitar-te, dize-lhe: Peço-lhe que minha irmã Tamar venha e me dê de comer pão, pois vendo-a eu preparar-me a comida, comerei de sua mão". (2 Samuel 13:5)
O episódio ao qual se liga o texto acima, envolve Amnom (filho do rei Davi), sua meia irmã Tamar e o primo de ambos, Jonadabe. Em princípio parece uma brincadeira de adolescentes e sem muitas consequências. No entanto, o resultado foi trágico: o estupro incestuoso de Tamar, cometido por Amnom; a humilhação e vergonha de Tamar com a vida destruída; e, mais tarde, a morte de Amnom pelo seu meio irmão Absalão, que vingara a desonra de sua irmã.
Uma tragédia familiar. Não vamos tratar da situação ligada à família de Davi e sua fracassada jornada na criação de seus filhos. Nosso interesse é a participação de Jonadabe e o conselho que foi dado a seu primo e amigo Amnom, vindo a ser a causa geradora de tanta desgraça na família.
Esta história nos adverte para a necessidade de analisarmos com critério e cuidado os conselhos que nos são dados. Podem, como no caso, parecer sem muito problema, ou até ser, de fato, sugestivo para resolver o problema. Mas, se olharmos com algum vagar perceberemos que envolve mentira, simulação, má fé, intenção lesiva e prejudicial, propósito de satisfação de desejo interditado pelo Senhor, entre outros aspectos. Parecia tão simples, tão ingênuo, tão leve.
Precisamos estar atentos aos amigos e companhias de nossos filhos e que tipo de conselhos, orientações ou influências estão recebendo. Não se trata de "patrulhamento ideológico", mas acompanhamento consciente com relação ao que estão recebendo para manifestarem como prática.
Não são apenas os mais jovens que devem ter este cuidado. Tantas vezes somos seduzidos por conselhos aparentemente inocentes, com suave proposta de assumirmos o comportamento dissimulado no propósito de alcançarmos nosso objetivo. Um conselho que proponha meios lícitos para alcançar fins ilícitos, deve ser rejeitado tanto quanto aquele que sugira meios ilícitos para se alcançar fim lícito.
Reflitamos sobre o conselho de Jonadabe a Amnom. Percebamos o risco a que estamos igualmente expostos. Verdade e integridade; não falsidade e mentira, devem reger nossas decisões e pontuar nosso assentimento a conselhos que nos sejam oferecidos.
Rev. Paulo Audebert Delage
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