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domingo, 25 de outubro de 2009

AI (4)

ANO LXVII - Domingo, 25 de outubro de 2009 - Nº 3339

"Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo..." (Isaías 5:8)

Isaías não é o profeta chorão, apelido dado a Jeremias, mas traz alguns ais em seu livro de profecias. Neste texto citado, seu lamento é sobre aqueles que vão ajuntando casa a casa, terreno a terreno para a composição de um patrimônio imenso e inigualável.

Digno de nota é o fato de que tal afirmação foi feita 650 anos antes de Cristo. Parece ser algo dos nossos dias, quando adverte aqueles que querem ver-se como únicos donos de tudo e, por conseguinte, de todos. São os latifundiários que querem agregar às suas terras, já absurdamente destendidas, mais terras ainda e formarem seu pequeno império pessoal. São os especuladores imobiliários que anseiam por adquirir imóveis e mais imóveis, para tornarem-se barões do aluguel.

Quando trazemos este conceito para a esfera internacional, vemos serem dignos deste mesmo ai aqueles países (chamados potências) que vão "engolindo" os demais. São conquistadores- colonizadores, mas, de fato, escravizadores. Julgam-se superiores e portadores da cultura redentora destes povos que vão sendo abocanhados e, por vezes, massacrados. Ai dos que assim fazem.

A cobiça, a ganância, o desejo incontido, a concupiscência são motivadores deste projeto de ajuntar casa a casa, terreno a terreno. Nossa economia de "livre mercado" e livre oportunidade, acaba por ensejar que haja mais desigualdade, e empurra o Estado a socorrer aos que vão sendo diminuídos em suas oportunidades. O Estado terá que construir moradias para estes, providenciar terras, etc. Fará isso com os tributos que saem de nosso bolso, de nosso trabalho.

Tiago nos diz que os tumultos, revoltas e guerras vem de nossos próprios membros, que se encontram tomados pelo prazer e cobiça, levando a invejar e matar. Assim, vemos que Isaías estava certo ao dizer: "Ai desses...". Deus tenha misericórdia.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de outubro de 2009

AI (3)

ANO LXVII - Domingo, 18 de outubro de 2009 - Nº 3338

"...ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá que o levante". (Ec. 4:10)

Há medos e temores que assolam a mente e o coração humanos. São circunstâncias, fatos e ocasiões que nos fazem estremecer, quando pensamos nelas. Um destes grandes temores é, sem dúvida, a solidão.

O escritor de Eclesiastes fala sobre isto e afirma a infelicidade e tristeza do que está só. Ele tece alguns paralelos entre o que tem a solidariedade e companhia, e aquele que é desprovido de ambas. Lamenta, profundamente, a situação deste último.

Sua atenção se volta para o desalento daquele que não pode contar com ninguém para dar-lhe a mão, não tem quem lhe possa apoiar e, pior, levantá-lo ao cair. A solidão é aflitiva, e nosso mundo vai caminhando para o estabelecimento cada vez mais acentuado da condição de solidão. As pessoas vão ficando mais e mais mergulhadas na solitude. Podem até não ser solitários, mas estão sofrendo a angústia da solidão.

Vamos ouvindo mais e mais: "Eu saio, me divirto, brinco, jogo, mas ao retornar para casa vem a angústia, pois ainda estou e continuo só". Pessoas choram nestas condições tristes de existência. Plantaram isso? Não sei. Mas, estão sós.

Feliz aquele(a) que tem a Cristo como companheiro e amigo, com quem poder falar, diante de quem pode chorar e ser consolado(a) e, sobretudo, ser assistido e levantado. "Eis que estou contigo todos os dias..." (Mt. 28:20).

No entanto, as pessoas precisam de companhia humana, por isso, nós cristãos, devemos procurar oferecer nosso apoio e companhia aos que estão sozinhos e solitários, seja em suas casas, instituições de amparo, hospitais ou outros. Não ouçamos, nem permitamos que seja ouvido: "ai deste(a) que está só".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 11 de outubro de 2009

AI (2)

ANO LXVII - Domingo, 11 de outubro de 2009 - Nº 3337

"Para quem são os ais...?" (Pv.23:29).

O livro de provérbios é de uma expressão prática e vivencial surpreendente. Sua forma simples e direta nos coloca diante de situações de nossa vivência diária, mesmo ainda hoje no século XXI.

O autor faz uma indagação sobre a destinação de muitos "ais" que são proferidos e pergunta para quem são eles. Na sequência do texto temos a resposta: para aqueles que se deixam levar pelo vinho e pela "bebida misturada". Descreverá a embriaguez com modos bem sugestivos, falando da insensibilidade, da falta de moral, de alucinações e outras manifestações. Por fim diz: "quando despertar, voltarei a beber"(v. 35). Ai, triste sina.

Pode-se aplicar o texto não só à falta de medida e de continência em relação à bebida, mas a toda falta de moderação e domínio em relação às coisas legítimas e boas. Aqueles que acabam sendo cativados e escravizados por estas práticas (bebedeira, vícios, etc) são o alvo destes ais do autor do texto sagrado. São passíveis de pena, dó e comiseração.

A sequência descrita pelo escritor é forte e cadenciada em um ajuntamento de males e desditas: pesares, rixas , queixas, feridas sem causa, olhos vermelhos. Os que têm vivido estes dramas e lutas, sejam em si mesmos ou com pessoas próximas, compreendem muito bem o sentido destes "ais", deste lamento, deste choro, deste pranto, pois os tem experimentado.

Graças a Deus que tem libertado destes grilhões terríveis os que se achegam a Ele. Bendito seja o Senhor que tem transformado estes "ais" em aleluias.

Não seja destinação desses "ais" descritos nesta passagem. Que em Cristo Jesus não mais lhe sejam direcionadas tais lamentações, mas palavras de alegria e júbilo, como: louvado seja o Nome do Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de outubro de 2009

AI

ANO LXVII - Domingo, 04 de outubro de 2009 - Nº 3336

AI

Quem dentre nós (crianças, adolescentes, jovens ou adultos) nunca pronunciou esta palavra (interjeição) seja de dor ou de advertência. Esta palavra faz parte de nosso vocabulário, pelo simples fato de que a dor é elemento da experiência humana.

Pode ser apenas um pequeno machucado do joelho esfolado em um tombo infantil, que nos faça dizer "ai", ou uma tragédia que se abata sobre nós (em nós ou em alguém amado por nós e de nossa família), fazendo-nos lançar ao ar, com extravasamento, um grito de "ai", ou mesmo um clamor sufocado e lancinante. De uma forma ou de outra, já dissemos este "ai", que expressa nossa dor.

Esta é a primeira de uma série de meditações (devocionais) sobre muitos dos "ais" que encontramos nas Escrituras Sagradas. A exemplo dos outros textos de nosso boletim, sua contemporaneidade se fará ver, posto que as experiências retratadas na Bíblia são, também, as experiências de todos nós. Veremos que os "ais" colocados no Livro Santo são de advertência ou de expressão de dor, que tantas vezes são manifestos por nós em nossa individualidade ou mesmo na manifestação solidária e coletiva.

O propósito será, não a ênfase meramente no "ai", mas a graça e o privilégio que temos, como cristãos, de superar estes "ais", seguirmos em frente e compormos nossa vida de acordo com a dimensão e diretriz do Senhor, que nos conforta, consola e alenta em todos os "ais" de nossa existência, por mais aflitivos e terríveis que sejam.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.