ANO LV - Domingo, 24 de agosto de 1997 - No 2704
DÍZIMO - MITOS E REALIDADE (Parte I)
"Dízimo é invenção dos pastores para enganar os crentes". Você já ouviu alguém, com ar de superioridade ou olhar de desprezo, fazer tal declaração? Eu já vi e ouvi. É uma declaração no mínimo insultuosa. O dízimo jamais poderia surgir da cabeça de pastores. Pastores são homens e os homens são imperfeitos demais para gerar um plano de contribuição tão perfeito. O dízimo só poderia ser um plano oriundo de Deus. A Bíblia declara que o nosso Deus "é Deus de eqüidade". Ele é justo e imparcial.
Por sua natureza eqüitativa, não discriminatória, o dízimo nivela todos os contribuintes. Elimina a estratificação social. Não há grandes dizimistas, nem pequenos dizimistas. Apenas dizimistas. Se pelo poder do dinheiro não somos todos iguais perante a lei dos homens, pela prática do dízimo a nossa igualdade é manifesta diante de Deus.
"Dízimo é coisa da dispensação da Lei. Nós estamos na dispensação da Graça." Ora, a primeira falácia deste mito é que se a Graça é superior à Lei, e nisto todos concordamos, então o custeio e expansão da Igreja de Cristo aqui na terra deveria merecer algo maior que o dízimo. Talvez o 'bízimo', o dobro do dízimo. Ou o ´trízimo´, equivalente a três décimos dos recursos que o Senhor nos permitiu ganhar. Afinal, como diz Samuel Chadwick, "dar um décimo não é algo digno de vanglória". A segunda falácia desse mito, é que ele revela um grande desconhecimento da Bíblia. A prática do dízimo se antecipa à Lei em mais de quatro séculos. Abraão, nosso pai na fé, é a primeira pessoa a ser citada praticando o dízimo. Jacó, quase 300 anos antes da dispensação da Lei também praticou o dízimo. No período da Lei o dízimo tornou-se obrigatório, exigência legal. Antes e depois da Lei o dízimo foi e continua sendo uma expressão de fé e gratidão. Ou damos movidos por amor a uma Causa que abraçamos, espontânea e livremente, ou simplesmente não damos. Sem cobranças, sem imposição, sem terrorismo espiritual.
"Não dou o dízimo mas contribuo com muito mais." Em meus 45 anos de vida cristã evangélica jamais conheci alguém que de fato assim o fizesse. É possível que num momento de grande emoção, diante de um apelo muito forte, ou por emulação, alguém faça uma oferta de grande valor. Algo muito acima do que seria o seu dízimo. Mas isto é tão esporádico que não credencia ninguém a dizer que dá mais que o dízimo. Aliás, o dízimo não deveria ser considerado o teto das nossas contribuições e sim o piso.
Rev. Eudes
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