ANO LXXV - Domingo, 14 de janeiro de 2018 - Nº 3768
MÃOS LIMPAS E CORAÇÃO PURO
“O que é limpo de mãos e puro de coração” (Salmo 24: 4)
“Mãos limpas” foi o nome dado à maior operação de combate à corrupção realizada na Itália. Dias difíceis e tensos, com muito risco e mortes de membros do judiciário que combatiam a corrupção. O nome dado a tal ação buscava levar a ideia da necessidade de se ter “as mãos limpas”, ou seja, de não haver mancha de sangue, corrupção, dolo na conduta profissional ou no exercício do mandato, apropriação indevida de bem público, entre outras situações condenáveis. O intento era de que os agentes públicos fossem pessoas de “mãos limpas”, ou seja, não pesasse sobre eles qualquer acusação comprovada ou sentença condenatória.
Estamos acompanhando pelos noticiários a nomeação de certa pessoa para o Ministério do Trabalho, mas a mesma tem alguns processos (já julgados) na esfera trabalhista e nos quais foi condenada, estando com um mandado de bloqueio de contas (segundo a imprensa) para pagamento de valores devidos em condenação trabalhista. Não é razoável que se tenha no Ministério do Trabalho alguém condenado em ações trabalhistas. Claro que todos estão sujeitos a sofrer alguma forma de processo nesta esfera, mas a condenação indica a culpa. Tal situação é, minimamente, desconfortável e embaraçosa a quem indica e para quem seja indicado a ocupar tal cargo.
O que vemos nesta situação é a necessidade permanente, em nosso viver, de termos mãos limpas, o que significa conduta ilibada e moral não atacável. Não podemos, como cristãos, ter as “mãos sujas” se estamos pugnando pela limpeza e impolutez na sociedade. É imperativo a coerência de vida entre o que falamos e como nos conduzimos. As “mãos limpas” são exigência para que possamos suplicar como o salmista: “Confirma sobre nós as obras de nossas mãos” (Salmo 90: 17).
Rev. Paulo Audebert Delage
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