ANO LXIX - Domingo, 13 de maio de 2012 - Nº 3472
MATERNIDADE DIVINA
“Como alguém a quem sua mãe consola, eu vos consolarei...” (Is. 66:13)
Para nós, cristãos acostumados à figura masculina e paternal de Deus, soa estranho que se fale ou se apresente Deus na dimensão materna e feminina. No entanto, a Bíblia apresenta esta faceta sobre o Ser de Deus, não muito enfatizada por nós, ou seja, a “face materna de Deus”.
Temos, pelas Escrituras, consciência que em Deus não existe o aspecto relativo ao gênero, ou seja, Deus não é masculino e nem feminino. O fato de sua plena espiritualidade e não corporeidade aponta para esta verdade, embora nós tenhamos dificuldade de nos desvincularmos da figura masculina para o Ser de Deus e, inclusive, vemos como uma espécie de blasfêmia ou heresia admitirmos algo de feminilidade ou maternidade em Seu Ser.
Neste dia que é dedicado, de modo especial, às mães, podemos relembrar esta verdade sobre Deus em suas manifestações comparadas às ações maternas. O Senhor nos consola, alimenta e nutre, carrega em seu colo e braços, agasalha e nos traz à luz. A sensibilidade materno-feminina é apresentada como indicadora do amor de Deus para com Seus filhos, pela fala do profeta Isaías (49:15), o qual destaca a ação de aleitamento da mãe em relação ao filho como algo de que ela não se “esquece”, aplicando tal cuidado e zelo ao próprio Deus.
Deus não é mais Pai que Mãe, nem é mais Mãe do que Pai. O ambiente acentuadamente patriarcal no qual as Escrituras judaico-cristãs foram produzidas, pode ser visto como motivador para preponderância da figura masculino-paterna, respeitando o que na cultura não fere o entendimento sobre Deus e seu propósito.
Neste domingo – Dia das Mães – relembramos esta verdade de que o Senhor é visto, também, como Mãe, valorizando a maternidade e a feminilidade, fazendo refletir o que se pode chamar “a Face Materna de Deus”.
Reconhecemos o valor, importância e impacto da vida das mães na formação, instrução e educação dos filhos. Deus as abençoe e que cumpram com fidelidade a tarefa de serem mães, sendo merecedoras desta comparação com o próprio Deus.
Rev. Paulo Audebert Delage
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