ANO LXIX - Domingo, 30 de Outubro de 2011 - Nº 3444
Reforma ou reformas?
O movimento religioso do século XVI ficou conhecido como Reforma (mais tarde aditou-se o termo Protestante). Tal movimento encabeçado por Martinho Lutero , em 31 de outubro de 1517, tinha como propósito levar a Igreja Romana a rever certos pontos doutrinários e, sobretudo, éticos e morais do povo e do clero, visando sua reforma. Portanto, a intenção não era o estabelecimento de uma nova Igreja, ou novo grupo cristão, gerando novo cisma. No entanto, a resistência por parte dos prelados fez com que houvesse a ruptura e, por consequência, o surgimento deste novo segmento da fé cristã, conhecido então, pouco depois, como protestantismo.
Ao se ler a história da Igreja, fazia-se clara, nessa época, a necessidade de uma reforma radical em sua estrutura e teologia, as quais haviam se distanciado dos moldes delineados no Novo Testamento. Os protagonistas do movimento ( Lutero, Calvino, Zuinglio entre outros) esforçavam-se para oferecer este novo modelo, buscando seu referencial nos ensinos dos apóstolos e, acima de tudo, de Cristo.
Somos herdeiros deste movimento com seu espírito de inclinação progressista e vanguardista. Houve outras "reformas" no passar dos anos e continuam existindo, pois a Reforma foi um movimento que nunca entendeu tratar-se de uma manifestação que faria cessar todas as necessidades de reformas. Somos, quer seja como seres humanos (antropológica e sociologicamente) ou como cristãos (religiosos e espirituais) seres que mudam, andam, evoluem (ou retrocedem), portanto, que se reformam ou são reformados. Ainda continuamos a ver a necessidade de reformas em nós, em nossos modelos de culto, em nossos sistemas religiosos, aprimorando-os e afinando- os (reformando-os) aos dias presentes, mas mantendo a referência inamovível dos valores estabelecidos em Sua Palavra, a Bíblia Sagrada. A Igreja Reformada deve manter-se Reformada (em seu âmago e essência) e reformando a si mesma em aspectos de moldura (verniz e casca).
A Reforma existiu como movimento, existe como herança que recebemos, e nos desafia a continuarmos promovendo reformas para a glória de Deus, sem nos conformarmos com o mundo (sistema) e "nos transformando pela renovação de nossa mente" (Rm.12:1-2).
Rev. Paulo Audebert Delage
SERMÃO
Fundamento: Marcos 7:8,13
CANTATA
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