ANO LXIX - Domingo, 10 de julho de 2011 - Nº 3428
Semear e colher.
O salmista nos fala sobre este princípio da semeadura e da colheita no salmo 126. A poesia do salmo é belíssima e seu lirismo elevado. Falanos das lágrimas no exercício do semear e da alegria no momento do colher. De fato, o que semeia o faz na expectativa de colheita, do contrário seria insano o semear.
Há, no entanto, alguns que não observam este princípio e conspurcam tal processo. São aqueles que desejam viver do que "espontaneamente" nasce ou brota. Não querem arar a terra, adubá-la, semeá-la e carpir para evitar que o mato tome conta dos pequenos brotos. Não se esforçam nem se empenham, querem apenas os frutos que nasçem pela dádiva da própria terra. Na esfera da religião são aqueles que se acomodam e pensam que Deus fará o trabalho que lhes compete fazer. Sem semear não há como ceifar. Não se pode esperar colher frutos do espontâneo brotar. É preciso levar a semente e semear, mesmo que com lágrimas e dificuldades.
Há outros que, também, corrompem este princípio da semeadura. São os que lançam mão da lavoura alheia, ou seja, do que outros plantaram e araram. São aqueles que se aproveitam da horta alheia, do pomar alheio e buscam ali os frutos sem maiores esforços. Não semearam, não adubaram, não cultivaram, mas acabam recolhendo em seus cestos. Atitude reprovável e contrária à ética. Este método não é incomum na esfera da religião. São os que ficam "colhendo na seara alheia", ou seja, em lugar de "semearem com lágrimas", ficam a levar os frutos que já estão amadurecidos ou são integrantes de outro pomar ou canteiro. É muito mais fácil. É só colher, não há necessidade de semear.
Graças a Deus por que a IPVM continua com seu trabalho de semear, mesmo que com lágrimas, sem fazer trabalho de busca de frutos maduros em outro pomar. O Senhor nos tem abençoado e nossa colheita vai sendo realizada como fruto de trabalho zeloso e fiel de semeadura da Palavra. Que outros não ajam assim, não nos importa. A nós nos importa semear com fidelidade, na certeza de que o Senhor nos dará os frutos desta semeadura.
Rev. Paulo Audebert Delage
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