ANO LXV - Domingo, 02 de Dezembro de 2007 - Nº 3240
Muito Diferente? (Oséias 4:1-4)
Recomendo aos irmãos a leitura do texto bíblico colocado acima nesta meditação dominical. É muito importante fazer isto para se ter a idéia adequada em relação ao contexto social vivido em Israel. Se estas palavras não tivessem sido gravadas cerca de 2300 anos e em um lugar geograficamente distante de nós, diríamos que poderiam estar presentes em qualquer artigo ou matéria de revista de circulação nacional ou jornais de nosso país.
Confesso que fiquei pasmo ao reler este texto e ouvir sobre a situação de tão profunda corrupção, violência e, também, descaso com a natureza. O quadro descrito é de estarrecer nossos corações e nos faz indagar como é possível uma situação desta?
Passado o primeiro impacto, fui levado a refletir sobre o fato de que já naqueles dias a situação era muito próxima da que agora vivemos em nossa terra. Somos ,muitas vezes , levados a imaginar que outrora era diferente. Será? Não me parece que era muito diferente. O mito do progresso, a ilusão da evolução e a falácia do desenvolvimento são confrontados aqui. Não melhoramos , não progredimos, não desenvolvemos. Apenas tivemos um grande avanço tecnológico e científico. A maldade , vileza, violência , descaso, corrupção, licenciosidade e posturas desta ordem ainda continuam presentes na conduta, no comportamento e na postura do ser humano em geral. Na verdade, hoje não é muito diferente daqueles dias, ou aqueles dias não são muito diferentes dos de hoje. A descrição feita pelo profeta é lamentável e reflete o coração do homem ao deixar de lado a referência da comunhão com o Deus revelado nas Escrituras e obediência a Ele. A vileza era do povo e dos sacerdotes ( líderes religiosos e políticos ) e ambos não se qualificavam para exortarem-se mutuamente, pois o povo refletia o exemplo da liderança e os líderes, por sua vez, ditavam este comportamento ao povo.
A solução para este estado de coisas ainda permanece o mesmo , é a mesma daqueles dias; o conhecimento de Deus. Não o conhecer de ouvir, ou de saber sobre, mas de assumir Sua vontade e realizar Seu querer, de tal modo que a natureza de Deus seja manifesta por meio de nós. Hoje não é muito diferente daquela época, e o desafio a nós, como Igreja, é ter compromisso com Deus para ser diferente , a fim de termos coragem para fazer diferença.
Deus nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
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