ANO LXIII - Domingo, 23 de outubro de 2005 - No 3130
SOLA GRATIA: A Erosão do Evangelho
Os reformadores também falaram da sola gratia: só a graça. Aqui a insistência deles estava em que os pecadores não têm nenhum direito a reivindicar de Deus, que Deus não lhes deve nada senão o castigo por seus pecados, e que, se ele os salva apesar de suas transgressões, como é o caso daqueles que são salvos, é só porque agrada-o fazer isso.
Ensinavam que a salvação é somente pela graça. Em contraste, numerosos evangélicos de hoje crêem que o homem é basicamente bom, que Deus tem a obrigação de dar a cada um a oportunidade de ser salvo, e que, se somos salvos, em última análise é por causa da nossa boa decisão de receber o Jesus que nos é oferecido no evangelho.
A confiança desmerecida na capacidade humana é um produto da natureza humana decaída. Esta falsa confiança enche hoje o mundo evangélico: desde o evangelho da auto-estima até o evangelho da saúde e da prosperidade; desde aqueles que já transformaram o evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores àqueles que tratam a fé cristã como verdadeira simplesmente porque funciona.
Isso faz calar a doutrina da justificação, a despeito dos compromissos oficiais de nossas igrejas. A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os sres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.
Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela Sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.
(Extraído da Declaração de Cambridge e do livro Reforma Hoje)
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