ANO LIX - Domingo, 15 de julho de 2001 - No 2907
ONDE DOIS OU TRÊS...
ONDE DOIS OU TRÊS...
Quando eu conheci o Evangelho e passei a participar das atividades da Igreja, uma das reuniões que eu mais gostava de freqüentar era a de oração. Era realizada a cada sexta-feira e normalmente o número de participantes era pequeno. Sempre e sempre alguém citava Mateus 18.20! Minha impressão era de que os irmãos se sentindo desestimulados por serem poucos usavam aquele versículo como justificativa, algo que lhes dava alguma compensação.
Anos mais tarde participei de grupos de oração bem menores, mas o tom era de uma certeza dinâmica. Aprendi, então, que nos tornamos fracos quando usamos essa declaração do Senhor Jesus como um mecanismo de defesa. Essa verdade não deve ser fator de acomodação e sim de motivação. Não é ponto de chegada. É ponto de partida. Sim, quando consideramos o significado real dessa afirmação de Cristo, quando concluímos que dois ou três são suficientes para receber o poder que a presença do Senhor comunica, então nos tornamos confiantes e destemidos, saímos da defesa para o ataque... "e as portas do inferno não prevalecerão". Glória ao Senhor!
Examinando o texto, verificamos que o capítulo 18 de Mateus aborda valores e interesses na convivência dos discípulos de Cristo. Em função desses valores e interesses é feita uma promessa especial. Uma promessa para os que concordam em oração. E para haver concordância alguns elementos são necessários: a mesma compreensão da necessidade, um desejo ardente comum, a mesma esperança na resposta, o mesmo desejo de banir da vida qualquer coisa que impeça a bênção divina.
O crescimento numérico da Igreja, especialmente nas grandes cidades, tem produzido uma espécie de desagregação dos seus membros. O indivíduo fica esquecido na multidão. E isto ameaça a expressão da Igreja como família, reduz o seu sentido comunitário e dilui a comunicação fraternal. Quantos aqui conhecem quantos? Quantos aqui convivem com quantos?
Uma das grandes experiências de libertação vem quando podemos partilhar nossos fracassos e esperanças com um grupo amoroso e sentir apoio, sem ser julgado ou criticado. Muita gente começa a entender o amor e o perdão de Deus somente depois de encontrar tal aceitação entre irmãos. Esta é uma das bênçãos da reunião de oração. E isto independe do número de participantes. Felizmente a dedicação resoluta de poucos (e não a acomodação de muitos) ainda move os poderes do Céu.
Rev. Eudes
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