ANO LIX - Domingo, 03 de junho de 2001 - No 2901
PENTECOSTE
PENTECOSTE
Hoje é celebrado o dia de Pentecoste. Pentecoste é uma palavra de origem grega que literalmente significa "dia da cinqüentena", ou seja, o qüinquagésimo dia após a Páscoa.
Essa celebração religiosa tem suas raízes no Antigo Testamento, quando o Senhor Deus decretou ao povo de Israel (Ex 23.14-17), a celebração de três festas fixas anuais: a dos Pães Asmos (relacionada com a festa da Páscoa); a das Primícias (Primeiros Frutos) para comemorar o início da colheita do trigo (Ex 34.22), que representava a provisão do Altíssimo. Esta celebração também ficou conhecida como Festa das Semanas, por ser realizada 7 semanas depois da Páscoa; e a terceira, a Festa da Colheita, também conhecida como Festa dos Tabernáculos (Ex 34.22; II Cr 8.13), que era comemorada ao término da colheita, praticamente no final do ano hebraico.
A Festa das Primícias ou Festa das Semanas obteve um novo significado para a Igreja, a partir dos acontecimentos registrados no capítulo 2 do livro de Atos dos Apóstolos. Aí, pela primeira vez, aparece na Sagrada Escritura a expressão grega Pentecoste. As ocorrências no primeiro "dia de Pentecoste", após a ressurreição do Senhor Jesus, marcaram definitivamente a história do cristianismo. Cumprindo a promessa do Senhor, o Espírito Santo desceu sobre os discípulos com poder e glória. No Pentecoste o Espírito Santo, demonstrando Sua autoridade divina, transformou a mente, o coração, e o comportamento dos apóstolos.
Todo o Livro de Atos e as epístolas pastorais descrevem com riqueza de detalhes o que foi a Igreja - em crescimento e santidade - a partir do dia de Pentecoste. Mas a dispensação do Espírito Santo não terminou nas páginas de Atos dos Apóstolos. Ao longo dos séculos o Espírito Santo tem interferido na vida da Igreja, corrigindo erros, reorientando os rumos, animando o remanescente fiel. Sempre que a Igreja foi ameaçada por heresias, apostasias, ou mesmo por frieza espiritual, a intervenção poderosa do Espírito Santo trouxe um novo refrigério, um novo alento.
Hoje estamos vivendo o que alguns historiadores ousam classificar como "era pós-cristã". Sem fazer distinção entre ortodoxos, católicos e protestantes, é, de fato, alarmante a situação das igrejas cristãs nos países do Primeiro Mundo. Cristãos nominais permitem com a sua ausência dos cultos que os templos sejam fechados, transformados em museus ou simplesmente vendidos pela melhor oferta. Na América Latina não dá para se avaliar o significado e extensão dessa situação. A América Latina ainda experimenta uma efervescência do cristianismo evangélico. O surgimento galopante de novas denominações e seitas "cristãs" nos leva a um estado de ufanismo enganador e preconceituoso. Se nos países do Primeiro Mundo a riqueza material sufocou a vida espiritual dos cristãos, nos países como o nosso o perigo está com o divisionismo, a arrogância, as inovações doutrinárias.
Mais do que nunca precisamos de um novo Pentecoste. Um novo sopro de restauração espiritual. Um quebrantar do Espírito que nos torne mais servos e menos donos da verdade, mais humildes e menos presunçosos, mais autênticos e menos fingidos, mais ousados e menos acomodados.
Rev. Eudes
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